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A Monsanto e o melão atrasado

Só como curiosidade: a Monsanto brevetou um melão.

“Boh”, pode pensar o leitor, “Qual o problema? Será uma daquelas coisas modificadas geneticamente e que de melão tem apenas o nome”.

É mesmo este o problema: o melão é absolutamente normal, não foi modificado, a não ser com as técnicas convencionais. Aquelas, para entender, que desde sempre o Homem utiliza para refinar os produtos da terra.

Mas como é possível? Não existem normas que proíbem a patente de seres viventes (animais e plantas) não modificados geneticamente? Existem, na Europa existem. Mas a Europa concedeu a patente na mesma.

O melão em questão é uma variedade selvática que tem uma propriedade: é resistente ao vírus típico das plantações das Cucurbitacee (a mesma família do melão, da abóbora, da melancia, do pepino). Este melão tinha sido descoberto por parte duma empresa holandesa, a DeRuiter.

Sucessivamente a DeRuiter foi adquirida pela Monsanto, a qual pediu a patente para a planta e as sementes. A União Europeia num primeiro momento (Dezembro de 2010) tinha respondido: Não! E que raio, o melão é sempre um ser vivo.

Só que a Monsanto insistiu: “Pensem bem, o melão é vivo mas é muito estúpido, nem se mexe, já viram a cara que tem? Mais parece uma bola de basketball”.

E a União teve que admitir: o melão é mesmo estúpido.
E bastante parecido com uma bola de basketball.

Agora, todos temos de concordar acerca do facto das bolas de basketball não serem vivas. Por isso…

Pormenor engraçado: a nova variedade não é natural da Europa mas da Índia. E na Índia agora não podem utilizar o melão sem antes ter pedido a autorização da Monsanto.

Divertido, não é?

Ipse dixit.

Fonte: NoPatentsOnSeeds