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Finis Mundi

Não são muitas as novidades editoriais neste campo, por isso cada estreia tem que ser bem recebida e realçada; sobretudo se promete ser um produto de qualidade, como neste caso.

A Antagonista Editora comunica o lançamento do primeiro número da revista cultural Finis Mundi, em cujo Conselho Consultivo podemos encontrar António Marques Bessa, UTL-ISCSP-UAL; Sónia Margarida Sebastião, UTL-ISCSP, Sandra Rodrigues Balão, UTL-ISCSP e Miguel Varela, ISNP-GL.

Numerosa a lista dos colaboradores:

É também prevista uma sessão de lançamento, que decorrerá em Lisboa no dia 9 de Dezembro às 21h30m no Palácio da Independência; evento que contará com intervenções temáticas ao título da revista a cargo de António Marques Bessa e Alain de Benoist.

A seguir o editorial de Flávio Gonçalves:

Antes do Fim

Antes do Fim – A Última Cultura, assim subtitulamos este primeiro número da Finis Mundi, que tentará colmatar a actual quase inexistência de revistas de pensamento.

Todos os esforços anteriores culminaram no encerramento (Atlântico e Magazine Grande Informação) ou aparente paralisação (Futuro Presente) de tais publicações, com excepção da semestral Nova Águia – que tem optado pela publicação de números temáticos – e da quase desconhecida Nação & Defesa – que só nos seus números mais recentes tem sido objecto de uma distribuição em massa – sendo uma publicação institucional, normal é que não seja tão crítica e abrangente quanto uma revista independente.

A escolha de tamanho título não é inocente, entendem o editor e o director que nos encontramos num período de transição, transição esta que não afecta somente Portugal, longe disso, afecta todo o Ocidente, todo o mundo moderno tal qual o conhecemos.

Para lá das aparentes alterações climáticas, o mundo ocidental depara-se com várias crises: económicas, laborais, morais (com o triunfo da religião do “EU” e do “vale tudo”) e políticas.

Por crise política não me refiro tanto à abdicação da soberania portuguesa em prol das instituições da União Europeia – há quem lhe queira chamar “soberania partilhada”- ao ponto de ser necessária uma decisão de Bruxelas para coisas tão banais quanto a redução do preço das viagens de avião entre a Região Autónoma dos Açores e Lisboa, mas a uma descrença quase generalizada dos cidadãos quer nos governos ocidentais e nas suas oposições quer no próprio exercício da democracia, descrença essa que se reflecte num aumento, de eleição para eleição, do número de abstencionistas.

Esta descrença generalizada na Democracia, a suposta pedra basilar do Ocidente, aliada a uma galopante perda de empregos – empregos esses que já não regressarão – deixa-nos a mãos com uma população descontente, céptica e cada vez mais dependente dos Estados, Estados esses que terão forçosamente de encontrar novas soluções e novas políticas dado ser aparente e flagrante que as anteriores políticas não funcionaram, não funcionam e não se crê que venham a funcionar jamais.

Estamos numa Era em que, pela primeira vez, os pais tomam consciência de que o mais provável será os seus filhos terem uma vida pior que a deles. Finis Mundi, estamos a assistir ao final de uma Era da Humanidade, ao fim do mundo tal qual o conhecemos. Estamos nos anos zero do Séc. XXI.  

A Última Cultura porquê? Porque o editor e o director pretendem que, nesta época tão crucial para toda a Humanidade, nos recordemos do que ainda existe, do que já existiu e daquilo que pode vir a existir. Com esse propósito convidámos alguns dos académicos e dos autores mais notáveis do país, alguns já bem conhecidos do grande público e alguns ainda a dar os primeiros passos, para se debruçarem sobre Portugal, a sua actualidade, a sua História, o seu património, mitologia, lendas e tradições.

Incluímos ainda neste volume uma secção de resenhas, uma secção de entrevistas, com figuras de vulto da cultura nacional e internacional, uma secção entregue a vários analistas estrangeiros, muitos deles ex-conselheiros de Estado de governos tão dispares quanto os da Grécia, Rússia, Venezuela e Estados Unidos da América, este primeiro número conta também com um Conselho Consultivo Inicial, Conselho esse cumprirá as funções de steering committee da redacção.

Não há nada mais importante que compreender o significado do momento histórico em que se vive Alain de Benoist

 
Para concluir, o link para o blog da revista, onde é possível encontrar o índice deste primeiro número.

Nada sei acerca da possibilidade de encontrar Finis Mundi fora de Portugal, por isso vou já perguntar ao Flávio Gonçalves.