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Quando Jesus fala…

Um leitor Anónimo enviou um  texto com o pedido de publicação.

E eu publico porque, embora o texto em questão seja bastante comprido (e “comprido” é uma metáfora), não faltam pontos de interesse.

Em primeiro lugar temos a simbologia.
Quem trata de questões ocultas sabe quanta importância tenham os símbolos.
E, em caso de dúvida, é só pegar numa nota de um Dólar e observar o conjunto de desenhos e palavras para perceber.

Depois temos um fenómeno literário, Alexandra Solnado, que farta-se de vender livros em nome de Jesus. Solnado faz parte dum fenómeno new age, uma “revisitação” da religião.
O que não tem nada de mal, em princípio.

Mas que esconde um perigo: e se estes fenómenos não fossem o que parecem ser? Se alguém estivesse a utilizar estas “crenças” para outros fins? Como podemos ter a certeza de que não haja este género de risco?
Isso sem contar outros aspectos, que têm a ver com o dinheiro e a essência da religião.

Eu desconhecia por completo a existência de Alexandra Solnado: mas desconfio dum Deus que prepara cursos karma na internet e que tenta ganhar com isso.
Talvez seja lógica evolução, talvez eu esteja simplesmente a ficar velho, não sei.


Prontos? Certeza?
Ok, vamos.

Olá a todos quantos lerem este texto.

Tenho a fazer um aviso importante a fazer. 

Por razões pessoais que, julgo eu, compreenderão, não divulgarei qualquer informação
acerca de mim…divulgarei apenas o que tenho a dizer. Farei algumas observações sobre o que
me leva a agir dessa maneira no final no texto…por agora, peço-lhe só que o leia até ao fim, e
que tire as suas conclusões. Quaisquer que elas sejam.
Nos últimos anos, assistiu-se a uma crescer da chamada “cultura da conspiração”…as
informações  acerca de sociedades secretas, de conluios entre elites políticas e financeiras,  de
esquemas e planos para a criação de uma nova ordem mundial, varrem hoje a internet de ponta a ponta, e muito daquilo para que temos sido alertados há anos é hoje exposto por mais e mais
pessoas, começando hoje – finalmente! – a deixar de parecer loucura. 

Cada um dos indivíduos (muitos deles anónimos) que ajudam a expor os factos que nos
são  “convenientemente”  escondidos pelos meios de comunicação convencionais  –  a maioria
destes, controlados por cúmplices da conspiração acima referida  –  ajuda a expandir a análise
dessa mesma conspiração, ao trazer novos  pontos de vista  e de análise, novos elementos e
factos, novos detalhes até então nunca descobertos,  e  que resultam em novas
conclusões…conclusões que constituem muitas vezes, só por si, novos elementos que ajudarão
a chegar a outras e outras conclusões.

É pois, um processo ininterrupto…e muitas vezes, muito do que é exposto  provém de
elementos erradamente apresentados, muitas vezes de forma propositada,  de modo a gerar a
chamada  desinformação,  uma forma deturpada  e enganadora  de informação,  cujo intuito é
beneficiar  sub-repticiamente a imagem e o poder de quem – ou do que –  se denuncia, muitas
vezes através do  engodo. Para analisar  este tipo de  dados  torna-se assim necessária  uma
depuração constante sobre a sua proveniência, e uma grande dose de discernimento.

O surgimento da “cultura da conspiração” contribuiu para o surgimento ou crescimento
de outras “culturas”…por exemplo, a cultura “anti-sistema”, que questiona tudo quanto constitui
os actuais sistemas políticos e sociais, defendendo mudanças radicais e alternativas nas
estruturas de poder e de organização social, ou a cultura “new age”, que promove novos
conhecimentos espirituais como fonte de sabedoria e conhecimento para as escolhas do futuro.

Estas são hoje como duas faces da mesma moeda, uma levando à outra, e ambas, por si só ou
em conjunto, vistas como a “solução” para os problemas de hoje.

Mas é aqui que tudo se complexifica: é que muito do que é divulgado e promovido por
estas duas culturas, “anti-sistema”  e “new age” é também desinformação…é uma forma das
elites secretas consolidarem ainda mais o seu poder através da manipulação do pensamento das
massas, através do que lhes impingem. Então, como distinguir ao certo o que são informações e
novas ideias para o futuro, do que é deturpação, engodo e desinformação sob disfarce?

Uma das personalidades mais marcantes do universo anti-conspiração, David Icke
(cujos pontos de vista, a meu ver,  também  não deixam de ser, em determinados pontos,
influenciados por informação pouco refinada), revela algo bastante eficaz: a simbologia
denuncia tudo. As sociedades secretas têm os seus símbolos próprios, pelos quais demonstram
um elevado grau de obsessão no seu uso. Faz, aliás, parte das crenças dessas sociedades que “os símbolos governam o mundo, não regras ou leis”. Assim, tudo e todos quantos estão associados a sociedades secretas incluem uma simbologia própria  –  ícones, gestos,  palavras,  expressões, posturas,  certo tipo de imagens ou padrões, enfim, todo o tipo de códigos. Se alguém  que conheça essa simbologia se aperceber da sua presença em algum lado, ou do seu uso por parte de  alguém, pode  justificadamente  supor  que esse algo ou alguém  estará associado a um objectivo oculto de uma sociedade secreta. Na maior parte das vezes, não se enganará.

Quem desconhece esses símbolos, frequentemente nem reparará neles, ou, se reparar,
nem pensará no seu real significado. Há dois motivos para isto: o primeiro é que muitos desses
símbolos tornaram-se bem presentes  no nosso dia-a-dia, e por isso já ninguém os estranha,
passando até despercebidos; o segundo é que faz parte dos objectivos das sociedades secretas
manter as massas distraídas e na ignorância, para que não se apercebam do que está subtilmente
a acontecer.

Recentemente,  analisei  algo que, a meu ver, deve ser discutido. Trata-se de um
fenómeno “new age” que, aparentemente, parece querer promover o bem, mas cuja simbologia
faz emergir um padrão suspeito, e que, quando analisado ao pormenor, revela, a meu ver, algo
terrível.  ATÉ POSSO ESTAR ERRADO NAS ILAÇÕES QUE TIREI, TENDO SIDO
LEVADO POR UMA LINHA DE RACIOCÍNIO ERRÓNEA, mas, não podendo deixar de considerar a possibilidade do que concluí,  ESCREVO  POR ISSO ESTE TEXTO: PARA ALERTAR MAIS ALGUÉM QUE POSSA CONTINUAR A INVESTIGAR O ASSUNTO, e assim, poder confirmar ou desmentir o que passo a descrever.

O fenómeno em causa é o fenómeno Alexandra Solnado. A sua história faz hoje parte
do  que é considerado cultura geral…para a descrever de forma abreviada,  ela afirma receber
mensagens ditadas por Jesus Cristo, as quais, após transcritas  ipsis verbis,  são publicadas  em
livros que vendem milhões.

Isto, simbologias à parte, obriga-nos logo, em primeiro lugar, a perguntar se tal coisa é
possível…e a resposta remete-nos para três possibilidades.

A primeira: Não, e todo o fenómeno é uma aldrabice.
A segunda: Sim, e o que está escrito na saga ESTE JESUS CRISTO QUE VOS FALA
(EJCQVF) é verdade.
A terceira: Sim, e a própria Alexandra pode, também ela, estar a ser enganada.

Passo a explicar esta última.

Muitas das pessoas que afirmam entrar, astralmente,  em contacto com entidades
sobrenaturais, afirmam também algo de perturbador: que essas entidades podem não ser quem
dizem…a  entidade em questão pode mentir, e pode, digamos,  disfarçar  a maneira como se
“apresenta”, de modo a conseguir convencer eficazmente que é outra entidade  com outras
intenções. Quem entra em contacto com entidades dessas pode, pois, ser alvo de uma manobra
de decepção por parte de uma delas.

Essas entidades, por existirem fora do campo “físico”, têm a liberdade de se moverem
para onde  querem  e de observar o que querem. Sabem pois, como agimos, como pensamos,
como falamos, como nos comportamos, enfim…como funcionamos. Sabem mais sobre nós do
que nós sobre elas, pelo que sabem o que é preciso fazer para nos manipular, caso exista essa
intenção. Dado que não  sabemos “quem é quem”, existe sempre o risco de entrarmos em
contacto com entidades perigosas que se camuflam para manter os incautos com as defesas em
baixo e se aproveitarem deles.

Lembro-me até  de um caso curioso em que dos  próprios escritórios de Alexandra
Solnado advertiram para essa situação:  foi daquela vez em que  o  famoso  humorista céptico
Ricardo Araújo Pereira ligou para os referidos escritórios e, na brincadeira (mas sem que a
recepcionista o soubesse), referiu que Jesus lhe tinha aparecido em sonho e lhe tinha dito que o
que Alexandra dizia era tudo mentira…ao que a recepcionista respondeu, seriamente, que  a
entidade que apareceu a Ricardo podia, ou não, ser Jesus.

A própria Alexandra transcreve nos seus livros que chegou a duvidar. Aliás, a própria
Alexandra Solnado narra, quase no fim do primeiro livro EJCQVF, um  encontro com um ser
enganador: diz que viu uma imagem de Nossa Senhora a qual, ao fim de uns segundos, se
desfez, revelando por detrás uma entidade assustadora. Diz ainda que a entidade que se lhe
apresentou como Jesus Cristo (e com a qual tem  comunicado  desde então), a tirou então  da
proximidade da outra entidade, colocando-a em segurança.

Faço uma pergunta legítima: Então e se a entidade que a salvou  também  não fosse
realmente Jesus Cristo? Se não fosse realmente Jesus Cristo, que melhor maneira de convencer
definitivamente alguém de que era realmente Jesus Cristo, senão a partir da Sua característica
benignidade, ao salvar alguém de uma entidade maligna? A  pessoa salva pensaria
automaticamente: “se uma entidade é maligna e a outra me salva, então a que me salva só pode
ser boa”. E talvez fosse exactamente isso que a entidade que salvou quisesse que se pensasse
acerca dela, para convencer que era realmente Jesus Cristo – podendo não o ser.

Alexandra apresenta o testemunho de vários pais-de-santo que também confirmaram a
presença sobrenatural como sendo de Jesus. Mas esses pais-de-santo também podiam ter
“percebido” o que essa entidade queria que eles “percebessem”…

Porque penso que talvez não seja Jesus Cristo? Porque quem entra em contacto com as
mensagens contidas na série EJCQVF depara-se com grandes apelos à evolução e ascensão das consciências humanas, mas a simbologia incluída nos livros e nas mensagens conta uma história diferente…

Um dos pontos mencionados na série EJCQVF é que estamos cheios de crenças antigas
que foram sendo deturpadas ao longo dos séculos, e que os conhecimentos até então restritos às sociedades secretas seriam essenciais para compreender a verdade. A simbologia recorrente ao longo da série EJCQVF é, não surpreendentemente, simbologia utilizada no seio de sociedades secretas.

Comecemos logo pelas cores.  Mais concretamente, os contrastes. No seio das
sociedades secretas, os contrastes representam dualidades em paralelo, opostos em consonância, ou (mesmo que em dissonância) em co-existência, dois “algos” cujas energias são utilizadas de forma simultânea para um propósito comum, para criar determinado efeito.

Existem 3 contrastes aos quais as sociedades secretas atribuem bastante significado: o
contraste  azul/vermelho  (que  representa, entre outras, as dualidades  masculino/feminino,
intelecto/acção, e lógica/instinto – esta última, o instinto, ligada ao impulso, à atractividade e à
sexualidade), o contraste vermelho/preto (que simboliza o instinto em paralelo com o mal, ou
simplesmente com o misterioso, o oculto), e  o contraste  preto/branco  (que simboliza a
dualidade entre a pureza e a ausência da mesma, entre o bem e o mal).

Nas  primeiras edições  do primeiro livro (ainda na editora Angelorum, e não na
Pergaminho), este  possui  uma capa azul, e na contracapa, observa-se uma foto de Alexandra
Solnado envergando uma blusa vermelha.  Isto tem uma panóplia de significados: simboliza o
ressurgir de uma energia feminina após longos séculos de domínio  da energia masculina,
simboliza a parceria Jesus (masculino)/Alexandra (feminino), e além de tudo, a figura da mulher
vestida de vermelho é também um símbolo bastante recorrente em sociedades secretas.

O contraste azul/vermelho é verificado com mais significância ainda quando comparado
com o segundo livro da série, que, na primeira editora, possuía uma capa vermelha. Na
contracapa deste, surge agora Alexandra vestida de branco num fundo preto. As cores produzem um efeito psicológico artificial: apelam a que o nosso lado escuro e instintivo veja Alexandra como fonte de luz e tranquilidade.

Nota: Em cada uma das capas, é possível verificar uma  flor junto à margem esquerda.
Algumas flores têm significados específicos nas sociedades secretas, tais como a rosa, o lírio e o lótus. Não consegui identificar a flor em questão, por isso não sei se existe algum significado escondido.

Mas continuemos. Em EJCQVF é  ainda mencionado que o triângulo é o símbolo da
nova era, a conexão entre lógica, emoção e Céu/espírito…  e que Jesus às vezes aparece em
forma de olho quando quer observar as reacções de alguém.

O  triângulo e o olho são dois símbolos bastante utilizados  por sociedades secretas,
especialmente em conjunto. É algo normalmente associado ao catolicismo, e à ideia de Deus
vendo tudo através da trilogia pai/filho/espírito santo, e também associado à ideia de “terceiro
olho”, o olho espiritual ou psíquico…mas  este  símbolo  teve, na realidade a sua origem nas
sociedades secretas que construíram o catolicismo  (como degeneração do cristianismo), que o
controlam nos bastidores e que construíram muitas das suas catedrais.

Nota: Muitas catedrais têm também chão  axadrezado, algo também característico das
sociedades secretas. Tal simboliza a coexistência e oposição/“alternância” entre o bem e o mal. Este padrão simboliza também o “método de jogo” das sociedades secretas no controlo do mundo, e que está, supostamente, na origem do jogo de xadrez. Muitos edifícios de Estado pelo mundo fora partilham também este padrão com muitas catedrais, entre outras características, como por exemplo, a arquitectura.

Mas continuemos. Uma das visões que Alexandra teve, referente à ascensão espiritual
da Terra, era a de uma multidão avançando em direcção a um olho (novamente o olho) de onde
emanava luz. Uma outra era a dos planetas alinhados em forma de estrela de 6 pontas, no centro da qual estava a terra, atrás da qual aparecia um olho do qual emanava luz.

A estrela de 6 pontas é frequentemente associada ao judaísmo. No entanto, a existência
desse símbolo é anterior ao judaísmo. Teve origem em sociedades secretas.

Em, EJCQVF, Jesus refere-se à energia divina como “Rá”. Rá era o nome  dado, no
antigo Egipto, à divindade solar, considerada a mais importante de todas. Foi dos “bastidores”
da sociedade do antigo Egipto  (e das sociedades anteriores a esta) que as sociedades secretas
emergiram. O sol é, ainda hoje, um  símbolo/ícone utilizado em sociedades secretas – e não é
coincidência que se encontre presente ainda hoje em muitas igrejas.

E por aí fora, e por aí fora…sempre símbolos associados a sociedades secretas, e muita
informação espiritual revelada apenas em sociedades secretas.

Mas a verdade é que nas sociedades secretas, o que existe por detrás de tudo é, nada
mais, nada menos do que…satanismo! Muitos membros de sociedades secretas já o
confessaram. Muitos dos seus rituais maléficos já foram descritos e expostos. Muitos dos
membros  de “categoria” mais baixa nem fazem ideia disto, ou pelo menos até chegarem a
determinado patamar nas hierarquias das sociedades secretas. Muita da sua simbologia (na qual
se inclui muita da que foi supostamente mencionada por Jesus a Alexandra)  tem, no seio das
sociedades secretas, um significado maléfico.

Passo a explicar.

O triângulo é uma forma  simplificada de representar a  figura da  pirâmide, que nas
sociedades secretas é o símbolo da hierarquia: Em baixo estão as bases, mantidas na ignorância,
tudo sustentando a partir do seu trabalho, e sem nada saberem do que se passa “acima” delas;
logo acima estão aqueles que controlam as bases,  e que, por estarem um ”patamar”, acima,
sabem como estas funcionam. No “patamar” acima estão os que mandam nos anteriores, e que
sabem o que se passa nos dois “patamares” abaixo; Logo acima os que mandam nestes, e assim
sucessivamente até se chegar ao topo. O objectivo das sociedades secretas é controlar tudo a
partir dos bastidores, sendo elas o topo da pirâmide, e por conseguinte, esta é o símbolo da sua
estrutura de controlo e poder. Frequentemente, o topo da pirâmide é representado por um olho
dentro de  um triângulo…é esta a origem do símbolo do “olho que tudo vê”,  bem como a
expressão correspondente,  e é representado numa posição separada/desfasada da pirâmide,
como que independente dela, para que ninguém “lhe encontre o rasto”.

Esse olho não representa somente a informação e supervisão de tudo quanto se passa no
resto da estrutura…simboliza também a preferência por apenas metade do lado humano – o mal
– enquanto o bem (o outro olho) é deixado de parte.

NOTA: Estes dois símbolos em particular aparecem frequentemente, de forma explícita
ou dissimulada, em todo o tipo de produtos e de material audiovisual. Por exemplo, muitos artistas lançados e patrocinados por sociedades secretas, em muitas das suas fotos, escondem um dos olhos ou evidenciam um deles – é a difusão de um símbolo que pretendem que fique subtilmente e subliminarmente impresso nas nossas mentes.

O olho dentro do triângulo tem também um segundo significado…caso se veja esse olho
como representação benéfica e não maléfica, o triângulo serve para lhe “barrar” a visão.

A estrela de 6 pontas  tem um significado esotérico. Tem origem no diagrama da
“mandala metatrónica”, que simboliza a unidade e a intersecção entre tudo no universo,
representa a origem dos 7 chacras (ou centros energéticos) do corpo humano  e da qual,
supostamente, surgiu a famosa teoria dos seis graus de separação. No entanto, desconheço verdadeiramente a sua origem, razão pela qual não lhe teço mais comentários.

No entanto, a estrela de 6 pontas com um olho no meio, essa sim, é um símbolo muitas
vezes presente em sociedades secretas. Dado que, como foi anteriormente explicado, para as
sociedades secretas, o olho único simboliza o mal, isto significa a intenção maligna como força
controladora de tudo quanto existe.

Mas talvez a referência simbólica mais perturbadora de todas em EJCQVF seja aquela
em que, como técnica de limpeza espiritual, Alexandra recebe instruções para “colocar” uma
estrela na cabeça do paciente…é que existe uma gravura famosíssima, bastante conhecida e
utilizada  no seio de sociedades secretas,  que representa o diabo sentado num trono, coberto
parcialmente com um pano. Nessa gravura, existem duas estrelas  (ou, melhor dizendo,
pentagramas): uma na cabeça, apontada para cima, outra no peito, apontando para baixo.

Foi até essa gravura que esteve na origem da estátua memorial a George Washington, que também foi membro de uma sociedade secreta.

Nessa gravura que mencionei, o diabo é representado com cabeça de cabra, e além
dessa, existe uma outra gravura, não menos famosa, de uma cabeça de cabra inserida dentro de
um pentagrama invertido. Tudo quanto nas sociedades secretas envolve cabras tem a ver com
satanismo.

Essa conotação/associação entre  a figura da cabra e a energia maligna é ainda mais
reforçada se, partindo do princípio que os Evangelhos são fiéis à realidade (e até podem muito
bem não ser), tivermos em atenção que Jesus, há 2000 anos atrás, estabelece a diferença entre as “ovelhas” e os “cabritos”: diz que as “ovelhas” são os tementes a Deus, e os “cabritos” os que se extraviam por onde querem.

E no entanto, Jesus dirige-se a Alexandra como “cabrita”! De todos os adjectivos que
Jesus podia escolher, vai logo escolher “cabrita”?… Acho que é no segundo volume de EJCQVF que Jesus até estabelece uma analogia positiva para o conceito de “cabrita”, apesar de dizer, no início do primeiro volume de EJCQVF, que se dirige a Alexandra por último porque por último se contam as ovelhas…realmente muito estranho.

Obviamente, e vendo as coisas por outro prisma, as mensagens de hoje devem fazer
sentido e ter significado nos termos dos dias de hoje…e hoje em dia, vemos o termo “ovelha”
como algo negativo: deixou de significar alguém meigo, manso e dócil, para passar a significar
alguém que obedece sem pensar. Neste contexto, a palavra “cabrito” poderia adquirir um
sentido positivo, deixando de significar alguém “extraviado” para passar a significar alguém que
não aceita facilmente o que lhe impingem. Mas não é isto que Jesus refere.

No seio das sociedades secretas, até existe algo mais tenebroso ainda:  invertem
significados de modo a transformar o bom em mau e o mau em bom, pelo que idolatram o diabo (ou pelo menos a entidade maligna conotada como tal), como a entidade que traz a luz. Aliás, é exactamente isso que a palavra “Lúcifer” significa: “o que traz a luz”, ou “o portador da luz”.

Acho até que significa, mais precisamente,  “o fazedor da luz”, e não é uma “luz”
qualquer…para as sociedades secretas, esse tipo de “luz”, associada a conhecimento, é a mais
preciosa de todos: é o tipo de conhecimento que dá poder…e para se conseguir poder, vale tudo na maneira de usar esse conhecimento, sem olhar a meios.

Como é que Alexandra disse que supostamente Jesus se lhe apresentava? Como um ser
de luz. Acredito que se fosse realmente Jesus a aparecer, não escolheria outra forma, mas e se
não fosse Jesus? Que luz é realmente aquela que lhe apareceu? Muitos dos exercícios e técnicas
espirituais ensinadas em EJCQVF fazem-me questionar em que direcção e para que finalidade
estaremos afinal a encaminhar a energia das nossas orações e meditações…

Obviamente, existe a hipótese de todos estes símbolos não  terem um significado
originalmente  maléfico,  e  terem  sido, isso sim, sonegados  e  deturpados  pelas sociedades
secretas, que, por sua vez, também talvez se tenham tornado corruptas, e não começado como
corruptas. Se realmente for Jesus a ditar todas essas mensagens e a utilizar toda essa simbologia, e se esta tiver realmente um sentido originalmente não maléfico, talvez Jesus esteja a recuperar o sentido original dessa simbologia.

Mas será que foi isso que aconteceu? Infelizmente, não sei a resposta para esta pergunta.

Mas deixemos um pouco de parte as simbologias. Existe um outro elemento,  nada
abonatório para  as mensagens  presentes  em EJCQVF:  as contradições. Deixo aqui  alguns
exemplos.

O primeiro é aquele em que Jesus afirma que deseja que o bem vença o mal de uma vez
por todas, e, num outro volume da série, afirma que a chave para a evolução é equilibrar os
opostos – o que, indirectamente, significa equilibrar o bem e o mal.

O segundo é aquele em que Jesus defende o ecumenismo religioso como chave para a
resolução de problemas da humanidade  (diz até para adorarmos os deuses uns dos outros!), e
mais tarde afirma que  o futuro não pertence às religiões, mas às filosofias  –  filosofias com
espiritualidade.  E no entanto, Alexandra afirma, numa das suas entrevistas, que hoje,
espiritualidade é nome de religião…

Nota número um: Um dos objectivos das sociedades secretas é a criação de uma religião
global como forma de controlo das massas.

Nota número dois: Muitos deuses de determinadas religiões são entidades demónicas
para outras.  A “história”  e o nome  de determinado deus ou deusa sofre sempre alterações, adaptações e distorções ao longo do tempo, nas quais, muitas vezes, o “mau” é transformado em “bom” e o “bom” em “mau”. Por exemplo, o diabo, para os egípcios, é venerado como um deus. É bom pensar nisso antes de começarmos todos a “adorar os deuses uns dos outros”.

O terceiro é aquele em que Jesus afirma que hoje em dia, só  as almas mais evoluídas
serão autorizadas a encarnar, ou seja, as almas índigo. Mas existe uma passagem em que Jesus
afirma que os índigo só nascem de famílias que tenham potencial  espiritual nem sempre
desenvolvido, propício à educação de almas índigo. Bem, suponho que estas famílias existam
em reduzida minoria em relação às demais, pelo que, em todas as outras famílias, não nascerão
índigos. Então, as almas não evoluídas continuarão a nascer em maioria, não nascerão somente,
por todo o sítio, as mais evoluídas, não é?…

O quarto é aquele em que Jesus afirma que cada um deve seguir o seu sonho, de acordo
com a sua energia pessoal, e não seguir cegamente as convenções. No entanto, também refere
que nem todos os sonhos podem ser cumpridos, apenas aqueles que “ainda vão a tempo”…

O quinto é aquele em que é ensinado que “tudo o que vai, volta”, ou seja, que tudo o
que fazemos tem uma energia que é retornada a nós pelo universo…assim, se fizermos algo de
bom, enviamos energias positivas para o universo, e este, mais hora menos hora, faz regressar
essas energias, fazendo com que algo de positivo aconteça na nossa vida. É o ensinamento da lei da atracção: só atraímos algo cuja energia seja igual àquela que emitimos para o universo. Mas também é ensinado que quando nos esforçamos para chegar a determinado ponto, o universo esforça-se por nos brindar com o  oposto  do que pretendemos!… Isso significa que se desejarmos o bem de todos, por pretendermos promover o bem, o universo nos brindará com o mal? Em que é que ficamos?

O sexto é aquele em que é referido que temos  sempre escolha e livre arbítrio. E no
entanto, também é referido que tudo o que vivemos nesta vida foi planeado ao pormenor antes
de encarnarmos. Então temos escolha, ou estamos somente cingidos a um “guião” previamente
estabelecido?

O  sétimo, e o mais forte de todos,  é aquele em que Jesus afirma que as certezas são
perigosas e que a dúvida é a base da sabedoria, pelo que se deve questionar tudo quanto existe.
É a afirmação anti-dogma por excelência, e pessoalmente, concordo com ela. Mas Jesus também afirma que não dá provas de ser quem é, antes de nós acreditarmos que é realmente Jesus que aparece nas meditações! Acreditarmos sem pôr em dúvida que é mesmo Jesus que aparece não será o primeiro passo para sermos enganados, caso não se trate realmente de Jesus?

Como já referi anteriormente, a própria Alexandra chegou a duvidar, e transcreve , em
EJCQVF,  dois diálogos  em que supostamente Jesus leva a mal ela duvidar que não seja ele.
Uma das vezes, como resposta, sugere que pode ir-se embora, cortar os  contactos, ao que
Alexandra responde que não, ao que Jesus responde que ela está simplesmente confusa. Da
outra, desaparece mesmo durante 10 minutos para desespero de Alexandra, ao fim dos quais
volta e diz que desapareceu por estar cansado de dúvidas. Enfim, a entidade que diz ser Jesus
quase que apresenta como prova inequívoca de ser Jesus o próprio facto de Alexandra querer
que seja realmente Jesus para poder continuar a comunicar com ele. Mas isso não significa
forçosamente que seja, pois não? Talvez a entidade tenha reagido dessa maneira por Alexandra
estar demasiado perto de descobrir algo importante…como o facto de não ser realmente Jesus a entidade com quem comunica…e tenha querido retomar à força  a crença de Alexandra,  da
maneira mais infalível.

Já que “a dúvida é a base da sabedoria”, deixem-me enumerar mais alguns exemplos de
mensagens que impõem bastantes dúvidas:

– Em EJCQVF é ensinada uma técnica espiritual que ensina as pessoas a “despoluirem”
as suas energias pessoais, enviando as suas energias negativas, através dos seus chacras pessoais cardíacos, para o chacra colectivo/planetário de Fátima. Mas isso não é poluir o chacra de Fátima? É que, em EJCQVF, mesmo Jesus admite que o chacra de Fátima está sujo com tanta energia negativa que para lá é enviada!

– Em EJCQVF, está escrito que as estátuas de santos são uma maneira de canalizar a
energia dos santos em questão para o lugar em que as estátuas estão. Mas e se o santo não for
santo nenhum a não ser nas cabeças das pessoas, ou nem existir sequer? É a Igreja que, pelo
sistema que criou, denomina os santos, mas a validade desse sistema é em tudo questionável!

–  Também é mencionado que o sexo é uma maneira de limpar as energias  pessoais
(entre as quais se podem encontrar entidades negativas que se tenham “acoplado” a nós), uma
vez que o orgasmo provoca uma explosão de energia que abre e desimpede o kundalini, que é o canal de energia que flui através de nós e que nos conecta ao chamado “eu superior”. Mas isso não é forçosamente fazer com que as energias negativas que existem  no kundalini  também
sejam atiradas para o eu superior e o poluam? Não é fazer com que as energias negativas que
existam em redor de nós consigam entrar dentro de nós mais facilmente (e aceder também ao eu
superior), uma vez que encontram as portas abertas para poderem entrar? E tudo isso não levará a que se polua também, energeticamente a pessoa com que se pratica o acto sexual, uma vez que o sexo é uma troca de energias?

– É ainda mencionado que não se deve rezar/meditar entre as 22:00 e as 5 da manhã,
uma vez que a maior parte das forças do mal se encontra à solta a essas horas. Se é por causa do planeta não estar banhado em luz, compreendo. Mas muitas das mensagens que Alexandra
recebeu foram-lhe ditadas pela noite dentro! Os dias e as horas em que ela as escreveu estão
presentes nos seus livros. Está certo que, por ela supostamente ter uma relação privilegiada com
Jesus, estaria assim protegida por determinada energia benéfica, sim. Mas e se  o facto de
estabelecer contacto durante a noite fosse, isso sim,  facilitado por  não  se tratar  realmente  de
Jesus?

– É referido ainda que não se devem aceder velas à noite, uma vez que, durante a noite,
a luz atrai os espíritos maus que não conseguem encontrar, por si próprios, luz.  Vamos ser
rigorosos: isso inclui somente velas, ou qualquer tipo de  labareda? É que durante a noite, pode
haver todo o tipo delas: lareira, fogão, esquentador…

– É ditado um exercício para obter protecção, aceder ao anjo da guarda e entregar-lhe a
chave do nosso ser. Então e se a entidade a que julgamos conseguir aceder como anjo da guarda não for o anjo da guarda?…

Estes exemplos que se seguem, então, sugerem mesmo que talvez tenha sido a própria
Alexandra a inventar tudo quanto escreveu:

– Em EJCQVF é feita uma metáfora que compara a guerra entre nações ao partir de um
espelho…é referido que é contra o espelho, contra um reflexo de nós próprios que estamos a
investir, e que isso não resolve problema nenhum. Pessoalmente, acho que esta explicação não é a melhor de todas, mas não é isso que vem ao caso. O que vem ao caso é que esta metáfora não é um “original” de Jesus Cristo, mas sim…de David Icke! Foi uma expressão que o investigador proferiu  (e que se calhar também ele leu nalgum lado e resolveu citar)  num vídeo intitulado “The turning of the tide”, de 1996.  EJCQVF data de 2002…Alexandra, conhecedora de espiritualidade e esoterismo, pode ter-se interessado pelo vídeo, que inclui muita informação
dessas duas áreas…e transcrito essa expressão.

– Se tudo se trata de uma parceria entre Jesus Cristo e Alexandra, porque é que ela tem o
projecto em nome próprio, como se tivesse sido uma ideia original sua?

–  Num dos seus recentes vídeos, Alexandra apelava, de forma carinhosa, a que a
fôssemos visitar à feira do livro, onde iria estar em sessão de autógrafos. Isso, quanto a mim, é
jogar com as emoções das pessoas…se elas a fossem visitar, seria não tanto por acreditarem no que ela diz, mas mais por ela simplesmente ter pedido com carinho.

– Nesse mesmo vídeo, ela pedia a colaboração de quem visse, para uma investigação
que ela estava a fazer…pedia que o espectador escrevesse, num formulário,  os  títulos dos  5
livros espirituais que considerava mais importantes. Que “investigação” era essa?… Será que ela
se preparava para “consultar” esses livros para depois “espetar” com o que lá estava, escrito por outras palavras, em futuros volumes da saga EJCQVF, tendo em vista fazer o leitor acreditar que foi realmente Jesus que proferiu o conteúdo dos livros, por este ir de acordo ao que o leitor havia lido em muitos dos livros espirituais mencionados no dito formulário?

Dois últimos aspectos:

1-) Alexandra viu um dos seus livros ser editado pela editora norte-americana Simon
and Shuster. Foi essa a editora que editou, nos EUA, “O segredo”, aquele livro com o qual nem
a própria Alexandra concorda com o que lá é ensinado…em “O segredo”, é ensinado que se
desejarmos com força algo, a energia do nosso desejo é respondida pelo universo. Em suma, se
desejarmos dinheiro, mais cedo ou mais tarde iremos receber montes de dinheiro, se desejarmos um carro topo de gama, mais cedo ou mais tarde iremos ganhá-lo, etc., etc..  Enfim,  uma banalização extrema do conceito da lei da atracção, tanto mais refutável se nos lembrarmos que afinal, o universo nos brinda com o oposto do que desejamos…

Qual foi o livro de Alexandra editado pela Simon and Shuster? “O livro da luz”, uma
compilação da trilogia “Luz  –  pergunte,  o Céu responde”.  Este é um livro que, segundo
Alexandra e, supostamente, Jesus, permite obter respostas das dimensões celestes a perguntas
nossas. Basta fazer uma pergunta, retirar dois símbolos (de um conjunto fornecido juntamente
com o livro) à sorte, comparar os símbolos com o número da resposta correspondente, e lê-la.
Isto, para funcionar devidamente, exige que a pessoa que faz a pergunta esteja, como a própria
Alexandra o diz, devidamente espiritualizada, caso contrário, tudo cairá no ânimo leve. Tal
como em “O segredo”. E pelo índice de sucesso de “O segredo”, ânimo leve é coisa que não
falta… Não terá a Simon and Shuster aceitado editar “O livro da luz” apenas por ter tido um
sucesso  prévio  aqui em Portugal,  estando  a editora  à procura de lucros  fáceis ao explorar as
crenças das pessoas?

2-) Se realmente todos os testemunhos de pacientes que Alexandra inclui nos seus livros
são autênticos, o que se conclui é que Jesus prefere curar pessoas e executar milagres em
instituições que misturam Jesus e dinheiro. Sim, porque o projecto de Alexandra (que, relembro,
é em nome próprio) consiste numa clínica espiritual, que, como todas as clínicas, cobra pelos
seus serviços…o que a faz aproximar-se um pouco mais em semelhança de uma outra
instituição: a controversíssima e multimilionária IURD, onde também há uma alta taxa de cura
por fé.

Aliás, em EJCQVF, há mensagens não só acerca do Céu e da terra, nem apenas sobre
entidades angélicas e demónicas; há mensagens  sobre extraterrestres…o que faz o projecto de
Alexandra assemelhar-se um pouco mais em conteúdo à ainda mais controversa Igreja da
Cientologia. E segundo consta, o fundador dessa igreja, aquando do planeamento desta, terá
proferido a seguinte expressão: “Quero fundar uma religião. É lá que o dinheiro está.”. Segundo
consta também, o seu fundador terá ainda demonstrado intenções tácticas de descredibilizar
todas as outras religiões, para que só a sua recebesse atenção. Novamente o tema da religião
mundial.

Nota: Se realmente o dinheiro é para manter a clínica a funcionar, para pagar aos
terapeutas e ganhar dinheiro para viver (uma vez que, segundo consta, Alexandra se dedica a tempo inteiro  ao projecto), então há de facto uma justificação. Além de que, hoje em dia,  é impossível alguma coisa funcionar se não tiver potencial de negócio e de publicidade, e se não der lucro…
 
Talvez você ache,  legitimamente, que estou a exagerar nesta minha análise. Afinal,
estamos a falar de livros que contêm mensagens  de cariz  positivo, elevado e libertador. Mas
essas mensagens, por sua vez, podem muito bem estar  a servir  somente  de  isco, um truque
psicológico muito recorrente nas manobras de desinformação, que por sua vez, é parte de uma
“estratégia” maior na defesa de determinados interesses…quais, neste caso? Vejamos.

As religiões são um meio de controlo de massas. Uma vez que as pessoas estão a perder
o seu interesse nelas (em parte devido ao facto de haver cada vez mais provas sobre o quanto
são manipuladas e influenciadas, nos  seus bastidores, pela calada), urge  substituí-las por
qualquer coisa semelhante, mas com um carácter de novidade  e de ruptura  que desperte o
interesse das pessoas.

Qual a solução?  A cultura  “new age”. Mas as pessoas não acreditam facilmente
nisso…sabem que  em termos do metafísico, qualquer um pode inventar o que quiser, que
ninguém pode provar se é mentira. Então em que  é que  acreditam? Bem, apesar de já não
estarem muito ligadas à Igreja, continuam a acreditar em anjos, santos e Jesus (apesar de já não
lhes darem muita importância). Então, bastaria promover conceitos “new age” como se viessem
da boca de santos, de anjos e de Jesus, que as pessoas acreditariam. Em Portugal, o resultado só seria eficaz se fosse Jesus a falar.

Reparem como o “new age” promove muitos dos conceitos que as religiões promovem:
amor ao próximo, paz na terra, mostrar respeito e sensatez em todos os sentidos, viver em prol
do espiritual e não do material, escolher o Ser e não o Ter, etc.. Até aqui, nada contra…só que a promoção desse tipo de ideais está a ser ocultamente levada a cabo por aqueles que só querem que nada disso funcione, que só querem lucro…e muitos dos quais  lidam, nos bastidores, com líderes religiosos.

A estratégia é simples: ninguém gosta de precisar de dinheiro para  viver, de lutar, de
viver num mundo carregado de limitações. Então, exploram também essa característica humana:
fornecem  às pessoas algo que lhes dê a esperança de que  há  uma alternativa  ao tipo de vida
esgotante que vivemos hoje.  E realmente essa  alternativa existe, mas os mesmos que a
promovem, impedem-na para que não aconteça nunca, para poderem continuar a facturar dos
dois lados!

Se for preciso, até promovem os ideais “new age” de modo a favorecer ainda mais
aquilo que  estes pretendem combater. Por outras palavras, levam-nos a pensar que estamos a
favorecer o bem  e a evolução das consciências, quando afinal estamos a favorecer a mesma
mentalidade e a mesma realidade que nos colocou na crise evolutiva que hoje vivemos.

Recordem-se que muita da simbologia em EJCQVF  (e não só)  é apresentada como benéfica,
sendo exactamente o oposto.  Esta, por sua vez, é a simbologia de eleição das sociedades
secretas satanistas que, por sua vez, utilizam essa simbologia para se conectar ao mal, controlam
toda a máquina política e financeira que controla a sociedade,  e  só desejam o poder a todo o
custo. Ao adoptarmos a sua simbologia, acham que estaremos a favorecer o bem?

Se for realmente verdade que “os símbolos regem o mundo, não regras ou leis”, acham
que estaremos a aproximar-nos de Jesus se adoptarmos como simbologia benigna aquela que é
não-benigna? É o mesmo que passarmos todos a usarmos cruzes invertidas (que é o símbolo do
anti-cristo) e dizermos que estamos a promover o cristianismo!

E se a entidade que fala com Alexandra não for mesmo Jesus, seria exactamente nesse
sentido enganoso que nos levaria.

Por  tudo o que acabei de apresentar, não sei  dizer  ao certo qual é o “papel” de
Alexandra Solnado em todo este contexto, nem o “lado” em que ela se enquadra.

Talvez você pense que a minha intenção é denegri-la. Talvez você pense que tenho algo
de pessoal contra ela, ou que  faço parte de alguma coisa que, de alguma forma,  está a ser
prejudicada por aquilo que Alexandra promove. Talvez você pense que eu próprio estou a tentar efectuar uma manobra de desinformação. Talvez você pense que sou um ultra-céptico.

Pode pensar tudo isso, estará no seu mais que legítimo direito, mas garanto-lhe que não
é nenhum dos casos. Sou simplesmente um observador que se interessou pela temática do “new
age” e que, ao manter os olhos abertos, reparou  em tudo  o que  acabou de  divulgar. E aliás,
posso aproveitar a oportunidade para citar mais dois exemplos que nada têm a ver com
Alexandra Solnado: Anne Germain e Alberto Costa.

Anne Germain diz contactar com espíritos já desencarnados. Como já leram antes, estes
podem não ser quem dizem, em primeiro lugar. Mas se repararem bem na presença de Anne, ela por vezes parece estar a falar sem autenticidade nenhuma, como que todo o “espectáculo”
seguisse um guião…

Alberto Costa usa o hipnotismo para fazer os seus pacientes regressarem
temporariamente, nas suas memórias, a vidas passadas, de modo a resolver certos e
determinados problemas que têm nas suas vidas presentes. Mas reparem como, sempre que ele
fazia isso em televisão, a pessoa em questão regressava  directamente  ao momento em que o
problema tinha início…não acham isso “automático” demais?

A razão porque mantenho o anonimato é porque é muitas vezes perigoso dizer o que se
pensa, e com assuntos como estes que acabei de mencionar, todo o cuidado é pouco. Ao fazer
esta exposição, não sei quem estarei eventualmente a  “prejudicar”, ou a quem pode ser
“incómodo” que eu mostre aquilo em que reparei. Há gente com intenções muito pérfidas que
não quer que se saiba sequer um milésimo do que acabei de descrever ao longo destas páginas,
pelo que dispenso para mim próprio eventuais sequelas desagradáveis só por  fazer esta
exposição.

Mas reitero o que escrevi de início: de tudo quanto expus, posso estar errado nas ilações
que tirei, tendo sido levado por uma linha de raciocínio errónea e escrevo por isso este texto  –
para alertar mais alguém que possa continuar a investigar o assunto, e assim, poder confirmar ou
desmentir o que descrevi.

Creio que o mais importante é encontrarmos a verdade, sem nos deslumbrarmos facilmente por aquilo que nos impingem.
Eu fiz a minha parte. Conto que faça a sua.

Obrigado pelo tempo dispendido.