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As revoluções não são todas iguais: Geórgia

M. Saakashvili

Nem todas as revoluções são iguais.
Algumas devem ser tratadas com respeito e admiração. Outras não.

O leitor vive num País com um sistema político podre? Deseja fazer uma revolução?
Pare: antes é preciso saber qual a orientação dos Estados Unidos. Porque caso Washington decida suportar o actual sistema de governo, para o leitor não há hipótese. Vai levar na cabeça. E nem terá direito aos clássicos 15 minutos de celebridade, pois os media vão ignora-lo.
Totalmente.

É o caso da recente revolta na Geórgia.
Fartos do regime-boneco pró Estados Unidos, muitos cidadãos de Tbilisi, a capital, decidiram encenar uma série de manifestações para pedir uma mudança de leadership.

Mikheil Saakashvili, o presidente, é fortemente contestado.
É acusado de ignorar o progressivo empobrecimento da população, com desemprego cada vez mais elevado, subida dos preços, cortes nas reformas e nos serviços sociais. …onde é que já vimos tudo isso?), de governar de forma cada vez mais autoritária e repressiva.
É também toxicodependente, mas este seria o mal menor.

Na praça muitos jovens, mas ainda mais pessoas de meia idade e reformados: por isso esta tinha sido definida como a “revolução prateada”, pela cor dos cabelos.

Na passada Quarta-feira o ponto de viragem.
Centenas de policias, apoiados por blindados, atacam os demonstrantes de dois lados: e são só tareias. A policia não é racista: jovens, menos jovens, idosos, todos têm direito a própria dose de tareia, mesmo uma vez caídos no chão.

Dezenas os feridos, centenas os presos.
Nos noticiários ocidentais é o silêncio.
Acontece.


O Presidente Saakashvli:

Cada cidadão tem o direito de exprimir-se e protestar, mas os factos destes dias nada têm a ver com esta liberdade: são provocações do estrangeiro, secundo um plano escrito fora da Geórgia, pelo nosso inimigos [a Rússia, NDT].

E os Estados Unidos? Washington simpatiza com o bom Saakashvli. natural: onde há liberdade e uma democracia que funciona há também os Estados Unidos.
O embaixador americano em Tbilisi, John Bass:

Estou preocupado pelo facto que entre os manifestantes há também elementos mais interessados no choque violento de que na protesto pacífico.

Nada a ver com os revoltosos gentlemen da Tunísia ou do Egipto, gente fina: os da Geórgia são revoltoso brutos, que procuram apenas sarilhos.

Confirma o embaixador francês Eric Fournier:

Têm o direito de manifestar, ma o protesto tem que parar antes de amanhã porque não têm o direito de impedir uma manifestação oficial.

No dia seguinte, de facto, era previsto um desfile de meios militares. E o embaixador tem toda a razão: é possível protestar contra as injustiças, a pobreza, a ditadura; mas melhor à noite, perto das 3 ou 4 de  manhã, em silêncio, de forma a perturbar o menos possível.

Doutro lado, é preciso perceber: o actual Presidente tóxico, Saakashvli, chegou ao poder graças à “revolução rosa” de 2003. Uma revolução espontânea e popular, como sempre.
Nem passaram 10 anos e os Georgianos querem outra revolução colorida?
E quando trabalham naquele País?

Ipse dixit.

Fonte: Megachip, Youtube