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Sensação estranha

Algo de esquisito no ar. Como uma tensão.
Ao ler os vários blogs de quem fica atento à realidade, podemos reparar como a maioria destes estão a prever algo de sinistro, uma guerra.

Mesmo hoje, Evoluindo Sempre publica um artigo com um título bastante explicito, Observe!!! Crise e guerra…, no qual é presente uma série impressionante de sintomas que demonstram uma coisa simples: a situação é delicada e a sensação é que possa ser suficiente uma pequena faisca para desencadear um grande incêndio.

Em particular, a situação é pesada no Médio Oriente.
Aqui a impressão (e algo mais até) é que seja impossível ultrapassar o obstáculo sem um confronto directo. O que, dito em palavras simples, significa uma guerra.

Irão dum lado, Israel e Estados Unidos do outro, nem sequer tentam disfarçar as intenções e estimulam um duelo verbal que aumenta o nível da disputa.
E não podemos esquecer os outros actores, que não são, nem podem ser, simples figurantes: a Palestina, o Líbano, a Turquia; mais para leste o Afeganistão, o Paquistão.

A seguir a opinião de Conflitti e Strategie. O título? Ventos de guerra? E ainda bem que está um ponto de interrogação.

Ventos de guerra?

O sucesso do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad durante a recente visita ao Líbano elevou o nível de tensão internacional.  
O embaixador israelita Gideon Meir rugiu de imediato:
A visita deve preocupar a Europa […] É um sinal de alarme para a Europa. Os misseis que  Irão desenvolve são suficiente para atingir Israel, mas também Roma ou a Europa.
Não é preciso ficar admirados, Israel limitou-se a repetir aos “aliados” (e aqui seria preciso abrir um parêntese muito comprida…) as próprias idiossincrasias.  
 
Ao avaliar com cuidado a situação, todavia, descobrimos que a Europa tem todo o interesse no deixar que o Irão possa tornar-se o País hegemónico da inteira área do Médio Oriente.   
Além do facto de alguns Países do Velho Continente ser os maiores partner comerciais (Alemanha e Italia), a verdadeira razão pela qual o Irão começou a desenvolver um papel crucial para os destinos da Europa reside nas decisões do presidente Mahmoud Ahmadinejad de indexar o preço do petróleo segundo os parâmetros do Euro e não do Dólar.
As tantas idiotices acerca do nuclear outra coisa não são senão propaganda dos Estados Unidos , com o fim de legitimar a real intenção de varrer Ahmadinejad e a sua hábil política energética. 
Doutro lado, Israel aproveitou do “caso Irão” para adquirir crédito internacional, o suficiente para causar estragos (mais uma vez) na terra dos cedros. As forças armadas israelitas têm o forte desejo de redimir perante a própria nação as derrotas (em 2000 e 2006) provocadas pelos combatentes Hezbollah, os quais já podem contar com técnicas de combate, contra-espionagem e prevenção que podem travar ou conter a terrível máquina de guerra israelita, cuja lendária eficiência foi reduzida pelas péssimas recentes provas. 
Barak, o ministro da defesa de Israel, falou como sempre da necessidade de “erradicar  Hezbollah do Líbano”, tal como Olmert (presidente de Israel até o passado Março) tinha falado de “Guerra contra Hamas, não contra os palestinianos” antes da operação “Chumbo fundido”. Podemos esperar a mesma meticulosidade e perícia. A verdade é que Israel está a fazer de tudo para fazer voltar o Líbano de décadas e estender a ocupação da Cisjordânia também no sul do País dos cedros, baseando-se em qualquer pretexto possível, que será prontamente absorvido e repetido pela servil imprensa contemporânea e agitadao obsessivamente como prova inequívoca da “ameaça” (sic) contra Israel.  
Israel está a desenvolver os planos do ataque, que provavelmente terá lugar nos próximos doze meses.  
Os guerrilheiros do Hezbollah, por sua vez, estão a preparar-se em silêncio; o Irã e (especialmente) a Turquia ficam à janela, esperando pacientemente que Israel faça o mais irresponsável dos gestos, para depois acusa-lo publicamente, com provas, depara ser o principal responsável pelo instabilidade no Médio Oriente Médio.  
E Barack Obama, que tem sido muito ocupado com a organização do “processo de paz”, chamando em causa o insignificante e desacreditado Abu Mazen (o Hamas foi eleito, não a Autoridade Nacional Palestiniana da qual Mazen é presidente), verá desaparecer numa bolha de sabão a sua tentativa de dar uma aparência de estabilidade ao Médio Oriente; e será empurrados no canto pelos velhos aliados, Turquia em primeiro lugar, forçando-o a assumir publicamente uma posição clara e sobre a questão.  

Um novo arrefecimento das relações com os EUA (o já aconteceu em relação à decisão, que tomada por Netanyahu, de estender a construção de casas coloniais nas áreas ocupadas) significaria o total isolamento de Israel, uma perspectiva não atraente, em particular quando colocada numa estrutura mundial inexoravelmente no caminho do policêntrico.  

Em todos os casos, as observadores “politicamente correctos” já ligaram os motores da propaganda e já estão a pavimentar o caminho de Israel. É preciso manter os olhos bem abertos.

Fontes: Evoluindo Sempre, Conflitti e Strategie