Carta aos Portugueses

Portugal continua a surpreender-me. Cada vez mais.
Após alguns anos de vida passada neste bonito cantinho de terra “à beira mar plantado”, já deveria estar vacinado. Mas admito: não estou.

Chegou o Fundo Monetário Internacional; foi divulgado o documento de entendimento assinado pelo Governo, pelos “especialistas” do FMI e futuramente viabilizado por boa parte da oposição. No documento é patente a venda do País, do inteiro “sistema Portugal”, a perda da soberania económica e financeira (o que ainda sobrava, claro), a entrada dos privados (leia-se: bancos) em todos os serviços do Estado, a perda irremediável de património.

Reacções? Zero.

Uma manifestação aí, um dia de greve (uma Sexta-feira, naturalmente) nem directamente ligado à questão, mais nada. Os Portugueses assistem com a máxima descontracção à destruição do próprio País.

Verdade: nesta altura há argumentos importantes no ar:  a final da Liga Europa será jogada entre duas equipas portuguesas e na SIC começou um programa cultural, “Peso Pesado”, no qual alguns concorrentes lutam para emagrecer.
Enfim, não são brincadeiras.

Surge uma pergunta: mas os Portugueses são mesmo assim ou há outra explicação? Porque, por exemplo, em Atenas descem nas ruas para gritar a própria raiva enquanto em Lisboa saem de casa apenas para enfiar-se num centro comercial?

Acreditem, a resposta não é simples. E seria preciso muito mais do que um simples post para explicar as razões: ou melhor, as razões que eu percebi, pois haverá outras que nem tenho a capacidade de considerar.

A “liberdade”; a tristeza, a desconfiança…

Para começar, é necessário lembrar que os Portugueses têm de si próprios uma péssima imagem.
Isso torna este povo bastante triste, aliás, esta foi uma das primeiras coisas em que reparei uma vez aqui chegado e que mais me impressionou (lembrem que moro bem perto de Lisboa, e isso faz toda a diferença). Ao entrar numa loja, a vontade é de pedir desculpa por incomodar, pois um sorriso é coisa rara.

Falta de consideração e tristeza levam facilmente à desconfiança e a inacção.

Além disso, o País ainda não ultrapassou o trauma do 25 de Abril 1974, dia da “libertação”: que não foi uma revolução popular, mas uma mudança de regime conduzida basicamente pelos elementos de Esquerda das Forças Armadas (uma visão muito redutora, admito, mas é para simplificar ao máximo).
Após uma ditadura de quase 50 anos, os Portugueses acordaram um dia com uma notícia esquisita: “Estão livres!”. E ainda hoje não é claro o que isso possa significar.

A maior parte das pessoas, pelo que posso observar, interpretou isso como um “Estão livres de fazer o que lhes apetecer”. Só assim pode ser explicada, por exemplo, a total falta de organização que é possível encontrar.

Uma das outras coisas que marcaram os meus primeiros dias neste País, foi constatar como as coisas tinham sido construídas: ao calhas, sem que tivesse sido seguido um aparente plano. As casas, por exemplo: ninguém pensou em preservar os traços típicos das construções portuguesas, cada um construiu a própria habitação onde quis (“Fica no interior dum parque natural? Paciência”), com um estilo próprio, sem ter em conta a integração estética, urbana e logística (construir a casa significa ligar-se à rede eléctrica, por exemplo).

Acho isso bastante sintomático de como foi interpretado o 25 de Abril: não liberdade de participar activamente nas escolhas do País, mas liberdade e ponto final, quase no limite da anarquia.

O mesmo, obviamente, aconteceu com o Estado.
Assumir pessoal para ser inserido na Função Pública ficou como útil estratagema para conseguir votos. Ninguém pensou que cedo ou tarde isso teria representado um custo enorme. e insustentável.

Os sindicatos também fizeram a própria parte: hoje falam em “direitos adquiridos” como autênticos dogmas, sem perceber que estes direitos foram os frutos duma época de excesso. E que foram também estes mesmos excessos que tornaram as empresas cada vez menos competitivas.

Nunca conheci tantos dias feriados como desde quando cheguei em Portugal. No resto da Europa as coisas não funcionam assim.

Seria possível continuar com muitos outros exemplos, mas quero aqui concentrar-me apenas num deles: a propaganda que criou um País que não existe, que nunca existiu e que agora será enterrado de forma
definitiva.

A reforma do senhor F.

Há alguns dias estava a falar com uma pessoa conhecida, o senhor F., acerca do problema das reformas.
Numa certa altura, perguntei: “Mas quem é que paga as vossas reformas?”. Resposta: “Nós já pagámos as nossas reformas!”.

Descobri assim que o senhor F., tal como a maior parte dos reformados, vive num mundo muito particular. É um mundo que foi criado ao longo das décadas, através da já citada propaganda, a utilizada pelos partidos políticos.

Neste mundo, o senhor F. trabalhava e, no final de cada mês, havia um funcionário da Função Pública que guardava o dinheiro de cada trabalhador. Provavelmente havia pilhas de notas, em cima um papel com o nome do trabalhador escrito à mão. No dia da reforma, a mesma pilha passava para outro escritório, o dos pensionistas, que assim passavam a receber o dinheiro anteriormente guardado.

Esta é uma visão. Depois há outra, um pouco mais avançada.
Nesta segunda versão, o dinheiro dos trabalhadores não era guardado pelo funcionário mas investido em património e serviços. Ao fim da vida útil do trabalhador, este começava a receber os interesses no entretanto maturados, isso é, a reforma.

Não há nada para rir: é isso que pensam os reformados em Portugal. A maioria deles.

Ambas as versões, é óbvio, são pura fantasia e foram utilizadas pelos vários exponentes políticos ao longo das décadas para justificar uma realidade muito mais prosaica: o dinheiro sempre foi e ainda é utilizado para fazer funcionar uma gigantesca máquina pública que mais parece um enorme funil do que um Estado.

Isso acontece aqui, em Portugal, mas também em outros Países europeus, a maioria deles. É por isso que hoje cada vez mais se fala de crise do sistema pensionista: nenhum dinheiro foi guardado (a não ser em mínima parte) e hoje quem paga as reformas são os trabalhadores no activo. Que cada vez mais são menos.

O sistema até poderia funcionar se Portugal fosse um País com uma real soberania monetária. Neste caso, não tendo limites de deficit, o Estado poderia continuar a pagar as reformas e ao mesmo tempo investir e melhorar os serviços públicos.

Mas Portugal, tal como a maioria dos Países europeus, perdeu a soberania monetária. Hoje o deficit é controlado pelas severas normas de Bruxelas, tal como a dívida pública. E aqui começam os grandes problemas. O dinheiro não chega.

Solução: vender o País

Solução? Sim, o Fundo Monetário Internacional apresentou a solução: privatizar. O quê? Tudo e mais algumas coisas.

Eu não sei se os Portugueses realmente percebem o que isso significa. Talvez, pelo facto de ainda considerar-me uma espécie de “observador externo”, eu consiga ver as coisas dum ponto de vista ligeiramente diferente.

Por exemplo, ficamos ainda com a ideia do Senhor F.: se for verdade, como afirma a segunda versão, que as reformas hoje são pagas com os juros maturados e que ainda maturam graças ao património público, o que acontecerá uma vez privatizado este património?
Porque esta é a privatização, não outra coisa. E nem podemos esquecer que os (eventuais) lucros da privatização serão utilizados para pagar o empréstimos.

Pois.
Mas não é apenas isso.

Estes infelizes burocratas que gostamos de definir “políticos” arrogam-se o direito de vender a res publica, as coisas do Estado. Podem fazer isso com o álibi da representatividade política: “O povo elegeu-nos, por isso o que nós escolhemos fazer é o desejo do povo”.
O que é falso: quando foram eleitos a situação era bem outra, até nem sem falava de recorrer à “ajuda” externa. Foram eleitos para governar, não para vender o Estado a preços de saldo.

De facto, esta é a Democracia no seu melhor.
Mas vamos em frente.

A ideia é de vender os serviços que “não dão lucros” (ideia do leader da oposição Pedro Passa o Coelho ou algo de parecido). Uma ideia aparentemente inteligente. Mas apenas aparentemente. Vejamos porquê.

Em primeiro lugar, há serviços públicos que não podem dar lucros. O sistema de saúde, por exemplo: mas como raio pode o Estado ganhar com a saúde das pessoas?

Há outros serviços que podem dar lucros mas que, mesmo perante perdas, continuam a dar lucros. Um paradoxo? Sim, um paradoxo, facilmente explicado: o lucro dum serviço de transporte público, por exemplo, não é apenas o activo de orçamento no final do ano. Aliás, este é o lucro menos importante.
O verdadeiro ganho pela comunidade encontra-se na menor quantidade de combustível consumido pelos privados, na menor poluição, na maior mobilidade das pessoas com dificuldades.

Mas há ainda uma outra questão, alegremente ignorada por quem propõe a venda dos “serviços que não dão lucros”. Hospitais, redes eléctricas, redes de transportes e outros ainda: são património dos Portugueses, de todos os Portugueses.
O facto de não gerar lucros nesta altura não significa que não tenham valor. O que estes senhores estão a fazer é alienar algo que foi construído por todos os Portugueses ao longo das décadas.
Com lucros ou com perdas, não deixa de ser uma riqueza.

Os tristes servidores

Ninguém, e repito: ninguém está a explicar estes conceitos básicos aos Portugueses. Até os partidos de Esquerda entraram no jogo e neste sentido o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda são a grande desilusão: esta é uma ocasião única para explicar ao País o que se passa, agora é que os cidadãos pode ser mais receptivos.
E que fazem estes dois partidos? Repetem “FMI fora daqui” e avançam com propostas alternativas para…pagar a dívida! Isso é: gritam que o FMI faz os interesses dos bancos e entretanto estudam uma maneira diferente de pagar aos mesmos bancos.

Estes, para que fique claro, são os partidos “ao lado do Povo”.
Dos outros nem vale a pena falar, pois têm objectivos declaradamente diferentes, excepto um: pagar aos bancos.

Mas de todas as personagem, a mais triste é sem dúvida a do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. O qual, enquanto o Governo insistia para não recorrer à “ajuda” externa, trabalhava com a oposição (leia-se: os bancos) para acelerar o processo de resgate. Nem teve a decência de esperar que o Governo apresentasse as demissões: perante as pressões dos bancos, começou logo a trabalhar em favor deles.

Não admira, pois os Portugueses já perceberam alguma coisa acerca da amizade existente entre o Presidente da República e os bancos privados.  Mas a coisa grave é que o Presidente é, por definição, a máxima figura institucional, representante da unidade nacional e garante dos princípios constitucionais.
Numa palavra: é o primeiro defensor da República.

Em teoria, claro: pois neste caso estamos perante o primeiro vendedor da República, o que é bem diferente.

Mesmo ontem, o Presidente indicou a via para ganhar competitividade: reduzir os impostos sobre o trabalho e aumentar os impostos sobre o consumo. Tão simples, não é?
Agora, vamos ignorar o facto destas serem medidas do programa eleitoral do PSD, partido da oposição, pois o que interessa é o seguinte: mas não tinha sido este senhor a afirmar, há poucas semanas, que “havia limites para o sacrifício” dos Portugueses?    

O verdadeiro programa eleitoral

Programa eleitoral. Pois enquanto tudo isso acontece, aos Portugueses é oferecido outro prato: as eleições. Que são definidas como “de importância crucial”. Nada mais, nada menos.

De facto, é preciso escolher qual partido deverá ser o bom servidor do Fundo Monetário Internacional ao longo dos próximos anos. E se alguém pensar que o papel será diferente, é só porque não está a ver bem “o filme”.

Tentamos ser claros: o FMI e o Banco Central Europeu vão meter dinheiro em Portugal. Mas não é uma prenda, é um empréstimo. Com juros.
Alguém acha que FMI e BCE vão trazer dinheiro até Lisboa para depois dizer “Bom, meus senhores, aqui está o dinheiro; tenham cuidado, gastem bem, sejam bons. Ah, e não esqueçam de enviar os juros no final do ano, tá bem? Bom trabalho e obrigado pela simpatia”.

Se é esta a ideia, estão redondamente enganados: o FMI veio para ficar.

Ao longo dos próximos anos as contas do Estado serão observada com a lupa. Cada medida deverá ser antes submetida à aprovação do FMI e só depois, prévia avaliação orçamental, aprovada.

O(s) próximos(s) Governos deste País poderão, no máximo, apresentar sugestões que poderão ou não tornar-se realidade. Mas a última palavra será sempre do FMI (e do BCE) que, como bons bancos privados, não querem perder nem que seja um cêntimo.

E quem afirmar o contrário, faça o favor de ver o que se passa na Grécia e só depois falar, obrigado.

Mas esta é outra realidade que passa no completo silêncio. A versão oficial é que será preciso um Governo “forte”, com maioria parlamentar, para que possam ser tomadas decisões importantes e para que o País possa recuperar depressa. Por isso há lutas acerca dos programas políticos que são, em última análise, totalmente inúteis.

Pode parecer uma afirmação forçada, mas a verdade é que o único programa sério já foi apresentado. Só que não foi definido como “programa eleitoral”, mas como “documento de entendimento entre o Fundo Monetário Internacional e o Governo Português”.

Este é o único programa eleitoral que será aplicado.
E se o leitor achar que este será como todos os programas eleitorais do passado, cheios de promessas que a seguir ficam esquecidas, então está outra vez redondamente enganado: este é um programa que contém ameaças, e serão todas implementadas.

Por isso seguir os debates televisivos nesta ocasião é absolutamente inútil. O futuro está já escrito, e não será o voto dos Portugueses que poderá mudar a realidade.

Esta é, actualmente, a realidade apresentada ao País. Atenção: esta é a única realidade apresentada, não uma delas. As outras hipóteses nem são tomadas em consideração.
Renegociar a dívida? Nem pensar.
Sair do Euro? Um suicídio.

Onde é que já vimos tudo isso? Ah, pois, na Grécia. Curioso: não se fala de Atenas nestes dias. Curioso mesmo.

O ponto de roptura

Não é fácil para um Português perceber a armadilha mortal na qual foi enfiado.

Além disso, a má gestão do post-25 de Abril (a “revolução”, por assim dizer) em nada ajudou este povo na aprendizagem dos próprios direitos e deveres. A ideia de “liberdade como possibilidade de fazer tudo o que passa pela cabeça” (restrições? Leis apertadas? Fascistas!) não ajudou na criação de cidadãos conscientes dos próprios direitos e deveres.

Simplesmente houve um “antes 25 de Abril”, que acabou, e um “depois 25 de Abril”, do qual o País ainda não saiu. O cidadão não consegue ver o destino do País nas próprias mãos, mas nas mãos de outras pessoas. Uma atitude passiva, típica dos messianismos (já ouviram falar do Sebastianismo?), que trava o País e ajuda na criação dum fosso entre a política activa e os cidadãos.

“Há problemas? Eles que resolvam, por isso foram eleitos”. A ideia de que os cidadãos tenham de actuar com função de vigilância democrática nem passa pela cabeça da maioria dos Portugueses. O Português vê-se a si mesmo como a pessoa que com uma certa regularidade desloca-se até as urnas, vota, e a partir dai a questão está fechada. O resto é com “eles”.

Ao considerar todos estes aspectos, e outros ainda que por questão de tempo e espaço não vamos citar, não é difícil compreender a falta de reacção. Aqui o Valium distribuído em doses industriais no mundo ocidental encontra terreno fértil, já predisposto para a recepção.

Não é preciso grande esforço: o Português já não acredita nos próprios meios, sofre da comparação com os outros Países europeus, sente-se enganado por tudo e todos, não tem pontos de referencia, é alvo fácil.

Triste: triste ver um País com 800 anos de história abdicar da própria razão de ser perante um manipulo de banqueiros e servidores.

Haverá ainda esperança? Eu acho que sim. Não de imediato, mas no médio prazo acho que sim. E o ponto de viragem será construído sobre um “input” externo, não interno, pois o País não tem forças para opor resistência.

Por enquanto o Portugal seguirá as ordens do FMI e do BCE. Não porque não exista alternativa, simplesmente por falta de iniciativa. Mas estes banqueiros, estes servidores, não têm nos próprios genes o conceito de “limite”. Por isso chegará um ponto de roptura.

Uma previsão pessimista? Não, realista: a classe política que conduziu o País até esta situação é a mesma que agora pretende “salvar” Portugal. Os partidos são os mesmos, as caras são as mesmas. E o FMI não está aqui para melhorar os dirigentes deste País, o FMI está aqui para cuidar dos próprios interesses. E acrescentamos também os grandes resultados que o mesmo FMI está a obter na Grécia, que agora se encontra nas mesmas condições da Argentina logo antes da falência…

No dia da “roptura”, seja por orgulho, seja por simples desespero, haverá uma reacção, provavelmente não limitada aos confins de Portugal. Será um dia complicado, sem dúvida, mas interessante, como todas as coisas novas.

Talvez dará para os Portugueses redescobrir um comum denominador; talvez dará para entender que o futuro deste País não é com esta Europa, mas com os outros Países de língua portuguesa; talvez dará para redescobrir, quem sabe, até a própria grandeza. Que existe, tal como existiu: simplesmente foi enterrada.
Foi o Terramoto de 1755? Foram os 50 anos de regime salazarista? Não interessa.
Mesmo num regime Valium-dependente como Portugal do novo milénio, existem nervos que doem quando atingidos. E despertam logo.

A cura do FMI arrisca mesmo isso: atingir os únicos nervos que ainda podem despertar este País.
Falta ainda muito? Não, não falta muito.

Ipse dixit.

5 Replies to “Carta aos Portugueses”

  1. Não sei o que dizer…mas obrigado Max.

    Esse texto tocou (apesar de não trazer novidades), mas tocou…

    Sou Português e apesar de tentar escapar constantemente à Valium-TV e ao entretenimento para as massas, não sei o que fazer…

    Todos os dias, sempre que vejo as notícias (histórias, por assim dizer), questiono-me: Quantas pessoas estarão a ver isto e a acreditar piamente nesta farsa toda?

    Tanto vezes me questiono porque é que já tenho dores de cabeça só de pensar neste assunto? Só de pensar que vivemos numa roda-viva (mas sedada) de adoração a bancos e interesses de privados…É triste, é deprimente…para não esquecer a questão da paranóia.

    Quem se apercebe do que se passa, tantas vezes é apelidado de Paranóico, tanta vez…

    Enfim…

    Mas há uma coisa que me vai deixando feliz: trabalho voluntário. Participo activamente em trabalho voluntário, recolho e distribuo alimentos por quem precisa, numa associação que se recusa a aceitar dinheiro. Ali sinto-me bem, sinto que ajudo o meu país…que dou o exemplo.

    Mas vêem aí tempos difíceis…muito difíceis…

    "Desliguem as novelas, o futebol, o entretenimento rasco…desliguem as notícias…desliguem a TV." – PAREM E QUESTIONEM-SE: Porque é que as coisas são assim?

    Despertar a consciência já é um princípio…mas…até quando?…e quando todos tivermos despertos?…a separação, a falta de união é tal…que as pessoas não se mobilizam.

    "Geração à Rasca"? Uauhhh…um sábado à tarde de folia com uns panfletos e cartazes. O povo tem de ser levado a sério!…mas não há quem nos represente…não há…e essa questão é difícil de contornar.

    Cumprimentos Max,
    — —
    R. Saraiva

  2. Concordo plenamente. Por vezes é preciso alguém de fora para ver o que nos está próximo. Isso da reforma já há anos que ando a dizer, mas as pessoas limitam-se a dizer que sou pessimista. Limito-me a olhar para o que pago para a segurança social como mais um imposto, mas não conto com ele para a reforma.

    Max, adoro ler o teu blog, mas não sei mesmo o que pode ser feito em termos práticos para além de meditar pelo país e tentar manifestar dias melhores. Sei que é tudo muito etéreo, mas não sei mesmo o que fazer. Como independente, tudo parece ainda mais difícil. Só desejo que a massa crítica seja atingida brevemente e que haja um despertar geral da população. Até lá, não sei…

  3. Olá Saraiva!

    Apesar da situação actual, eu estou confiante.
    Um pouco porque uma das poucas coisas que aprendi até hoje é que "a noite nunca é tão escura".

    Depois porque, como todas as criações do Homem, há imperfeições. Que, se não tratadas, levam ao ruir da construção. E não importa quanto "malvada" possa ser a tal construção, irá ruir na mesma.

    No caso da Zona Euro, esta já demonstrou ser amplamente imperfeita: e uma eventual queda teria consequências muito pesadas.

    Atenção: não é um "quanto pior, melhor", nunca é esta a minha filosofia.
    O que digo é que na altura das grandes dificuldades costuma haver grandes respostas.

    E um País em fortes dificuldades, não apenas económicas-financeiras, nestas condições pode encontrar a ocasião para voltar em si.

    Não vai ser simples, pelo contrário, pois antes de lá chegar teremos que enfrentar não poucos sacrifícios e desilusões.

    Mas a História é o melhor dos Mestres: "What starts, ends". O que começa, acaba. Seja isso positivo ou negativo.

    É só esperar.
    Uns 3-400 anos, se calhar… :)))

    Abraço!

  4. Olá Ana!

    E obrigado pelas boas palavras.
    Que fazer?

    Há algumas semanas dizia um meu amigo: "nesta altura o objectivo não é ganhar mais, mas não perder".

    Talvez seja isso.
    Numa altura tão complicada, pode ser já bom manter a mente "fria", ser capaz de raciocinar de maneira autónoma, ter uma visão suficientemente crítica para perceber o que é justo e o que não é.

    É pouco? Não sei.
    Mas como acabei de dizer na resposta ao amigo Saraiva, "a noite nunca é tão escura".

    E não podemos esquecer que estamos a viver um período de grandes mudanças. Nos próximos meses muitas coisas acontecerão, coisas que provavelmente agora nem conseguimos imaginar.

    Vivemos num mundo que atravessa uma grave crise económica, com uma super-potência cada vez mais fraca, com novos Países que querem abandonar o anonimado, dezenas de milhões de desempregados nos Países definidos como "avançados"..muitos ingredientes para o simples caldo de galinha que costumam servir na nossa mesa.

    É só esperar e não ser pessimistas.
    Nunca.

    Grande abraço!!!

Obrigado por participar na discussão!

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