O vento de Espanha

O que acontece em Madrid?

Acontece a mesma coisa que se passa em Granada. E Barcelona. E talvez em outros lugares de Espanha.
Pois por enquanto é só Espanha.

Milhares de pessoas reunidas nas praças, e isso apesar dos avisos das forças de segurança pública.

Outra vez: Facebook, Twitter, passa-palavra, vozes, rumores. Onde é que já vimos tudo isso? Talvez não tão longe, apenas do outro lado do mesmo mar.

Diferença? Sim, uma por enquanto: não é exigida uma mudança de regime, aqui não há uma tirania oficialmente reconhecida.
O alvo é a direcção, não o condutor.
Por enquanto é assim. 

Mas são rumores sinistros, como quando passarmos numa tábua de madeira já desgastada pela humidade e pelo tempo: ainda um passo e pode partir-se. Talvez nem seja preciso um outro passo, talvez é apenas questão de esperar que a gravidade faça o próprio trabalho.


E pensar que possa ser só um problema espanhol e que não envolva o resto da construção europeia, significa não perceber que o ponto de roptura foi atingido e não desde hoje. Simplesmente, hoje alguém decidiu dar forma e voz a algo que já estava no ar: o Sonho Europeu morreu.

Anos complicados estes. Após o American Dream, agora é a vez do European Dream. Complicados mesmo.

Quem somos?

Somo pessoas que aqui chegaram de forma livre e voluntária, que após a manifestação (do dia 15 de Maio) decidiram continuar para reivindicar a dignidade e a consciência política e social.
Não representamos nenhum partido nem associação.

Porque estamos aqui?

Estamos aqui porque desejamos uma sociedade nova, com prioridade para a vida acima dos interesses económicos e políticos. Pedimos uma mudança na sociedade e na consciência social.
Estamos aqui para demonstrar que a sociedade não está adormecida e continuaremos a lutar de forma pacífica.

Apoiamos os amigos presos por terem manifestados e pedimos que sejam libertados sem acusações.
Pedimos tudo isso e pedimos tudo isso já. Se concordares, junta-te.

Melhor tentar e perder de que perder sem ter tentado.

Madrid era apontada como último baluarte do Euro perante os ataques dos “especuladores” estrangeiros. Afinal pode ser a porta de entrada de algo bem diferente.

Um mero acaso?

Ipse dixit.

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