Continuo a receber, agora sobretudo via e-mail, criticas não ao seguinte artigo mas contra mim.
Pessoal, vamos ver se conseguirmos interpretar o que está aqui escrito, pode ser?
“Factos relatados por Al Jazeera” significa que quem fez esta descrição não fui eu, mas Al Jazeera, que não é minha irmã mas uma emissora de televisão jornalística do Catar, que transmite em língua árabe e inglês.
Eu traduzi este artigo.
“São um exagero ou uma descrição fiel?” é uma pergunta, e significa: “será que os factos que Al Jazeera conta são verdade ou não?”
“E agora a palavra é dos leitores.” é um convite à discussão, não é uma admissão de culpa do género: “Pronto escrevi um disparate, agora podem começar a ofender-me sem limites”
Ficou um pouco mais claro? É só ler as palavras que aparecem, ninguém neste blog está a atacar a honra do Brasil, podem ficar descansados.
Obrigado pela atenção.
Esta semana aconteceram coisas graves, com as escavadoras que destruíram as favelas, tudo para tornar o Brasil pronto para os Jogos.
Como relatado pelo The Guardian, as favelas de tijolos foram rasgadas pelas escavadoras e as ruas estão agora cobertas por uma espessa camada de destroços e metal retorcido. À noite, os drogados ocupam as ruínas, preenchem o que sobrou das casas com garrafas vazias, colchões e tubos improvisados para o crack, enquanto o cheiro dos excrementos paira no ar.
Freitas não precisa dum mestrado para perceber o que se passa: “A Copa do Mundo já começou e eles querem esta área. Acho isso desumano”.
A Assessoria da Casa em Rio disse que tudo é feito em nome do “desenvolvimento” e ao renovar a área está a dar para as pessoas das favelas um pouco de “dignidade”.
Talvez o conceito de “dignidade” para os burocratas esteja perdido, num mundo onde o teu bairro pode tornar-se um parque para os ricos fãs do rico futebol. E será possível ver muita desta “dignidade”.
Christopher Gaffney, Professor Externo na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, e Vice-Presidente da Associação Nacional dos Torcedores:
É como uma queda livre rumo a um paraíso neo-liberal. Vivemos numa cidade que é projectada por empresas de public relations e realizada por um Estado autoritário com os parceiros das multinacionais.
Estes eventos são gigantescos cavalos de Tróia que nos deixam atordoados e impressionado com a capacidade de transformar os lugares e as pessoas, enquanto em acção há um governo paralelo que usa recursos públicos para gerar lucros privados.
Como numa invasão militar, a única forma para ocupar o País com uma mega- evento é bombardear as pessoas com informações, livrando-se dos indesejáveis e lançando uma campanha de comunicação que ridiculariza as vozes alternativas, na tentativa de apresenta-las como vozes de pessoas que detestam o desporto e o progresso.
Tradução: Informação Incorrecta