Quem está realmente no comando nos Estados Unidos?

de Cynthia Chung

 

Guerras Secretas, Traições Esquecidas, Tirania Global. Quem Está Realmente No Comando Da Instituição Militar Dos Estados Unidos?

Há um tipo de padrão característico em sua vida que deixa cristalinamente claro para os outros o tipo de pessoa que você é.

 William Shakespeare

 

Mais uma vez deparamo-nos com situação de crise, com o mundo inteiro prendendo a respiração simultaneamente e na dúvida de se essa nuvem negra volátil a flutuar entre nós explodirá em tormenta de guerra nuclear ou passará inofensivamente. A maior parte das pessoas no mundo parece ter a impressão de que essa fatalidade destrutiva vai e vem de acordo com o capricho de um só homem. Em decorrência, é natural que, no decurso de tais ocasiões de crise, flagremo-nos tentando analisar e prever os pensamentos e motivos daquela única pessoa. O assassínio do Major General Qasem Soleimani, verdadeiro herói para seus concidadãos e inegavelmente figura chave essencial no combate ao terrorismo no Sudoeste Asiático, foi crime terrível, provocação abominavelmente repugnante. Visou a causar fúria apoplética, visou a deixar-nos, a nós que desejamos paz, loucos de indignação. E, contudo, isso é exatamente o que não devemos fazer.

Para avaliar situações da espécie não podemos perder de vista o quadro completo, e a indignação justificada infelizmente faz com que aconteça o contrário. Nosso foco torna-se cada vez mais estreito até chegar ao ponto em que só conseguimos ver ou reagir a, de momento em momento, aquilo que está bem na frente de nosso rosto. Somos reduzidos a obsessão com feeds de twitter, lampejos de notícias e doublespeak(*) de ‘declarações oficiais do governo’.

(*) doublespeak – Ou double talk. Palavreado deliberadamente evasivo ou ambíguo. Heritage

Assim, pois, antes que possamos encontrar terreno firme a partir de onde observar a situação de hoje em dia, precisaremos ganhar entendimento de o que levou os Estados Unidos – U.S./US a entrarem numa infindável campanha de atividade beligerante de mudança de regime depois da Segunda Guerra Mundial – WWII ou, nas palavras do ex-Chefe de Operações Especiais do Estado-Maior Conjunto Coronel Prouty, três décadas de guerra da Indochina.

Mudança Interna das Peças de Xadrez nas Sombras

É interessante que exatamente em 2 de setembro de 1945, dia em que a WWII acabou, Ho Chi Minh anunciou a independência da Indochina. Interessante que precisamente no dia em que uma das mais destrutivas guerras jamais ocorridas acabou, outra longa guerra foi declarada em sua soleira. Churchill anunciaria sua “Cortina de Ferro” contra o comunismo em 5 de março de 1946, e a partir de então não havia mais como voltar atrás. O mundo teve apenas 6 meses para recuperar-se antes de ser envolvido em outra guerra terrível, exceto no caso dos franceses, que iriam à guerra contra os opositores do Viet Minh na Indochina Francesa dias apenas depois do final da WWII.

Em artigo anterior que escrevi intitulado “On Churchill’s Sinews of Peace” tratei de grande reorganização do governo estadunidense e de seu órgão de inteligência estrangeira(*) no início da presidência de fato de Truman. Lembremo-nos de que houve tentativa de golpe de estado militar, que foi exposta pelo General Butler em discurso público em 1933, contra a Presidência de Franklin Delano Roosevelt – FDR, que só foi empossado naquele ano(**). Pode-se dizer que houve desaprovação muito evidente, oriunda de cantos sombrios, no tocante ao modo pelo qual Roosevelt organizaria o governo.

(*) foreign intelligence – Informação a respeito de recursos, intenções e atividades de potências, organizações ou pessoas estrangeiras, sem incluir contudo contra-inteligência, exceto no tocante a atividades terroristas internacionais. Definitions.net

(**) Parece referência ao fato de FDR, embora eleito em novembro de 1932, só ter tomado posse, como seus predecessores, em março seguinte. Wikipedia

Elemento decisivo da reorganização promovida por Truman foi o desmonte do órgão de inteligência estrangeira anteriormente existente, que havia sido criado por FDR, o Office of Strategic Services (OSS) [Gabinete/Secretaria de Serviços Estratégicos] em 20 de setembro de 1945, duas semanas apenas depois de a WWII ter sido oficialmente declarada encerrada. O OSS seria substituído oficialmente pela CIA em 18 de setembro de 1947, com expurgo de dois anos na inteligência estadunidense e a movimentação interna de peças de xadrez nas sombras. Além disso, o Presidente de fato Truman fundaria também o United States National Security Council – NSC [Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos] em 18 de setembro de 1947, no mesmo dia em que fundou a CIA. O NSC era um conselho/colegiado cuja função pretendida era servir como braço principal do Presidente para coordenação de segurança nacional, políticas externas e políticas entre os diversos órgãos governamentais.

Em seu livro o Coronel Prouty declara: “Em 1955 fui designado para criar um gabinete/uma secretaria de operações especiais em observância da Diretiva #5412 do Conselho de Segurança Nacional (NSC) de 15 de março de 1954. Aquela Diretiva do NSC pela primeira vez na história dos Estados Unidos definiu covert operations(*) e atribuiu à Central Intelligence Agency [Agência Central de Inteligência] o desempenho de tais missões, desde que orientada a desenvolvê-las pelo NSC, e ademais determinou que pessoal das Forças Armadas em serviço ativo não se envolvesse em tais operações. Ao mesmo tempo, as Forças Armadas foram instruídas a “proporcionar o apoio militar para as operações clandestinas da CIA” como função oficial.

(*) covert operations – Operações covert. Em inglês há diversos adjetivos para qualificar algo que é escondido da vista ou do conhecimento, tais como secret, stealthy, covert, clandestine, furtive, surreptitious, underhanded. Covert descreve algo que se caracteriza por ser concealed ou disguised. Concealed envolve a ideia de impedir que algo seja visto ou conhecido. ‘O dispositivo de escuta estava concealed numa caneta.’ ‘Comenta-se que a polícia concealed evidência vital.’ Disguised significa com aparência que esconde a forma verdadeira. ‘Os extremistas entraram no prédio disguised como profissionais de saúde.’ Heritage, Cambridge, Collins

O que isso significava é que deveria haver miscigenação entre o órgão de inteligência estrangeira e a instituição militar, e que o órgão de inteligência estrangeira atuaria como dominante nessa relação, só recebendo ordens do NSC. Embora o NSC inclua o Presidente, como veremos o Presidente fica muito longe de determinar as políticas do NSC.

Herança de Guerras Secretas

“Não há exemplo de nação beneficiar-se de guerra prolongada.” – Sun Tzu

Em 20 de janeiro de 1961 John Fitzgerald Kennedy – JFK foi empossado como Presidente dos Estados Unidos. Juntamente com herdar a responsabilidade pelo bem-estar do país e de seu povo, herdaria também guerra secreta com a Cuba comunista, conduzida pela CIA.

Desde o início JFK foi antipatizado pela CIA e certos corredores do Pentágono; sabiam qual era a posição dele em assuntos exteriores, em conflito direto com aquilo em favor do que vinham trabalhando para conseguir havia quase 15 anos. Kennedy herdaria a opeação secreta contra Cuba, a qual, Prouty confirma em seu livro, tinha sido silenciosa/discretamente promovida/elevada de padrão pela CIA, de aprovação pela administração Eisenhower em março de 1960 de modesto programa de apoio a exilados cubanos (que incluía pequenos lançamentos de pacotes de avião e operações de utilização de praias para fins logísticos) para brigada de invasão de 3.000 homens logo antes de Kennedy tomar posse.

Foi enorme mudança nos planos, não determinada nem pelo Presidente Eisenhower, que alertou, ao final de sua gestão, para o complexo militar industrial como loose cannon(*), nem pelo Presidente Kennedy, e sim pelo órgão de inteligência estrangeira nunca dependente de eleição ou de avaliação pelo povo. Isso mostra o nível de hostilidade que Kennedy encontrou logo que tomou posse, e as limitações do poder de um presidente quando ele não tem apoio daqueles órgãos de inteligência e militares.

(*) loose cannon – Pessoa imprevisível ou descontrolada que pode vir a causar danos não intencionais. Lexico powered by Oxford

Nos três primeiros meses da gestão de JFK foi programada a Operation Bay of Pigs [Operação Baía dos Porcos] (17 a 20 de abril de 1961). Conforme conta a história revisionista popular, JFK ter-se-ia recusado a fornecer cobertura aérea (air cover) para a brigada de exilados cubanos, e a invasão por terra foi calamitoso fracasso e decisiva vitória para a Cuba de Castro. Foi de fato um embaraço para o Presidente Kennedy, que teve de assumir responsabilidade pública pelo fracasso; o embaraço não foi maior graças ao fato de a reputação dele como líder ser considerada questionável. No entanto, se ele não tivesse assumido responsabilidade pública teria sido pior, porque teria tido de explicar o real motivo de por que a operação havia fracassado. Isto é, que a CIA e a instituição militar estavam contra ele e ele não tinha controle sobre elas(*). Se Kennedy admitisse isso, perderia toda a credibilidade como Presidente em seu próprio país e internacionalmente, e teria colocado o povo dos Estados Unidos em perigo imediato em meio a uma Guerra Fria.

(*) A tradução do parágrafo altera consideravelmente boa parte do original para torná-lo mais inteligível. Tradução literal diria mais ou menos o seguinte (na parte que alterei): Foi realmente embaraço para o Presidente Kennedy que teve de assumir responsabilidade pública pelo fracasso, todavia, não foi embaraço por causa da competência questionável dele como líder. Foi embaraço porque, não houvera ele assumido responsabilidade pública, teria tido de explicar o real motivo de por que a operação fracassara. Que a CIA e a instituição militar estavam contra ele e que ele não tinha controle sobre elas. N. do T.

O que realmente aconteceu foi ter ocorrido cancelamento do essencial ataque aéreo antes da alvorada, pelos bombardeiros da Brigada de Exilados Cubanos da Nicarágua, para destruir os últimos três jatos de combate de Castro. O ataque aéreo havia sido determinado pelo próprio Kennedy. Kennedy sempre foi contra invasão de Cuba pelos Estados Unidos, e o atingimento dos últimos três jatos de Castro pela Brigada de Exilados Cubanos teria limitado a ameaça representada por Castro, sem os U.S. apoiarem diretamente operação de mudança de regime dentro de Cuba. Isso ia totalmente de encontro ao plano da CIA para Cuba.

A ordem de Kennedy para o ataque aéreo aos jatos de Castro foi cancelada pelo Special Assistant for National Security Affairs [Assistente Especial para Assuntos de Segurança Nacional] McGeorge Bundy, quatro horas antes dos B-26 da Brigada de Exilados decolarem da Nicarágua, e Kennedy não foi chamado a participar da decisão. Além disso, o Diretor da Inteligência Central, Allen Dulles, encarregado/responsável pela operação na Baía dos Porcos, estava inacreditavelmente fora do país no dia do desembarque.

O Coronel Prouty, que era Chefe de Operações Especiais à época, detalha a situação: “Todo mundo conexo com o planejamento da invasão da Baía dos Porcos sabia que a política ditada pela NSC 5412 proibia positivamente a utilização de pessoal militar da ativa em covert operations. Em nenhum momento houve no plano oficial de invasão menção escrita a “cobertura aérea”… A história de “cobertura aérea” que foi criada é incorreta.

Em decorrência, JFK, que percebeu bem a fonte do fiasco, criou no dia seguinte um Cuban Study Group [Grupo de Estudo Cubano] atribuindo-lhe a responsabilidade de determinar a causa do fracasso da operação. O grupo de estudo, integrado por Allen Dulles, General Maxwell Taylor, Almirante Arleigh Burke e Procurador-Geral Robert Kennedy (o único membro no qual JFK confiava) concluiu que o fracasso devera-se a telefonema de Bundy ao General Cabell (que era também Diretor Adjunto da CIA) por meio do qual fora cancelada a ordem de ataque aéreo do Presidente.

Kennedy os havia apanhado.

Humilhantemente, o Diretor da CIA Allen Dulles fez parte da formulação da conclusão de que a operação na Baía dos Porcos havia sido fracasso por causa de intervenção da CIA nas ordens do Presidente. Isso permitiu a Kennedy emitir o National Security Action Memorandum #55 [Memorando de Ação de Segurança Nacional número 55] em 28 de junho de 1961, que deu início ao processo de deslocar a responsabilidade da CIA para o Estado-Maior Conjunto. Como declara Prouty, “Quando totalmente implementado, como Kennedy havia planejado, depois de sua reeleição em 1964, a CIA teria sido removida das ações de covert operation. Isso veio a comprovar-se como um dos primeiros cravos no caixão de John F. Kennedy.

Se não tinha sido tapa suficiente no rosto da CIA, Kennedy ainda forçou a renúncia do Diretor da CIA Allen Dulles, do Diretor-Adjunto da CIA para Planos Richard M. Bissell Jr. e do Diretor-Adjunto da CIA Charles Cabell.

Em outubro de 1962 Kennedy foi informado de que Cuba tinha mísseis ofensivos soviéticos a 90 milhas de distância da costa dos Estados Unidos. Navios soviéticos com mais mísseis estavam a caminho de Cuba mas acabaram fazendo meia-volta no último minuto. Começaram a abundar rumores de que JFK havia feito acordo secreto com o Primeiro-Ministro russo Khrushchev, de acordo com o qual os U.S. não invadiriam Cuba se os soviéticos retirassem seus mísseis. Começaram a circular críticas acerca de JFK ser leniente em relação ao comunismo.

O National Security Action Memorandum – NSAM #263, cuidadosamente supervisado por Kennedy, foi emitido em 11 de outubro de 1963 e delineava decisão de política “para retirada de 1.000 militares [do Vietnã] até o final de 1963” declarando ademais que “Deverá ser possível retirar o grosso do pessoal dos U.S. [inclusive CIA e militares] até 1965.” O jornal das Forças Armadas Stars and Stripes publicou manchete U.S. TROOPS SEEN OUT OF VIET BY ’65. [Tropas dos U.S. FORA DO VIETNÃ ATÉ 1965] Kennedy e o povo estadunidense estavam ganhando o jogo.

Esse foi o cravo final no caixão de Kennedy.

Kennedy foi brutalmente abatido apenas um mês depois, em 22 de novembro de 1963. A morte dele pode ser vista não apenas como trágica perda como, mais importante, deveria ser reconhecida como golpe de estado militar bem-sucedido que foi e é. A CIA mostrou até onde estava disposta a ir se algum Presidente se pusesse em seu caminho. (Para mais informação acerca do golpe, consultar o livro do Procurador Distrital de New Orleans à época, Jim Garrison, e o excelentemente pesquisado filme de Oliver Stone “JFK”.)

Através do Espelho

Em 26 de novembro de 1963, quatro dias completos depois do assassínio de Kennedy, o Presidente de fato Johnson assinou o NSAM #273 para começar a mudança da política de Kennedy estabelecida no #263. E em 4 de março de 1964 Johnson assinou o NSAM #288 que marcou a escalada total da Guerra do Vietnã, envolvendo 2.709.918 estadunidenses servindo diretamente no Vietnã e 9.087.000 servindo nas Forças Armadas dos U.S. naquele período.

A Guerra do Vietnã ou, mais precisamente, a Guerra da Indochina, continuaria por mais 12 anos depois da morte de Kennedy, durando total de 20 anos para os estadunidenses.

Guerras de black ops(*) dispersas continuaram, mas a guerra seguinte infindável de larga escala que envolveria o mundo começaria a todo vapor em 11 de setembro de 2001, sob o risível nome de Guerra ao Terror, que é basicamente outro nome para a Cortina de Ferro, continuação de Guerra Fria de 74 anos. Guerra que não está planejada para acabar antes de as últimas mudanças de regime serem consumadas e o mundo assistir à queda de Rússia e China. O Iraque estava programado para invasão muito antes da vaga Guerra do Golfo de 1990 e antes mesmo de Saddam Hussein ser apoiado pelos estadunidenses na guerra Iraque-Irã dos anos 1980. O Irã já sofreu mudança de regime apoiado pela CIA em 1979.

(*) black ops – Black op, em terminologia militar estadunidense, significa operação secreta ou covert, especialmente operação conduzida fora dos canais ordinários de comando e responsabilidade. Lexico

Já era entendido há muito tempo pela CIA e pela instituição militar dos US que a destruição da soberania em Iraque, Líbia, Síria e Irã precisaria ocorrer antes de Rússia e China serem tomadas. Essa tática de guerra já é estereótipo depois de três décadas de contra-insurgência contra a “insurgência comunista” insuflada pela CIA na Indochina. É assim que a insurgência inspirada pelo terrorismo funciona em nossos dias, como fórmula perfeita da CIA para banho de sangue infindável.

O ex-Diretor Adjunto da CIA (2010-2013) Michael Morell, que apoiou Hillary Clinton durante a campanha para a eleição presidencial e foi veementemente contra a eleição de Trump, o qual, afirmava ele, estava sendo manipulado por Putin, disse em entrevista em 2016 com Charlie Rose que russos e iranianos na Síria deveriam ser mortos covertly [disfarçadamente] para ‘pagarem o preço’.

Portanto, quando ataque de drone(*) ocorre assassinando Major General iraniano, mesmo que o Presidente dos U.S. assuma o ônus, eu não ficaria tão apressada em acreditar que esse seja necessariamente o caso, ou a história completa. Assim como eu não entenderia as declarações do Presidente Rouhani aceitando responsabilidade pela derrubada, pela instituição militar, ‘por acidente’, do avião Boeing 737-800 com 176 civis, na maioria iranianos, como algo que possa ser relegado à categoria de negligência criminosa, e sim antes como muito provavelmente algo onde alguma coisa mais está acontecendo.

(*) drone – Veículo aéreo controlado remotamente ou autônomo, sem piloto a bordo. Heritage

Eu também não seria muito rápida em deixar de atentar para o timing da divulgação, ou melhor dizendo vazamento, de rascunho de carta do Comando dos US em Bagdá para o governo, sugerindo retirada das forças estadunidenses do país. A hora exata em que isso acontece certamente coloca o Presidente em situação delicada. Embora a decisão de manter as forças estadunidenses dentro do Iraque ou não dificilmente seja assunto simples que o Presidente sozinho possa definir. De qualquer forma, não há motivo para nós, depois de termos revisto o caso de JFK, pensarmos que o presidente possa decidir isso.

Há base para especularmos que o Presidente possa ter sido apanhado numa armação, começando com a designação oficial, pelo Departamento de Estado dos US, do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica – IRGC como “terrorista” em abril de 2019, decisão que foi fortemente apoiada tanto por Bolton quanto por Pompeo, que eram ambos membros do NSC à época. Isso tornou legal ataque de drone militar dos US contra Soleimani nos termos da Autorização para Uso de Força Militar de 2001 – 2001 AUMF, segundo a qual a instituição militar dos US pode atacar qualquer grupo armado considerado ameaça terrorista. Tanto Bolton quanto Pompeo não fizeram segredo de estarem felizes com o assassínio de Soleimani, e Bolton chegou ao ponto de tweet “Esperança este é o primeiro passo para mudança de regime em Teerã.” Bolton também não fez segredo de estar ansioso para depor contra Trump no possível julgamento de impeachment [impugnação].

O ex-Diretor da CIA Mike Pompeo foi gravado em conferência desconhecida recentemente mas, a julgar pelas risadas pouco sofisticadas da plateia, ela era possivelmente constituída de aspirantes a agentes da CIA, onde ele admite que embora o lema dos cadetes de West Point seja “Você não mentirá, não trapaceará, nem roubará, nem tolerará os que o fazem”, seu treinamento na CIA foi exatamente o oposto, com ele declarando: “Eu era o Diretor da CIA. Nós mentimos, trapaceamos, roubamos. Foi como se tivéssemos tido cursos de treinamento completos. (longa pausa) Isso me evoca a excelência do experimento estadunidense.

Assim, pois, não deverá constituir surpresa para ninguém no mundo, a esta altura da história, se a CIA não tiver vínculo de lealdade com nenhum país. E dificilmente poder-se-á alimentar a expectativa de que um Presidente, ativamente sob ataque de todos os lados dentro de seu próprio país, esteja em condições de fazer a CIA prestar contas de seus crimes passados e futuros.

 

Nota: Os pontos de vista de cada contribuinte não necessariamente representam os de Strategic Culture ou de Informação Incorrecta.

Artigo original: Strategic Culture Foundation

Tradução by zqxjkv0

9 Replies to “Quem está realmente no comando nos Estados Unidos?”

  1. Olá Max e todos: esta colaboração com Strategic Culture promete material de alta qualidade.
    Deve ser terrível a função de presidir um país cercado por abutres que “mentem, corrompem, traem, roubam” por todos os lados. Ou a pessoa está de acordo com tudo que emana dos serviços de inteligência e militares, ou está condenado a morte, como costuma acontecer, ou é muito bom equilibrista. Se esta situação é mais ou menos explícita no Brazil, imagina na matriz.
    Dentro desta convicção, nunca achei o Trump, por exemplo, tão demoníaco como é pintado pelos meios de comunicação. O que indica é que ele deve estar pisando nas intenções de muita gente poderosa, porque inteligência e militares respingam no grande empresariado e meios de comunicação, e tudo junto, invisíveis comandando os de alta visibilidade, armam o circo.
    O povo sempre foi espectador apenas, e aqueles que fogem à regra, correm perigo, especialmente se estão sozinhos. Daí o quanto acho oportuna a vinculação entre Strategic Culture e II. A união dos debaixo (por vezes não tão debaixo) soma forças para uma briga desigual. Ser apenas espectador- consumidor, como querem os podres poderes, é o que leva a esta rigidez cadavérica do pensamento de tantos, abrindo todas as portas para o comportamento de rebanho, ideal para conduzir gado ao matadouro. Até os bichos infelizmente percebem o que farão com eles, a não ser a morte clandestina do boi, pego de surpresa pelo bom matador que lhes tira os sentidos logo da primeira facada. E o boi não sabe a força muscular que tem. Já a maioria dos homens não percebem o que está a frente, e no lugar de força mental, têm medo, terror.

  2. O silêncio da Rússia nas ultimas 2 semanas é muito estranho.
    Além do silêncio, estão a seguir basicamente as mesmas medidas do resto do ocidente.

    Tão importante é o que se diz, como o que não se diz.

    1. Exacto Bandido . Essa observação ( mal comparado) faz-me lembrar do bombardeamento de Dresden pela RAF, a primeira vaga de bombardeiros destruía alguns edifícios muito espalhados… cerca de 1 hora depois quando todos os habitantes já tinham saído dos abrigos e ainda no meio do caos e dos incêndios , a segunda e mais devastadora vaga de bombardeiros concentrava-se em áreas abertas onde as pessoas se haviam reunido e bombardeava-as com fosforo branco . A carnificina era tal que os pilotos da RAF ao compreenderem a dimensão das sua acções e que Dresden era uma cidade da retaguarda onde não havia armamento nem indústria… protestaram… e foram gentilmente informados que se recusassem seriam ser fuzilados.
      As vezes quando baixamos as defesas e corremos numa determinada direcção ao pensar que estamos a salvo … é quando temos as piores surpresas.
      Custa-me compreender como é que algumas pessoas ainda podem pensar que alguém ou algum regime nos poderá salvar … Isso não é ser optimista… é como pôr os ovos todos no mesmo cesto …

  3. Vou repetir. O núcleo financeiro londrino-wallstreetiano irá se mover para Moscou, após a China ser rendida militarmente, pelo sionismo EUA-Russo.

      1. Anónimo ? Será ? Chaplin és tu ? Eu lembro-me desse discurso, será o retorno do filho prodigo ao seu bom e velho blog ?

  4. Alguém daqui já ouviu o discurso anti-nwo de Kennedy? Está em 2 partes no Youtube…

Obrigado por participar na discussão!

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