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Nova Ordem Mundial? Parte I

Existe uma Nova Ordem Mundial?
Não sei, não posso saber tudo, e que raio.

Mas é verdade que ao olhar para a informação alternativa não é possível não encontrar notícias acerca de NWO (isso mesmo, a Nova Ordem Mundial), Grupo Bilderberg, Illuminati, Maçonaria…muitas coisas, demais.

Assim como demasiado é o número de teorias que circulam acerca do assunto: há quem veja no actual NWO os herdeiros dos Huguenotes franceses do século XVI, quem vai ainda mais atrás, até a época de Cristo, até os Sumeros e se houvesse mais informações também Noé estaria incluído na lista.

Tudo muito bonito, muito sugestivo, sem dúvida. Mas estamos, ainda uma vez, perante conjecturas, talvez fascinantes, mas sempre conjecturas e nada mais do que isso. Como este blog tenta sempre ficar na área das evidências, do historicamente provado, temos que abandonar estas hipóteses e olhar para algo de mais concreto.

Muitas peças, um único tabuleiro

Supor a existência dum grupo de homens que deseje governar o mundo não é uma ideia tão original: é por isso que sempre existiram os impérios, conjuntos de conquistas militares, domínios políticos, exploração económica e penetração cultural.

Mas ao falar de NWO entendemos algo de mais subtil: não a imposição, mas um governo mundial alcançado com a persuasão das massas e o recurso ao voto democrático (pelo menos, quando possível). Inútil esperar os soldados com as fardas pretas e as letras douradas NWO, pois não é assim que é suposto funcionar.

É uma ideia tão absurda? A resposta não está aqui mas no frigorífico do Leitor (tem uma lata de Coca-Cola?), na sua televisão (vai um filminho de Hollywood?), na urna de voto (há algum partido no governo que sugira a saída da Nato?).


Neste aspecto, o século americano pode ser interpretado como uma espécie de “ensaio geral” dum eventual NWO, ensaio bem sucedido, diga-se.

Mas os apoiantes da teoria do NWO vão além disso e imaginam algumas famílias (bem poucas) que com o poder e as riquezas conseguem condicionar as escolhas dos vários governos: tudo para que cedo ou tarde seja criado o tão desejado governo mundial.

Provavelmente o Leitor supõe que Informação Incorrecta apoie decididamente esta teoria, mas assim não é. Há dúvidas e não são nem poucas nem secundárias.

Como combinar, por exemplo, os Rothschild (os principais suspeitos), uma família de desgraçados até a segunda metade do século XVIII com as teorias que vêem o NWO como herança da Idade Média e com um pedegree bem diferente?

E porque não interpretar os mesmos Rothschild como uma família poderosa (provavelmente a mais poderosa) que tenta “simplesmente” desenvolver um sistema para ampliar e consolidar as próprias conquistas?
Se este fosse o plano dos Rothschild (e não seria uma surpresa), as estradas para serem percorridas não seriam muitas: e todas acabariam, quase com certeza, na tentativa de implementar uma governance mundial regida por um punhado de bancos.

Não é preciso chamar em causa os Huguenotes, o Sangue de Cristo, os Sumeros ou o Arcanjo Gabriel. Coisas que, além disso, retiram credibilidade à teoria aos olhos do leigo: problema bem conhecido no âmbito da informação alternativa…

Sim, tudo bem: os Rothschild podem ter procurado uma camada de verniz historicamente valiosa (embora duvidosa) para justificar a própria obra: não estava Hitler à procura do próprio nome nos antigos textos?

Mas tentamos ver as coisas sob uma nova luz: que tal introduzir propositadamente uma “áurea lendária” para retirar credibilidade à ideia?

Mas mais importante ainda: há uma tentativa para instaurar algo que podemos definir uma Nova Ordem Mundial, independentemente das conexões históricas (que, afinal, podem fazer a felicidade dos bibliotecários mas não mudam de muito a nossa situação)?

Em verdade não é preciso frequentar blogues de informação alternativa para responder: é suficiente ler o que os media costumam divulgar. Nos últimos tempos a ideia dum governo mundial esteve cada vez mais presente nas declarações dos políticos de primeiro plano.

Ignorando os vários Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e companhia, após:

  • a Comunidade Económica Eurasiática (CEEA, criada em Outubro de 2000);
  • a União das Nações Sul-americanas  (UNASUR, Maio de 2008);
  • o Sistema de Integração Centro-Americano (SICA, Dezembro de 1991);
  • a Organização pela Unidade Africana (OUA, 1963), da qual nasceram nos anos 1999-2002 a União Africana (UA) e o Novo Partnerado para o desenvolvimento da África (NEPAD);
  • o Conselho de Cooperação do Golfo (Golf Cooperation Council, GCC, 1981)
  • a Associação das Nações do Sul-este Asiático (ASEAN, Janeiro de 2010), formado com o apoio do Council on East Asian Community (CEAT), Network of East Asian Think Tank (NEAT) e East Asia Fórum (AEF);
  • a União da América do Norte (Março de 2005)

o que falta é mesmo um governo mundial. E falta pouco se temos de acreditar nas palavras do simpático Herman Van Rompuy, Presidente da União Europeia, segundo o qual:

O ano 2009 é também o primeiro ano do Governo Global com a instauração do G20 em plena crise financeira.

Para a felicidade de grandes e pequenos, vamos agora dar início a um artigo muito comprido que reúne as melhores informações acerca da criação desta Nova Ordem.

Lamento, nada de Templários: temos que começar em tempos muito mais recentes. Quando já os Rothschild existiam.
Olha o acaso.

Um pouco de História: o nascimento dum novo poder

Para entender melhor a terrível situação em que os defensores da causa nacional (as antípodas do NWO) se encontravam no início do século XXI, é necessário lembrar as suas principais características, o papel fundamental do poder financeiro e aristocrático no mundo anglo-saxão: este sempre foi um Estado dentro do Estado.

Podemos datar a sua tomada de poder após a introdução da Magna Carta, no longínquo 15 de Junho 1215.
Após a derrota do rei João de Inglaterra, no dia 27 de Julho de 1214 em Bouvines contra o rei Filipe Augusto, os barões Ingleses conseguiram os seus privilégios políticos e financeiros. A Coroa Britânica foi forçada a colaborar com uma classe que combinava a força, o poder financeiro e as ambições comerciais. 

A partir daquela altura, uma elite “gananciosa, vingativa e orgulhosa” tinha nascido, responsável pela existência de grupos de pressão (as lobbies) que, através de diferentes canais, como a finança, a espionagem ou os media, exercitavam pressão sobre o poder político. 

Este último dependia (e ainda depende) em grande parte do apoio e do dinheiro deste “novo” poder: ao qual tem que prestar atenção, do qual tem de seguir os conselhos e as orientações. Os Think Tanks (que podemos traduzir, de forma incompleta, com a expressão “Instituições de Pesquisa”), fundações e grupos de elite são a lógica continuação dum estado de espírito elitista e comercial. Estes pequenos grupos tornaram-se o ponto central duma activa minoria determinante no futuro anglo-saxónico e para o resto do mundo também.

Ao contrário de outras concepções políticas, que subordinam qualquer actividade à do Estado, essas organizações políticas e comerciais já não dependem duma autoridade nacional e começaram a exercer o próprio poder muito cedo. 
Desde a Idade Média, empresas como a London Staplers, a London Merces Company ou a British East India (BEIC no século XVII) representaram o ponto alto do imperialismo britânico. Assim, a aristocracia do comércio passou a tocha da conquista e do controle da riqueza duma geração para outra, cada vez mais. 

A derrota francesa na América do Norte, que levou ao tratado de 10 de Fevereiro de 1763, pode ser considerada como o nascimento e o crescimento da oligarquia britânica. De facto, a perda da Nova França em favor da Coroa britânica entregou a esta um inteiro continente, cheio de imensa riqueza e quase vazio de habitantes.
 A incapacidade da monarquia francesa em povoar vastas áreas e integrá-las na esfera da civilização greco-romana faz com que toda esta área passe sob o controle anglo-saxão.

 Ao contrário, a elite norte-americana, em colaboração com a homóloga britânica, está sempre pronta para impor o seu modelo no mundo. Após as guerras da Revolução e da derrota de Napoleão I em 1815, o poder Anglo-saxónico não tem rivais nos mares.

Potência demográfica, população de vastos territórios na América do Norte, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, controle de pontos estratégicos em todo o mundo (Gibraltar, Hong Kong …), conquista de terras em quase todos os continentes, tecnologia avançada e desempenho bancário permitem que estes comerciantes aristocratas de Londres e New York sonhem de dominar o mundo a partir da City e de Wall Street.

Um homem foi a imagem deste ideal: Cecil Rhodes.
Quem era este? É o que vamos ver.
Mas não agora, no próximo episódio.
Certeza?
Absoluta.
Ok… 

Ipse dixit.