Um pouco sério, um pouco não

Estava a pensar numa maneira para resolver os problemas portugueses (nada mais, nada menos: esta sim chama-se “humildade”), quando encontrei um bom texto que, com algumas modificações e acrescentos, aqui proponho.

Além disso, reparei que as medidas apresentadas poderiam ficar bem não apenas para os Países falidos da Zona Neuro, mas em outros Estados também.

São apenas algumas ideias: que acham?

Fora da Zona Neuro

Fora da Zona Euro: um suicídio? Nem por isso.

Abandonar a moeda única (e ainda bem que é única) significaria uma desvalorização de 40%. Não pouco. Mas isso implicaria um assinalável salto para a frente das empresas (as poucas que ainda existem neste País…), com produtos fortemente competitivos.


Os Títulos de Estado nas mãos dos estrangeiros seriam pagos em Escudos (imprimidos aqui): os Euros são praticamente Marcos alemães, porque raio temos de usar os Marcos? Portugal sempre utilizou Escudos e nunca tinha morrido ninguém por causa disso.

O problema da dívida é resolvido com o Banco de Portugal que imprime mais Escudos, 5% ao ano, não mais, e de forma lenta a dívida é paga.

Não concordam? Então temos de renegociar a dívida. Fala-se com os credores, um discurso claro (que já eles conhecem): “Meus amigos, o dinheiro acabou: querem receber duma forma mais lenta (com a revisão dos prazos) ou temos de entrar em incumprimento (e ninguém vê um tostão)?”

O espectro do incumprimento. Meu Deus, entramos em falência, este é o fim, não teremos credores, não teremos matéria prima, teremos que vender até as bandeiras.
Além do facto de Portugal já estar falido, tudo isso é treta, fruto do terrorismo psicológico que os media (ao serviço das grandes empresas e dos bancos) divulgam.

Por favor, peguem num livro de História.
A Inglaterra e a França declararam default (isso é, não pagaram as dívidas) no 1300, Espanha entrou em incumprimento no final de 1500, os Asburgos fizeram default em 1640, Lenine não pagou as dívidas na década dos anos 20. Desapareceram? Nem por isso.

Vice-versa, há Países que resistiram ao espectro e tentaram chupar o sangue dos contribuintes. Peçam à Argentina quais as consequências.

Porque, meus senhores, sejamos claros: quem emprestou dinheiro não fez isso “de borla”, não foi um favor, o que implicaria no mínimo um dever “moral”.

Começamos a ver as coisas numa perspectiva diferente daquela espalhada pelos media: quem emprestou dinheiro aproveitou duma situação de dificuldade para obter uma fonte de rendimento. Isso chama-se investimento. E qualquer investidor, seja público ou privado, sabe que o dinheiro pode render como pode desaparecer.
Este é o risco do investimento, que sempre existiu.

Além disso, estes investidores são os bancos. Não é a pobre reformada que guarda o dinheiro debaixo dum tijolo e que um dia decide adquirir a dívida portuguesa: são os bancos, sempre eles.

Portugal tem de esforçar-se para pagar a dívida, isso é claro. Mas sem esquecer que estamos a tratar com abutres.

Podemos reembolsar um abutre? Sim, claro, aliás, acho ser a solução melhor. Mas sem esquecer que este País tem enormes dificuldades, também devidas à atitude incorrecta das instituições financeiras.

Por isso, sim senhor, o dinheiro é devolvido, mas sem que isso signifique “estrangular” os cidadãos.

Com uma renegociação da dívida todos têm que ganhar: Portugal reembolsa com prazos mais cómodos, os credores obtêm o dinheiro de volta, e todos ficam felizes e contentes.

O eventual incumprimento pode causar um crack financeiro no exterior? Não, os valores em jogo não implicam consequências deste tamanho.

Com um eventual default Portugal não encontraria fornecedores? Por favor, não brincamos com estas coisas.
Inglaterra, França, Espanha, Asburgos e Russia não encontraram matérias primas após o incumprimento? Encontraram, claro que encontraram.

Até Portugal já entrou em bancarrota, em 1891. Os media não gostam de lembrar disso, mas aconteceu e o País ainda aqui está: ninguém morreu, ninguém sofreu.

Vice-versa, perguntem ao Argentinos a vida que tiveram que fazer para pagar géneros de primeira necessidades, como a simples comida.

Abram os olhos: o incumprimento, ou default, ou falência é apenas o lobo mau utilizado pelos media para manter o povo calminho e disposto a enfrentar sacrifícios.

As finanças do Estado

Claro está: após a saída do Euro os mercados vão vingar-se, com ou sem incumprimento.

O valor dos Títulos de Estado e do Escudo precipitaria (40% parece-me uma boa hipótese, com afirmado).

Solução? Vender património do Estado.

Mas como? Este blog sempre disse que vender património é mau!

Atenção: é mau, aliás, é péssimo vender património para pagar aos bancos. É uma medida difícil mas coerente para salvaguardar as finanças do Estado, para permitir ao País enfrentar uma altura difícil como pode ser a saída do Euro.

Paralelamente, uma taxa especial que atinja os patrimónios privados. Os mais elevados, óbvio, não o reformado com 500 Euros mensais.

Se alguém gostar de finanças pode fazer duas contas: desvalorização do Escudo (40%) e uma inflação mais elevada (inevitável: podemos dizer 10%?) podem ser “cobertos” com a venda de património do Estado, mas uma taxa especial sobre os patrimónios privados é necessária também. Por razões éticas, sociais e de caixa.

A propósito: o ouro de Portugal tem de ficar em Portugal, não nos cofres dos Estados Unidos. Repatriação imediata (muito, muito difícil: haverá ainda algo do ouro português).

Os bancos

Banco central que imprime Escudos? Não é suficiente: nacionalização dos bancos. Que entretanto faliram.

Divisão de cada banco em três bancos regionais (um para o Norte, um no Centro, um no Sul), com proibição de especular, utilizar produtos derivativos criados após 1990, nada de warrants e porcarias várias, nada de “fundos comuns”, nada de produtos com capital garantido.

Um dos bancos terá que funcionar sem a cobrança de juros.

GNR utilizada para reprimir as revoltas dos banqueiros e dos amigos, os mais perigosos presos e deportados nas Ilhas Berlengas, com obrigação de preservar o delicado eco-sistema.

Madeira deixaria de ser um paraíso fiscal.

Protecionismo

Taxas sobre qualquer produto chinês e muitos asiáticos.

Meus senhores, ser bons é justo, mas ser estúpidos não.

Porque a China pode exportar tudo para Portugal e Portugal não pode exportar nada para a China?
Resposta: porque o Yuan é moeda fraca.

E nós que temos a ver com isso?
Temos que arruinar as nossas empresas, aceitar o desemprego porque o Yuan é fraco?

Numa eventual saída do Euro, acham que alguém diria “Ohhh, coitadinhos dos Portugueses, têm um Escudo fraco, vamos importar tudo e mais alguma coisa”? Mesmo com uma moeda desvalorizada a concorrência seria feroz, perguntem aos Alemães que acham disso.

Reembolso do IVA para quem exporta.

Penalização para as empresas que, mesmo tendo sede em Portugal, produzam no estrangeiro.

Meio ambiente

Todos os novos carros, autocarros, camiões têm de ser alimentados com gás natural ou GPL. Isenção do IVA em caso de conversão de velhos modelos.

Todos os novos carros terão que ter velocidade limitada eletronicamente: 140 km/h (excepção: meios de socorro, polícia, GNR). Alguém consegue explicar qual o sentido de ter carros que voam a 250 km/h se o limite for 120 nas autoestradas?

Privilégios fiscais para todas as empresas cujos produtos são transportados maioritariamente por via férrea.

Agricultura e comércio

Protecionismo na área da agricultura. Gostam do sumo do coco verde da Tailândia? Peguem um avião. Isenção só para os produtos de Países de língua portuguesa.

Os produtos custariam mais? Treta: 20 % da produção hoje serve apenas para pagar a publicidade. Quem precisa da publicidade duma maçã?

Imposto sobre a água produzida a mais de 50 km do local de venda. Na prática, que cada concelho consuma a água das próprias fontes. E basta de TIR que transportam a água do Gerês até o Algarve, não sejamos ridículos, sempre água é.

Para a água produzida e vendida num raio de 50 km: isenção do IVA (e logo que a situação económica o permita, isenção do IVA para todos os produtos agrícolas).

Centros comerciais.
É permitido um único centro comercial num raio de 100 km quadrados. Os centros têm de ser construídos a uma distância mínima de 35 km do centro da cidade.

Casa: um mútuo não pode ser superior ao 50% do valor do imóvel. Pensem na descida do valor das casas que isso poderia significar. 

Política

Substituição do voto parlamentar com o voto directo do cidadão.

A tecnologia já existe: em vez de usar o telemóvel para responder às perguntas dos quiz televisivos tipo “Adivinhem qual a palavra de três letras que começa com O e acaba em Á”, começamos a desfruta-lo para algo de útil.

Cada cidadão terá um código pessoal (pode ser o número de contribuinte) com o qual poder votar via telemóvel, telefone, comando da televisão, internet.

E se uma pessoa não tiver telemóvel, telefone, televisão e internet? E onde raio vive este, numa caverna?

Na Suíça fazem três referendos a cada domingo, mas utilizam as novas tecnologias e ninguém fica chateado.

Nos casos mais complicados podem ser importados políticos escandinavos (islandeses, por exemplo) ou japoneses). Nenhum cidadão português pode assumir cargos políticos, apenas escandinavos ou japoneses, desde a freguesia até o Presidente da República.

Para que um cidadão português possa assumir cargos políticos, de qualquer natureza, terá que assinar uma declaração na qual aceita a responsabilidade penal dos próprios actos e empenha-se a pagar eventuais prejuízos caso seja demonstrado o dolo.

O quê? Ninguém estaria disposto a entrar em política? Por isso temos que importar escandinavos e japoneses.

Qualquer tipo de imunidade política é abolida (atenção, esta é uma questão extremamente delicada e deveria ser mais aprofundada).

Justiça

Reforma judiciária.
Quem emite o veredicto nos tribunais é um jurí: se um cidadão quebra as regras da comunidade, é a comunidade que decide.
Condicional ou pena suspensa: possível apenas perante a primeira infracção, depois nunca mais é utilizável. Em qualquer caso a condicional não pode ser ultrapassar o 50 % da pena.

Penas:

  • primeiro crime: condicional (50% da pena).
  • segundo crime: pena duplicada (furto: 6 meses? O fulano já tinha roubado antes? 12 meses).
  • terceiro crime: pena triplicada (assalto? 12 meses? Olha, o fulano já roubou duas vezes no passado: 36 meses).
  • Etc.

Todos os presos têm de ser empregados em trabalhos de utilidade pública.

Corrupção: além da pena prevista, perda dos todos os direitos civis por um período não inferior ao 10 anos.

Burocracia

Introdução da auto-certificação. Em Italia existe, já a utilizei e evita inúteis filas.
Não preciso de ir num escritório público que me diga num papel (pago) quando nasci, sei muito bem isso.

Atenção: caso a auto-certificação contenha informações falsas, o cidadão perde o direito de auto-certificar-se ao longo de 15 anos e qualquer acto público ou privado derivado da auto-certificação falsa perde de imediato valor.

Trabalho

Introdução dum tecto salarial máximo e único, por isso público e privado.
Esta é uma medida acerca da qual ainda tenho dúvidas, mas na situação actual acho ser quase um dever.

Em qualquer caso, segundo o meu ponto de vista, ninguém pode ganhar mais do que o Presidente da República.

Trabalho temporário: numa economia saudável, o trabalho temporário não é mau, pois quando acabar um emprego há sempre a possibilidade de encontrar logo outro.
Isso numa economia saudável.

Actualmente, os trabalhadores são mantidos numa situação de indefinição ao longo de meses ou até anos, pelo que é necessário interromper este habito.

Melhor solução é portanto pôr limites: um trabalhador temporário pode ser utilizado numa empresa ao longo de um mês e apenas uma vez a cada 12 meses. Se o trabalhador for empregue por mais de um mês, passa automaticamente a ser considerado efectivo.

Mesma coisa com os recibos verdes.

Interior

O interior de Portugal é uma lastima, não há nada. O que chamamos “Portugal” na realidade é apenas uma restrita faixa costeira.

Solução: redução de 50% do IVA ao longo de 10 anos para todas as unidades produtivas sediadas no interior do País, distância mínima do mar 100 km.
Além dos 100 km: isenção total ao longo de 10 anos.

Abolição das portagens em todas as estradas ou auto estradas do interior.

Medida adicional

Abolir a tourada. Porque Portugal pode ser um exemplo também.

E agora paro.

Como afirmado, são apenas algumas ideias, escritas até com um pouco de pressa, entre o sério e a provocação.
Que acham? Outras propostas?

Ipse dixit.

Fonte: Cobraf

20 Replies to “Um pouco sério, um pouco não”

  1. Estou de acordo com esta ideia "ideias",é pena não haver uma petição pública com este rumo politico!

  2. concordo com tudo! votaria neste rumo! e concordo com o anónimo – tentar levar estas ideias até ao parlamento. sobretudo, a saída do euro (e, já agora, da UE).

    só tenho dificuldades em conceber o voto electrónico. Na minha perspectiva levanta um grande problema que é o do anonimato e a ele associado o problema do controlo. Na venezuela sabem-no bem. a nós por cá ninguém nos garante que não entre um ditador camuflado no poder (aliás, se as coisas não começarem a mudar, apostaria que é futuro certo…) que começe a penalizar quem nao votar nele

    concordo com a medida sobre os veículos a gás e GPL, mas porque não também se aplicar aos hibridos e electricos? energias sustentáveis?

  3. Olá Pedro!

    Significado de utopia: "Fantasia; quimera; projeto irrealizável; o que está fora da realidade".

    Não concordo: qual ponto das minhas ideias (que, repito, são esboços) é um projecto irrealizável? E porquê? Além da resistência da actual elite, entendo, que é implícita.

    Abraço!!!

  4. Olá Boneca!

    Voto electrónico: "a nós por cá ninguém nos garante que não entre um ditador camuflado no poder (aliás, se as coisas não começarem a mudar, apostaria que é futuro certo…) que comece a penalizar quem não votar nele"

    Boneca, esta é a situação actual.

    Quem financia os partidos de governo? Quem os apoia com os media? Quais ligações há entre os governos e os grupos económicos? Quem controla isso?

    A única diferença é que no sistema actual podes ver as marionetas que emprestam a cara, mas continua a não poder ver quem realmente manda.

    Já temos um anonimado: não que faltem os nomes, pois sabemos quem são, mas temos um anonimado judicial. Certos aspectos, certos grupos, certas pessoas, nunca são investigadas.

    Fico mais preocupado com a atitude que leva a considerar isso como um hábito (a nossa atitude) de que com um possível tirano.

    Carros electrícos. É um problema.

    Na Europa agora a palavra de ordem é tornar a electricidade o combustível do futuro. Uma boa ideia, com um pequeno "mas": como é produzida a electricidade que gastamos nos carros?

    Portugal produz cerca de 30% da própria energia a partir das renováveis, o resto é principalmente com centrais de carvão, gás e petróleo.

    Imaginemos que com privilégios fiscais os carros electrícos passem a ser a maioria: onde buscar a energia?

    O fotovoltaico é muito caro e implica pesados investimentos.

    O eólico tem capacidade reduzida, enquanto a exploração das marés é ainda numa fase inicial.

    Sobram as centrais hidroelétricas, que todavia requerem fortes investimentos também, além de aspectos ambientais que não é possível ignorar.

    E há ainda outra questão: os acumuladores. Chumbo, lítio, ácidos e plásticos são todos elementos fortemente poluidores.

    Apesar disso, acho que tens toda a razão: a poupança não seria tão significativa em termos energéticos e ambientais.
    Mas qualquer poupança, por pequena que seja, é sempre bem vinda.

    Abraço!!!

  5. Na minha opinião, que é humilde pois te considero de certa forma um gênio, acredito que tuas idéias nunca irão florescer por que o poder enraizado não nos deixa livre para fazer tais escolhas, pior ainda pois deseja tornar teu país melhor e "sustentável", o que deixa tua idéia em rota de colisão com o pensamento de nosso atual modelo econômico.
    Não desmerecendo tuas idéias, acho elas formidáveis para a realidade de portugal, mas penso como são simples utopia.

  6. Desculpa, talvez esteja sendo rabujento querendo estragar a felicidade dos outros, mas acho que desisti de ser ingênuo ao ponto de achar que poderemos mudar algo sendo a minoria, por consequência o elo mais fraco.

  7. Uma questão pertinente que gostaria que me ajudasses a esclarecer. imagina que tenho um credito bancario de 85 mil euros que passaria para 17 mil contos em teoria… mas… o credito está indexado à Euribor… esse crédito passa a ter um valor variável segundo a cotação do cambio ou não? é que está explicito que o crédito é em euros… mas isso também está explicito no meu contrato de trabalho que tenho um ordenado base de 550 euros… como se resolve esse tipo de situações?

    Cumprimentos

  8. Desculpe caro Max, mas achar que o sistema financeiro mundial iria fazer vistas grossas à um país que resolvesse unilateralmente tomar tais atitudes, não me parece coerente com as atitudes desta gangue. Este país com certeza seria penalisado de forma a enquadrar qualquer outra tentativa semelhante. Na verdade tal engenharia só seria viável se todos os países na mesma situação a abraçassem. Talvez fosse melhor uma boa briga dentro do próprio Euro. A união dos que se sentem prejudicados, a combater o sistema em suas entranhas.
    Não conheço nada da tecnologia de voto eletrônico que você sugeriu, mas aqui no Brasil, com a utilização da urna eletrônica, há muita suspeita sobre o paradeiro dos votos das pessoas. Aqui os votos não têm rastro, portanto, por qualquer necessidade são impossíveis de recontar.
    Excetuando estes meus pitacos, duma forma geral estou contigo. Nossos países têm que voltar o foco para seu mercado interno. Têm que criar dispositivos que protejam as suas iundústrias que sofrem com a competição desleal de produtos cujos principais atrativos são seus custos lastreados por moedas de valores ilusórios.
    Boas férias e até Max.

  9. Olá Pedro!

    Mas quais desculpas, estamos aqui para trocar de ideias e se forem diferentes, melhor.

    Além disso, quando li o teu comentário dei uma boa gargalhada: obrigado Pedro, mas acho que os génios são um bocado diferentes 🙂

    No entanto, queria realçar um facto, usando as tuas palavra: "mas acho que desisti de ser ingênuo ao ponto de achar que poderemos mudar algo sendo a minoria".

    Não tenho a certeza de ser parte duma minoria. Vice-versa, tenho a certeza de que a elite que nós governa é uma minoria.

    A grande diferença está na capacidade de controle: poucos controlam tudo (ou quase).

    No meio fica a "grande massa", por assim dizer, milhões de pessoas felizes por receber um salário menor, impostos mais elevados, pelo facto de não ter qualquer peso político ou responsabilidade.

    Este é o problema.

    Solução? Talvez esperar, e não muito.

    A polícia actua em Madrid (Espanha), contra os cidadãos. A polícia actua em Tottenham (Reino Unido), contra os cidadãos. A polícia actua em Bari (Italia), contra os cidadãos.
    Isso só no dia de ontem.

    Como escrevi há alguns dias: há algo no ar, e não é só poluição.

    Grande abraço!!!

  10. Olá João Polonia!

    Por isso os bancos têm de ser nacionalizados e a produção do dinheiro tem de voltar à origem: não faria sentido voltar ao Escudo e depois deixar que fosse o Banco Central Europeu a estabelecer as taxas.

    Imaginemos, por exemplo, um mutuo agora em Euros, tornado em Escudos, perante uma desvalorização de 40% da moeda: seria um suicídio, quem conseguiria pagar?

    Os bancos teriam que aceitar uma renegociação dos termos, impossível no caso duma instituição ligada ao BCE e à finança internacional, muito mais simples se o banco for do Estado.

    Não podemos esquecer que a Euribor representa um pouco o "preço" do dinheiro. Qual o sentido de produzir o nosso dinheiro e depois deixar que o custo dele seja estabelecido no estrangeiro?

    Claro está: em caso de regresso aos Escudos, também os contratos de trabalho deveriam ser mudados: já não salários em Euros mas Escudos. Isso não é um problema, já foi feito na altura da passagem de Escudo para Euro e não houve problemas.

    Abraço!!!

  11. Olá Walner!

    "o sistema financeiro mundial iria fazer vistas grossas à um país que resolvesse unilateralmente tomar tais atitudes".

    Certeza?
    Eu estou convencido de que há Países que seriam bem felizes de ver um Portugal sair do Euro, por exemplo.

    Que tal uns Estados Unidos, empenhados numa guerra contra o Euro, na defesa dum Dólar cada vez mais fraco?

    Abraço!!!

  12. concordo contigo quando falas nesta democracia aparente e em todo um sistema de controlo das massas inexistente e impunidade de alguns. Na verdade, isso é algo em que estou constantemente a pensar.

    Quando falei em anonimato, referia-me ao de quem vota. Com o voto electrónico ficam a saber quem votou em que partido e mesmo que não haja uma manipulação directa dos dados, pode existir um reforço positivo ou negativo para quem votou ou nao no partido do governo/presidente.

    já não vivemos sem controlo, mas creio que o voto electrónico seria mais uma forma de nos controlarem se quisessem. e tens razão, não é preciso vir um "tirano".

    Por outro lado, agrada-me a ideia de poder votar "no" parlamento.

    agradeço a resposta e o esclarecimento sobre as energias 🙂

    abraço

  13. Ah, Walner!
    Esqueci-me do voto electrónico.

    Verdade, apresenta problemas. Sim conheço as dúvidas do voto no Brasil, e são fundamentadas: seria preciso encontrar um sistema que permita "controlar os controladores". E não é fácil.

    Voto com rasto do eleitor? Não é justo, quem vota com a velha caneta goza do anonimado.

    Voto sem rasto? Fácil a manipulação.

    Acho uma questão importante, um factor-chave, mudar a actual forma de representatividade: que representa até um certo ponto e permite tomar decisões que os cidadãos não escolheram.

    A democracia directa (com as muitas limitações que tem e que não são poucas) parece-me a solução melhor.

    Mas concordo, há ainda problemas…

    Abraçooooo!

  14. Max,
    Sobre uma possível saída de Portugal da cena Euro, e o descumprimento de suas "obrigações", apenas acho que os enviados de Belzebú, ficariam apreensivos com possíveis atitudes semelhantes de outros países que passam pelo mesmo. Exemplificar, é o que as classes dominantes mais gostam de fazer. Bloqueio ao estilo cubano, talvez seja uma possível atitude destes peçonhentos.
    Quanto ao rasto dos votos nas urnas eletrônicas, na verdade me referia apenas a uma forma de contabilizá-lo, não de identificar o voto de cada eleitor. Da forma que que as eleições são feitas aqui, não há como sabermos se o voto do eleitor está indo de fato pro candidato alvo. Abraço Max.

  15. olá Pedro: também acredito contigo que fazer todas as melhorias propostas pelo Max, assim de cara, seria, digamos, utópico. Mas, imagina se conseguíssemos divulgar muuuuuito essa idéia de democracia direta, onde as pessoas ao invés de votarem num representante, acreditando que isso vai acontecer, ouseja, ser representado, votassem nas propostas, representando-se a si próprias, através de referendos. Não achas que seríamos todos mais responsáveis pelas decisões, mais democráticos, afinal?. Imagina só uma medida como essa quanta corrupção poria abaixo!! Já que a imaginação deva ser livre, imagina se muuuuitas pessoas acabassem ficando convencidas que a classe política não é uma classe profissional, para tanto não precisa ganhar soldo…quanta gente que só visa a si mesmo cairia fora, heim?! Parece que na Islândia já estão fazendo muuuuitos referendos, e parece também que estão se safando dos problemas político econômicos bem melhor que outros.

  16. olá Max: obrigada.Considero respondida a solicitação que fiz para que desenvolvesses uma alternativa exequível para fazer funcionar a atualização das democracias ao nosso tempo e circunstâncias. Tu explicas: voto direto do cidadão, quero crer que uma democracia mais direta e menos representativa. Logo após, afirmas: responsabilidade penal para os políticos. Olha…eu acrescentaria que estar sendo detentor de um cargo político não pode ser profissão e sim um momento na vida do sujeito/a na qual ele/ela contribui com seu trabalho sem ser remunerado/a.
    Neste teu post tem proposições que considero fascinantes:
    Auto certificação, por exemplo: genial!!
    Teto salarial privado: fantástico!!
    Bancos sem função especulativa: magnífico, mas já aí confesso que acho que estamos delirando…Já dizia Giordano Bruno:"não se convence o poder de cometer suicídio". Me parece que a nacionalização dos bancos e das empresas vitais já seria um sonho dourado!!
    Enfim, algo que concordo em gênero número e grau, e que não me parece um sonho. Parafraseando aquele imbecil:"Yes, we can" Abolir as touradas!! E te digo mais, não somente as touradas:as rinhas, as brigas forçadas entre animais,os testes laboratoriais e confecção de roupas com a carnificina de animais, o comércio de bichos silvestres e órgãos humanos, o comércio de pessoas e quaisquer maus tratos com animais domésticos, crianças, idosos, deficientes, incapazes. E tudo isso entendido como crime hediondo.

  17. Boas Max, apesar de concordar com todas as tuas ideias, é sem dúvida uma Utopia como disse o Pedro.

    Não desclassificando ou subestimando os teus conhecimentos, tu não imaginas sequer o que estás a propor, pois, isso tal como a Maria disse, seria tentar convencer as Elites que suicidarem-se seria melhor para eles…e para todos nós.

    Talvez não saibas mas os Paises, não são Pátrias, são empresas, denominadas como Corporações, qualquer pais ocidental.
    Existem seres humanos e pessoas.
    Uma pessoa, no sentido legal,é um ser humano que ao nascer,é lhe atribuido um nº de identificação para que possa celebrar contractos com o Estado,pois ele para o Estado, é uma Matéria prima,onde os Bancos e seguradoras têm muito dinheiro investido.
    As "poucas "pessoas que realmente mandam no mundo, pois são uma meia duzia, têm descendencia já desde a Babilónia, perpetuando-se através dos multiplos sistemas que foram "aprimorando "para que não tenhamos outra solução senão estar refém deles mesmos.Perpetuam-se através dos seus Braços direitos,que são " Iniciados "em organizações secretas e outros estados dentro dos próprios estados por forma a garantir que o PODER não fica ele refém.
    Não têm qualquer problema em assassinar quem lhes faça frente, mesmo presidentes da America (JFK e muitos outros)pois a LEI não se aplica a eles.
    Através de sistemas de doutrinação,iludem a carneirada com Leis,e outros trocadilhos para os manter a olhar para os Pés ou a sonhar em Utopias como a tua…se calhar pensavas que te davam espaço para Levantar a forca,colocar a corda e fazer o nó?
    Só se tivessem a certeza que o pescoço seria o teu.
    A Igualdade, a Justiça, a Moral, a Via Pacifica do ponto de vista deles, são consideradas fraquezas, pois eles quando eles pretendem algo, não o conseguem na Justiça(a não ser viciada)nem com base na Moral…e muito menos pela via pacifica.
    Olha o Iraque,quiseram o petroleo de lá,achas que o tiveram em ultimo recurso pela via pacifica?
    Não existe nem nunca existirá,na Natureza não existe essa treta de igualdade,liberdade,fraternidade.
    esses Ideais " Maçónicos " foram criados mpara "levar "a Carneirada.
    Analisa lá a natureza e onde vês tu Igualdade?Fraternidade?Liberdade.
    Existe a Lei do mais forte,Eles sabem disso,por isso, utilizam os Media para Evocar o contrário daquilo que possa ser tomado pela Força.
    Se analisares a seguir as Revoltas da Grécia, a nossa C.S, o importante era nós não "cairmos na linha da grécia no que toca a violencia " se tinham ou não sido roubados pelas Elites, isso não interessava, vio,encia é que não.
    como achas tu que eles fizeram cair as monarquias?oi pela Justeza ou na Justiça…foi? Ou Assassinaram-nos, pois sabiam que só assim conseguiriam tomar o Poder.
    Esta Seita Saturniana, não conhece essas Morais que nós povo fomos educados… porque razão achas que eles são educados por Jesuitas que ao serviço do Vaticano andam a mamar no poder a 2 milénios?

    Só pela força nos conseguiremos impor e isso nos dias de hoje,é politicamente incorrecto falar, pois até já como nos expressamos, eles conseguiram manietar o povo.

    Mas respeito que penses assim, eu já abri foi os olhos.
    1 abraço Max

    P.S-Não entendas isto como uma afronta, só te estou a tentar dizer que vejo o Futuro muito complicado.

  18. Streetwarrior,

    Então você também conhece a teoria de Jordan Maxwell? Da lei Marítima?

    Com certeza é uma teoria interessante, mas não podemos crer que seja 100% verdade. Não estou falando que aquilo é especulação ou mentira, pelo contrário, faz muito sentido e no momento estou estudando esta teoria tão intrigante.

    Para quem não conhece a teoria de Maxwell:

    PARTE 01:

    PARTE 02:

    PARTE 03:

    PARTE 04:

    PARTE 05:

    Aconselho qualquer um a olhar e refletir sobre isso, por mais surpreendente que seja, não podemos fechar os olhos quanto a isso.

    Ao mesmo tempo, devemos ficar de olhos abertos quanto a Jordan Maxwell, e até que ponto esta pessoa é confiável, uma vez que ja foi acusado de ser um agente de desinformação por Willam Cooper.
    Mas isto também não podemos saber se é verídico.

  19. em relação aos salários é simples: todos recebem o mesmo, independentemente de qualquer factor.

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