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Surfin’ Fukushima

Ásia. O que acontece no outro lado do Mundo?
Vamos ver.

A propósito: a imagem abaixo do título não é uma fotomontagem.
E a do fundo é mesmo a central nuclear de Fukushima.

China: quando a queda é uma festa

Depois, ou apesar, ou por causa do início das políticas de controle sobre o mercado, em Março o volume dos negócios do sector imobiliário manteve-se bastante baixo.

Segundo dados oficiais, a redução foi de cerca de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mais: ao que parece são os piores resultados dos últimos 3 anos.

Em qualquer outro País esta seria uma notícia aterradora, mas não na China.
Segundo a Rádio Nova China até as coisas correm bem: a queda das receitas comportará uma redução dos preços, o que é fortemente desejado.

Na prática: um pouco de crise, até que enfim!
 
Sim, talvez seja assim. Mas a dúvida fica.

Japão: self made reactor

Uma cortina de borracha caiu sobre Fukushima: não, não é uma medida para conter o desastre, esta cortina atinge unicamente as notícias. Já não há quase nada de substancial para dizer, as novidades são comunicadas com lentidão e de forma muito sintética. Difícil ter uma visão geral.

Sabemos que foi encontrado o “buraco” do reactor nº 2, donde provem a água contaminada que emite um 1 Sievert / h de radioactividade.

Pergunta: possível que seja sempre 1 Sievert / hora? Nunca 2 ou 0,99?
Não, só é unicamente 1 Sievert.
E a razão é simples: já não são comunicados novos valores, os media continuam a reportar o último dado oficial.
 
Mas outra coisa parece estar a acontecer no reactor nº 1: nos últimos quatro dias foram registadas emissões esporádicas de nêutrones e foi constatada a presença de Telúrio 129 nos arredores.

O que significa isso? Tentamos perceber.

Em primeiro lugar: antes as autoridades escolheram deitar água nos reactores, com a intenção de esfriar a central.

Incidente nuclear?
Não há crise, resolve-se tudo com baldes de água, possivelmente do mar que é mais fresquinha..

Agora a Tepco (a sociedade que gere a central) e as autoridades mudaram de ideia: aqueles reactores são feios mesmo, nunca gostámos muito deles, melhor encobrir tudo com um sarcófago. De cimento, possivelmente. Olho que não vê…

Uma mudança não indiferente. O que terá acontecido?
E aqui encontramos os nêutrones e o Telúrio 139, mais Iodo 131 e Césio, que ficam sempre bem.

Segundo Arnie Gunderson da Fairewinds and Associates, não há provas definitivas mas a presença dos elementos detectados faz pensar que o reactor recomeçou a reacção de fissão. Autonomamente. 

O que é compreensível: ao longo de anos foi obrigado a “reagir”, agora de repente pára tudo?

Tentem ver as coisas do ponto de vista do reactor: um dia acordam, após uma noite de folia, e descobrem que cortaram a electricidade enquanto alguém continua a deitar baldes de água fria na vossa cabeça. 
A coisa melhor é não ligar e continuar a fazer o vosso trabalho.

Uma futura explosão nuclear? 
Calma, não é este o único cenário possível.
Mas que a situação seja bem pior de quanto afirmado (ou melhor, de quanto não afirmado) pelas autoridades, isso parece suficientemente claro. 

Melhor um sucessivo e mais exaustivo aprofundamento, não é?

Massacres no Paquistão. Paciência. 

Após um atentado particularmente grave no santuário sufi de Dera Ghazi Khan, Paquistão, que provocou 50 mortos, 70 feridos e que foi reivindicado pelo talibãns , hoje outro ataque suicida

Uma bomba explodiu numa paragem de autocarro na área de Munda Qala, apenas poucos quilómetros de distância da fronteira com o Afeganistão. 

5 mortos e dezenas de feridos é o resultado.

Mas os media ocidentais não parecem muito preocupados.

O New York Times, por exemplo, na primeira página fala do Yemen, dos dois filhos de Khadafi, da prisão de Azra Basic (uma imigrante croata) sem esquecer a re-candidatura de Barack Obama, com tanto de vídeo. 

The Times abre com o robot que encontrou o avião da AirFrance precipitado no Atlântico em Junho de 2009, com a Líbia que não pode faltar, com tal John Sweeney (que matou duas namoradas e deitou os corpos num canal: esta chama-se “reciclagem”), sem descuidar das notícias da última hora: um sub Nazi tentou sabotar o exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial (bombástico, de facto, quem poderia ter imaginado?).

Resumindo: morrem no Paquistão? Problema deles, ora essa, nós já temos tantos aborrecimentos aqui. E depois os mortos do Paquistão não ajudam nas vendas.

Do País de Borat

Acabamos com a política.

O líder do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, foi eleito ontem com 95% dos votos.  

Dúvidas: onde fica este Cazaquistão? E quem é este Nazarbayev?   

O Cazaquistão é uma das muitas ex-repúblicas soviéticas e fica algures na Ásia, perto da China, não tão longe da Índia, rodeado por todos os Países que acabam em “-ão”: Turcomenistão, Usbequistão, Tajiquistão e Quirguistão.

 E Nazabarayev? Simpática a descrição de Wikipedia: 

Nursultan Äbişulı Nazarbaev, em cazaque-cirílico Нұрсұлтан Әбішұлы Назарбаев, (Chelmogan, 6 de julho 1940) é o actual presidente do Cazaquistão.

Nazarbayev tem formação em engenharia metalúrgica e tem um doutoramento em Economia.

Durante cerca de dezasseis anos trabalhou como engenheiro no Complexo Metalúrgico Karaganda.

De 1984 a 1989 foi o presidente da República Soviética do Cazaquistão, (uma parte da extinta URSS). Em Dezembro de 1991 foi eleito presidente do Cazaquistão independente e reeleito em Janeiro de 1999.

Tem três filhas: Dariga, Dinara e Aliya. A primeira é casada com o filho do ex-ministro da saúde Rakhat Aliyev. A segunda é casada com Timur Kulibayev que é ex-ministro da construção. A última é uma mulher de negócios e está divorciada.

Nursultan Nazarbaev, foi um homem que se distinguiu pelo seu excelente trabalho e desenvolvimento económico que trouxe ao Cazaquistão, é também conhecido pelas perseguições a membros da oposição.

Assim, o septuagenário Nazarbayev está há mais de 20 anos no topo do Cazaquistão.
E, apesar disso, conseguiu aumentar a aprovação do próprio povo: 76,8% nas anteriores eleições, 95% agora. 

Será pelo “excelente trabalho e desenvolvimento económico”, como afirma Wikipedia, ou pelo facto de perseguir os membros da oposição? Ou ainda pelo facto de ter eliminado da Constituição o aborrecido artigo que impedia o limite do mandato?  
 
Não sabemos. 
Por isso, melhor olhar para as declarações do ex-ex-ex e futuro Presidente do Cazaquistão: 

O bem estar vem antes da democracia.

Ah, tá bom, agora fica mais claro… 

Ipse dixit. 

Fontes: Rischio CalcolatoFairewinds Associates, Zero Hedge, Xinhua, The New York Times, The Times, Wikipedia