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Obrigado

E agora, donde começo?

Sinceramente fiquei surpreendido.

Que dizer, até estava à espera de alguém que comentasse de forma ressentida, tipo “mas quem raio pensas de ser tu e o teu estúpido blog”.

Não apenas não aconteceu isso, mas o post anterior teve 10 comentários mais os e-mails, alguns dos quais deixaram-me comovido.
Sério, digo mesmo “comovido”.

Até Leonardo para festejar começou a dormir. 
Enfim, um gajo pensa “Pronto, é desta que vou livrar-me do blog” e não é: não criei um blog, criei um monstro, uma espécie de Frankestein que agora não me deixa.

Ok, agora de forma séria.

1 ano ainda é um período muito curto para querer mudanças, comparado aos milênios que fomos enganados..

Talvez seja isso. Já disse que sou uma pessoa extremamente impaciente? Meu defeito, reconheço.


Fossem suficientes algumas palavras para mudar o Mundo, este seria um lugar bem melhor. Mas o que temos pela frente é uma estrutura complexa, criada ao longo de séculos: algo que mudou as nossas perspectivas, mesmo a maneira como olhamos a realidade.

E não será um blog que poderá mudar as coisas, com certeza.

Eu não acredito na petição, devido não acreditar em nenhuma forma de combater o sistema usando das mesmas armas.

Sim, depois há este problema, que não pode ser esquecido: é possível lutar contra o sistema utilizando as mesmas armas? Também eu tenho esta dúvida. E acho que talvez não, talvez não possa funcionar.
Criar um partido? Inútil, cedo ou tarde acabaria refém do sistema.

A única alternativa, talvez, seja um trabalho que procede devagar, um trabalho com outro objectivo: espalhar “conhecimentos” (seria mais correcto dizer “outros pontos de vista”) e tentar despertar algo que ainda deve estar em nós. Sufocado, adormecido, em coma: mas ainda deve existir.

Talvez seja apenas esta a minha tarefa. O que, para uma pessoa impaciente, é um autêntico tormento. Mas é o que há.

Depois há as pessoas.
Alguns comentários “marcaram-me”. E a mesma coisa aconteceu com o correio electrónico. Em dois casos foi-me pedido para nada publicar, e obedeço, óbvio.

Mas quando leio que “conheci o Informação Incorrecta há uns […] meses e a partir daí é o primeiro que eu abro todos os dias“…bom, ao ler coisas assim fico de rastos. Então percebo que há pessoas “do outro lado”, para as quais o trabalho que faço tem um sentido.

Quando leio que “gostaria de compartilhar isto com você, pois não tenho com quem conversar sobre isso, meu ciclo de amigos não se interessa, não acredita ou muitas vezes não aceita tais opiniões que diferem das deles“, fico outra vez de rastos.
Pois há um universo de coisas interessantes, misteriosas, fascinantes, desconhecidas, e a maioria das pessoas não quer saber.

Porque são estúpidas? Não, porque não sabem, não têm informação, não querem saber simplesmente porque ouviram dizer que são assuntos pouco sérios.
Então talvez este blog tenha alguma utilidade.

Quando leio que “Que Deus fale com você e te conceda o arrependimento, é minha oração para você“, não fico de rastos, fico preocupado, porque as pessoas que dizem ouvir Deus ou acabam santos ou numa instituição para as doenças mentais e não quero acabar assim.
Mas há alguém que reza, e isso tem um sentido profundo.

Ok, melhor parar antes que haja uma vaga de curto-circuitos causa excesso de lágrimas.

O que quero dizer é o seguinte: obrigado, um obrigado particularmente sentido. Porque quem está “deste lado” trata com um ecrã e às vezes não é fácil: receber atestados como estes faz perceber que não é um trabalho inútil, bem pelo contrário. E sim, verdade: ajuda a ultrapassar alturas críticas.

Não vou apagar o post de ontem. Se alguma vez estiver mal humorado ou em baixo, prometo ir lê-lo.
E lembrar que do “outro lado” há pessoas também que querem perceber, entender. Tal como eu.

É uma boa razão para ir em frente? Não é simplesmente uma “boa razão”, é a razão principal dum blog como este.

Ainda uma vez: obrigado.

Max