Big Pharma vs. Cloroquina

Coisas estranhas acontecem. De repente, todos (mas mesmo todos) os principais meios de comunicação americanos, ao mesmo tempo, começam a informar que, com a cloroquina recomendada por Donald Trump, o resultado são “mais mortes, sem benefícios” no tratamento da COVID-19.

Este é resultado de um estudo realizado pela Veterans Authority em 368 pacientes em todo o País. Os jornalistas, provavelmente com um pouco de vergonha, reconhecem que este estudo não foi uma experiência rigorosa, ou seja, não cumpre os critérios de rigor necessários para um teste deste tipo, e que foi colocado online num sítio web para pesquisadores e não foi revisto por outros cientistas, tendo sido financiado por donativos do Instituto Nacional de Saúde. Sim, aquele Instituto Nacional de Saúde chefiado por…? Anthony Fauci.

Admitimos, nesta altura ser conspiracionista tornou-se impossível: fazem tudo eles. A cloroquina está a arruinar a narrativa “esperamos pela vacina de Bill Gates que nos libertará” e, evidentemente, têm de recorrer a estes meios grosseiros que mostram o todo enredo. Assim perde-se toda a graça, o pobre blogueiro já não tem nada para descobrir.

A propósito, não esquecemos que esta tentativa desajeitada permite lembrar que a Big Pharma, as onze multinacionais farmacêuticas com os lucros mais colossais (Johnson & Johnson, Pfizer, Merck, Eli Lilly, Gilead, Bristol Meyers Squibb, etc.) têm todas o seu próprio representante nos conselhos de administração dos principais meios de comunicação de televisão ou papel. Big Pharma que generosamente financiam a cobertura dos prejuízos.

The Ring of Fire:

De acordo com um estudo de 2009 da Fairness and Accuracy in Reporting, com excepção da CBS, todos os principais meios de comunicação nos Estados Unidos partilham pelo menos um membro do conselho de administração com pelo menos uma empresa farmacêutica. O que significa: estes membros do conselho acordam, vão a uma reunião na Merck ou na Pfizer e depois o seu motorista leva-os a uma reunião da NBC para decidir o tipo de programação que a rede transmite. […] As empresas farmacêuticas gastam cerca de 5 biliões de Dólares por ano em publicidade com estes meios, por isso quando a Pfizer, a Merck ou a Eli Lilly ou qualquer uma das empresas farmacêuticas, mata ou aleija os americanos com medicamentos defeituosos, pensam realmente que estes membros da administração vão permitir que a sua história seja contada? Pode demorar entre três dias a uma semana inteira até que os meios de comunicação notifiquem a recolha de um medicamento ou de um dispositivo médico, se é que o reportam.[…]

Os media corporativos não querem saber destas histórias porque ou partilham membros do conselho com estas empresas ou porque querem que essas empresas continuem a atirar Dólares à sua maneira em grandes publicidades. Estas gigantescas empresas de comunicação não vão fazer nada para ameaçar as suas relações com os grandes anunciantes.[…]

Big Pharma sabe que, se quer continuar a manipular o público, tem de começar pelos nossos funcionários eleitos em Washington DC. Segundo a OpenSecrets, as grandes farmacêuticas gastaram mais de 58 milhões de Dólares em políticos só em 2016, a maior quantia que gastaram numa contribuição directa no último quarto de século. […]

De acordo com um novo relatório da ProPublica, as empresas farmacêuticas estão a oferecer muito dinheiro a qualquer cientista, professor ou académico disposto a escrever estudos que vão mostrar que estas marcas de medicamentos são necessárias, que são simplesmente boas.

No entanto, estes senhores conhecem desde 2005 o estudo do National Institute of Health segundo o qual “A cloroquina é um potente inibidor da infecção e da propagação do coronavírus da SRA“:

A cloroquina é eficaz na prevenção da propagação do SRA CoV em cultura celular. Foi observada uma inibição favorável da propagação do vírus quando as células foram tratadas com cloroquina antes ou depois da infecção pelo CoV SRA. Além disso, o ensaio de imunofluorescência indirecta aqui descrito representa um método simples e rápido de rastreio dos compostos antivirais do SRA-CoV.

Pelo que a cloroquina é eficaz contra os Coronavirus… excepto um: o Coronavirus da COVID-19. O acaso, não é?

O que dizer? Nos EUA não têm a perspicácia do governo francês que em 13 de Janeiro retirou a hidroxicloroquina (que era um produto de venda livre) para classifica-la como “substância tóxica”, fazendo-a praticamente desaparecer da circulação. Pena que o microbiologista Didier Raoult tenha arruinado parte da narrativa ao fazer saber que a cloroquina estava a funcionar no seu hospital de Marselha.

A cloroquina

A cloroquina tem uma história antiga: no Peru, os indígenas extraiam da casca da árvore Cinchona (Cinchona officinalis) e utilizavam o extracto para combater os calafrios e a febre já no século XVII. Em 1633 este medicamento fitoterápico foi introduzido na Europa, onde lhe foi dado o mesmo uso e também começou a ser utilizado contra a malária. O quinino, medicamento antimalárico da quinolina, foi isolado do extracto em 1820, e a cloroquina é análoga.

Tem sido usada normalmente durante décadas para tratar o lúpus eritematoso, certas formas de artrite, a amebíase.

A cloroquina não é perigosa se utilizada segundo as exactas doses terapêuticas: claro está, deve ser subministrada por um médico, não é um medicamento que possa ser utilizado como auto-medicação porque a sobradosagem podem ser fatal (20% de risco de morte).

Administrado segundo as doses certas, este medicamento pode ter uma série de efeitos colaterais bastante aborrecido que podem incluir: visão turva, náusea, vómito, dores abdominais, dor de cabeça, diarreia, tornozelos/pernas inchadas, respiração curta/dificuldade para respirar, lábios/unhas/pele pálida, fraqueza muscular, sangramentos ou hematomas, problemas de audição, e problemas de natureza mental. Aborrecidos sim, mas quando a alternativa for a cova…

Outros efeitos mais raros incluem problemas cardiovasculares e alterações no sangue. De particular interesse são as possíveis mudanças no eletrocardiograma: alterações que podem ser irreversíveis. Todavia na literatura médica há apenas dois casos em que foi necessário um transplante de coração, pelo que esse risco em particular é muito pequeno.

Segundo Wikipedia:

A cloroquina não tem mostrado efeitos nocivos no feto quando utilizada de acordo com as doses recomendadas para o uso profilático contra a malária. Pequenas quantidades de cloroquina são excretadas pelo leite da mulher lactante […]. A cloroquina pode ser seguramente prescrita para crianças, uma vez que os efeitos não são nocivos.

Claro que as gestantes ou as mulheres que planeiam engravidar devem evitar viajar para regiões onde há a presença da malária porque é verdade que às doses terapêuticas a cloroquina costuma ser bem tolerada, no entanto é sempre um medicamento com possíveis efeitos adversos.

Sempre segundo Wikipedia:

Não existe na literatura evidências suficientes para determinar se a cloroquina é segura em pessoas de 65 anos ou mais velhas. Não obstante, a droga é excretada pelos rins, e os níveis tóxicos devem ser monitorados cuidadosamente em indivíduos com problemas renais.

Com base em experiências in vitro realizadas em Fevereiro, os médicos de Wuhan foram os primeiros a administrar os antigos medicamentos antimaláricos aos pacientes, com aparente sucesso. A seguir houve o famoso ensaio em Marselha, como resultados positivos. Mais recentemente, numa carta publicada na revista Annals of the Rheumatic Diseases por alguns reumatologistas do hospital La Sapienza (Roma, Italia), os peritos avaliam os prós e os contras do uso também preventivo da cloroquina e da hidroxicloroquina: os dados preliminares demonstraram que a administração dos medicamentos às células em cultura já antes da sua exposição ao Coronavírus limita a capacidade de replicação do patogénico.

Seja como for, repetimos: estamos sempre a falar dum medicamento, não dum elixir, com todas as consequências que isso comporta. Mas se a situação clínica for grave, melhor a cloroquina ou deixar que o paciente morra?

Muito importante: não tentem auto-medicar-se com a cloroquina, nunca. Este medicamento deve sempre ser subministrado por um profissional de saúde. Caso contrário, o perigo de morte é mais do que uma possibilidade.

 

Ipse dixit.

11 Replies to “Big Pharma vs. Cloroquina”

  1. Penso que este ruído todo tem a ver com o afastamento do Rick Bright, o anterior director da Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA).

    Rick Bright disse:
    – que limitou o amplo uso de cloroquina e hidroxicloroquina, duas drogas que Trump promoveu como curas potenciais que Bright porque “carecem de mérito científico”.
    – que Trump considerou o medicamento antimalárico hidroxicloroquina um potencial “divisor de águas”, apesar da evidência anedótica limitada de que ele funciona como um tratamento com COVID-19.

  2. «…A cloroquina está a arruinar a narrativa “esperamos pela vacina de Bill Gates que nos libertará”…»

    Aqui temos outro confronto na sociedade civil igual ao da falsa pandemia covid-19 vs pandemia covid-19 ou então o de não usar máscara/luvas vs usar máscara/luvas.

    No caso da Cloroquina a reacção é igual, a partir do momento em que se prova a nível científico e médico que existe um tratamento para a doença do coronavírus covid-19, que não é o da vacina impulsionada pela indústria farmacêutica e o sr. Gates, as pessoas ficam enraivecidas e pior, ao serem chamadas a justificar o porquê de afirmarem que a Cloroquina não é um tratamento eficaz (somente a vacina), começam os insultos, viram as costas, ou iniciam uma discussão política ou ideológica.

    O histerismo e o ódio dos pró-vacina (sabem lá eles o porquê de o serem) só diminui quando se coloca a tal questão:

    Mas prefere o quê? Ser curado(a) o morrer da doença?

  3. A quinina que que depois de refinada dá origem ao medicamento é extraída da casca da chinchona, muito abundante na américa do Sul, em Portugal conheço apenas no jardim botânico , mas é de venda livre em ervanárias para preparar chás e infusão. em Portugal para baixar a febre conheço apenas a Macela e o Freixo ( casca seca). Um exercício que costumo praticar e recomendo é verificar o principio ativo do medicamento e depois procurar plantas que contenham esse mesmo principio activo, no fundo o que a industria farmacêutica faz em 80% dos casos é usar a planta e refina-la até isolar o principio activo, muito mais concentrado mas mais pobre que a planta, atenção que todas as plantas usadas em chá ou infusão devem ser previamente secas / desidratadas , embora algumas como a hortelã possam ser usadas diretamente verdes em chá ou infusão a maioria deve ser evitada em verde pois a desidratação elimina também possíveis toxinas.

  4. Pessoal, descansados: não escapou a notícia segundo a qual a intelligence americana sabia da “pandemia” em antemão. Pepe Escobar escreveu acerca do assunto no Global Research também. Só estou à procura de mais fontes, porque as que circulam são poucas. Amanhã vamos falar deste tema.

  5. https://www.youtube.com/watch?v=7gwaZafNdxo. Continuo assistindo as declarações de Pablo Goldschimidt, virólogo.
    Mas pelo menos um vídeo já está indisponível no you tube. Acho interessante que vocês assistam. A questão da competência médica e bio estatística são aspectos importantes ressaltados pelo cientista.

  6. Pessoal, a cloroquina é um composto sintético, feito a partir de um elemento natural, que é o quinino…que se encontra na água tónica! É pena é o resto dos aditivos estragarem tudo!…

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d bloggers like this: