Maria e a vida

Eis o primeiro texto premiado do Grande concurso Saraiva: o texto de Maria, um bom texto, sem dúvida.

Um grande “obrigado” e um abraço para Maria!

Pergunta muito boa!

Acho que nunca tinha parado a pensar sobre porque eu, que não levo fé na maioria e na maior parte das coisas, acredito nas minhas crenças. A primeira resposta que me aparece…É, devo ser muito pretensiosa…É possível que sim, admito que sim, mas reconheço que minhas crenças nunca são definitivas.
Por sinal, mudaram bastante ao longo do tempo.

E, em função de que mudaram? Tempo, eis uma palavra chave para ensaiar motivos. Tempo que julgo poder apelidar de experiência de vida porque foi um tempo que não rolou simplesmente.

Foi tempo pensado, tempo variado, que andei de um lugar para outro, de umas gentes para outras, de um ciclo fechado para iniciar um outro bem diferente, de um experimento para outro, de crenças assim para outras com algumas variações.

Então, seguramente experiência de vida em 60 e mais anos vividos são suporte das minhas crenças atuais.

Só isso?
Do que li, pouco acreditei, do que escrevi, nunca considerei grande coisa, do que disse, do que falo, converso, sim: muito aprendi ouvindo e falando, conversando, tentando entender o que passa pela cabeça das pessoas, me apavorando com o que descobria na maioria das cabeças, mas também me emocionando com algumas.

Sem dúvida, dialogar estruturou minhas crenças.

Talvez também um hábito, ou quem sabe uma necessidade: refletir muito comigo mesma a respeito dos acontecimentos, das repetições e das diferenças, singularidades nas coisas grandes e pequenas, nas gentes e nos bichos, com quem compartilho o amor que me convence dia a dia que sou um ser pensante inteligente.

Olhem, Max, Leo, Saraiva e outros interessados: experiência de vida, diálogo e reflexão, sinceramente, não me ocorre mais nada.

Abraços.

Li este texto não uma mas duas vezes. Porquê?
Porque Maria enviou um muito bom texto “pensado”. Experiência de vida, diálogo e reflexão”. Não é pouco.
Parece-me meio caminho andado para ter aquela que se chama “sabedoria”.

Claro está: para poder saborear os frutos que o tempo doa é preciso saber procurar. E Maria sabe.
Mesmo mudando de crenças. Que, quanto a mim, parece uma das coisas mais inteligentes que uma pessoa possa fazer.

Nada mal como convicções, nada mal mesmo.

Mas o que gostei acima de tudo foi a maneira como Maria apresentou…a vida.
Eu sei, o tema era “crenças”: mas “tempo pensado, tempo variado, que andei de um lugar para outro, de umas gentes para outras, de um ciclo fechado para iniciar um outro bem diferente, de um experimento para outro, de crenças assim para outras com algumas variações.”, este é o retrato duma vida.

A vida de Maria e de todos nós: uma contínua procura, uma sucessão de experiências, algumas boas, algumas más, não importa, há espaço para tudo. Maria olha para trás e assume isso, com naturalidade, sem deixar de procurar e de perguntar (pois os Leitores não sabem, mas Maria faz perguntas).

60 e mais anos? Sim, mas com um espírito bem jovem. E se o espírito não envelhecer, nós também não.

Parabéns Maria, houvessem mais pessoas com muitos Verões e a mesma curiosidade! 

Ainda uma vez: obrigado.

Ipse dixit.

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