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Compostos perigosos para a saúde e o ambiente utilizados na produção de marcas desportivas em todo o mundo. Estes são os resultados dos testes encomendados por Greenpeace e do relatório publicado.

Os produtos analisados tinham sido comprados em 18 Países, entre os quais Argentina, Áustria, China, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Italia, Japão, Holanda, Noruega, Filipinas, Rússia, Espanha, Suécia, Suíça, Tailândia, Grã-Bretanha.
Entre os itens comprados estão t-shirts, casacos, calças, roupas íntimas e sapatos em lona para homens, mulheres e crianças.

Dos 78 artigos de vestuário e calçados desportivos comprados por Greenpeace em 18 Países diferentes ao redor do mundo, 52 produtos de 14 marcas (Abercrombie & Fitch, Adidas, Calvin Klein, Converse, G- Star RAW, H&M, Kappa, Lacoste, Li Ning, Nike, Puma, Ralph Lauren, Uniqlo e Youngor) têm dado êxito positivo no etoxilato de nonilfenol (NPE).

Este composto, também usado na indústria têxtil, uma vez liberado no meio ambiente é transformado em uma substância perigosa, o nonilfenol (NP). O nonilfenol é persistente, pois não se degrada facilmente, é bioacumulável (acumula-se na cadeia alimentar) e pode alterar o sistema hormonal do homem, mesmo em níveis muito baixos.

O nolifenol é considerado um interferente endócrino porque tem capacidade para replicar os efeitos dos estrogénios (um conjunto de hormonas básicas da mulher) e podem quebrar o equilíbrio natural das hormonas presentes no organismo atingido.


Vittoria Polidori, Greenpeace Italia:

Os resultados da nossa pesquisa são apenas a ponta do iceberg. Estamos a enfrentar um problema muito maior que abrange o uso de produtos químicos perigosos na indústria têxtil, o que leva à dispersão nas águas do mundo.

As principais marcas de roupa desportiva são responsáveis ​​por esses perigos e as pessoas têm o direito de saber quais substâncias estão presentes nas roupas que usam e quais os efeitos que causam, também uma vez liberados no meio ambiente.

Esta pesquisa segue uma publicação anterior do Greenpeace que denunciava o problema da poluição causada por descargas de substâncias tóxicas da indústria têxtil nos rios chineses e que revelou a relação comercial entre os proprietários de dois complexos industriais chineses e a maioria das marcas desportivas abrangidas agora por esta pesquisa.

Depois de iniciar esta nova campanha do Greenpeace, Nike e Puma concordaram em eliminar, até 2020, todos os resíduos perigosos provenientes das próprias cadeias de abastecimento e nos produtos de consumo.

Agora que Nike e Puma deram o primeiro passo e estão a usar o poder delas para reduzir o impacto ambiental dos seus artigos e da sua produção, Adidas e outros líderes da indústria não podem não assumir a responsabilidade.

As grandes corporações estão numa posição única para intervir em toda a cadeia e exigir aos fornecedores para entregar informações regulares sobre os produtos tóxicos, isso com o objetivo final da eliminação completa.

Fontes: Greenpeace, Puma