As marcas da liberdade

Após um ano de post, reparei nisto: é cada vez mais difícil encontrar algo para escrever.
Falta de assunto? Não, há assuntos: só que são sempre os mesmos.

Ao observar com atenção o que foi publicado por este blog até hoje, reparamos que os temas de fundo muitas vezes são os mesmos. Parte-se dum assunto qualquer e acaba-se invariavelmente com o falar de: bancos e multinacionais. Que depois são a mesma coisa.

Há uma guerra? Atrás poderão encontrar um banco e/ou uma multinacional.
Droga? Com certeza há um banco envolvido.
Política (mas qual???): bancos e multinacionais.

Mercados? Saúde? Trabalho? Bancos e multinacionais.

Aborrecido.
Mas verdadeiro, pois esta é a nossa realidade. O que se passa no blog é o espelho do que acontece na vida do dia a dia. Seria possível pensar na nossa existência como uma forma de dar lucros a bancos e multinacionais: esqueçam a reprodução da espécie, não é este o nosso fim.

Exagerado?
Talvez.


Mas pensem nisso:

  • Acordamos de manhã, na nossa casinha que acabaremos de pagar daqui a 30 anos graças ao mútuo. Do banco.
  • Saímos e entramos no carro. É duma multinacional e é pago em prestações. No banco.
  • Depósito quase vazio? Não há crise: é só parar numa estação de serviço e comprar gasolina. Duma multinacional. E já que estamos aí, porque não pagar com o cartão do banco?
  • Chegamos ao trabalho. Que pode ser: 1. num banco 2. numa multinacional 3. numa empresa privada que trabalha com um ou mais bancos e que tem, entre os próprios fornecedores, uma ou mais multinacionais 4. na pública administração: ver ponto 3.
  • Pausa. Tempo de falar um pouco com os colegas. De quê? De desporto, por exemplo, como o futebol. E de todas as equipas mergulhadas nas dívidas (e são a maioria). Os credores? Os bancos. E como será possível comprar o próximo craque? Bom, para nossa sorte o presidente já encontrou o sponsor: Volkswagen, Ford, Siemens, Sony, ou outra ainda, tanto faz, sempre multinacional é.
  • Acaba o trabalho? Vamos fazer as compras. Será que no vosso carrinho não entram produtos da Nestlé? Da Coca Cola? Da Delmonte? Certeza? Não olhem apenas para o nome comercial, olhem o que dizem as letras pequenas: “produzido sob licença…”. E da Monsanto? Quem entre nós pode controlar quais os adubos e os aditivos utilizados no lindo tomatinho que está à nossa espera na prateleira? Ah, não esqueçam de pagar na caixa. Com o cartão do banco, óbvio.
  • E que tal passar uma noite no cinema, talvez com a família? Podemos jantar fora, no McDonald´s, por exemplo (sugestão: paguem com o cartão do banco); e a seguir um bom filme para todos, da Walt Dinsey. Com pipocas. E uma Fanta. Que sempre Coca Cola é.
  • Noite, finalmente, tempo de deitar-nos na cama (paga em prestações, como o resto da mobília, graças à financeira que trabalha com o banco), fechar os olhos e pensar: “Grande sorte a minha: sou um homem livre”.

Acham tudo isso exagerado?
Sim, sem dúvida.
E boa noite.

Ipse dixit.

7 Replies to “As marcas da liberdade”

  1. vc ja pequisou sobre auto -hemoterapia?
    É um assunto polemico….
    e bem interesante…
    No you tube tem varios videos e depoimentos…
    e é claro que o governo e as multinacionais farmaceuticas são contra.
    há a midia tambem.

  2. So te faltou dizer que combinaste por telefone,usando o iphone com conta na vodafone, uma ida ao cinema e que enquanto vias o filme apanhaste um resfriado devido ao ar condicionado da Lennox e que quando chegaste a casa tiveste que tomar um farmaco da Bayer 🙂

    Artigo bastante pertinente o teu. Estamos completamente manietados por estas multinacionais, mas a que me preocupam mais sao: bancos(primeirissimo lugar), fornecedoras de energia, em breve teremos as fornecedoras de agua, Monsanto(e afins).

    Abraco

    ps: Como correu o dentista ?:D
    ps2: Li uns rumores que a producao de cafe esta a diminuir e que a procura continua a aumentar. Interessante, pois convem nao esquecer que o cafe e' a "commodity" mais vendida no mundo.

  3. Não acho nada exagerado, é a pura verdade, a realidade até será pior do que isso. São as pessoas que alimentam todo esse sistema imundo de bancos e multinacionais/corporações, pensando que são eles que lhes oferecem as coisas que as fazem 'felizes'. É o mundo em que vivemos, não acho que o homem irá mudar por sua consciência/vontade própria. Melhor pensar qual será o caminho então.

  4. Olá Vivian!

    O que sei é que é uma prática utilizada pelos desportista também. Mas nada mais.

    O que penso é o seguinte: se a Natureza quisesse a auto-hemoterapia, teria equipado o homem com uma bolsa onde guardar o sangue, para ser injectado na altura da necessidade.

    O facto da Natureza não ter previsto nada disso faz-me duvidar.

    Mas repito: é uma opinião, a minha, de quem nada conhece acerca do assunto.

    Vou informar-me, fica a promessa.

    Um abraço para Vivian!

  5. Olá Xeno!

    Dentistas. Pagamos um fulano para que este possa magoar-nos. E se não pagarmos, a dor é ainda pior. Isso, com a existência dos mosquitos, já deveria ser suficiente para ser ateu.

    Mas estou melhor, obrigado. Confesso: sou bastante "marica" quando o assunto são os dentes. Já mordi um dentista e outro recusou tratar-me. Tanto para dizer…

    Falta café? Pouco mal, Continuarei a levantar-me cedo, mas acordarei só por volta das 10.30, mais ou menos.

    Seriamente: não ouvi nada ainda, mas não fico surpreendido. Nos próximos tempos veremos coisas "fantásticas", impensáveis até pouco tempo atrás.
    Tal como o ataque às commodities: a "nova" fronteira (talvez última com a água) dos "especuladores". Que depois são os conhecidos de costume.

    O mundo muda com uma rapidez nunca vista. Não seria mal perceber qual a direcção…

    Grande abraço!

  6. Olá Anónimo!

    E obrigado pelas boas palavras. Mas acerca duma coisa não concordo: "É o mundo em que vivemos, não acho que o homem irá mudar por sua consciência/vontade própria".

    De facto não mudará por vontade própria, mas mudará, aliás, está a mudar. É que foram criadas as condições para que a mudança aconteça: a nossa velha sociedade, que é a mesma na qual ainda vivemos, não tem pernas para prosseguir.

    "Melhor pensar qual será o caminho então".
    Muito bem visto. Um grande desafio, sem dúvida.

    Abraço!!!

  7. Mensagem estampada na página do VIMEO

    E imperativo difundir Este vídeo. Ponham nsa Vossos blogs, murais, mandem o link por mail, façam download. Primeiro Caiu um Grecia, DEPOIS Caiu em Irlanda, Portugal Acabou de CAIR EA Seguir E a Espanha. entendre Pará e qua o Verdadeiro Objectivo da consequencia da Entrada do FMI, e Este filme essencial ver

    Eu já vi, é …esclarecedor, não deixe de ver Max.
    Para ir a forra quando fores passear no parque para espairecer, sente-se em um banco do parque e aí pelo menos estará por cima rsrsrsrs

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