Maria e os hebreus

Diz Maria:

No caso dos judeus que vivem em Israel, me parece que seria oportuna uma pesquisa sobre os métodos pedagógicos empregados naquele território, desde os kibuts. Penso que lançaria luz sobre o tamanho sucesso dos mesmos que faz com que sua história recente seja totalmente obnubilada.

Ao ponto de desconhecerem e/ou rejeitarem fatos claros como céu de brigadeiro, tais como: as vítimas judias do holocausto foram, em sua maioria, judeus POBRES. Os dotados de riqueza econômica e cultural foram todos poupados e inclusive culpados pelo sofrimento dos “descartáveis” antes pela ausência de qualquer tipo de auxílio, durante pela entrega deliberada dos “irmãos” as iniciativas nazistas e depois pela tomada de posse das propriedades dos já extintos.

Ora, se os judeos e os não judeos também, têm dificuldade de entender até isso, como vão entender que novamente são massa de manobra dos milionários entre os seus que dominam pelo poder econômico financeiro tanto a população judia como a não judia no ocidente?

Acordar a população judia pobre do mundo seria talvez um dos melhores trabalhos de insurreição contra a ordem vigente no ocidente que poderia ser feito. Alguem aí gostaria de comentar ou discordar acerca disso?

Maria!

efectuar uma pesquisa  acerca do que realmente se passa em israel não é simples: a elite hebraica exerce um atento controle sobre o mundo da informação internacional, podemos imaginar qual o grau de cuidado perante “coisas de casa”.

Quanto aos hebreus exterminados ao longo da Segunda Guerra Mundial, o discurso é ainda mais complicado.

A teoria é simples: os hebreus foram alvo de uma terrível injustiça, temos que chorar e dizer “coitadinhos, ficaram traumatizados”, e com isso desculpar o facto de terem implementado um regime nazista nos territórios palestinianos.

Qualquer mínima dúvida acerca desta teoria leva imediatamente ao máximo insulto: anti-semita.

E não adianta tentar explicar que aqui ninguém é contra o povo de israel, mas simplesmente contra os métodos criminosos utilizados pela elite; a rotulagem é imediata, em qualquer caso: anti-semita.

Este não é um pormenor.
De facto, o antisemitismo é uma acusação infame, que obriga todos a falar de israel com cuidado. Mesmo os que não simpatizam com Tel Avive, têm que avaliar com cuidado as palavras, pois pode haver sempre alguém que, perante uma vírgula mal posta, lance o alerta geral: anti-semita.

Pessoalmente estou nas tintas acerca das rotulagens: querem chamar-me anti-semita? Façam o favor, o prazer é vosso, minha é a indiferença. Eu continuarei a repetir: nada contra o povo, tudo contra o regime nazista israelita. Mas eu não sou um media mainstream e posso borrifar-me, enquanto um diário, por exemplo, vive das vendas: e quem compraria um diário anti-semita (e, de consequência, racista)?

Maria deseja conhecer algo acerca dos métodos pedagógicos empregados naquele território?
Antes de tratar dos problemas dos outros, que tal tratar dos nossos?
Qual foi o método pedagógico utilizado na nossa sociedade? Porque uma vez percebidas as mentiras empregues “deste lado” não será tão difícil imaginar quais as ensinadas “do outro lado”.

A ideia de voltar na terra que foi dos progenitores é bastante antiga. Imaginem um italiano que queria ocupar a França porque “assim fizeram os meus progenitores Romanos”. A ideia é a mesma.
Mas no século XIX um grupo de intelectuais judeus teorizou a necessidade do nascimento duma nação onde o povo judeu poderia finalmente encontrar maior paz e segurança.

O sionismo

Este é chamado de sionismo, o qual pode ser dividido em três categorias:

  • o “sionismo” organizado pelo Dr. Theodor Herzl, a fim de reconstruir o Estado judeu na Palestina, em Jerusalém.
  • o “sionismo territorialista”, organizado por Israel Zangwill, que tinha como objectivo estabelecer uma “terra dos judeus” em qualquer parte do mundo, preferindo, no entanto, a Palestina.
  • o “sionismo socialista”, organizado por Moses Hess, que quer preservar a identidade nacional judaica no mundo, mas lutando por um retorno à “Eretz Israel”.

Um dos mais fervorosos sionistas na altura foi Israel Zangwill (1864-1926), membro da prestigiada sociedade sionista “Antiga Ordem dos Macabeus”: afirmou que os judeus têm o direito inalienável de colonizar a Terra de Israel.

E os que aí já moravam, os Palestianianos? Enfim, azar.

O “sionismo” oficial nasceu em 1897, durante o primeiro “Congresso Sionista” em Basel, na Suíça.

Mas um ano antes, em 1896, tinha aparecido”Staat der Juden” (“O Estado dos judeus”), o manifesto escrito por Theodor Herzl em pessoa. Definido como “escrito em algumas semanas, numa espécie de mistura delirante de fervor místico e considerações práticas”, exibe um plano claro para uma organização judaica no mundo; plano que prevê a completa remoção de toda a população árabe que ocupa o futuro estado de israel

Como implementar este projecto?
Simplesmente através da expropriação das terras e das propriedades. Tão simples.

Também nasceu na capital francesa uma grande organização internacional para promover a educação e a cultura judaica: Alliance Israélite Universelle, Aliança Universal Israelita, fundada por 17 jovens no dia 17 de Maio, financiada por Sir Moses Montefiore Haïm (empreendedor, banqueiro e, obviamente, filantropo; casado com Nathan Mayer Rothschild) e Rothschild Senior, e que promoveu a primeira colónia em israel, na cidade de Jaffa.

Já em 1854 tinha surgido o primeiro hospital na Palestina, o Hospital Rothschild (mais tarde Hospital Ladach Misgav).

Todavia as coisas procediam de forma lenta, terrivelmente lenta e ainda no final de 1800, a Palestina estava nas mãos do Império Otomano-Turco.

As promessas inglesas

Em 1915 o governo britânico pediu a ajuda militar do xerife de Meca, Hussein (a este respeito existem cartas assinadas por Thomas Edward da Arábia, o famoso Lawrence da Arábia) para correr os turcos da região.

Só que os Árabes perguntam: e nós que ganhamos com isso?
E a resposta inglesa é clara: um Estado árabe independente.

Este é um ponto chave: a promessa do Governo de Sua Majestade para a criação dum Estado árabe independente na Palestina, em troca de ajuda.

Os Árabes, dada a promessa, participaram em massa e muitos perderam a vida em combate por esta razão: a libertação da Palestina e o surgimento dum novo Estado árabe. O Reino Unido, apesar da Guerra Mundial em curso, desvia um milhão de soldados para a Terra Santa. E a operação tem sucesso: a Terra Santa é livre.

No ano seguinte, Rússia, França e Inglaterra assinam o acordo de Sikes-Picot, com o qual o antigo Império Turco-Otomano é dividido. E a Palestina? A Palestina fica sob a administração dos três Países.

E o Estado árabe independente?
Qual Estado árabe independente? Quem falou num Estado árabe independente? 

E para que as coisas fiquem bem claras, no dia 02 de Novembro de 1917 chega a “Declaração Balfour”: uma carta que Arthur Balfour, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha, envia ao chefe da Federação Sionista, tal Lord…como se chama? Ah, pois: Rothschild. Carta com a qual Sua Majestade reconhece oficialmente aos sionistas o direito de formar um Estado independente na Palestina.

Por isso: promessa cumprida, vai haver um Estado independente na Palestina. Afinal, árabe ou sionista, é só uma questão de pormenores.

Naturalmente na carta abundavam as boas intenções: “nada deve ser feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina ….”, rezava o documento.
Mas, como vimos, o sionismo desde o princípio previa a expropriação das terras e dos patrimónios dos Árabes da região.

A imigração

Em 1919 os Ingleses tomam posse da Terra Santa e desde 1920, com o acordo de Sèvres, começa oficialmente a imigração judaica.

Em 1922 a Grã-Bretanha recebeu o mandato da Liga das Nações (a futura ONU, sempre ao serviço dos mais poderosos) para administrar a Palestina, pelo que nasceu a Jewish Agency (Agência Judaica) para promover a economia hebraica.
É nessa altura que o simpático, Theodor Herzl disse que queria “empurrar a população [os Palestinianos] na miséria além das fronteiras”.

Os anos 1936-1947 viram a criação das razões que levaram à Guerra Árabe-israelita de 1948: é avançada a proposta de formar dois Estados separados.

Os britânicos divulgam o Relatório Peel (1936), que prevê a separação entre judeus e Árabes de acordo com a divisão da população existente. A proposta não satisfaz as ambições territoriais dos sionistas e nem os árabes, que pedem que acabe a imigração e a contínua aquisição de terrenos por parte dos hebreus.

Nasce assim o White Book (1939) com o qual os Ingleses aceitam limitar a imigração judaica e prometem a transição para um futuro governo palestiniano.
Afinal, prometer não custa nada.

A versão Wikipedia

Agora paramos e vamos ver outra versão, a oferecida nas páginas de Wikipedia, que tudo sabe e tudo explica.

Em primeiro lugar: não há vestígios dos Rothschild, nem na versão portuguesa, nem na espanhola, nem na italiana, nem na francesa, nem na alemã. Aparecem apenas na versão inglesa, uma vez, e totalmente descontextualizados.

Mas vamos em frente.

A descrição do sionismo começa com o lembrar todas as perseguições sofridas pelos judaicos desde 1200 (!), pois não é possível falar do povo hebraico sem lembrar das terríveis perseguições que eles (e só eles) sofreram ao longo da história, e lembra que

os judeus já eram a maioria da população de Jerusalém no ano de 1844, convivendo com muçulmanos, cristãos, armênios, gregos e outras minorias, sob o domínio turco-otomano. A estes migrantes religiosos vieram se juntar os primeiros migrantes seculares a partir da segunda metade do século. Eram em geral judeus da Europa Central e adeptos de ideologias socialistas.

Socialistas? Ahhhhh, assim afinal é da Esquerda a responsabilidade…

O sionismo moderno aos poucos arrebatou e convenceu a maioria dos judeus de todo o mundo. Começaram as imigrações judaicas para a província palestina, onde estes pioneiros adquiriam terras dos árabes e estabeleciam colônias e fazendas coletivas.

Tudo com a máxima calma e tranquilidade.

Das promessas inglesas nem uma palavra.
Da guerra dos Árabes contra o Império turco nada de nada; ao ponto que Wikipedia nem explica como é que um dia Jerusalem está sob o controle dos Turcos e no dia a seguir já não está. Dá a entender que as forças do Império simplesmente cumprimentaram e abandonaram o local: “Bom, então nós vamos, portem-se bem.”

Continua Wikipedia:

Atendendo às solicitações do sionistas, os ingleses promulgaram em 1917 a Declaração Balfour, onde a Grã-Bretanha se comprometia a ajudar a construir um “lar judaico” na Palestina, com a garantia de que este não colocasse em causa os direitos políticos e religiosos das populações não-judaicas.

Com a reação violenta dos árabes a partir da década de 1920, os ingleses tentaram regredir na sua promessa, implementando políticas de restrição à imigração de judeus.

Assim, fica bastante claro: tudo procedia em paz e harmonia, até estava prevista a garantia para as populações não judaicas…mas os Árabes são sempre os mesmos: brutos, geneticamente maus, irracionais. E com reacções violentas.

Eis como em poucas linhas a História é violada e adaptada às exigências dos vencedores.

Terrorismo na Terra Santa 

Antes da vaga colonizadora, Árabes e judeus viviam juntos em paz, com altos e baixos, mas ainda paz.
Quando começou a imigração judaica, ou seja, quando os sionistas começaram a comprar terras e, especialmente, após a traição da Declaração de Balfour, começou a luta.
Na prática, desde 1920.

Mas é em 1940 que na cena aparece um novo protagonista: o terrorismo judaico.

Os sionistas organizaram-se em grupos de guerrilha, começaram os ataques terroristas contra os civis britânicos e contra os palestinos. Os grupos mais conhecidos eram o Irgun, o Haganah e o Stern.

Este último, chamado também de “Gang Stern”, nasceu em 1942 com o judeu polaco Abraham Stern e era uma banda que encarnou a variante do movimento sionista mais violenta e terrorista.
A maior acção foi o ataque contra a sede da administração britânica, no King David Hotel em Jerusalém, em Julho de 1946, onde foi feita explodir uma inteira ala do prédio, com cerca de 200 vítimas.

Entre os líderes do commando havia tal Menachem Begin, sucessivamente primeiro-ministro israelita e, claro está, Prémio Nobel da Paz.

Os ataques contra os Britânicos tinham duas motivações: em primeiro lugar visavam o abandono do território Palestiniano por parte dos Ingleses; mas também eram uma forma para lembrar os empenhos assumidos.

É interessante notar como além deste três grupos, houvesse outro, o Lehi, sempre fundado pelo polaco Abraham Stern, que sempre recusou qualquer diálogo com os Ingleses.
Para além disso, o Lehi realizou contactos secretos com a Alemanha nazi através dos quais oferecia-se na luta contra os Britânicos no Médio Oriente, em troca da “evacuação” (ou seja expulsão) dos judeus da Alemanha (!!!).

O nascimento de israel

O terrorismo vingou e em 1947 os Ingleses desistiram da administração dos territórios, delegando o dossier para a ONU. Esta avançou com a Resolução 181, com a qual 30% da população da Palestina (os hebreus) ficavam com 54% do território.

Perante tal justa distribuição, os Árabes, sempre violentos e irracionais, começaram a ficar um bocado enervados. Na Primavera de 1947 começaram os confrontos militares, com os grupos terroristas sionistas que conseguiram distinguir-se por uma longa série de crimes: basicamente homicídios, massacres e limpeza étnica, todos documentados.

É deste período o massacre de 200 Palestinianos em Deir Yassin, perpetrado sob a directa responsabilidade do Prémio Nobel da Paz Menachem Begin.

E finalmente, em 14 de Maio de 1948 nasce oficialmente o estado de israel com a “Declaração de Independência”, assinada pelo primeiro-ministro David Ben-Gurion.

Dois anos depois, em 1950, israel vota a Lei da Propriedades de Ausentes, uma lei vergonhosa que expropriou a terra de todos os refugiados que tinham fugido ao longo da guerra.
A ideia é simples: fugiram por causa da guerra? Então agora estão ausentes. E quem estiver ausente perde a propriedade. De quê? De tudo: casas, terras, empresas. Por uma fortuita coincidência, todos os “ausentes” eram árabes que ficaram assim sem nada.

O resto é história contemporânea. 

… Oiçam governantes da casa de Israel, que constroem Sião com o sangue e Jerusalém com a iniquidade! Por vossa causa, Sião será lavrada como um campo e Jerusalém se tornará um montão de ruínas ….
(Miquéias, um nativo da Judéia, contemporâneo de Isaías, VIII aC).

A censura

Quantas destas noções são transmitidas na sociedade ocidental?

A palavra “hebreu” é hoje associada ao conceito de “Holocausto”, pois este foi o objectivo perseguido ao longo das décadas do pós-guerra. Mas acerca da formação do sionismo ou do mesmo estado de israel existe apenas o silêncio.

E quem tente obter informações nos canais privilegiados na internet (o caso de Wikipedia), depara-se com uma realidade censurada.

A organização terrorista Lehi, por exemplo, na Wikipedia portuguesa aparece como “um grupo armado sionista que operava clandestinamente no Mandato Britânico da Palestina entre 1940 e 1948. Seu principal objetivo era expulsar os britânicos da Palestina para permitir a livre imigração de judeus para a região e criar um Estado judaico.”

Reparamos: o objectivo era de “permitir a livre imigração de judeus”, nenhuma alusão à colaboração com os Nazistas para que os judeus fossem expulsos da Alemanha e dos territórios ocupados pelas forças de Hitler.

Esta é a pedagogia à qual os cidadãos ocidentais são submetidos.

Quanto à educação hebraica, aqui vai o testemunho de Rivka Barissever, hebrea que fez da educação israelita o objectivo da própria tese universitária.

Um pai judeu é obrigado pela lei rabínica a preparar o seu filho para conduzir uma vida moral que siga o caminho traçado pelo Antigo Testamento. […]

Estudo da Bíblia é tão importante que o seu valor é igual ao de todos os outros mitzvot (mandamentos) juntos.

[…]

O pai é obrigado a ensinar a Bíblia ao seu filho, como está escrito nela “e ensinarei aos teus filhos em casa, andando pela rua, para a cama e ao levantar-se”.

Na prática, estamos perante uma lavagem cerebral que começa desde a tenra idade e que acompanha a criança ao longo de todo o processo formativo. 

[…]

O estudo da Bíblia é superior até mesmo à oração, porque, de acordo com a concepção judaica, pode permitir um “diálogo” com o Senhor, enquanto a oração é metaforicamente descrita como um “monólogo”.

A Torá, o livro do amor…

E a propósito dos mitzvot, que são 613 e constam da Torá, eis alguns deles:

Amar outros judeus
Não odiar um judeu

Aprender a Torá
Honrar aqueles que ensinam e conhecem a Torá
Incendiar uma cidade que passou a praticar idolatria
Não reconstruí-la como cidade
Não tirar proveito dela
Não deixar de odiar o idólatra
Não salvar o idólatra
Não dizer nada em sua defesa
Não evitar que ele seja incriminado
Aceitar opiniões contrárias daqueles que ensinam a Torah
Mostrar misericórdia aos idólatras
Suportar os idólatras habitando em nossa terra
Casar-se com os heréticos

Raptar um israelita
Roubar dinheiro
Negligenciar salvar um israelita em perigo de vida
Permitir obstáculos em seu domínio público ou provado
Diferir de autoridades tradicionais

Estamos bem longe dos ideais do Novo Testamento: aqui o centro do mundo é o judeu, enquanto os outros são simplesmente “os outros”, que nem merecem ser defendidos e nem merecem misericórdia.

Não é “Ama o próximo”, é “Ama outros judeus”.
Não é “Não odiar”, é “Não odiar um judeu”.
Não é “Não raptar”, é “Não raptar um judeu”. 

Agora, cara Maria, tentamos imaginar uma sociedade criada neste clima de ódio (a Torá), de vitimização (o Holocausto, “ninguém sofreu como nós”) e de guerra perene contra os “outros” (os Árabes são maus e querem matar-nos, os Europeus são todos anti-semitas…): não é difícil perceber como uma elite com traços nazistas possa hoje governar o estado de israel.

Libertar-se? Muito complicado: estas crenças têm raízes profundas, milenárias. E todo o estado hebraico parece construído para suportar um indefinido período de guerra, contra todos e contra tudo.

Não ponho em causa que haja israelitas desejosos duma vida serena, em paz: mas como lutar contra as bases da existência deles e de todo o estado no qual vivem?
Como perceber que a religião deles, que marca a vida desde a idade mais tenra, é utilizada para justificar guerra e ódio?
Como perceber que podem existir outros pontos de vista? E pontos de vista de quem? Lembra de que “os outros”, na visão deles, estão todos cheios de ódio, ou antisemitas, ou idolatras.

Isso, obviamente, sem considerar a cortina de feroz censura actuada, da qual qualquer Leitor pode ter uma ideia.

Wikipedia hebraica: além da fantasia

Abram Wikipedia, escolham a versão hebraica (no fundo da página), escrevam israel e depois copiem o endereço da página aberta no Google Translate. sigam os links até chegar à página do estado de israel.
Agora é só ler para perceber de que estamos a falar.

Eis a tradução da página História de israel; obviamente tentei “limar” os erros apenas ortográficos presentes na tradução automática:

Após a I Guerra Mundial parecia propícias as condições para o estabelecimento de tal estado: o Reino Unido conquistou a Terra de Israel ao Império Otomano e aos judeus foi prometido um lar nacional com a Declaração Balfour […]

Assim, na versão hebraica os Ingleses nunca prometeram uma Palestina independente aos Árabes; e estes nem pensaram em participar na guerra contra os Otomanos, pois são demasiado preguiçosos. Uma vez derrotados os Turcos, os Inglese prometeram um lar aos hebreus, com boa paz do malvados Árabes.

Por volta de 1920 o Reino Unido recebeu um mandato sobre Eretz Israel com o compromisso de estabelecer um lar nacional judeu em Israel. Iniciou-se assim com a nomeação de Herbert Samuel, o primeiro comissário, o estabelecimento da Universidade Hebraica em Jerusalém e uma série de empreendimentos, de forma que tudo parecia promissor. 

Mas os habitantes árabes não gostaram da imigração judaica em Israel e do crescimento da comunidade judaica, começaram a opor-se às políticas e aos programas, usando a violência e o terror.

Na prática, a versão hebraica descreve um País governado pela justiça e pela harmonia, no qual, de repente estes doidos dos Árabes começam a estragar tudo. Porquê? Mistério, provavelmente mesmo por serem doidos e maus.

Havia gangues de assassinos, actos de terrorismo e assassinato de residentes judeus. […] A violência dos Árabes rendeu, gradualmente, o Reino Unido que retirou a idéia dum Estado judeu para refletir acerca duma solução de dois Estados, um hebráico e outro árabe com minoria judaica.

Esta é a provavelmente a passagem melhor. Havia terrorismo, claro, mas era apenas árabe. Ao ponto que os Ingleses, coitados, foram obrigados a considerar a hipótese de dois estados. 

Enquanto isso, os judeus americanos e o europeu floresciam na Ciência, na cultura e na economia. Os principais físicos da Europa naquela época eram judeus, chefiados pelo eminente cientista Albert Einstein. 

Na União Soviética muitos judeus estavam envolvidos na revolução comunista e estavam entre os líderes partidários.

Desculpem, mas a Coreia do Norte tem ainda muito que aprender. Pois enquanto um bando de sacanas árabes impedia aos sofredores hebreus a construção dum legítimo lar, o resto do mundo rendia-se perante os cérebros judaicos e cantava a gloria deles.

Os terroristas da Irgun são descritos como uma

organização clandestina judaica militar fundada em Jerusalém em 1931. A organização foi fundada por oficiais reformados como protecção em resposta às diárias agressões árabes.

Enfim, eram um bocado malandros mas só porque os outros eram bem piores.

Da mesma forma, eis uma simpática descrição da Palestina:

Se a Palestina fosse um Estado independente, então poderia ser definido como um País do Terceiro Mundo do ponto de vista económico e como índice de qualidade de vida. O PIB per capita dos residentes é muito baixo e estimado, o salário médio em 2006 foi estimado entre 1570-1800 Dólares por mês.

A maioria das pessoas são agricultores ou trabalhadores em geral, sem ensino superior. Serviços para a saúde, educação e bem-estar é possível graças às contribuições dos Estados Árabes, Estados Unidos e Europa. 

Ignorantes, incapazes e parasitas, esta a melhor descrição que os hebreus  podem conseguir com Wikipedia.

Não acaso citei a Coreia do Norte, pois o estilo é o mesmo: pega-se na História, cortam-se as partes mais indesejadas, “ajustam-se” as que poderiam ficar mal, e pronto, eis uma nova História Oficial adapta a qualquer cidadão curioso.

Naturalmente no caso de israel não é preciso recorrer aos métodos até um bocado “rústicos” de Kim II Sung, pois Tel Avive tem de transmitir a ideia dum estado moderno, democrático e “aberto”.
Mas além da fachada, o estilo é o mesmo.

Existe a possibilidade de “ajudar ” israel?
Acho que não, por causa de quanto afirmado antes e pelo simples factos de que nem nós fomos até agora capazes de tratar os nosso males.

Que, em parte, são os mesmos.

Ipse dixit.

Fontes: Jafi, Us-Israel, Wikipedia, Morasha, Menorah, israele, Alliance Israelite Universelle em aiu.org   ,The Department for Jewish Zionist Education em jajz-ed.org, Jerusalem Archives.org, Lubavitch, The Nord American Review, vol.169, pág 513, Agosto 1899. University of Northern Iowa, Norman Bentwich, For Sion sake, Philadelphia, Jewish Publication Society of America, 1954, p. 352, Breve storia degli ebrei e dell’antisemitismo di Eugenio Saracini, ed. Mondadori 1977

4 Replies to “Maria e os hebreus”

  1. Excelente post Max!!!!

    Até agora a melhor descrição da história de Israel que li. Muito obrigado!

    Abraço

  2. Olá Max: obrigada, muito obrigada!
    Por disponibilizar êste tipo de informação: simples, direta, contundente, absolutamente clara aos teus leitores e a tantos outros a partir deles.
    Muito obrigada por me apontar as lacunas (muitas) e os pontos obtusos do meu raciocínio sobre um assunto que tenho muito interesse, que acho importantíssimo, mas para o qual só conseguia lançar suspeitas sobre a história oficial. Recolocando as questões, como fizestes, redefinindo uma linha de raciocínio em muito coincidente com as minhas suspeitas, e me jogando no colo as fontes, eu vou em frente.Acredito que outros interessados também perceberão portas abertas para a investigação.

  3. ESSE TIPO DE INFORMAÇÃO DEVERIA SER MAIS DIVULGADA…..
    POIS MUITAS PESSOAS PENSAM AO CONTRARIO…

    MUITO BOM O POST.

  4. Depois de largar teus gatos no parque, tuas férias começaram com esta explêndida aula. Infelizmente vivo esta guerra dentro de minha própria família. Pequena guerra. Meu irmão se diz neo-judeu. O que já tive de pega pra capar com ele… Ótima aula Max!

Obrigado por participar na discussão!

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