Brasil e Angola na Galp

Brasil e Angola entram na Galp.

Outro sinal que indica uma simples realidade: as coisas mudam, e depressa também.

Alguém poderia ter imaginado isso há dez ou vinte anos atrás?

O Brasil é uma potência emergente enquanto Angola vem logo a seguir.

Portugal é a imagem duma Europa que pouco tem a dizer num mundo económico em rápida evolução e onde as deslocações geo-políticas avançam..

Jornal de Negócios:

O futuro da estrutura accionista da Galp está próximo de estar clarificado. Mas a sua estrutura de gestão ainda não: as negociações entre Estado, Américo Amorim, angolanos (Sonangol e Isabel dos Santos) e brasileiros da Petrobras estão em fase adiantada, para “dividir” os 33,34% que a Eni detém na empresa portuguesa.

Como o Negócios já noticiou, a participação da Petrobras está definida: os brasileiros ficarão com 25% da Galp. O que ainda está a ser definido são os poderes atribuídos à participação. Em causa está a negociação de alterações estatutárias que atribuam aos brasileiros poder, quer em determinadas decisões estratégicas da empresa, quer na composição dos órgãos de governo de sociedades.

E é o Ministro português Teixeira dos Santos que confirma as negociações.

África 21:

O ministro português das Finanças, que efectuou na passada segunda-feira uma visita em Angola, admitiu que a maioria dos 33% que a italiana ENI tem no capital da portuguesa Galp poderá ser adquirida pela estatal brasileira Petrobras.

Sobre a possibilidade da estatal angolana de petróleos Sonangol também adquirir participação directa na Galp, o ministro disse que Portugal não tem qualquer preconceito em relação a investidores estrangeiros em Portugal “e muito menos em relação a investidores angolanos”.

“Portugal está interessado em investir em Angola e se houver investidores angolanos interessados em investir em Portugal com certeza que serão bem-vindos”, afirmou Teixeira dos Santos.

Ehhh? Vamos traduzir a frase do Ministro:

“Portugal está de rastos e tem absoluta necessidade de dinheiro assim venham brasileiros e angolanos antes que apareça um chinês qualquer”.

Esta parece a versão mais correcta.

Só há um pequeno problema que os artigos não esclarecem: quanto pede a ENI para vender a própria participação na petrolífera portuguesa?

Ipse dixit.

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.