Eis quanto escreve Andrew Spannaus, um economista americano sócio da Associação Movisol.
Depois de assistir a alguns vídeos acerca dos protestos pacíficos em New York, sob a bandeira da “Ocupar Wall Street,”, admito que o meu primeiro instinto é tomar o avião para participar.
Pelo que temos visto nos últimos dias, pelo menos, os protestos crescem, não há provocações como Black Blocks, que em outras circunstâncias têm distorcido o significado dos acontecimentos, e as autoridades públicas reagem de forma inconsistente para travar os jovens, mesmo na ausência de comportamentos ilegais.
Considerando o facto de que JP Morgan fez recentemente uma doação de 4,6 milhões de Dólares para o New York Police Department (NYPD), talvez seja mais fácil entender porque tanta ansiedade para travar os protestos que ameaçavam espalhar-se como fogo numa altura em que o desemprego aumenta, tal como so cortes no orçamento ou a pobreza.
Na verdade, sem falar dos detalhes das manifestações, o que é significativo é o crescimento natural destes protestos, que se assemelham aos dos Indignados em Espanha, Grécia e muitos outros Países espremidos pela crise financeira global ao longo dos últimos meses.
Como Americano, eu não tinha dúvida de que a população começasse a rebelar-se; a questão permanece a forma em que isso virá acontecer.A justa indignação contra a recusa por parte do Governo e do Congresso para abordar a crise na raiz, com medidas para reorganizar o sistema para que seja possível voltar ao crescimento económico real, pode assumir diferentes formas. Já vimos a ira da população em reuniões locais de parlamentares, o nascimento do Tea Party, a forte crítica dos líderes negros contra o mesmo Obama, e agora os protestos nas ruas.
Espera-se que estes possam permaneçam pacíficos, mas acima de tudo é necessário dar uma resposta verdadeira, não permitindo que o levante popular em favor da mudança seja desviados para protestos falsos ou até pejorativos, como já está a acontecer em alguns casos.
Se as instituições continuarem a evitar de desempenhar o próprio papel, falando de rigor contabilístico e ficando escravos das pretensões dos mercados, piorando assim o padrão de vida da população, a situação pode sair do controle, como já aconteceu inúmeras vezes na história.
Nos Estados Unidos fizemos a revolução contra o Império Britânico, levando à criação duma república verdadeira, apesar de todos os seus problemas; no final de 1700, na França, o protesto tinha sido diferente, levando a uma ditadura e, em seguida, a restauração do impero. […] Os representantes públicos devem parar de pensar em salvar-se ao ficar agarrados ao Titanic conduzido por Frankfurt e Bruxelas (com os donos da City de Londres e de Wall Street), e as pessoas devem forçá-los a fazê-lo, ou substituí-los.
Então é isso que acontece? Uma revolta popular contra os erros dos políticos e a prepotências do conglomerado economizo-financeiro?
Talvez.
Ou talvez não.
É o que vamos ver na segunda parte.
Ipse dixit.
Fonte: Bimbo Alieno