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Nova Ordem Mundial? Parte II

E continuemos com a segunda parte do artigo acerca da Nova Ordem Mundial.
Prontos?
Mas mesmo prontos?
Ok, então vamos.

Cecil Rhodes

Cecil Rhodes

Este grande defensor do Império Britânico emigra para a África do Sul, onde a sua personalidade e as suas enormes dotes intelectuais permitem-lhe fazer uma fortuna com algumas pedrinhas semi-transparentes, definidas “diamantes”.

Rhodes é responsável pela criação da empresa De Beers, em colaboração e com o apoio de Nathaniel Mayer Rothschild.

A sua fortuna colossal abre as portas da colónia britânica, Cecil Rhodes estabeleceu as bases para o Estado Sul-Africano (domínio do Império Britânico), que tomará forma alguns anos após a sua morte, em 1910.

A influência financeira e política permitem que ele controle os territórios aos quais dá o seu nome, Rodésia. Posteriormente dividido em Rodésia do Norte e Rodésia do Sul, esses Estados são hoje conhecidos como Zâmbia e Zimbabwe.

No entanto, uma das grandes ideias de Rhodes é a criação duma linha de comboio entre a Cidade do Cabo e o Cairo. No Império Britânico, as linhas de comunicação são uma questão crucial para a defesa e o transporte das riquezas: o desenvolvimento de canais de comunicação é uma passagem fundamental para o bom funcionamento de qualquer império, e os homens de Sua Majestade sabem disso. As linhas de comunicação são as artérias que fornecem o império comercial e político.


Outra ideia que atormenta Cecil Rhodes é a questão racial. Convencido da superioridade da “raça” anglo-saxão, desenvolve uma política para garantir uma simples regra: a união de todos os anglo-saxões, ou mais precisamente, a introdução dum bloco composto pelo Império Britânico e os Estados Unidos da América.

Segundo ele, o conjunto deve constituir a base para o surgimento dum Estado mundial animado pelos princípios e a filosofia da aristocracia comercial anglo-saxónica. Para alcançar este objectivo, considera necessário recrutar os melhores elementos do mundo universitário; elementos que, animados pelo mesmo ideal, serão enviados para ocupar posições-chave em diversas áreas, como economia, finança, militar, educação, jornalismo.

Como um exército de verdadeiros jesuítas,, essas pessoas diferentes convergem para o mesmo objetivo: nos respectivos Países, desenvolver as estruturas político-económicas que levam ao nascimento dum Estado comercial global.

Para tornar realidade esta ambição, Rhodes desenvolve as Bolsas de Estudo Cecil Rhodes, que serão implementadas só após a morte do criador, em 1904, a partir da Universidade de Oxford (Reino Unido).

Alfred Milner

Cecil Rhodes não teve tempo de ver a realização dos seus ideais, mas como disse o sociólogo Auguste Comte “os mortos governam os vivos”, e Cecil Rhodes é um bom exemplo disso: as suas ideias moldaram o mundo do século XX e início do século XXI.

Entre as pessoas que beneficiaram das subvenções de Cecil Rhodes encontramos o Primeiro-Ministro australiano Bob Hawke, o Director da CIA e chefe da Nato James Woolsey, o Presidente dos EUA Bill Clinton, o Senador do Arkansas James William Fulbright.

Na implementação das ideias de Rhodes os colaboradores dele tiveram um papel de primeiro plano. A lista não é pequena, mas todos têm uma característica: ocupam lugares-chave na sociedade britânica da segunda metade do séc. XIX e determinaram o futuro do mundo. Entre os outros, lembramos três das figuras principais: Alfred Milner, Philip Kerr e Lionel Curtis.

Philip Kerr

Alfred Milner, também conhecido como Lord Milner, era director do Banco London Join Stock Bank, foi o chefe do Gabinete de Guerra do Primeiro-Ministro Lloyd George durante o conflito 1914-1918; e durante este conflicto, um evento marcante para as gerações futuras é jogado em Novembro de 1917.

A “Declaração Balfour”, com a qual é reconhecida uma pátria judaica na Palestina sob a protecçaõ do Reino Unido, formalizada com uma carta enviada para o agente do movimento sionista Walter Rothschild, em boa verdade deveria ser chamada “Declaração Milner”, do nome de quem a tinha projectada.

Philip Kerr (mais tarde conhecido com Lord Lothian) foi secretário particular de Lloyd George. Escusado será dizer que foi o centro das políticas comerciais ao redor do Primeiro-Ministro britânico. Posteriormente foi embaixador do Reino Unido em Washington.

Lionel Curtis

Finalmente, lembramos Lionel Curtis. Além de sua participação no Tratado de Versalhes, é o principal criador do Commonwealth of Nations, cuja implementação é datada de 1948.

O Commowealth é o resultado dum trabalho cujo objetivo era preparar o Império Britânico para a mudança política do século XX, trabalho começado em 1916.

Por fim, destacamos que Lionel Curtis foi fundamental na criação, em 1919, do think tank britânico, o Royal Institute of International Affairs, também conhecido como Chatham House (David Cameron, Ban Ki-moon, Hamid Karzai, Condoleezza Rice, Gordon Brown entre os outros).

De facto, para entender o “Mecanismo Globalizador”, deve ser estudado como um enorme quebra-cabeça, um puzzle: é preciso analisar cada peça e depois combiná-la com as restantes para obter uma visão geral. Então, vamos passar para outra parte do sistema: a Fabian Society.

Fabian Society

A Fabian Society é uma instituição foi fundada em Londres em 1884 sob a orientação de Sidney Webb, político britânico, da esposa dele, Beatrice Webb, e talvez (o condicional é obrigatório) do escritor irlandês George Bernard Shaw (que em qualquer caso da Fabian foi membro activo).

Sidney e Beatrice Webb

A vanguarda desta sociedade pode ser encontrada na influência dum dos promotores do socialismo, Robert Owen, que transmitiu as ideias para John Ruskin, professor da Universidade de Oxford, e que tem influenciado o já citado Cecil Rhodes.

Outras pessoas animadas por um ideal socialista, como Christian Frederik Derrison Maurice, lançaram as bases durante o século XIX e abriram o caminho para a fundação da Fabian Society.

A escolha do termo “Fabian” é explicado com o referimento ao cônsul romano da época das Guerras Púnicas, Quinto Fabio Massimo Cunctator (ou seja, o “temporizador”).

Perante o general cartaginês Hannibal, o exército romano escolheu a política da guerrilha, sem apressar as coisas para atingir o próprio objetivo.
Este método de pôr em pratica uma mudança, suave mas implacável, é a marca registada da Fabian Society.

A instituição defende o princípio duma sociedade sem classes, que leva à síntese do socialismo (o estado social) e do capitalismo (as forças de mercado), todas culminando com a formação duma economia dentro duma estrutura monopolista dum Estado Mundial.

Para conseguir estas ambições, os líderes acreditam na necessidade de ir passo a passo, ou, de acordo com a expressão utilizada na sociedade, de “Graus” em “Grau”.

A influência desta sociedade é imensa: muitos políticos britânicos foram membros da Fabian Society. No entanto, essa influência foi ainda mais importante ao considerar que a Society foi por trás da criação da London School of Economics (LSE), em 1895, sob a orientação de Sidney Webb.

Esta prestigiosa escola de educação empresarial com o tempo conseguiu diversificar-se, e mais formou um espírito Fabian nas gerações de líderes britânicos mas também de estudantes de ambos os lados do planeta.

H.G. Wells

Estudantes que muitas vezes tornam-se principais actores na vida política e económica dos próprios Países de origem: o ex-Presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, o Presidente John Kennedy, a Rainha Margrethe II da Dinamarca, Pierre Trudeau (Primeiro-Ministro do Canadá), o lobista e membro de vários grupos think tank Richard Perle, George Soros, o ex-assessor de François Mitterrand, Erik Orsenna e o cantor dos Rolling Stones, Mick Jagger.

A Fabian Society conseguiu “formatar” muitas mentes em todo o mundo. Isso graças também a acção em vários sectores da sociedade civil, como no caso do escritor e membro Herbert George Wells.

Imbuído dos ideais “Fabian”, H.G.Wells desenvolveu os seus pontos de vista em muitos livros.

Autor de sucessos como O Homem Invisível, A Máquina do Tempo, a Guerra dos Mundos, o escritor britânico escolheu espalhar as próprias crenças num livro publicado em 1928, Open Conspiracy (Conspiração aberta), no qual ilustra  um Estado Global sem classes, controlado por todos (“uma comunidade humana nova”, ao usar as palavras dele), incentivando a redução drástica da população mundial e a prática de eugenia.

Na verdade, H.G. Wells apresentou as próprias teorias desde muito cedo, numa obra cujo título é o maçónico Ordo ab Chaos: A Destruição Libertadora.
Publicado em 1914, este livro conta a história duma guerra mundial, que resulta na criação dum Estado mundial composto por 10 blocos (“10 Distritos”, segundo a terminologia do autor). É neste livro que apareceu o termo “Nova Ordem Mundial”.

Mais tarde, H.G. Wells publicou outro livro com um título ainda mais explicito: A Nova Ordem Mundial, de 1940.

Todos os representantes originais da Fabian Society participaram e/ou trabalharam perto da equipe de Cecil Rhodes e Lord Milner. Um verdadeiro espírito de equipa para um objetivo comum, um Estado Mundial.

Estas elites anglo-saxã, lógica consequência da aristocracia comercial da Idade Média, continuaram a reunir as forças em outros clubes, como a Pilgrim Society (1902) de Londres e New York, ou a Mesa Redonda, de 1910.

Alguns dos membros da Fabian Society:
George Bernard Shaw, H. G. Wells, Annie Besant, Graham Wallas, Hubert Bland, Edith Nesbit, Sydney Olivier, Oliver Lodge, Leonard Woolf, Virginia Woolf, Ramsay MacDonald, Emmeline Pankhurst, Tony Blair, Peter Townsend, Gordon Brown.

Acaba aqui a segunda parte do artigo Nova Ordem Mundial? Parte II.
As outras partes:
Nova Ordem Mundial? Parte I
Nova Ordem Mundial? Parte III ainda não foi publicada, mas vai ser, fiquem descansados.

Ipse dixit.