Site icon

25 anos depois

Dizia Marx:

A História repete-se sempre duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa.

Diziam os Split Enz:

A História nunca se repete.

Embora eu aprecie mais a banda neozelandesa do que o filósofo judeu-alemão, tenho que admitir: desta vez o bom Marx tinha razão.

15 de Abril de 1986: os Estados Unidos iniciaram a Operation El Dorado Canyon, um ataque aéreo contra as cidades líbias de Tripoli e Bengasi. O objectivo de matar Khadafi faliu, morreram cerca de 60 entre cidadãos e militares.

26 de Abril de 1986: uma explosão na central de Chernobyl libertou uma grande quantidade de partículas radioactivas na atmosfera. Milhares de pessoas morreram na altura ou pelas consequentes patologias, mas o número exacto permanece não conhecido.

Um ataque contra a Líbia e um acidente nuclear, no mesmo ano, no mesmo mês.

Agora uma salto de 25 anos.

11 de Março de 2011: um sismo de 9º grau de magnitude atinge o Japão, causando a libertação na atmosfera de grandes quantidades de partículas radioactivas. Desconhecido o número de baixas, estando o acidente ainda em curso.

19 de Março de 2011: inicia a intervenção da Nato para suportar as operações dos rebeldes na Líbia. Desconhecido o número de baixas estando o conflicto ainda em curso.

25 anos depois, um acidente nuclear e um ataque contra a Líbia. Mesmo ano, mesmo mês.
Coincidências, sem dúvida.

A primeira lição que podemos aprender é a seguinte: ao longo de 25 anos o Homem não aprendeu rigorosamente nada. Continua com as guerras e continua a ter de enfrentar o perigo nuclear.
25 anos deitados no lixo.

A segunda lição é a seguinte: as comemorações trazem azar. Daqui a 25 anos, quando alguém propuser comemorar o 50º aniversário de Chernobyl e o 25º de Fukushima, façam um favor: calem-no.

Parabéns a Marx.
Mas o vídeo é dos Split Enz: History Never Repeats, (1981)

Ipse dixit