Site icon

Crise? Melhor uma guerra

Paul Krugman

Como sair da crise? Simples, basta seguir as indicações de Paul Krugman.
Que agora já não é um mero economista, mas muito mais.
Doutro lado é prémio Nobel.

Explica o bom Krugman:

Se descobrirmos que os alienígenas estão a planear um ataque e precisamos preparar-nos para combater a ameaça alienígena e de facto a inflação o passivo orçamental passassem para segundo plano, a crise terminaria em 18 meses. E ao descobri de ter cometido um erro, que não havia alienígenas, ainda melhor. […] Existe um episódio de Twilight Zone no qual os cientistas simulam uma ameaça alienígena para poder alcançar a paz no mundo. Bem, desta vez […] seria preciso para obter alguns estímulo fiscais. 

Sim, eu sei: é precisa paciência, e muita.


Em primeiro lugar é interessante realçar o estado miserável destes economistas que, para resolver a crise, são obrigados a esperar por uma invasão extraterrestre.
Qual o próximo passo? Uma procissão em Fátima? É este o nível?

Mas no delírio de Krugman podemos encontrar mais. Infelizmente.

A ideia que o simpático Paul quer transmitir é que perante um evento “forte” a economia americana poderia ressurgir. Agora, esqueçam as civilizações de outros planetas e pensamos na nossa Terra: que tipo de evento “forte” poderia provocar um tal abalo? (Ajudinha: quando é que os Estados Unidos acabaram definitivamente com a Grande Depressão?)

Exacto: uma guerra.

E esta não é apenas uma ideia do bom Krugman.
A Rand Corporation (uma instituição sem fins lucrativos que realiza pesquisas para contribuir com a tomada de decisões e a implementação de políticas no sector público e privado. É a organização donde saíram indivíduos como Donald Rumsfeld ou Condoleezza Rice) tem um projecto para pressionar o Pentágono, de forma que este consiga desencadear um conflito com as maiores potências estrangeiras (China, Irão ou Rússia) para estimulara economia americana.

Normal, pois todos sabemos que as guerras têm uma função regeneradora: a máquina bélica “arrasta” outros sectores productivos e, uma vez acabados os combates, a reconstrução faz o resto.

Além disso, o simpático Barack Obama parece destinado a uma dura derrota nas próximas eleições presidenciais: e uma guerra não daria jeito? Daria, daria…

Mark Penn, ex Democrata do staff de Bill Clinton:

Lembram de quando o Presidente Clinton recuperou após o atentado de Oklahoma City? […] Foi depois do discurso após ao atentado que Clinton ganhou a simpatia do público americano. Obama precisa dum momento significativo deste tipo.

Justo. Afinal falamos de matar algumas dezenas de milhares de pessoas (na melhor das hipóteses), o que vale a pena se o objectivo é a reeleição do prémio Nobel da Paz.

Robert Shapiro, ex conselheiro de Bill Clinton:

A coisa importante é que os Americanos não acreditam na leadership do Presidente Obama. Ele tem de encontrar uma maneira de ser um leader entre Novembro, uma maneira com a qual possa ganhar confiança e não penso possa fazer isso sem um acontecimento como o 11 de Setembro ou o atentado de Oklahoma City.

E faz todo o sentido. O que está em causa não é a capacidade do Presidente; nem o facto dos eleitores serem enganados com uma guerra criada ad hoc; e nem os eventuais mortos, destruição, sofrimento; o ponto central é se o simpático Obama pode ou não ganhar a confiança dos eleitores.

Uma guerra seria uma oportunidade maravilhosa, uma espécie de campanha eleitoral mas muito mais movimentada.

Agora, claro que deve ser uma guerra à sério, não um ignóbil conflito com Estados insignificantes: a Síria, por exemplo, não pode ser tomada em consideração. Os Americanos não conseguem sentir-se ameaçados pela Síria.

China? Complicado, são eles que têm na carteira a maior parte da dívida pública dos Estados Unidos.
Rússia? Também aqui um pouco complicado: os Russos têm vodka e misseis atómicos, um binómio perigoso.

Mas uma Guerra Santa para debelar a ameaça nuclear?  Se calhar contra um País que ainda não tem armas nucleares? Como o Irão? Isso seria perfeito. Também porque fariam felizes os nosso amigos israelitas.

Pensamos nisso, meus senhores, não apenas na óptica de Washington, mas também na nossa.
Dilma perde popularidade? E porque não atacar a Argentina? Eu sempre desconfiei do tango; e pensem nas vantagens, imaginem um Messi naturalizado brasileiro a jogar na Selecção…

Afinal, nem são precisos os extraterrestres de Krugman: o horror já está aqui.

Ipse dixit.

Fontes: Inforwars, Prison Planet, GlogalPublicSquare