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Coisas que caem, não caem e correm

Elenin pifou duma vez por todas, mas há algo que está a cair nas nossas cabecinhas: e não deve espantar o facto que o objecto em causa foi criado pelo Homem.
A queda do UARS

Exemplo de possíveis trajectórias

O nome é UARS, pertence à Nasa, e segundo as ideias do agência americana deveria ter ficado desintegrado no contacto com a atmosfera durante os últimos dias deste mês. Só que entretanto houve uma uma maior actividade solar e o satélite ficou baralhado.

“Caio? Não caio?”: uma decisão difícil, sobretudo se o nosso peso é de 532 quilos. Afinal, eis a escolha: melhor cair, e já. E “já” significa hoje, 23 de Setembro de 2011 d.C.

A Nasa comunica que não sabe onde o satélite irá precipitar. Talvez aí, pode ser um pouco mais à direita. Mas afirma também que 20 minutos antes do impacto será possível conhecer o lugar do impacto. Obrigado.

E começa o jogo das probabilidades: segundo as simulações dos computadores, os 26 fragmentos no qual ficará partido o satélite têm 71% de probabilidade de cair no mar, 29% de cair na terra, 1% numa zona habitada. E a possibilidade de atingir uma pessoa é de 1/3200.

Aliás, a Nasa faz saber que na verdade as probabilidades de ser atingido são praticamente nulas, pois em 50 ano de actividade espacial nunca um ser humano ficou alvejado. O que não é uma grande consolação caso formos nós os primeiros.

A Nasa conclui com um aviso:não aproximar-se dos destroços.
Mas o problema aqui parece ser outro: que sejam os destroços a aproximar-se…

Elenin foi-se

Entretanto o meu cometa favorito, Elenin, desintegrou-se: não resistiu ao encontro com o Sol e ficou todo partido. Uma tristeza.

Os vários pedaços do objecto continuam agora o percurso original e, uma vez atravessada a órbita da Terra, vão desaparecer no espaço profundo.

E nós? Se o nosso planeta travessar esta parte do espaço, teremos novas Perseidas, conhecidas na Europa como as Lágrimas de São Lourenço; que, de facto, são os destroços do cometa Swift-Tuttle (com um núcleo de 27 km de diâmetro).
Afinal, Elenin pode ter deixado algo de bom.

Mais rápido que a luz

Uma importante notícia vem do Cern de Genebra (Suíça) e dos laboratórios do Gran Sasso (Itália): pela primeira vez a velocidade da luz foi ultrapassada.

O Cern disparou 15.000 neutrinos em direcção do Gran Sasso e aqui as velocidades foram medidas. Moral: os neutrinos ultrapassam a velocidade da luz.

De pouco, de apenas 60 bilhonesimos de segundos, mas ultrapassam aquele que desde a Teoria da Relatividade de Albert Einstein tinha sido considerada um limite intransponível.

Acaba aqui “O Cantinho da Ciência”.
Não percam os próximos episódios, sempre no mesmo canal.

Ipse dixit.