A criança e o avião

A energia nuclear é maravilhosa.

O Sol, fonte de vida, de toda a vida neste planeta, é uma central termonuclear; até os átomos dos nossos corpos e da matéria toda ficam juntos e interagem por causa da força nuclear.

O nuclear não é apenas uma fonte de energia,é “a” energia”.

Problema: não podemos utilizar esta energia.
E esta não é uma afirmação retirada duma publicidade de qualquer associação ecologista fundamentalista: são números. É, pelo contrário, uma notícia triste, pois um nuclear viável seria uma ajuda formidável.

Mas hoje deixar que o Homem construa centrais nucleares significa deixar que uma criança pilote um avião.

Uma central nuclear hoje é um investimento ao contrário: desmantelar uma usina custa mais de que toda a energia produzida ao longo da sua vida.

Logo depois há o problema das escórias: não existe um lugar seguro em todo o planeta onde guardar os resíduos radioactivos. Explorar o nuclear hoje significa criar problemas para as gerações futuras, que terão de gerir o nosso lixo.

Mas os inconvenientes surgem ainda antes, ao longo da exploração. E os acontecimentos destas últimas semanas são a melhor prova disso.

Fukushima

Muito do que se passa em Fukushima é noto.
Não tudo, mas muito sim.

De facto, este é o pior acidente da história, pior de que Chernobyl, e cujas consequências só poderão ser avaliadas no futuro: saúde e ambiente contaminados ao longo de décadas, com amplas zonas de terra e de mar expostos a elevados índices de radiação, previsíveis casos de cancro e malformações fetais nos humanos.

Afirma Stephen C. Jones num recente artigo:

Para fazer uma comparação, no incidente nuclear de Chernobyl, que ocorreu na Ucrânia, o reactor queimou por 10 dias e estima-se ter morto um total de cerca de um milhão de pessoas em todo o mundo. 

No desastre nuclear de Fukushima, no Japão, há cinco reatores que queimam, dois em meltdown parcial e três em meltdown total, e todos estão a queimar fora de controle desde 11 de Março. Após mais de três meses, o desastre nuclear ainda está fora de controle.

De facto, algumas pessoas citam a possibilidade (otimista) de que o meltdown será controlado num prazo mínimo de 1 – 3 anos.

Problema: não há apenas Fukushima. Do outro lado do mundo, mas com muito menos clamor, há outras duas situações que podemos definir como “delicadas”. No mínimo.

Los Alamos

Um incêndio florestal de 93 quilômetros quadrados aproxima-se do perímetro do laboratório nuclear de Los Alamos, no New México.

As autoridades advertiram que este fogo em breve poderá dobrar ou triplicar de tamanho e que a tentativa é de contê-lo, obviamente.

A maior preocupação é que as chamas podem danificar um aterro sanitário onde são arrumados cerca de 20.000 barris, de 55 litros cada, de resíduos nucleares.

Em vez de ser armazenados em segurança, esses 20 mil barris foram colocados em tendas em contato com o solo.

Mas a situação não é clara: segundo as Autoridades, o fogo chegou a poucos quilômetros do aterro. No entanto, foi também relatado de que as chamas estão agora a 50 pés da propriedade em Los Alamos e houve noticias de que o incêndio fica apenas “do outro lado da rua” do laboratório onde foi desenvolvida a primeira bomba nuclear (Segunda Guerra Mundial).

As autoridades de Los Alamos continuam a insistir de que não há motivos de preocupação.O problema que as mesmas palavras já tinham sido utilizadas em Fukushima.

Segundo Joni Arends, Diretor Executivo da Concerned Citizens for Nucleare Safety:

A preocupação é que esses barris possam tornar-se quentes o suficiente para queimar. Neste caso emitiriam nuvens de material tóxico. É algo que diz respeito a todos.

Mas o aterro não é o único alarme: de acordo com um recente artigo da Reuters , há também plutónio em Los Alamos.

John Witham, um porta-voz do grupo anti-nuclear Nuclear Watch New Mexico:
Este é o único lugar no País que produz plutónio para ogivas nucleares. Três toneladas de plutónio enriquecido altamente radioactivo são armazenadas no subsolo do complexo.

Fort Calhoun

Neste preciso momento, a usina nuclear de Fort Calhoun, Nebraska, é completamente cercada por água e a situação não é bem clara.

O Rio Missouri subiu de dois metros e a água rapidamente cercou todos os edifícios da central.

Nuclear Regulatory Commission insiste que não há nada de preocupante, mas foi também informou que as águas estão, literalmente, às portas dos principais edifícios.

É verdade, não é outra Fukushima, mas é uma situação séria e muitos entre os Americanos gostariam de saber o que se está  passar.

Num recente artigo sobre o desastre de Fort Calhoun, Michael Wolf fez algumas perguntas interessantes:

O governo disse para não entrar em pânico. Tudo está sob controle, como no Japão. Mas existem algumas incongruências problemáticas.

A primeira: o abrigo da Cruz Vermelha perto de Fort Calhoun foi fechado. Disseram que tinham fechado por causa da “necessidade diminuída.” Durante um dilúvio?

Agora há uma no-fly zone ao redor da usinae.

Então veio uma surpreendente notícia segundo a qual a piscina de combustível irradiado estava tão cheia que as barras de combustível em excesso tinham sido arrumadas numa área seca fora do perímetro de segurança da piscina.

Ao longo de quanto tempo a área ficará seca e se ficasse húmida que aconteceria?

Um jornalista disse que o bunker de armazenamento está agora meio submerso. Uma das estruturas internas está sujeita a inundações que podem interessar as bombas hidráulicas. As bombas hidráulicas não estão a funcionar? Onde é que já ouvimos isso?

Mas a maioria dos media fica calada.
Não se perturba uma criança que conduz um avião.

Ipse dixit.

Fontes: The American Dream, Fox News, Reuters, Infowars, The Japan Times, The Telegraph, Japan Today, Globalresearch

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