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O terror das caixas do correio

Hoje os diários estão cheios de notícias interessantes.
Um curto elenco:
Espanha: olé

 
O Governo do socialista Zapatero, após ter posto as mãos nas carteiras dos Espanhóis e após meses de manifestações nas praças, acabou. Ontem as eleições e eis o vencedor: o Partido Popular de Mariano Rajoy.

O qual já fez saber que “será cortado tudo o que é possível cortar”.
Um programa novo e original.

Mas Rajoy não ficou por aqui e espalhou toda uma série de declarações revolucionárias:

Esta vitória obriga-nos à humildade e ao compromisso
Vou ser o presidente de todos, os meus inimigos são o desemprego, o défice a dívida externa
Não haverá sectarismos, guerras pequenas, divisões artificiais, haverá esforço comum, de todos e para todos, esforço solidário
A voz espanhola tem de voltar a ser respeitada em Bruxelas e em Frankfurt, seremos o mais leal e mais exigente dos sócios, cumpridores e vigilantes.
Não vai haver milagres, porque não os prometemos. Mas que ninguém duvide de que tudo o que humanamente possa fazer para melhorar a situação será feito.
Deixaremos de ser parte do problema, para ser parte da solução.

E festas grandes nas ruas.
Uma vez havia festa quando um País ganhava a Taça do Mundo.
Hoje há festa quando alguém diz: “vou tornar-vos mais pobres”.

Os tempos mudaram.

Egipto e Democracia

Mortos e feridos no Egipto: a Democracia funciona.

Depois derrotado o regime do Mal (Mubarak), o poder passou nas mãos do povo. Não de todo o povo, mas apenas daquela parte fardada.

E os militares nunca foram famosos pelas capacidades diplomáticas. Por isso, perante novas manifestações na Praça Tahrir, eis que a resposta foram balas, gases e cassetetes. Após quatro meses, o Egipto volta ao ponto de partida, com mais 40 mortos e 1.800 feridos. E faltam até os caixões.

Deveria haver eleições no curto prazo (dia 28 de Novembro). Mas o mecanismo eleitoral é um esquema herdado do velho mundo e os resultados serão os esperados num mundo velho.

Gás Pimenta e Pimentel

Outro lado do oceano: Estados Unidos.

Continuam as manifestações apesar da evacuação forçada de New York. A policia deita gás pimenta contra os demonstrantes ajoelhados, ontem foi o caso da Universidade de Berkeley. Mas é difícil encontrar notícias actualizadas nos media mainstream.

Muito mais espaço para o novo perigo que ameaça a América: a Al-Qaeda da República Dominicana.
As autoridades confirmaram a detenção de José Pimentel, 27 anos, natural da ilha das Caraíbas, que planeava atacar com bombas polícia e forças armadas.

Tudo isso com o apoio do manual “Como construir uma bomba na cozinha da sua mãe”. E não é uma piada.
Entretanto já tinha começado a fazer explodir as caixas do correio dos vizinhos.

Mas porque caixas do correio?
Porque, é explicado, Pimentel tencionava também atacar postos de correios.

Sim, faz sentido.

Ipse dixit.

Fontes: Público, Corriere della Sera, Diário de Notícias, New York Times