Nova Ordem Mundial? Parte III

Então é assim: terceira parte do artigo dedicado à Nova Ordem Mundial.

Última parte?
Nem pensar!
Mas uma coisa de cada vez.

A Távola Redonda e os seus “filhos”

J.P. Morgan

A criação da Távola Redonda, que é em última análise a herança de séculos de tradições místicas, financeiras e elitistas, foi um passo decisivo na preparação que leva até um Estado mundial.
Na verdade, sob a orientação de Lord Milner e dos seus colaboradores, esta instituição foi criada em colaboração com a elite financeira dos EUA, a fim de garantir a preeminência do mundo anglo-saxão no processo de criação duma Nova Ordem Mundial.

Mesas-redondas foram estabelecidas em todos os domínios do Império Britânico, mas também nos Estados Unidos. Seguindo as ambições de Cecil Rhodes, os homens da finança (mas não só) seguem as pegadas da equipa de Lord Milner, como Alfred Beit, Sir Abe Bailey e a família Astor.
Outros grupos juntaram-se ao berço da globalização, impulsionados pelas mesas-redondas: JP Morgan, o Banco Lazard, as famílias Rockefeller e Whitney.

Mas antes de continuar é necessário fazer o ponto da situação.
Estas grandes famílias do globalismo, mesmo animadas por um propósito comum, não são isentas de discórdias internas, bem pelo contrário; e podemos identificar dois pontos fundamentais neste sentido.


Em primeiro lugar, uma das motivações mais antigas do mundo: a rivalidade.
Rivalidades e ambições de poder, mais influência e riqueza para ocupar os melhores lugares, têm determinado a história da aristocracia comercial. Este fenómeno, como afirmado, é tão antigo quanto a história humana.

Em contraste, o segundo ponto é específico das Távolas Redondas: na verdade, sob a aparente unidade de propósito, há duas escolas de pensamento. Em ambos os casos, essas correntes têm o mesmo objetivo: um Estado mundial.

No entanto, uma corrente defende o princípio da criação dum bloco unificado anglo-saxão (British Empire associado aos Estados Unidos), uma base anglo-americana, espinha dorsal que permite que o resto do mundo possa participar.

Na outra corrente não existe a intenção de dar prioridade à criação dum “império” anglo-saxão como ponto de ancoragem dum mundo unificado. Este último lado argumentava que no mundo nenhum País seria capaz de impor a própria lei, por isso o desafio era criar uma espécie de “purê” da humanidade em geral, unida num único bloco indistinto.

Esta é a oposição entre os partidários do globalismo anglo-saxão e apoiantes do globalismo planetário.

Olof Aschberg

A Primeira Guerra Mundial foi a passagem dum mundo para outro.
Mesmo sem discutir nos detalhes o papel essencial da elite anglo-americana no conflito, vale a pena falar da missão do sueco Olof Aschberg na frente do Banco Nya Banken de Estocolmo.

Ele foi o grande financeiro de mediação entre as elites de Wall Street dum lado e os líderes bolcheviques do outro. A alcunha dele era “o banqueiro da revolução mundial”.

O banco de Aschberg tinha uma filial em Londres, o Bank of North Trade, cujo presidente, Earl Gray, simplesmente fazia parte da equipe de Cecil Rhodes e Lord Milner.
Este último também tem desempenhado um papel crucial na oligarquia anglo-saxónica, tendo conseguido convencer o Primeiro-Ministro Lloyd George a apoiar fortemente a Revolução Bolchevique.

Esta evolução fundamental para o futuro do mundo aconteceu após uma visita em Londres, no final de 1917, de William Boyce Thompson, acompanhado por um representante da JP Morgan, Thomas W. Lamont, membro do Comitê Executivo da Federal Reserve.
W.B. Thompson era um oficial em serviço na Cruz Vermelha americana, presente em Petrogrado em 1917. Esta cobertura permitiu-lhe oferecer, entre outras coisas, a enorme quantia de um milhão de Dólares aos bolcheviques (uma soma fantástica naquela época).

W.B. Thompson

No caminho de volta para New York, parou em Londres para apresentar um memorando e um pedido a Lloyd George: apoiar a revolução bolchevique. Pois a Revolução Bolchevique não teria sido possível sem a acção decisiva da oligarquia comercial anglo-americana.

O fim da Primeira Guerra Mundial abriu-se sob os auspícios do vitorioso poder anglo-saxónico e duma França humanamente e economicamente devastada.

O Tratado de Versalhes não garantia a segurança da França contra uma Alemanha só por enquanto enfraquecida e dependente em grande parte dos empréstimos concedidos pela economia anglo-saxónica.

A paralisia da França face aos financeiros anglo-saxónicos piorou quando estes concordaram empréstimos por meio do Plano Dawes (1924) e Young (1928) que, ao colocar a economia alemã sob o controle dos bancos de Londres e New York, ajudaram a fortalecer a indústria alemã. Na verdade, os gigantes do aço e dos produtos químicos, essenciais para a guerra, nasceram (com as empresas IG Farben e Vereinigte Stahlwerke) durante a década de 20.

Thomas W. Lamont

A derrota francesa em 1940, deriva em parte das actividades financeiras anglo-saxónicas para a recuperação técnica e económica da Alemanha (em particular aço, gasolina e borracha sintética).

Paralelamente a esta política, a elite anglo-americana decidiu preparar a mutação da Távola Redonda.

Na verdade, por razões de eficiência, decidiu-se estabelecer dois grupos de reflexão, em ambos os lados da costa Atlântica, com o propósito de ser os motores da política externa dos dois Países.

Do lado inglês, houve a criação em 1919, sob os auspícios de Lionel Curtis e a colaboração de Lord Milner, do Royal Institute of International Affairs (Instituto Real de Assuntos Internacionais ou RIIA, também conhecido como Chatham House). É o mesmo Lionel Curtis que apoiava a ideia dum Commonwealth federal de integração progressiva dos diferentes Países do mundo.

Essas metas foram defendidas por Clarence Streit nos Estados Unidos, correspondente do New York Times para a Liga das Nações (outro homem Bolsa de estudo Cecil Rhodes) e pelo representante nos Estados Unidos do  “grupo de Milner,” Frank Aydelotte.

Do lado americano, foi criado o Council on Foreign Relations (Conselho de Relações Exteriores ou CFR) em 1921, sob a égide duma personagem central, o coronel Edward Mandell House.

Conselheiro muito próximo do Presidente Wilson, esta personagem era a ligação entre o Grupo Milner e os “grandes” de Wall Street: JP Morgan, Vanderlip, Rockefeller, Warburg.
Nesta lista incompleta, podemos encontrar o importante nome de Paul Warburg, que era chefe da Federal Reserve desde a sua criação, em 1913.
Este banco privado, independente do governo central e responsável pela emissão de moeda, é um Estado dentro do Estado. E foi o mesmo Paul Warburg, que liderou os primeiros tempos do CFR.

Estamos diante de um emaranhado de responsabilidades entre os primeiros da classe oligárquica anglo-saxónica, e ainda temos que falar de Paul Warburg e da Pan-Europa…Mas vamos com ordem.

A ação do coronel House deve ser concluída citando uma obra-prima da mística globalizadora, o seu livro chamado “Philip Dru, Administrador”.

Escrito em 1912, este livro evoca um golpe de Estado dum oficial de West Point (Philip Dru), que institui uma ditadura nos Estados Unidos, eliminando a constituição do País. Como Lord Milner, o coronel House não hesita em citar as próprias convicções, argumentando que o seu herói implementou o “socialismo como seria sonhado por Karl Marx”.
Ele afirma, no capítulo 52, de desejar a unificação de todo o bloco da América do Norte.

É algo que está a ser obtido com o lançamento do projecto Waco, a União da América do Norte, em Março de 2005.

Estas elites seguem um projecto que iniciou há mais de cem anos: a rede global reforçou a influência delas através da criação de uma instituição que irá desempenhar um papel de liderança na construção europeia: a Pan-Europa.

Pan-Europa: trampolim do globalismo

R. C. Kalergi

A criação de Pan-Europa é devida à acção dum aristocrata austríaco, nascido duma mãe japonesa, Richard Coudenhove-Kalergi.

O objetivo declarado de Coudenhove era evitar os horrores da Primeira Guerra Mundial, intenção louvável: mas é a árvore que esconde a floresta. De facto, desde muito cedo, Coudenhove indicou claramente a direcção do seu movimento, num relatório apresentado à Liga das Nações em 1925.

O seu objetivo era unir a Europa e integrá-la numa organização política unificada de tipo global. Para atingir isso, o relatório indicava a necessidade de criar “continentes políticos”, todos destinados à criação duma federação de federações.

As declarações federalistas concordavam com os desenhos da Fabian Society. Dando continuidade a este impulso, Coudenhove organizava em 1926 a primeira conferência pan-europeia em Viena, sob os auspícios do presidente honorário, Aristide Briand.

Foi nesta conferência, que reuniu diferentes nacionalidades, que foi decidido escolher o hino europeu, “Ode à Alegria” de Beethoven, que mais tarde se tornou o hino da União Europeia. Os objectivos da Pan-Europa são claramente exibidos nos “princípios fundamentais”:

(…) A União Pan-Europeia reitera o seu compromisso com o patriotismo europeu, coroação da identidade nacional de todos os Europeus.

Na época da interdependência e dos desafios globais, apenas uma Europa unida e politicamente forte é capaz de garantir o futuro dos seus povos e dos grupos étnicos.

A União Pan-Europeia reconhece o direito à autodeterminação dos grupos étnicos no desenvolvimento (…) cultural, económico e político.

Durante a Segunda Guerra Mundial, R. Coudenhove-Kalergi, refugiou-se nos Estados Unidos e conseguiu ensinar um seminário, “A busca duma federação europeia do pós-guerra” em favor do federalismo europeu, na New York University.

Voltou para Europa em 1946 e contribuiu grandemente para a criação da União Parlamentar Europeia, que posteriormente permitiu a criação, em 1949, do Conselho da Europa.

Reforçando a sua influência em todos os Estados, a organização reúne representantes europeus encarregados de espalhar os ideais do fundador que, em 1950, após ter recebido o prestigioso Prémio Carlos Magno, entregou o poder a Otto von Habsburgo em 1972 e depois para Alain Terrenoire.

Podemos entender melhor o impacto da Pan-Europa, concentrando a atenção sobre o “nervo” da guerra: o dinheiro.
O financiamento deste instituto explica a cumplicidade profunda dos seus melhores jogadores com os outros do globalismo. Além de patrocinadores industriais e financeiros, R. Coudenhove-Kalergi tem contado com o apoio do banqueiro Max Warburg, que representou o banco alemão em Hamburgo.

Como vimos, o irmão Paul (o ramo norte-americano) era o chefe da Federal Federal e do CFR. Logo fica claro que R. Coudenhove-Kalergi tinha carta branca para cooperar com a comunidade financeira de Wall Street e o seu correspondente em Londres.

Este conluio entre o fundador da Pan-Europa e os outros defensores da globalização fica ainda mais claro ao considerar que Max Warburg era um membro do conselho de IG Farben, na Alemanha, enquanto o irmão Paul Warburg, foi um membro da subsidiária nos EUA da mesma empresa.

Hjalmar Schacht

A chegada ao poder de Adolf Hitler é explicada pelo amplo apoio da indústria e das finanças anglo-saxónicas em relação aos homólogos alemães.
Neste caso, o director do Reichsbank (o banco do Reich) , Hjalmar Schacht, foi um dos primeiros intermediários. A acção dele foi profunda enquanto Ministro da Economia do Terceiro Reich, entre 1934-1939.
A recuperação económica da Alemanha, graças à sua acção, permitiu que Hitler prosseguisse uma política que nunca teria sido capaz de exercer sem “endireitar” a economia do País.

Isso deveria ter custado a Schacht a pena de morte no processo de Nuremberg, considerado também o forte apoio dele ao movimento nazista, mas em vez disso foi simplesmente absolvido; e já em 1948 tinha fundado o próprio banco, o Düsseldorfer Außenhandelsbank Schacht & Co., além de ser conselheiro económico para os Países em desenvolvimento.

Na verdade, Hjalmar Schacht era fortemente ligado à aristocracia anglo-saxónica comercial.
O pai dele, o americano William Schacht, tinha trabalhado 30 anos na filial da Equitable Life Assurance em Berlim. Lógico que o filho deste ficasse, desde o nascimento, como membro da grande família globalizadora.
Esta ideia é reforçada quando descobrirmos que Hjalmar Schacht, desde 1918, encontrava-se no conselho de administração do Nationalbank für Deutschland (Banco Nacional da Alemanha), ao lado do banqueiro Emil Wittenberg: este era também membro do Comitê Directivo do primeiro banco soviético, Ruskombank, fundado em 1922; o mesmo banco que tinha sido dirigido por Olof Aschberg, banqueiro sueco…

Vertigens? Pois, é normal.
E para continuar a sofrer, eis que podemos escrever: o Director do Departamento dos Negócios Estrangeiros do Ruskombank, o americano Max May,  foi vice-presidente da Guaranty Trust, uma subsidiária dum dos pilares de Wall Street, JP Morgan.
Temos assim um alto representante de Wall Street que acabou no banco da elite soviética.

E, finalmente, a colaboração de Hjalmar Schacht neste ambiente foi reforçada pela amizade com o chefe do Banco da Inglaterra, Montagu Norman.

Fica mais fácil entender porque Hjalmar Schacht não ficou realmente preocupado com o fim da Segunda Guerra Mundial.

O apoio da aristocracia comercial anglo-saxónica ao nazismo e ao comunismo, e a tomada do poder de Franklin Delano Roosevelt, era como fazer experiências de laboratório activadas localmente (União Soviética, Alemanha nazista, Estados Unidos).

O socialismo soviético, o socialismo colectivo (o nazista) e o socialismo do New Deal foram simplesmente uma forma de socialismo do monopólio; organização ideal que deve agora ser implementada em todo o mundo: a Nova Ordem Mundial.

A Guerra de 1939-1945 resultou de todo este trabalho oculto que permitiu deslizar para um novo mundo, com a introdução de dois blocos aparentemente antagonistas, perfeitamente obediente ao princípio hegeliano de tese e antítese.

No entanto, estes dois mundos eram alimentados pelas mesmas fontes financeiras, com as quais foi possível estabelecer as bases para permitir a realização do Estado Mundial.

Pronto, acabou? Nem pensar! Há ainda muito para descobrir.
Mas não agora, só no próximo episódio.

Entretanto, eis os links:
Nova Ordem Mundial Parte I
Nova Ordem Mundial Parte II
Nova Ordem Mundial Parte IV em preparação.

Ipse dixit.

11 Replies to “Nova Ordem Mundial? Parte III”

  1. Bar-ba-ri-da-de!!!Max! Vou imprimir a tua história da ordem mundial da idade média até não sei onde vai, por num quadrinho e dependurar na parede do meu quarto,ir estudando aos pouquinhos para sentir bem o gosto. Poucas vezes uma narrativa histórica me deixou tão entusiasmada, aguardando os próximos capítulos! Abraços

  2. Max,

    Li em algum lugar, não me lembro onde, que as pessoas têm em seu código genético uma predisposição ao pensamento de esquerda, digamos assim. Tocava em mim uma espécie de orgulho de meus gens serem de uma estirpe vermelha.

    Bem, toda vez que alguém vinha com este papo de que a revolução bolchevique fora alimentada pelos banqueiros, em mim provocava um incomodo, para logo após, surgir uma firme convicção de que se tratava de um absurdo. Daí vinha uma atenuante daquelas apaziguadoras de consciências: "claro, os caras estavam a financiar apenas para lucrarem depois de alguma forma. Eram e são capazes de vender até a mãe!", ou alguma idiotice do tipo. Com o tempo assimilei a idéia de que o comunismo na sua vertente soviética, era um erro e uma propaganda contra o regime. Agora, lendo estas 3 primeiras partes desta síntese que você nos brinda com o costumeiro apuro, sinto todos os meus gens, que fumam charutos cubanos, se contorcerem de dor. Minha pergunta é: será que o desenrolar deste novelo chegará à Fidel? Não que a ilha seja o projeto perfeito e acabado de socialismo.

    O socialismo sendo a mola para implementação de um projeto totalitarista orwelliano, através das instituições financeiras, ícones máximos do capitalismo dito selvagem? Jamais suspeitei. Na inocência dos meus quase 50 anos, ao escutar uma tese destas, só me restava torcer o nariz e sair de banda. "Estes teóricos conspiracionistas…!"

    Max, não há a menor chance das tuas fontes serem a Margareth ou o Ronald, ou ainda, o Krugman? Que faço dos meus gens, que na meia idade descobrem que sempre foram vistos como massa de manobra pela elite globalista?

    Bom, na verdade, com o passar dos anos, meus gens leninistas/marxistas foram batendo em retirada e me aproximei mais do pensamento de Bakhunin e sua tese libertária. Rá, rá…! Agora quero que alguém me diga que estes meus outros gens também servem à causa dos globalistas!

    Até Max.
    Walner.

  3. Anônimo;

    Tenho aqui a melhor explicação do pensamento de esquerda comunista, na verdade é uma excelente aula que nos faz refletir muito, mesmo aos adeptos de esquerda como eu era um tempo atrás. Creio que já amadureci o bastante e estudei muito, e mais ainda, achei a melhor explicação do
    "Movimento" que poderia ter disponível, sem influências externas ou políticas.
    Segue abaixo, espero que aprecie, assim como você, Max.

    A Estrutura da Mente Revolucionária:

    o comunismo explicado completamente (parte 1 de 4 – assistam todas):

    Meu conselho é que não subestimem o autor, pois é um grande filósofo e intelectual, sabe o que está falando por experiência própria, pois ele mesmo ja participou do movimento de esquerda quando jovem.
    E agora, dedica-se mais aos estudos e programas de vídeo/áudio informativos. Na verdade, seria bem arrogante se achar que sabe mais do que alguém que costuma ler no mínimo 80 livros por ano não é?

    Então, fica esta valiosa dica destas vídeo-aulas.

  4. Olá Maria!

    Fogo, deve ser um quadradinho bem grande…estou a ficar farto de traduzir este "tijolo"…mas acho que merece, pois é interessante.

    Abraço!

  5. Olá Anónimo, olá Pedro, olá Tony!!!

    Vou ver os vídeos indicados.

    Mas sim, esta série dedicada à NWO não é perfeita (vamos falar disso na última parte) mas consegue dar um sentido a coisas que, caso contrário, parecem casuais e desligadas entre elas.

    Um projecto do passado?
    Bom, não estamos a idolatrar a Democracia, cujas origens estão na ainda mais longínqua Grécia Antiga?

    Abraço!!!

  6. olá Walner: acho que compreendo os teus genes e me solidarizo com eles. Até porque os meus também já passaram por experiência semelhante a tua. É difícil sentir as ilusões ir se esfarelando uma a uma. Como eu tenho uns 10 anos de vantagem sobre ti, deixa-me dizer uma coisa: dessa família de anarquistas clássicos (Bakunin, Malatesta,Kropotkin…) li bastante, digamos tudo que encontrei pela frente, e acreditei até porque li também as vidas dessa gente, os prós e contras,as circunstâncias e a época. E cheguei a conclusão que era uma gente mais decente que a família Marx e entorno. Mas o que esse povo pensou, agiu, escreveu e o que foi feito usando a palavra deles lá vai uma diferença brutal, atravessada por tudo o que o Max nos descortina. Faz tempo já larguei de pensar os pensadores e passei a investigar os fazedores. E, entre anónimos, sem fama e sem glória nem martírios, encontrei os que julgo melhores. Até porque, um dia me dei conta que todo aquele que aparece tem por trás uma mola propulsora da qual, no mínimo, se deve desconfiar. Desculpa-me se jogo mais areia nos teus olhos, mas queria compartilhar contigo essa experiência.

  7. Um espaço que temos o prazer e o privilégio de trocar idéias com Max, Maria, e tantos outros, dizer o quê? Pura maravilha!

    Grato Maria e o que vem dos bons viventes, nunca nos agride. Terei que engolir todos os meus rá, rás…

    Até.
    Walner.

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