ABC da Economia: Dark Pools e HFT

Nos artigos é comum utilizar termos “esquisitos”, entre os quais encontramos Dark Pool e High Frequency Trading.
Palavras que cada vez mais estão presentes no dicionário de quem opera nas Bolsas de todo o mundo.

Mas de que estamos a falar afinal?

Em verdade são conceitos bastante simples.

A piscina escura

Já o nome faz lembrar uma coisa não “limpa”. E limpa não é, de facto.

Basicamente, as Dark Pools são plataformas electrónicas de investimentos que actuam fora da Bolsa e onde é possível trocar grandes quantidades de acções de forma completamente anónima e sem a obrigação de anunciar os preços das negociações.

Um paraíso para os bancos que podem vender ou comprar a velocidade elevada, com preço não declarado e em completo anonimato.

Um mercado negro digital? Mais ou menos: as Dark Pools estão de facto parcialmente desligadas dos mercados “oficiais”.

Mas, tal como num verdadeiro mercado negro, existem riscos e inconvenientes. Exemplo: se o preço a que uma operação tem lugar pode ser escondido, mesmo por um período de tempo relativamente curto, qual então o preço correto das acções?

E, ainda mais importante: o anonimato oferece infinitas possibilidades para quem quer especular ou manipular o mercado. Não só bancos.

Segundo as estimativas, o valor das trocas Dark Pool atinge 8,5% das transacções diárias de Wall Street. Mas há quem aponte para um assustador 20%…

O comércio de alta frequência

Sempre em âmbito digital.
Imaginem de poder negociar as vossas acções com uma velocidade elevadíssima, ao ponto de poder desfrutar cada mínima possibilidade de ganho que apareça nos mercados, mesmo que seja só ao longo de um espaço de tempo extremamente curto. O High Frequency Trading (HFT) é isso.
Obviamente não existe ser humano capaz de monitorizar o volume de negócios de múltiplos mercados, individuar uma minúscula “janela” de oportunidade, escolher a melhor opção e realizar tudo isso de forma tão rápida. Por isso existem os computadores e os algoritmos que operam com velocidades inimagináveis, ao ponto que a rapidez com que estas trocas ocorrem é motivo de alarme. A tecnologia está tão sofisticada que é possível enviar milhares de ordens de venda e aquisição para uma Bolsa em menos de 300 microssegundos (1.000 vezes menos do tempo que é preciso para bater as pestanas).
Se as transacções podem acontecer em menos de 300 microssegundos, também eventuais erros podem viajar com a mesma velocidade. E é fácil imaginar as consequências.
Dark Pool e High Frequency Trading: a informática está cada vez mais presente nas Bolsas de todo o mundo. Com as vantagens mas também com os enormes riscos que isso comporta.
Ipse dixit.

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