O futuro preto do Mar Amarelo

Observem o seguinte mapa.

Façam o favor de observar por duas razões:
1. porque é relativo ao artigo escrito abaixo
2. porque gastei meia hora para arranja-lo a e se ninguém o vê foi tempo perdido.

Bonito, eh?
Pois. Sim, eu sei: é “reivindicado” e não “reivendicado”. Olhem, fica como “toque do artista”.

Bonito e interessante: porque representa uma zona complicada, que no futuro será cada vez mais decisiva.

E agora uma versão “redux” dum artigo que fala da mesma zona representada no mapa.
Olha o acaso.

Um mar cada vez mais pequeno

Durante séculos, o Mar da China Meridional tem sido um lugar de encontro e confronto de muitas culturas: China, Vietnam, Malásia, Indonésia e Filipinas. Um espaço de água vital por razões de segurança, como demonstrado por várias vezes durante o século XX . É suficiente lembrar as operações anfíbias da Segunda Guerra Mundial, a ilha “província rebelde” de Taiwan ou o incidente do Golfo de Tonkin, que formalmente deu início às operações militares dos EUA no Vietnam.


Hoje a região é aparentemente estável. Sim, o Vietname reivindica algumas ilhotas, mas além disso (e da Coreia do Norte, que todavia é “controlada” pela China) a situação é calma.

Mas é mera impressão. A zona é de importância estratégica vital e não faltam questões em aberto: há rotas comercias fundamentais para a economia dos Países da região; há o mar, cujas riquezas representarão cada vez mais um objectivo; há importantes refinarias de hidrocarbonetos; há campos de petróleo; e, não podiam faltar, há bases militares dos Estados Unidos.

O porta-aviões Varyag

Os EUA são geograficamente distantes, mas bem envolvido no jogo, directamente e por meio dos aliados tradicionais, como a Coreia do Sul, Taiwan ou o Japão.
A atenção para zona do Pacífico mereceu destaque num recente discurso de Robert Gates, Secretário de Defesa.
Gates disse que os EUA são “uma nação pacífica” (estava em jeito de piadas, evidentemente) que está inevitavelmente ligada à Ásia e à segurança marítima.

Da mesma forma foram lembradas as importantes relações com a Coreia do Sul e com o Japão, e a necessidade de incrementar as relações com a Austrália e Singapura.

O principal obstáculo neste cenário, de acordo com as perspectivas de Washington, é naturalmente a China.
Os recentes desenvolvimentos da tecnologia militar da China são analisados ​​com especial atenção, especialmente porque demonstram uma força militar de potencial projeção para fora o exterior. E o “exterior” mais perto da China é o Mar da China.

O teste dum avião invisível ao radar, os mísseis anti-navio, a capacidade cibernética são todos elementos que preocupam o governo norte-americano; ainda mais ansiedade inspira o desejo chinês de “respirar” o mar, não apenas as costas. A pedra angular desta capacidade parece ser o novo porta-aviões da Marinha, o ex-ucraniano Varyag , cuja renovação, que durou anos, deve acabar em breve.

A tecnologia deste navio, revista completamente, deverá permitir à marinha chinesa ter uma unidade moderna, equipada com radar e sistemas avançados de eletrónica. Ao mesmo tempo, Pequim tem começado a abandonar as águas locais, como no caso da missão anti-pirataria na Somália.

A Marinha, em Pequim, portanto, quer expandir os próprios horizontes e não ficar confinadas ao simples controle do litoral. Mas também a China tem a suas preocupações. As recentes tensões na península coreana marcaram um regresso do interesse americanos, Seul teve as visitas de altos membros da Administração Obama e algumas task forces dos EUA realizaram exercícios conjuntos com os seus homólogos das forças sul-coreanas. Estas manobras têm irritado Pyongyang e Pequim.

Em Dezembro de 2010, então, houve também os exercícios conjuntos entre a Marinha dos Estados Unidos e da Marinha japonesa: um total de  sessenta navios, mais de 40 mil soldados e centenas de aviões. Esta colaboração, combinada com o debate sobre reestruturação das Forças Armadas japonesas, não pode deixar de preocupar a China.

Uma das Ilhas Sprat

As escolhas de Pequim preocupam também o Vietnam: apesar da proximidade ideológica, as relações entre os dois Países resultou num conflito armado no final dos anos 70 (a Guerra Sino-Vietnamita) e hoje revivem os momentos de tensão por causa da situação incerta no Mar da China Meridional.

Há poucos dias, em Hanói e Ho Chi Minh City, houve manifestações anti-China na sequência de uma disputa sobre uma pequena embarcação vietnamita.
Os Vietnamitas saíram às ruas, evento bastante raro, entoando slogans nacionalistas e anti-Pequim, reivindicando soberania sobre algumas ilhas em disputa, como as Parcels e as Spratly.

O Vietnam é um potência regional de grande desenvolvimento económico, e o parece determinado a conter a expansão naval de Pequim no Mar da China Meridional. Um mar que parece encolher mais a cada dia.

Fonte: Limes
Tradução e adaptação: Informação Incorrecta

2 Replies to “O futuro preto do Mar Amarelo”

  1. *** PROCURA-SE ***

    CANDIDATOS À III GUERRA MUNDIAL

    — — Requisitos — —
    Aliados: Amizade com os EUA (ou de alguma forma ser manipulado por estes);

    Forças Inimigas: Ter petróleo, refinarias, gás natural e outros recursos (se falaram uma língua diferente, Chinês por exemplo, é um bónus);

    Cumprimentos,
    — —
    R. Saraiva

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