Coronavírus: e se fosse algo diferente? – Parte II

Segunda e última parte da entrevista realizada pelo site Seminare Domande com a D.ra Loretta Bolgan. Também neste caso há muito para ler e, caso haja termos um pouco mais “técnicos”, tentaremos explica-los de forma simples.

Boa leitura!


Muito do que nos dizem sobre vírus e vacinas está errado. O resto está escondido

Parte II: Os principais efeitos imunopatológicos

 

Pergunta: Mencionámos dois dos três principais mecanismos imunopatológicos: o reforço da doença e a tempestade de citocinas. Existe um terceiro, o pecado antigénico original. Poderia explicar o que é isto e porque pode ser perigoso como um efeito adverso de média ou longa duração?

Loretta Bolgan: Sim, acontece sempre porque formam-se anticorpos de fraca protecção. Isto também tem sido observado em doenças como a gripe, sarampo, tosse convulsa e outras. É um mecanismo bastante bem conhecido e estudado. Acontece que, após a vacinação, o sistema imunitário adquire uma memória do antigénio da vacina que orienta o sistema imunitário de uma forma desequilibrada para a formação de anticorpos. De facto, o sistema imunitário é no geral totalmente activado quando um vírus causa danos: activa as partes citotóxicas e os anticorpos para eliminar ou conter o vírus e, finalmente, a fase de reparação dos danos. No caso das vacinas existe apenas a fase com a produção de anticorpos. O sistema imunitário, ao encontrar o antigénio da vacina, aprende a responder limitando-se à produção de anticorpos. O que acontece então quando a pessoa vacinada encontra o verdadeiro vírus, aquele que produz a doença que pode ser grave e até fatal? Bem, o vírus em circulação é reconhecido como se fosse novamente o antigénio da vacina e responde da mesma forma, ou seja, produzindo anticorpos. Mas atenção: são os anticorpos da vacina para os quais adquiriu a memória por causa da vacina anteriormente administrada, e portanto os anticorpos fracos da vacina, que não são capazes de bloquear o vírus mutante em circulação.

Nota – Antígenio: é uma proteína que pode ser reconhecida pelo sistema imunitário como estranha ou potencialmente perigosa. O sistema imunológico responde ao antígeno produzindo uma substância chamada anticorpo, e este vai actuar contra o antígeno

Citotoxicidade: é a propriedade nociva de uma substância em relação às células. Exemplos de agentes tóxicos são uma célula imune ou alguns tipos de veneno, por ex. da víbora. As células citotóxicas são células que têm a capacidade de destruir outras células através da libertação de certas substâncias nocivas. No corpo humano têm-se como exemplo deste tipo de células os linfócitos T citotóxicos (CD8), que destroem as células do hospedeiro infectadas por vírus, bactérias ou outros parasitas intra-celulares. O organismo, ao destruir as células infectadas do próprio organismo, evita a propagação da infecção pelas restantes células.

B: O vírus começa então a replicar-se livremente porque não encontra resistência do sistema imunitário, e a doença manifesta-se de forma atípica com sintomas diferentes da doença de referência, o que pode confundir os médicos que não compreendem que estão a lidar com sarampo ou tosse convulsa porque assumem que a pessoa está vacinada e portanto protegida; não tem os sintomas típicos do sarampo porque, por exemplo, não produz os pontos vermelhos típicos (erupção cutânea) do sarampo e por isso temos uma forma atípica que também se pode revelar resistente ao tratamento, como no caso da tosse convulsa que se torna resistente ao tratamento e aos antibióticos.

A doença tende a tornar-se crónica porque o sistema imunitário já não é capaz de a erradicar completamente. Se a doença crónica causa inflamação crónica, compreendemos quais são os riscos (o risco de auto-imunidade). Por outras palavras, todas estas campanhas de vacinação para crianças, realizadas com vírus que podem causar um fortalecimento da doença, levam a um aumento exponencial de doenças auto-imunes na população adulta. Com o SARS-Cov-2 existem as condições para que ocorre a mesma dinâmica.

P: Quando efeitos adversos, mesmo agudos, ocorrerem num futuro próximo, a médio e longo prazo, será fácil verificar a etiologia e atribuí-los à campanha de vacinação em massa lançada neste período? Serão necessárias investigações epidemiológicas adequadas, assumindo que dispomos de todos os dados necessários, para compreender como as coisas realmente correram?

B: Certamente, se se fizer um estudo retrospectivo para ver se houve um aumento na incidência de doenças auto-imunes, antes e depois da vacinação, poderemos ter alguma indicação. Eu, contudo, na minha experiência, não tenho grande confiança nos estudos epidemiológicos porque é muito fácil manipular os dados dos grupos de controlo, no sentido de que como grupo de controlo negativo devo ter uma grande amostra da população nunca vacinada, saudável, e até agora nunca foi feito um estudo epidemiológico sobre vacinas com um grupo negativo de nunca vacinados.

Com as vacinas pediátricas, de facto, todos os estudos epidemiológicos comparam populações vacinadas entre si; mesmo no caso de uma população vacinada em comparação com outra não vacinada com a vacina em exame, continua a ser uma população vacinada com todas as outras vacinas pediátricas, pelo que é difícil, se não impossível, compreender qual é a incidência real da patologia.

Também no caso da vacina Covid-19 ocorrerá a mesma coisa. Contudo, podem ser feitas investigações sobre o tipo de doença auto-imune e o tipo de anticorpos que a provocam, assumindo que estamos a lidar com doenças auto-imunes mediadas por anticorpos. Ou seja, se conseguirmos encontrar os auto-anticorpos que foram produzidos como resultado da infecção, tendo em conta que o nosso vírus tem homologias de sequência muito específicas a certas proteínas humanas, talvez possamos fazer essa ligação.

Espera-se que haja uma explosão de doenças auto-imunes porque o mimetismo molecular entre o SARS-CoV-2 e muitas proteínas humanas, tanto do sistema nervoso central como da espermatogénese, já pode explicar aquele problema neurológico que já conhecemos, o brain fog sofrido pelas pessoas que foram infectadas pelo vírus. Também pode haver problemas de infertilidade relacionados com a infecção se forem mediados por auto-anticorpos. Todas estas situações serão mais evidentes quando formos vacinar, devido à mediação de anticorpos vacinais. Outro factor a ter em conta é a produção maciça de toxinas bacterianas produzidas como resultado da infecção na microbiota intestina; neste caso as doenças de longa duração poderiam resultar duma “intoxicação” por toxinas crónicas.

NotaBrain Fog: Nebulosidade da consciência (também conhecida como neblina cerebral ou nevoeiro mental) é quando uma pessoa está ligeiramente menos acordada ou consciente do que o normal. As pessoas descrevem esta sensação subjectiva como tendo a mente “nebulosa”. Tem sido relatada entre os pacientes já atingidos por Covid-19.

Espoermatogénese: uhi, coisa íntima e muito atrevida, melhor nem falar disso e dizer uma Ave Maria que sempre ajuda.

P: Gravidez perdida e doenças neurodegenerativas do sistema nervoso central?

B: Infelizmente sim, já existe literatura sobre toda uma série de doenças muito graves que afectam o sistema nervoso central, como a Guillain Barre, por exemplo, a paralisia de Bell que vimos entre os danos causados pela vacina, esclerose múltipla, ELA, doenças do sistema nervoso periférico, todas doenças auto-imunes que poderiam ocorrer a médio e longo prazo após a Covid e, portanto, é muito importante monitorizar aqueles que já desenvolveram a doença. A vacina poderia agravar ou induzir estas doenças em indivíduos predispostos. Como foi dito anteriormente, para conhecer a incidência real destas doenças no caso da vacina, é necessário ter um grupo activo de monitorização a longo prazo de pessoas vacinadas saudáveis, em comparação com um grupo igualmente saudável de não vacinados e um grupo negativo de nunca vacinados. Certamente que isto não será feito porque já estão a começar a vacinar o grupo de controlo formado por pessoas não vacinadas. Por conseguinte, ficarão as reacções adversas habituais, reactogénicas, à vacina como as reacções agudas no ponto de injecção e aquelas sistémicas em relação à febre e anafilaxia, mas aquelas de mais longo prazo não serão identificadas.

Nota – Guillain Barre: Síndrome de Guillain–Barré, fraqueza muscular de aparecimento súbito causada pelo ataque do sistema imunitário ao sistema nervoso periférico. Os sintomas iniciais são geralmente dor ou alterações de sensibilidade e fraqueza muscular com início nos pés e nas mãos. Esta fraqueza muitas vezes espalha-se para os braços e parte superior do corpo, envolvendo ambos os lados. Os sintomas desenvolvem-se ao longo de um intervalo de algumas horas a algumas semanas. Durante a fase aguda, a doença pode colocar a vida em risco, dado que 15% das pessoas apresentam fraqueza nos músculos respiratórios e necessitam de ventilação mecânica.

Paralisia de Bell: é uma paralisia do nervo facial (nervo craniano VII) que resulta em inabilidade para controlar os músculos faciais no lado afectado.

Esclerose múltipla: doença desmielinizante caracterizada por uma reacção inflamatória na qual são danificadas as bainhas de mielina que envolvem os axónios dos neurónios cerebrais e medulares, levando à sua desmielinização e ao aparecimento de um vasto quadro de sinais e sintomas. Devido a esta desmielinização, a esclerose múltipla afecta a capacidade das células nervosas do cérebro e da medula espinhal comunicarem entre si de forma eficaz: nesta doença, o próprio sistema imunitário do corpo ataca e destrói a mielina. Uma vez destruída, os axónios deixam de poder transmitir o potencial de acção de um neurónio ao neurónio seguinte ficando assim a condução do estímulo nervoso interrompida. A doença pode manifestar-se através de praticamente qualquer sintoma neurológico e frequentemente evolui com a perda de capacidades físicas e cognitivas. Não se conhece uma cura eficaz contra a esclerose múltipla.

ELA: Esclerose Lateral Amiotrófica, também conhecida como doença do neurónio motor e doença de Lou Gehrig, é uma doença que causa a morte dos neurônios de controle dos músculos voluntários. É caracterizada por rigidez muscular, espasmos musculares, e, gradualmente, aumento da fraqueza, devido aos músculos que diminuem de tamanho. Isto resulta em dificuldade de fala, deglutição, e, eventualmente, da respiração. Não há cura conhecida para a esclerose lateral amiotrófica.

Doenças auto-imunes: Uma doença autoimune é qualquer condição que tenha origem numa reação imunitária anormal em que o corpo ataca uma parte do seu próprio organismo. Existem pelo menos 80 tipos de doenças autoimunes: praticamente qualquer parte do corpo pode ser afectada. O tratamento depende do tipo e da gravidade da doença mas, embora os tratamentos melhorem os sintomas, geralmente não existe cura para as doenças autoimunes.

Anafilaxia: é uma reação alérgica grave e de rápida progressão que pode provocar a morte. O principal tratamento da anafilaxia é a injeção intramuscular de adrenalina, administração de soro e deitar a pessoa em posição horizontal. Podem ser necessárias doses adicionais de adrenalina. Outras medidas, como a administração de anti-histamínicos e corticosteroides, são complementares. Estima-se que entre 0.05% a 2% da população mundial tenha experimentado a anafilaxia num determinado momento da vida e a prevalência aparenta estar a aumentar. Nos Estados Unidos, cerca de 0.3% das pessoas que se dirigem a um hospital com um choque anafilático morrem.

P: Recentemente no British Medical Journal publicou um editorial de P. Doshi, que finalmente pôde examinar os dados da vacinação da Pfizer-Biontech e descobriu que um grande grupo de pessoas, que após a vacinação mostraram todos os sintomas clínicos da Covid, não foi contado simplesmente porque a zaragatoa nestas pessoas, apesar da presença de sintomas, deu um resultado negativo (falso negativo). Por outro lado, P. Doshi, ao incluir estas pessoas e refazer as contas, encontrou uma eficácia da vacina entre 19 e 29%, muito distante da declarada (entre 90 e 95%). Ele explica, portanto, que com estes números a vacina não podia e não devia ser comercializada, uma vez que a eficácia real estava abaixo do limiar mínimo de 50%. Gostaria de lhe pedir que comentasse a diferença entre autorização e aprovação de uma vacina deste tipo.

B: É evidente que a manipulação, especialmente no grupo de controlo, é muito fácil. E este é um problema encontrado em todos os estudos epidemiológicos clínicos sobre vacinas. Para poder verificar é necessário entrar nos detalhes dos dados que foram recolhidos e não é tão fácil porque é preciso pedir todas as informações que foram utilizadas para fazer as avaliações. O que o Prof. Doshi encontrou é extremamente grave, porque aqui estamos a falar de uma manipulação de dados, porque a zaragatoa apenas fornece dados relacionados com a presença do vírus mas não tem valor de diagnóstico clínico e, mesmo que fosse negativo, deveriam ter sido confirmada a infecção de Covid com diagnósticos clínicos.

P: O teste serológico poderia ter válido?

B: Não, nem este é um teste válido para o diagnóstico clínico da doença Covid-19, deveria ter-se feito análises ao sangue, TAC pulmonar, etc.; existem protocolos de análise clínica que permitem confirmar ou não o diagnóstico, independentemente do resultado da zaragatoa. Na realidade, a serología não dá resultados muito fiáveis mesmo para o diagnóstico laboratorial, porque produz uma taxa significativa de falsos positivos. Por conseguinte, devem ser utilizados os testes de diagnóstico clínico que devem ser feitos para enquadrar a doença. Se seleccionaram pacientes apenas com base no teste molecular, então falsificaram todos os resultados. Além disso, tendo feito o ensaio clínico no Verão numa altura em que a epidemia já não existia, não foi possível fazer o que é conhecido como o “teste de desafio”, ou seja, verificar como os vacinados respondem à infecção. É óbvio que não conseguiram compreender se a vacina funcionava ou não, pelo que 95% é um número sem sentido. O verdadeiro significado é que eles não sabem se funciona ou não. Não só isso, mas não sabemos se na altura do contágio as pessoas estarão protegidas ou terão a doença reforçada.

Nota – Teste serológico: a Serologia é o estudo científico do soro sanguíneo. Na prática, o termo se refere ao diagnóstico e identificação de anticorpos e antígenos no soro.

No que diz respeito à autorização, devemos ter em conta que podem existir três tipos diferentes de procedimentos de autorização das vacinas. Ou seja, a autorização normal de introdução no mercado, feita após o processo normal de registo, portanto com a fase pré-clínica e clínica feita consecutivamente. Após a fase pré-clínica positiva, a EMA (Agência Europeia do Medicamento) dá a sua aprovação para que o ensaio possa passar para a primeira fase clínica em humanos, da fase um para dois, e depois da fase dois para três. Normalmente, este processo leva 10 anos para atingir a produção à escala industrial da vacina.

No caso da autorização acelerada com fast track, estas fases são todas feitas ao mesmo tempo, pelo que a fase clínica, a produção pré-clínica e industrial são compactadas em poucos meses, de modo a estarem prontas para produzir a vacina. Digamos que a indústria tem sido extremamente eficiente na demonstração de que é realmente capaz de comercializar o produto. É óbvio que isto é prejudicial para segurança, qualidade e eficácia da vacina, mas eles sentiram que a urgência de ter a vacina era uma prioridade.

Temos agora no mercado vacinas com autorização condicional. A autorização condicional significa que o fabricante ainda não terminou os ensaios clínicos e até que o estudo esteja terminado deve continuar a actualizar a EMA sobre os resultados. Isto é o que significa condicional. Quando o período de autorização condicional terminar, será comercializado como medicamento com uma autorização de comercialização (AIC) normal. Durante os próximos cinco anos, no entanto, a vacina permanecerá experimental.

Há outro procedimento diferente, como o procedimento de emergência que a FDA utilizou para autorizar as vacinas Moderna e Pfizer. Para todos os efeitos, estas vacinas na América são experimentais porque não deram qualquer garantia nem de eficácia nem de segurança, enquanto que a EMA afirmou que a Pfizer forneceu dados suficientes para dizer que existe uma relação benefício/risco positiva, ou seja, os benefícios seriam superiores aos riscos. Infelizmente, não podemos dizer que é totalmente experimental com base na AIC que foi dada aqui na Europa, embora de facto seja experimental… Sabemos muito bem que as pessoas que estão a ser vacinadas agora estão a juntar-se a um ensaio clínico em curso.

P: A epigenética é um tema de estudo relativamente recente. Existem possíveis riscos de alteração da expressão genética entre os vacinados? Estão os riscos epigenéticos contemplados?

B: Este é um risco que é geralmente presente em todas as vacinas que fazemos, porque devemos ter em mente que estamos a lidar quer com material genético, como no caso de vírus atenuados, quer com proteínas que são modificadas com formaldeído, por ligação com alumínio por exemplo. Estes antigénios vacinais podem levar à produção de peptídeos ou vírus ou parte de vírus que podem modificar a regulação epigenética do DNA, ainda mais se os antigénios vacinais forem ácidos nucleicos (DNA ou RNA). Se pensarmos numa vacina como a vacina adenovírus que atravessa a membrana nuclear, entra no núcleo e localiza-se numa posição episomal, ou seja, sem se integrar no DNA (pelo menos não como mecanismo de acção da vacina, mas poderia fazê-lo como reacção adversa), é inevitável que interaja com o DNA silenciando ou activando certos genes, pelo que o impacto que pode ter no metabolismo da célula e na regulação do DNA é infelizmente imprevisível.

Nota – Epigenética: a área da biologia que estuda mudanças no funcionamento de um corpo que não são causadas por modificações na sequência de DNA e que se perpetuam nas divisões celulares, meióticas ou mitóticas.

Formaldeido: potente bactericida utilizada para preservar amostras de material biológico.

Peptídeos: biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos. Os peptídeos são resultantes do processamento de proteínas.

Adenovius: vírus de genoma de DNA dupla hélice linear. Não segmentado, não possui envelope celular bilipídico e é extremamente resistente. A transmissão pode ser fecal-oral ou respiratória.

Episoma: um episoma é um elemento genético que pode integrar-se através de um processo de recombinação num cromossoma do organismo hospedeiro, independentemente da célula bacteriana em que reside. Nos mamíferos, o termo episoma refere-se ao DNA exógeno (como um genoma viral) que está integrado no cromossoma da célula hospedeira. Um exemplo de episoma em células humanas é o DNA do vírus do papiloma humano, que está integrado nas células da camada germinal do epitélio escamoso multicamadas (como o da pele e das membranas mucosas). A integração do genoma do vírus causa uma infecção viral persistente nessas células.

Alumínio: sais de alumínio (hidróxido de alumínio, fosfato de alumínio, potássio e sulfato de alumínio) são utilizados como adjuvantes em algumas vacinas, uma vez que são substâncias que têm a função de melhorar a resposta imunitária.

P: A vacina que utiliza o vector do adenovírus é a Oxford-Astrazeneca?

B: Sim, bem como a russo Sputnik V e a vacina chinesa Sinovac. Estes são particularmente perigosas por uma série de razões. Vamos ter em conta, em particular, que cresceram em linhas de células fetais imortalizadas e por isso, infelizmente, existe o risco de encontrarmos dentro da vacina estes resíduos de material genético humano transformado e também vírus cancerígenos.

Nota – células fetais imortalizadas: fala-se aqui de fetos extraídos por cesariana e esquartejados quando ainda têm corações a bater para fornecer células e tecidos para a investigação científica, incluindo a produção de linhas celulares “imortalizadas” utilizadas para vacinas.

P: Vírus cancerígenos entre os resíduos do processamento da vacina?

Sim, a partir das linhas celulares. Consideramos que a purificação destas vacinas é um passo muito crítico e, dado o rápido calendário de produção em grande escala, é fácil pensar que haverá problemas de qualidade. Infelizmente não há transparência para a parte relativa à qualidade devido ao segredo industrial. Há um pouco mais de transparência nos ensaios clínicos. Se solicitado, os dados podem ser reelaborados como fez o Prof. Doshi, mas tenho fortes dúvidas sobre a qualidade porque sei que, no passado, as empresas pediram uma facilitação para as boas práticas de fabrico, ou seja, para a gestão do controlo de qualidade do processo de produção. Conceder facilitações significa, na realidade, fazer menos análises, o que poderia ir em detrimento da qualidade do produto acabado.

Nota – a imortalização das linhas celulares fetais é obtida com a introdução de mutações nelas para que possam sobreviver mais tempo. O problema é que normalmente a mutação é feita com oncogenes virais que como características apresentam a resistência à morte celular e a imortalidade replicativa: estes são genes promotores do câncer Oncologia = do grego grego ὄγκος óncos, “inchaço” e λόγος lógos, “estudo”, é o ramo da medicina que estuda os tumores do ponto de vista morfológico e clínico.

P: No caso da vacina Pfizer-Biontech, parece que estas críticas não podem existir porque utilizam apenas um fragmento do RNA viral, aquele que codifica a proteína spike. Quais são os pontos críticos mais importantes neste caso a partir do envelope oleoso PEG?

B: Estou agora a fazer o estudo aprofundado sobre a toxicologia desta vacina. Por agora estudei-o de forma genérica, por isso reservo-me o direito de responder depois de ter publicado o livro dedicado. No entanto, deve dizer-se que o lipossoma, que é usado como portador de lípidos em tamanho de nanopartículas, já funciona como um adjuvante (substâncias que são adicionadas às vacinas para “melhorar” a resposta do sistema imunitário ao antigénio), estimulando o sistema imunitário de uma forma inflamatória. Após a entrada na célula e a libertação do material genético (o antigénio da vacina), devemos compreender como é metabolizado. Podemos esperar que o vector, sendo composto de material lipídico, possa estimular certos receptores de sinais de perigo, principalmente citocinas que são os mediadores da inflamação. O material genético permanece no citoplasma, não passa através da membrana nuclear e aí utiliza os ribossomas para a produção de proteínas. Este é o processo teórico e desejado, mas o metabolismo das células ainda não é conhecido completamente e não foram feitos estudos específicos que nos permitam excluir a possibilidade do antigénio ser transformado noutras formas de material genético. Os nucleótidos sintéticos modificados estão presentes no vector. Como estes são metabolizados, não sabemos.

Nota – Lipossoma: pequenas vesículas formadas por pelo menos uma bicamada concêntricas de fosfolipídios que se organizam espontaneamente em meio aquoso. Tais estruturas chamaram a atenção dos pesquisadores como um sistema de entrega promissor devido à sua biocompatibilidade, biodegradabilidade, baixa toxicidade, fácil preparação, tempo de circulação prolongado, e a capacidade de prolongar a vida útil dos produtos. Devido a essas características, os lipossomas são consideradas uma excelente forma de libertação controlada de medicamentos ou substâncias biologicamente atcivas. Não percebi bem o que fazem estes lipossomas na vida, mas algo têm que fazer além de organizarem-se em meios aquosos. Ou talvez não: são tímidos e fazem só isso, não sei.

Ribossomas: são as estruturas nas quais são produzidas as proteínas das células.

Nucleótidos: em biologia molecular e bioquímica, são os blocos construtores dos ácidos nucleicos, o DNA e o RNA.

O outro aspecto diz respeito ao fragmento de RNA que é transformado directamente em proteínas. Há também que dizer que quando vamos injectar este material, no local de injecção há uma activação imediata do sinal de perigo porque contudo é material estranho, especialmente lipídico, e ácido nucleico que activa imediatamente uma resposta de citocinas. A tempestade de citocinas não é exactamente um assunto trivial porque as pessoas mais sensíveis podem ter consequências muito graves face a uma tempestade incontrolada de citocinas e não podemos sequer saber quais são as consequências a longo prazo dos danos multi-orgánicos que podem enfrentar. No entanto, já foi noticiado que esta vacina é muito reactogénica. Também falamos de anafilaxia, mas teria de se ver que estas não são tempestades de citocinas causadas pelo mecanismo acima referido.

Penso que esta vacina utilizada pela Pfizer não se preste de modo algum a uma utilização em larga escala. Tem realmente grandes problemas de gestão, o tempo de validade é demasiado curto, seis meses não são suficientes para administrar uma vacina deste tipo em centenas de milhões de doses. Para o fazer correctamente, seria necessária uma estrutura extremamente eficiente que não temos. A vacina deve ser mantida estritamente a 80 °C abaixo de zero para evitar a degradação, o que levaria por um lado a uma diminuição da quantidade de antigénio da vacina e, portanto, comprometeria a eficácia teórica da vacina; mas, por outro lado, levaria também à produção de material lipídico e ácido nucleico degradado, que actua como um poderoso adjuvante, mas num sentido negativo, porque pode causar um efeito inflamatório excessivo, aumentando assim as potenciais reacções adversas.

P: É importante que a cadeia do frio para este tipo de vacina esteja completamente intacta?

B: Absolutamente, caso contrário degrada-se muito rapidamente. A degradação aumenta significativamente a incidência de reacções adversas da tempestade de citocinas.

P: É possível interpretar o que aconteceu na Noruega, refiro-me às 23 mortes, depois 29, que se seguiram à vacinação de muitos utilizadores idosos de um lar que os albergava, à luz do que estamos a discutir, choque anafiláctico ou outra coisa qualquer?

B: Poderia ter sido um aumento da doença fatal, ou uma reacção alérgica sistémica, ou seja, anafilaxia, bem como a consequência de uma tempestade incontrolada de citocinas. Uma vacina que já tem estes problemas em si mesma, quando administrada a doentes que não têm capacidade de contrariar os danos causados pela vacina, pode obviamente resultar numa complicação fatal. Diz-se que é normal porque se tratava de pessoas idosas com múltiplas doenças, mas a questão a colocar então é: se era sabido desde o início que estas pessoas eram frágeis e, portanto, em risco de danos fatais, porque foram vacinadas? A vacinação não é eutanásia… Seguindo a lógica de que as mortes por vacina não são preocupantes e são insignificantes, então as mortes por Covid também deveriam ser consideradas não preocupantes e insignificantes. Isto acontece normalmente no caso de crianças que desenvolvem complicações vacinais devido a doenças anteriores ou predisposições genéticas. Quando uma criança com problemas de saúde, mesmo potencias (a famosa mutação genética ainda não descoberta…), é vacinada e intervém a complicação, esta é automaticamente descarregada na patologia pregressa ou presumida e não na vacina. Uma criança, com outras patologias em curso, que tem sarampo morre por causa do sarampo. Outra com a mesma patologia, se tomar a vacina e morrer por causa da vacina, diz-se que não foi a vacina que a matou mas sim a patologia. Este tipo de truques são usados a toda a hora.

P: Uma última pergunta. A campanha de vacinação no Reino Unido começou e já existem dados disponíveis, em torno da incidência, com 2.79% dos efeitos adversos a curto prazo entre as pessoas vacinadas que, de acordo com o relatório do CDC, necessitavam de cuidados hospitalares. Uma percentagem muito elevada que produzi na imediata pós-vacinação centenas de milhares de pacientes que necessitariam de cuidados hospitalares. O que sabemos, até à data, sobre os efeitos adversos a curto prazo da campanha de vacinação já iniciada e onde se pode monitorizar o que está a acontecer à população vacinada?

B: Por lei, devem ser a indústria farmacêutica e as agências reguladoras a recolher os dados dos relatórios através do sistema de farmacovigilância. No entanto, as reacções adversas são actualmente recolhidas através da notificação passiva da população vacinada (VAERS nos EUA), porque a farmacovigilância activa, que inclui exames médicos e possíveis testes na pessoa para investigar quaisquer reacções adversas, normalmente não vão além de uma semana, porque apenas são recolhidas reacções reactivas à vacina, e não a médio e longo prazo. Reacções graves que se podem desenvolver a médio e longo prazo podem perder-se como informação ou podem ser subestimadas em até 90% como com outras vacinas. As reacções adversas agudas que ocorrem imediatamente, sim, devem definitivamente ser registadas. Uma vez determinado o dano, deve ser estudada a razão, o que o causou, pois é essencial poder intervir. Uma anafilaxia é diferente de uma tempestade de citocinas e deve ser tratada de forma diferente, bem como o reforço da doença, que é um mecanismo adicional. Trata-se, portanto, de desenvolver as estratégias terapêuticas correctas que serão fundamentais para salvar as vidas das pessoas que se tornam vítimas. Ao não estudarmos este tipo de reacção e se os dados forem recolhidos passivamente sem ir verificar as causas e os mecanismos pelos quais ocorrem, existe o risco das pessoas morrerem sem podermos saber a razão das mortes.

Talvez não sejam realizadas autópsias e outras investigações que nos permitam compreender se a causa de morte pode ser atribuída à vacina ou não, e o que não pudemos saber diz-se que permanece oculto, simplesmente não existe: nega-se o dano porque faltam os dados. Esta é outra coisa muito grave que é uma constante nas vacinações. Não esqueçamos que no final de Dezembro tínhamos 289 vacinas diferentes em estudo pré-clínico e clínico, das quais 66 estão a ser revistas para autorização de comercialização. A maioria destas são vacinas tradicionais. Existe apenas uma vacina antiviral atenuada, sob a forma de spray nasal, que está a ser testada em Inglaterra, várias vacinas de vírus inactivados com adjuvantes clássicos, vacinas de subunidades proteicas, vacinas de partículas semelhantes a vírus, e depois a grande categoria de nanopartículas ou nanovacinas, pelo que estas são as categorias com que teremos de lidar: a maioria delas são à base de proteínas e não de ácido nucleico. Assim, aqui estão todas as questões relacionadas com a tecnologia e o tipo de vírus que é utilizado porque o grande problema, além da tecnologia, são as características particulares do SARS-Cov-2.

Uma nota sobre a vacina contra a gripe. Temos de lembrar que os problemas a que estamos a assistir com esta vacina, que é autorizada ao abrigo de um procedimento acelerado, também se aplicam à vacina da gripe, que é autorizada da mesma forma todos os anos e é uma vacina que é administrada a um número muito grande de pessoas em todo o mundo. Existem vacinas como a Vaxigrip, por exemplo, das quais foram administradas milhares de milhões de doses desde os anos ’80, com um período de farmacovigilância de uma semana, realizada todos os anos numa média de 20 pessoas, e para as quais ainda há falta de dados fiáveis sobre a incidência de reacções adversas a longo prazo. Hoje estamos todos concentrados na vacina contra o SARS-CoV-2 porque é nova, etc., mas as vacinas pediátricas obrigatórias não gozam de uma melhor avaliação da relação entre benefício e risco, muito menos a vacina contra a gripe que acarreta o risco de reforçar a doença, algo totalmente ignorado. É administrada em particular aos idosos e, portanto, predisposto a danos, e a farmacovigilância não é realizada como deveria ser. Em suma, não estamos a descobrir nada de novo…

P: Gostaria de aproveitar a oportunidade para perguntar com que frequência é aplicado o procedimento de emergência conhecido como fast track? Será este tipo de via rápida também concedido para a produção de outros medicamentos?

B: Sim, o fast track (FT) foi inicialmente introduzido para produzir vacinas e medicamentos de emergência; por exemplo, a vacina da Ebola, certos medicamentos contra a Sida ou medicamentos contra o cancro, todos os medicamentos que têm uma certa emergência porque a sua procura por parte da população é muito elevada. O FT depende muito da procura por parte dos cidadãos. Justificam uma facilitação aos fabricantes porque as pessoas estão a pedir. É o contexto social que leva os produtores a exigir a concessão do FT, do procedimento abreviado. Tem sido utilizado cada vez com maior frequência. Se bem me lembro, foi em 2018 que a FDA tomou a posição de acelerar a aprovação com este tipo de procedimento. Não esqueçamos que temos mais de 600 medicamentos anti-Covid experimentais em FT. Assim, não só a vacina, mas também todos medicamentos experimentais, razão pela qual a OMS exortou a não utilizar a hidroxidicloroquina (utilizada para outras patologias também), bem como a parar a experimentação de medicamentos off-label (por exemplo, adenosina e outros) porque existem todos os medicamentos experimentais específicos, ou seja, concebidos apenas para o SARS-Cov-2, submetidos a ensaios clínicos que serão progressivamente autorizados com a FT.

Atenção então porque, para além da vacina, teremos de lidar com muitos medicamentos experimentais, incluindo anticorpos monoclonais, que são a outra grande categoria de medicamentos biológicos com problemas semelhantes de qualidade, segurança e eficácia das vacinas.

Notaoff-label: é o uso de medicamentos que não seguem as indicações para aquele fármaco. O uso off label não é ilegal, pois o medicamento foi registrado e homologado por uma agência reguladora. O que pode ocorrer é a utilização do fármaco de forma diversa da estabelecida na bula. Essa utilização é feita por conta e risco do médico que o prescreve, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em grande parte das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas ainda não aprovado.

O uso de hidroxidicloroquina ou de ivermectina contra a Covid-19 é um exemplo de off-label.


A seguir o vídeo da entrevista:

Lembro que a primeira parte da entrevista pode ser encontrada aqui.

Um agradecimento para o site Seminare Domande de Francesco Cappello que conduziu a entrevista. O vídeo da entrevista está disponível também no respectivo canal Youtube.

 

Ipse dixit.

4 Replies to “Coronavírus: e se fosse algo diferente? – Parte II”

  1. Olá Max: é com muito prazer que imprimo as duas partes da entrevista e levo para meu dentista, apavorado com a minha “despreocupação” com o “terrível vírus”.
    Não sei se há investigações a respeito, mas deveria haver em pessoas que morreram logo após serem vacinadas.
    Não duvido que foram logo enterradas, e fim. Nenhuma preocupação séria sobre o evento.
    É escandaloso o que está acontecendo no mundo inteiro, e as pessoas querem ser vacinadas. Isso demonstra claramente o quanto podem ser dirigidas e submetidas. Isto sim é uma calamidade, que ou muito me engano, ou é o começo do fim da espécie humana no planeta. Toda não, mas aqueles que devem morrer.

  2. JF!

    Eu não tomo vacina nenhuma, nem que venha Putin em pessoa a recomenda-la. Depois, passados um ou dois anos, vou repensar no assunto, mas antes não, mesmo que isso possa provocar-me problemas com as autoridades. Todas as vacinas são experimentais nesta fase e o meu sonho de certeza que não é aquele de interpretar o papel da cobaia para encher as estatísticas das casas farmacêuticas, sejam elas ocidentais, russas ou chinesas…

    Não é uma tomada de posição contra todas as vacinas, longe disso: é uma posição contra estas vacinas.

    Poderia tomar uma vacina já agora, uma qualquer (até da Pfizer), só perante um contracto que reconheça:
    – a assunção da completa responsabilidade civil e penal por parte da produtora perante a lei;
    – o pagamento dos tratamentos para reverter os eventuais efeitos adversos no curto, médio e longo prazo;
    – o pagamento duma indemnização em caso de minha morte (e a minha vida custa!);
    – o pagamento dum montante a concordar que compense a minha participação no ensaio que está a decorrer.

    Caso contrário: lamento, não antes dum ou dois anos, ou seja até os estudos estarem concluídos.

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