Minneapolis: morte dum colega

Diário Público, hoje:

Morte de George Floyd. Confrontos entre manifestantes e polícias continuam em várias cidades

Ao quinto dia de confrontos, a polícia de Mineápolis intensificou a resposta aos protestos violentos. Guarda Nacional foi chamada em 12 estados. Uma foi morta durante os protestos em Indianápolis, em circunstâncias ainda desconhecidas.

Terrível.

A morte de George Floyd, um afro-americano detido por agentes da polícia para um controlo na noite de 25 de Maio e que morreu pouco depois, foi gravada num vídeo por um cidadão que estava presente: pode ver-se um polícia (branco) a pressionar com o joelho o pescoço de Floyd imobilizado no chão até, ao que parece, o sufocar.

Entretanto, a revolta dos afro-americanos espalha-se, protestos e tensões por toda a América. Alertado o exército e os Serviços Secretos, por razões de segurança, decidiram encerrar a residência presidencial.

Realmente terrível: um afro-americano morto por um colega. “Colega”?

Pois é: colega de trabalho. George Floyd, a alegada vítima, e o polícia Derek Chauvin que alegadamente o matou, trabalhavam como seguranças para o mesmo clube (El Nuevo Rodeo) até Dezembro de 2019, na mesma cidade, Minneapolis. A notícia é da ABC News, confirmada pelo dono do clube.

Acontece.

Dúvida: mas como é que um polícia com seis homicídios em serviço e 17 queixas de brutalidade foi readmitido na esquadra de Minneapolis após ter sido suspenso? Difícil responder. Pode ser, mas é apenas uma hipótese, que possa ter ajudado o facto da Procuradora na altura ter recusado proceder com as acusações contra Chauvin e outros polícias e passar tudo para as mãos dum grande júri. A Procuradora era a democrata Amy Klobuchar, até Março candidata presidencial para as eleições do próximo Novembro e agora apoiante do candidato democrata Joe Biden.

Amy agora nega as acusações (“tudo foi feito à norma de lei”) mas a verdade é que jogou-se a possibilidade de concorrer como vice-Biden. “Amy Klobuchar é um absoluto não” diz Keith Williams, presidente do Partido Democrata Black Caucus no Michigan: “Uma mulher negra dar-lhe-ia um impulso imediato”. Justo, não queremos explorar a situação, pois não?

Alguém fez notar isso:

Dado que tanto Facebook quanto Twitter estão a apertar o cerco, deixo claro quanto segue: os três estranhos indivíduos vistos durante o massacre da Maratona de Boston não são nada parecidos com os polícias envolvidos na morte de George Floyd. Vê-se claramente pois na fotografia de Boston têm roupa preta, em Minneapolis estão vestido de azul.

Mais: acrescento que Floyd e o Chauvin foram sim colegas de trabalho até o último Dezembro, e trabalharam juntos ao mesmo tempo, só que Chauvin trabalhava fora do local e Floyd no interior.

Uma rápida pesquisa no Google Map confirma:

Um local enorme, com uma entrada e uma saída: Chauvin trabalhava na saída e Floyd entrava pela entrada. Floyd acabava o turno e saia pela saída enquanto Chauvin vigiava a entrada. Resultados: colegas mas perfeitos desconhecidos.

Acontece.

 

Ipse dixit.

5 Replies to “Minneapolis: morte dum colega”

  1. Olá Max e todos:. Violência é tom da época. Nos EUA, em todos os lugares. Como não ser violenta a criança que nasce e cresce com o videogame nas mãos, jogando com os robot soldados e os zumbis. A seguir os filmes de Hollywood a base de drones, torturas, guerras, sangue. Depois o treinamento a basa de sacrifício, competição acirrada, humilhação e a arma nas mãos, independente de gênero. Sei como é a violência policial, de segurança, domiciliar no ocidente. Não sei como é na Rússia, na China, em outros confins. Mas desconfio que seja semelhante.

  2. Muito sinceramente, é um pouco complicado ver semelhanças nessa imagem, alias, o da direita na imagem nem parece ter nada a ver.

  3. Quem analisar atentamente as imagens dos «protestos» em Minneapolis, repara que os métodos usados são idênticos aos praticados pelos grupos terroristas em Hong Kong ou nas «revoluções coloridas» e «primaveras árabes».

    Junte-se a isto a figura perturbada do Mayor (presidente da câmara) de Minneapolis, Jacob Frey, que já de si denuncia o que está por de trás deste caos despoletado intencionalmente e que custou a vida de um cidadão inocente.

  4. Achei particularmente delicioso o pormenor do 1.º suspeito a contar da esquerda levar um risco sobre os olhos e depois …colocarem uma seta a estabelecer comparação com outra imagem … muito bom..
    Os gajos estavam em fuga …ok…mas parece-me plausível que 90% dos presentes devem se ter posto em fuga por causa do tiroteio , assim … já não me parece plausível que 3 indivíduos que correm de um local neste contexto possam só por isso ser conotados como os autores do atentado, mas para que se reforce a convicção alheia de que estes eram os autores dos atentados …esse “Alguém” que quis estabelecer esta comparação coloca a imagem com o símbolo “illuminati killers”…
    É como colocar um enorme cartaz negro com letras brancas a dizer ” pense num automóvel… ” e depois no fim do cartaz …uma estrela da mercedes, obviamente toda gente vai pensar num Renault …obvio.
    É uma forma barata de manipular opiniões …
    Quanto as alegadas semelhanças … eu até me posso achar parecido com o George Clooney … mas a minha vizinha do 3.º Esq.º parece não achar o mesmo e no fim o que conta é a opinião dela , do mesmo modo o ” alguém que quis fazer notar ” parece satisfazer o seu fetiche de conspirações é pena que não tenha o mesmo fetiche com factos isentos.
    Já o facto de ambos terem trabalhado no mesmo local… até provas em contrário parece desprovido de qualquer relevância .

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