Site icon

McLixo

Ecologia, ambiente, reciclagem…palavras empenhadas, sem dúvida. Que muitas vezes chocam com o dia a dia.
Crisis publica um post do Eng. Alberto Vaccari o qual conta a própria experiência. 
Aconteceu a ele, mas acontece a cada um de nós ao entrar numa qualquer cadeia de fast-food.

E isso faz lembrar que se é bom falar de coisas como geo-politica e economia, também é verdade que um mundo melhor passa pelos gestos mais pequenos e ao alcance de todos..

McLixo
Sempre fui fascinado pelas cores do McDonald’s. Crianças felizes que brincam, famílias sem preocupações que comem, mil luzes, um ar moderno e “saudável”. Enfim, uma aparência que contrasta como o real efeito sobre o fígado e as coronárias dos clientes.
Mas sabemos como é, as crianças têm o poder para fazer transgredir até o pai mais decidido.
Assim, ontem à noite, em Modena, levei os meus filhos a jantar ao Mc. Inútil falar do que comemos. Passo logo para a fase final do jantar. Acabado tudo, não havia comida ou bebida em cima da mesa, tinha na minha frente uma enorme quantidade de lixo. Para o jantar de um adulto e duas crianças pequenas, lista da mesa:
2 caixas pequenas Happy Meal
2 caixas pequenas para croquetes
uma dezena de guardanapos
1 caixa para hamburger
3 saquetas para batatas fritas
3 pequenas toalhas de papel
1 copo grande para bebida

3 palhinhas de plástico
2 pequenas garrafas de plástico
1 tampa em plástico para bebida
2 sacos de celofane para jogo-prenda
2 envelopes de alumínio para o doce

A lista, já por si, provoca irritação em qualquer consciência respeitosa do ambiente. A visão real, todavia, é bem pior: ao pôr todo o que é papel ou cartão nas caixas Happy Meal, e mesmo carregando com força, não se consegue obter um cubo com menos de 20 cm de lado. Um volume enorme para um mísero jantar. E também com um certo peso.

Nesta altura, mantendo separados papel, plástico e alumínio, vou até os cestos do lixo. E aqui está a verdadeira grande surpresa: também numa cidade cuidadosa com a recolha diferenciada, onde há caixas separadas até nas creches, no McDonald’s existe um ÚNICO caixote compactador de lixo. Tu deitas tudo no interior, papel, plástico e alumínio, e o coiso comprime tudo junto.
Pergunto: mas o que acontece depois?

Não há muitas possibilidades: se acabar no ciclo do papel é mau por causa do plástico e do alumínio; se acabar no ciclo do lixo genérico é ainda pior pois desperdiça-se a potencial reciclagem de muito material.

Tentem pensar em quantas pessoas todos os dias vão ao McDonald’s. Na loja mais perto da vossa casa, imaginem uma centena entre almoços e jantares. Imaginem de pôr em fila todos os “cubos” de lixo como aquele feito por mim e realizem a vergonha que seria preciso experimentar cada vez que entrarmos num destes fast-food. 
Imaginem ter convosco duas crianças que foram educadas desde sempre com coisas do tipo “o papel vai ali, o plástico aqui, o vidro no outro lugar…”. E agora vocês têm que dizer:” Deita-se tudo junto”. Um lindo efeito educacional.
Chamei a responsável, falei do assunto. Olharam para mim como se fosse um marciano, “mas nós pagamos a taxa sobre o lixo de forma regular”… 
Com certeza, como se o dinheiro que pagam pudesse compensar a dioxina que todos respiramos ao queimar os resíduos deles.
Texto: Crisis
Tradução: Massimo De Maria