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Guerra no Irão: fase de preparação – I

Aqui na Europa todos concentrados nas aventuras do Neuro, a super-moeda que resolve os problemas e espalha felicidade. Lá fora alguém prepara algo de sinistro.

Uma guerra? Sim, exacto.

Mas não uma intervenção humanitária, estilo Líbia. Esta provavelmente terá lugar, na Síria ou, quem sabe?, no Yemen, na Somália ou em todas as três, como nas ofertas leva três paga dois. Complicada para os Estados Unidos a abertura de novas frentes, mas atalhos não faltam (Nato? Capacetes Azuis da Onu?).

Em qualquer caso, estes seriam conflitos locais, com só alguns milhares de civis mortos, nada de realmente interessante.


O bolo, o verdadeiro bolo, é outro e todos sabemos qual o nome dele: Irão. Teheran representa o último obstáculo para a completa supremacia de israel no Médio Oriente; e o actual governo de Tel Avive quer com todas as própria forças pôr um ponto final neste capítulo. Não há outros adversários sérios, Teheran é o último. Só que o Irão não é o Iraque, não é o Afeganistão, não é a Líbia e nem a Síria. O Irão assusta.

Por esta razão é precisa preparação.

Em primeiro lugar é necessário envolver os aliados ou alegados tais. Como a Nato, o Reino Unido e, claro está, os Estados Unidos.

Nesta óptica é possível entender o artigo do Guardian, uma vez respeitado diário britânico e hoje parte da máquina da guerra psicológica de Tel Avive.

No artigo do dia 2 de Novembro, aprendemos que as forças armadas do Reino Unido “têm novos medos nucleares” e que por isso observam com atenção os planos para atacar o Irão. A coisa divertida é que o Guardian nem tentou providenciar um mínimo de fundamento para esta notícia: no artigo não há uma fonte, nada:

Os oficiais ingleses afirmam que, caso Washington deseje avançar, procurará e encontrará a ajuda do exército britânico em qualquer missão, apesar de algumas importantes dúvidas no interior da coligação de governo. 

Oficiais ingleses? Quem? Quais? Não há nomes, nada?
O Ministério da Defesa de Londres ignorou por completo o assunto, não há declarações. Grã Bretanha em guerra sem sequer uma discussão política? E não uma guerra qualquer, mas potencialmente uma guerra nuclear e mundial.

Nem JC, o semanal britânico hebraico mais difundido, consegue ir tão longe. Afirma que sim, houve já contactos entre altos funcionários do Ministério da Defesa e militares de israel, mas ao que parece os Ingleses recusam a hipótese de estarem prontos para ser parte dum ataque americano contra Teheran.

JC, semanal hebraico, consegue ser mais imparcial do que o Guardian, está tudo dito.
Doutro lado, é bom não esquecer que o mesmo diário já tinha censurado as noticias de Wikileaks acerca de israel e da Palestina…

Ipse dixit.

Fontes: The Guardian, Information Clearing House