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Climagate? Chegou a hora de Obama

Michael Mann, realizador

O Climagate acabou. Aliás, nunca tinha começado segundo as conclusões da NSF, a National Science Foundation, que acabou a própria investigação com a absolvição de Michael Mann e dos colaboradores dele.

Alt, stop, pára: quem é este Michael Mann?
Ok, um passo atrás.

Michael Mann é um físico e climatólogo que estudava as temperaturas no passado.
Analisava os troncos das árvores,  observava os anéis de crescimento, e depois sentenciava: ano quente, ano frio, ano assim assim…e os colaboradores apontavam as palavras do Mestre.

O resultado foi um gráfico, conhecido como “Hockey Stick”, utilizado também no filme An Unconvenient Truth (de 2006, 2 Óscar) onde Al Gore (Prémio Nobel) demonstra que o Homem está a aquecer o planeta além dos limites.

Em 2009, todavia, são publicadas algumas e-mails onde aparece claro que Mann tinha alterado conscientemente os dados para demonstrar a correlação entre evolução humana e aquecimento global.
Mentiu.


Hoje o relatório da NSF declara :

Por unanimidade, uma comissão de inquérito composta de académicos com credenciais impecáveis ​​determinou que o Dr. Michael E. Mann nunca cometeu ou participou directa ou indirectamente em ações que se desviem de forma séria das práticas seguidas pela comunidade académica para propor, conduzir ou referir pesquisas ou outras actividades de estudo […].

Sem qualquer evidência directa de má conduta profissional, conforme definido pelo Código de Boas Práticas de Investigação da NSF, fechamos esta investigação e excluímos novas acções relacionadas. 

Caso encerrado, tudo como antes: voltamos ao princípio já enunciado, segundo o qual o aquecimento global é de responsabilidade humana.

Não sou climatólogo, não sei que dizer acerca do aquecimento global (por acaso: em Portugal tivemos um dos Verões mais frios de que há memória). Mas que Mann tivesse alterado as e-mails, bom, isso já tinha sido amplamente demonstrado.
E o facto dum cientista ser absolvido por uma comunidade de cientistas provavelmente não será suficiente para convencer todos.

Ficamos na dúvida…

Obama a marioneta

Michael Mann, cientista

Quem não tem dúvidas é o bom Barack Obama.

Lembram do Presidente nascido (talvez) nos Hawai, de família muçulmana e origens irlandesas?

Os Estados Unidos são o lugar onde tudo é possível.
A mudança nos Estados Unidos chegou.

Pacifismo e direitos civis, um Presidente “do povo”, sem esquecer o já histórico “Yes, we can”.

Apesar dos festejos desta noite, sabemos que os desafios esperam amanhã. Sabemos que estamos no meio duma grande crise económica, que há soldados que continuam a morrer no Iraque, que há novas escolas para serem construidas.

Talvez não num só ano, mas vamos ganhar estes desafios, prometo.

Depois o bom Obama entrou na Casa Branca e começou a fazer o contrário de quanto prometido. A única promessa mantida foi MediCare, já sacrificada no altar da dívida.

É destes dias o pedido presidencial para atrasar a entrada em vigor (até 2013, no mínimo) dos Ozone National Ambient Air Quality Standards, os limites para conter a emissão de Ozono e de outros gases nocivos na atmosfera.
Limites já previstos pela lei Clean Air Act. Obama declarou que antes da introdução dos novos limites, deseja observar os resultados do trabalho actualizado da revisão científica de 2006, coisa que poderia levar a uma revisão dos limites.

Coisa que não convenceu as associações ambientalistas, que agora acusam o Presidente de ter-se dobrado, mais uma vez, perante os pedidos das Big Oil, a lobby dos petroleiros.

Philip Radford, de Greenpeace USA:

As corporações que poluem não têm de ficar preocupadas com a demolição do Clean Air Act, o Presidente Obama está já a fazer o trabalho delas. Enquanto os Americanos estão a preparar-se para um weekend de férias, o Presidente Obama anuncia que não tenciona fazer respeitar uma lei que teria impedido 12.000 mortos por ano.

Obama, o conspiracionista

Michael Mann, Condado de Waterloo

Será? Ou existe outra explicação?
Eu acho que há, de facto, uma outra maneira de encarar os factos.

Na verdade, o simpático Obama não acredita na inocência de Michael Mann. Aliás, ficou histérico após ter recebido a notícia da absolvição.

“Ahe? É assim agora? Eu não posso enviar tropas para a Líbia que todos começam a gritar, enquanto um gajo adultera e-mail e fica absolvido? É justiça esta?”, terá pensado McObama.

Então eis o plano maquiavélico: negar os limites do Ozono e dos outros gases nocivos é uma maneira para demonstrar que o cientista não apenas errou como também errou de propósito.

O plano é simples mas genial: sem novos limites, os gases continuarão a poluir e, segundo as teorias de Mann, isso deveria levar até uma cada vez maior temperatura do planeta.

Mas se as temperaturas não aumentassem? Obama demonstraria as mentiras do professor e o planeta estaria salvo.

Ok, nem todo o planeta, pois 12.000 teriam morrido entretanto.
Mas a enorme satisfação pede um pequeno sacrifício, não é?

Grande este Obama americo-muçulmano-irlandês…

Ipse dixit.

Fontes: ClimaProgress, Il Cambiamento, EPA