Site icon

O oceano de papel

Não que haja dúvidas, mas de vez em quando é bom lembrar destas coisas. Assim para não perder de vista os pontos principais.

Sabemos que o sistema bancário inventou (literalmente) o papel. Qual papel? Lixo, nada mais do que isso. São assets tóxicos, derivados sem valores, instrumentos financeiros atrás dos quais existe apenas o vazio. Não são uma riqueza, pelo contrário: são perigosos, são os alicerces acima dos quais foi construída a crise começada em 2008 e ainda não acabada.

O problema são as dívidas públicas dos Estados?
Sim, com certeza.

Os Estados Unidos têm uma dívida pública de 14,5 triliões de Dólares.
O Produto Interno Bruto do planeta é de 62 triliões de Dólares.
JPMorgan Chase, banco privado, sozinha tem 78 triliões de Dólares em produtos derivativos.

O último relatório trimestral do Office of the Currency Controller acabou de sair e, de form aclara, apresenta a situação: os maiores 4 bancos dos Estados Unidos estão mergulhados (mas seria melhor dizer “afogados”) num oceano de papel que eles chamam “produtos financeiros derivativos” ou assets, mas que na realidade são papel sem valor.


Dos 250 triliões de Dólares em valor nominal bruto em contratos derivativos (incluídos Interest Rate, FX, Contratti Equity, Commodity e CDS), dos 25 maiores bancos comerciais, 4 bancos detêm 94.4%.

São estas:
JPMorgan Chase 78 triliões de Dólares
CitiBank 56 triliões de Dólares
Bank of America 53 triliões de Dólares
Goldman Sachs 48 triliões de Dólares.

Não só: mas o risco está a aumentar cada vez mais pois, para poder obter lucros, estes bancos são obrigados a arriscar cada vez mais. Moral: a exposição cresceu de 5.3 triliões de Dólares ao longo do primeiro trimestre deste ano.

E em caso de falência? Ninguém “cobre” estes derivativos? Afinal houve bancos que emitiram estes contratos, alguém terá de responsabilizar-se.
Em teoria.

Na prática o caso Lehman (o banco falido em 2008) ensina que por cada Dólar de contrato já é muito recuperar 20 cêntimos. E no caso Lehman houve um banco em dificuldades e nem o maior: podemos imaginar o resultado caso haja mais do que um banco em dificuldade. Ou um dos Big Four.

E acabamos com uma panorâmica acerca dos bancos americanos.
Com uma nota:a maior parte dos bancos têm uma exposição em derivativos IR swaps, enquanto Morgan Stanley tem quase exclusivamente uma exposição em ForEx, os mais arriscados.

Afogados, num oceano de papel…

Ipse dixit.

Fonte: ZeroHedge