Aceito tudo: vacinas, 5G, drones. Tudo. Só se…

Almada, 02 de Maio de 2020

 

Querido Senhor Primeiro Ministro, querida Senhora Presidente da Comissão Europeia, queridos Senhores Políticos,

Sou um conspirador? Não sei, talvez. Mas sou diferente dos outros. Não tenho medo de controlo, vacinas, 5G, drones, não tenho medo de nada. E quero isso, tudo isso: vacinas, 5G, controlo total. Repito: tudo, em doses maciças.

Quero ser controlado por drones, não apenas quando estou a correr, mas quando estou na padaria, quando estou no carro, na cama, na casa de banho, sempre, 24 horas por dia. Percebo a ideia do controle, é para o nossa segurança. É claro que estes drones irão controlar tudo e todos, inclusive aquelas aldeias isoladas no meio do nada, aquelas onde os poderosos têm frequentemente as suas reuniões; porque, com certeza sabem isto, todos os anos milhares de crianças desaparecem em todo o mundo e fazem um fim horrível. E se estes drones fossem utilizados para descobrir esta incómoda verdade, talvez muitas crianças deixassem de desaparecer. Basta pensar que até Donald Trump compreendeu que o problema das crianças desaparecidas é um flagelo tão grande para a nossa sociedade que declarou o problema da pedofilia uma questão de segurança nacional. Na Ardeché, uma província francesa, por exemplo, está a desaparecer um número impressionante de crianças; espero que o Senhor Presidente francês utilize os drones para verificar minuto a minuto o que se passa em certas aldeias remotas.

Quero ser controlado em cada momento da minha vida, não só pelas apps do smartphone, mas também pela câmara do computador, da televisão e também pelas apps futuras. Quero ser responsável por cada pequeno gesto que faço, mesmo quando estou no íntimo, quando passeio de cuecas em casa ou quando navego na internet. Acho isso muito correcto, também porque não penso que alguém se importe muito com o que vejo na internet. E nem de ver-me em cuecas. Pelo que, uma vez que seja possível seguir todos os cidadãos desta forma, penso que será óptimo poder seguir os políticos também, em qualquer altura. E, em nome do princípio da transparência, gostaria de saber, em qualquer altura, para onde vão os políticos, com quem se encontram e que tipo de vida vivem. Não deve ser difícil. Basta pôr em linha os perfis de todos os cidadãos e permitir a qualquer pessoa, clicando no nome, saber exactamente para onde vai e com quem está o seu político favorito. Porque, Vocês entendem, se só os Senhores nos controlam e nós não podemos fazer o mesmo com os Senhores, então a nossa paranóia conspiratória explode e até podemos pensar que esse controlo possa ser útil para outra coisa qualquer. Vice-versa, com um controle total e livremente partilhado, qualquer teoria conspiratória cairia para o chão, definitivamente. Ser informado, através das aplicações de localização acima referidas, de todos os movimentos dos vários políticos e das suas relações com quaisquer empreendedor ou banqueiro: qual seria o problema? De certeza que não têm nada a esconder.

A vacinação obrigatória é óptima. Paciência se houver dúvidas sobre a mutação contínua da estirpe e depois muitos ilustres virologistas dizem que não serve para nada. E paciência se dizem que com o calor o vírus morre ou se a morrerem são as crianças por causa das vacinas (nota: procurem “vacina poliomielite” no Google ou directamente nas páginas da Organização Mundial da Saúde). Não importa, tanto esta história da vacina tornou-se como a fé: és a favor ou contra independentemente dos factos. Portanto, vamos fingir que a vacina preste. Parece-me óbvio, porém, que os primeiros a testá-la serão os Senhores e os Seus filhos com a classe política toda, mais os “especialistas” que torcem para que seja aprovada a lei sobre a vacinação obrigatória. É simplesmente uma questão de dar um bom exemplo. Se o bom exemplo for dado, depois o povo segue com confiança e até uma certa alegria.

Também estou perfeitamente de acordo em instalar o 5G em todos os lados. É claro que sim. O 5G serve certamente para o progresso e irá aumentar a eficiência da nossa sociedade. E parece uma ideia saudável testá-lo primeiro, instalando-o no Parlamento, nos palácios do poder e perto das vossas casas, só para ver o efeito que faz. Porque sabem, há rumores entre nós conspiradores de que poderia ser prejudicial e que um dos primeiros efeitos que se observam é que insectos e aves que se aproximam demais das unidades de controlo morrem. Por isso eu diria que, se primeiro testarmos durante alguns anos e depois estiver tudo bem, então também acerca deste assunto os conspiradores terão que ficar calados. Obviamente, confio que as primeiras pessoas a experimentar o 5G serão também os presidentes das companhias telefónicas e os presidentes das câmaras municipais que glorificam a nova tecnologia: todas pessoas que colocarão à disposição as suas casas para que sejam plantadas as primeiras antenas mesmo na frente delas. Não poderia haver uma melhor maneira para calar os conspiracionistas, acreditem.

Toda esta informação deve ser tornada pública num grande portal ministerial onde os cidadãos podem sempre ser informados sobre o que está a acontecer. Este seria um golpe de mestre contra os conspiradores e contra as fake news também. Os Senhores passarão à história como as pessoas que limparam internet de boa parte das absurdas teorias conspiratórias e, ao mesmo tempo, como aqueles que recuperaram a credibilidade e a honra da classe política toda.

Querido Senhor Primeiro Ministro, querido Senhora Presidente da Comissão Europeia, queridos Senhores Políticos, como podem ver o que está em jogo é muito importante: estou certo de que irão aceitar estes “pequenos” desafios para o bem de todos nós.

Agradeço desde já pela atenção e, com a ocasião, envio os meus melhores cumprimentos.

 

Max

P.S. para responder, podem utilizar o endereço e-mail do blog, obrigado.

24 Replies to “Aceito tudo: vacinas, 5G, drones. Tudo. Só se…”

  1. Max, a tua ideia foi excelente e abre várias possibilidades de uso ótimas.
    Ninguém do governo te responderá, e se cobrasses uma resposta em rede nacional, eles te perguntariam se sabes o que é segredo de Estado? Mas terias posto o dedo numa ferida fundamental em vigor nas nossas “democracias”: a aceitação generalizada de que os poderosos podem ter segredos, que decisões que nos dizem respeito são “classificadas”, que garantem uma suposta segurança nacional ,que pessoas e grupos que furaram esta bolha estão encarcerados como Assange, ou então fugiram para o mundo não livre.
    Um ponto positivo no conteúdo daquela série espanhola A casa de papel, mostrando o horror que os burocratas têm que as ações de seus amos virem coisa sabida, provada, demonstrada. É justo o segredo que lhes permite o exercício do poder de mando e dominação. É pelo segredo que eles comunicam ao mundo uma realidade distópica, que nada tem a ver com suas decisões e suas vidas.
    Mas tua carta, mesmo sem resposta, é uma denúncia acurada e muito perspicaz do que se passa. Parabéns.

  2. Aqui, é a aplicação do ditado ‘Perdido por cem perdido por mil’ para ver se eles topam.

    É uma ideia excelente, a desta carta.

  3. Muito bom, mas posso fazer uma recomendação ? Pela modica quantia de 2,20 euros pode se enviar essa missiva a cada um dos principais visados e decisores políticos em carta registada com aviso de recepção, e ficamos com a certeza de que receberam mesmo, não só serve de notificação ao visado, como quem lê o artigo vai saber que a carta foi mesmo entregue, a partir dai é como comprar um bilhete de lotaria há sempre a possibilidade de um dos visados se sentir atraído para dialogo o que seria delicioso como as pessoas que leem irao atribuir mais credibilidade ao artigo, o bom e velho papel em correio registado tem mais impacto que o jovem email …

    1. P.Lopes, a ideia é esta. Só que tenho que esperar para Segunda-feira, amanhã.

      Se servisse para algo, já teria organizado algo via internet (fora do blog, entendo) para recolher assinaturas. Mas como sei que seria um esforço inútil e, sobretudo, um enorme perda de tempo (imagine a quantidade de mensagens “sim, mas…”), vou envia-la em meu nome.

  4. Sugeria antes em nome do Blog, não só não torna o assunto pessoal, o que não interessa como possui respaldo em todos os simpatizantes do blog e será uma forma de divulgar as opiniões da nossa comunidade a um publico mais abrangente . De facto a assinatura vale pouco há quem assine sem ler ou sem compreender, mas apresentar documentos que revelam que o assunto foi colocado pessoalmente aos responsaveis transmite credibilidade.

  5. Se você, depois de enviar, começar a notar alguma coisa estranha na sua vida, comece a relatar aqui no blog…que é para que, se algo lhe acontecer depois, e espero que não, o pessoal ter uma ideia do que alguém possa ter andado a fazer…

  6. Mas acham mesmo que enviar uma carta assim possa, não digo mudar algo no destino do mundo, mas alterar a vida duma pessoa? Quantas cartas deste tipo recebem os políticos? Provavelmente dezenas por dia. E com quais resultados? Nenhum.

    Se uma carta fosse assinada por um número significativo de pessoas, e falo aqui de centenas de milhares num País com o tamanho de Portugal, então seria possível falar dum “movimento”. Mas uma carta com uma única assinatura demonstra o quê? Demonstra que algures há uma pessoa iludida de que uma mísera carta possa ter um impacto qualquer.

    Esta é, evidentemente, uma pessoa totalmente inócua, que nem merece um esforço para o controle dela: uma pessoa que envia uma carta assim acredita nas instituições, na independência dos políticos ou, aos menos, supõe que a contraparte seja sensível aos argumentos apresentados. Pelo que: é uma pessoa que não representa um perigo e que “controla-se” sozinha.

    E nem podemos esquecer que uma carta assim nunca será lida por alguém que tenha um mínimo de poder: não há nenhum carteiro que bata à porta do Primeiro Ministro. Imaginem se um Primeiro Ministro ou um Presidente da Comissão Europeia pode ter o tempo e o interesse em ler todos os disparates que os cidadãos enviarem. A carta pára o seu percurso muito antes, no escritório dum funcionário que trabalha para o Secretário Adjunto etc. etc.

    Paradoxalmente, é mais provável que o Primeiro Ministro leia a carta ao navegar distraidamente na internet entre uma reunião e outra. Está tudo dito.

    1. «…Se uma carta fosse assinada por um número significativo de pessoas, e falo aqui de centenas de milhares num País com o tamanho de Portugal, então seria possível falar dum “movimento”…»

      Max, num país onde a população aceita a imposição infundada do uso de máscara quando a 06 de Abril de 2020, o uso de máscaras generalizado pela população (excepto pelos profissionais de saúde) voltou a ser recusado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por as mesmas serem ineficazes na protecção contra a contaminação, pois as máscaras servem somente para proteger os doentes/pacientes das gotículas de saliva dos profissionais de saúde que possam eventualmente cair ou ser expelidas:

      – Conselhos sobre o uso de máscaras no contexto do COVID-19

      https://www.who.int/publications-detail/advice-on-the-use-of-masks-in-the-community-during-home-care-and-in-healthcare-settings-in-the-context-of-the-novel-coronavirus-(2019-ncov)-outbreak

      Dificilmente uma carta ou uma petição com esse teor que aponta para situações e questões importantes, com influência na vida política e social do país, seria assinada massivamente pelos cidadãos.

  7. 1 – A carta existe.

    2 – Estabelece princípios que um grupo de pessoas entende que devem ser encarados e respondidos, ainda que a carta possa numa primeira fase não atingir o alvo ira permitir regular as próximas acções para atingir o alvo .
    É possível que tenha repercussões e através da resposta ajustaremos as próximas acções.

    3 – A carta é uma declaração de princípios de um grupo de pessoas e a seriedade dada ao documento é a seriedade que se exige na discussão dos temas , creio que só por este ponto de vista já é meritório.

    4 – Não é desejável do ponto de vista da disciplina iniciar acções que se ficam a meio ou na gaveta, cria um mau precedente e o contrario ( a concretização das acções ) traça um rumo . Sem um rumo definido as nossas acções tornam-se inócuas .

    Voto pelo envio da carta.

    1. Lolololool… como dizia Mussolini aos soldados: “Armamos-nos e partam!”.

      1 – A carta existe.

      2 – Estabelece princípios que a única pessoa que assina entende que devem ser encarados e respondidos, ainda que a carta possa numa primeira fase não atingir o alvo ira permitir regular as próximas acções para atingir o alvo. É possível que tenha repercussões e através da resposta ajustará as suas próximas acções.

      3 – A carta é uma declaração de princípios de uma pessoa e a seriedade dada ao documento é a seriedade que se exige na discussão dos temas, creio que só por este ponto de vista já é meritório.

      4 – Não é desejável do ponto de vista da disciplina iniciar acções que se ficam a meio ou na gaveta, cria um mau precedente e o contrario (a concretização das acções ) traça um rumo. Sem um rumo definido as nossas acções tornam-se inócuas .

      Voto para pôr a carta na internet e permitir que mais pessoas possam assina-la. Quem apoia a ideia?

  8. Ok , mas colocar a carta na Internet para ser assinada, sem enviar copia pessoal aos destinatários permite que os destinatários se remetam a confortável e conveniente posição de negar o conhecimento da sua existência, e colocar a carta para ser assinada na internet com os comprovativos de envio aos destinatários confere a credibilidade de uma ação efectuada e quem vai assinar sabe que não é apenas uma ação para ficar a flutuar na internet mas que chegou oficialmente aos visados.
    A beleza do correio registado é que exige uma assinatura para ser entregue … e considera-se a notificação feita ao destinatário.

    Voto … nas duas.

  9. A ideia tem nobres objetivos, mas mostra o quanto se está longe de avaliar a amplitude dos processos conspiratórios. Não são apenas os governantes que são conspiradores, mas boa parte dos segmentos que os servem e são servidos, direta ou indiretamente. Imaginar que os governos conspiram sozinhos é quase infantil…A conspiração nada mais é que um produto de uma civilização corrupta ou corrompida, mesmo que tentamos negar isso…E não há como mudar minimamente tal realidade, pois a hierarquia de valores estabelecida leva, inevitavelmente, a isso.

    1. O caminho constrói-se caminhando.

      Mas ninguém é obrigado a caminhar, pode-se ficar sentado na beira do caminho.

    1. Ou seja, suponho que o meu bom e velho amigo Chaplin terá uma ideia melhor… qual é ? Podemos saber ? talvez até ajudar… quem sabe…

      1. UMA ideia?!?! Acho que seriam necessárias múltiplas ideias…Agora, falando sério, não se trata simplesmente de ideias, mas de formar novas gerações de homens, baseadas em outros valores.

        1. “Não deixes para amanhã, o que podes fazer hoje”.
          A capacidade do inimigo de se manter na ofensiva, está na estabilidade da sua força logística.
          A nossa capacidade de resposta, depende de nos apercebermos onde e como contra-atacar, flanqueando.
          Na base está o dinheiro, sempre, certo? O CONSUMO direcionado é a base logística da agregação de valor.
          É ai que a “revolução” tem de ocorrer. A “educação” do consumidor, que somos todos nós, tem de ser invertida.
          A verdadeira “batalha” passa inevitavelmente, por “balançar o barco” do fluxo do dinheiro, constantemente.
          Eles apostam na Google/Nestlé/Ford, etc, o consumidor abandona estas (o mais possível) e usa/compra outras.
          Eles apostam nessas outras, o consumidor procura outras ainda… é difícil? Claro, mas é isso ou virar chinês.
          No nosso mundo, o eleitor vota quando muito uma vez em cada 2 anos, num poder fictício.
          O consumidor?… Vota todos os dias no poder real, o que faz “girar o mundo”, o do dinheiro.
          Através do seu consumo, financia algo ou alguém… É tempo de escolher mais e melhor, em quê ou quem.
          Não vai acontecer de um dia para o outro, mas levará menos tempo do que educar gerações.
          É começar já pelas existentes… família, amigos, companheiros e colegas, todos os que se cruzarem connosco.
          A instabilidade criada, criará oportunidades para outros actores surgirem, actores tipo “F.D.R” e similares.
          Então, a consciência criada pela própria metodologia, no eleitor, poderá ajudar outros poderes a “virar a mesa”.
          Ás barricadas, meus caros.

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