Pandemias: Coronavirus vs. Tuberculose

Pandemia. Diz a Sagrada Wikipedia:

Uma pandemia (do grego παν [pan = tudo/ todo(s)] + δήμος [demos = povo]) é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra.

Muito bem, Wikipedia não brinca em serviço.

Tomamos a actual pandemia, a do COVID-19: até hoje provocou a morte de 108.503 pessoas em todo o mundo. Terrível, não é? É. A pandemia de COVID-19 começou oficialmente no dia 1 de Dezembro de 2019 (sempre segundo a Mágica Wikipedia), isso é, 4 meses e meio (ou 134 dias para sermos mais precisos). Ao dividir o número de mortos vezes os meses passados até agora conseguimos obter a média dos mortos por cada mês. Esta média é aproximadamente de 24.112 mortos por cada 30 dias (ou 810 mortos por dia).

Pelo que: COVID-19 = 24.112 mortos/mês

Em 2016 a Organização da Saúde listou as 10 principais causas de mortes no mundo. Eis a tabela:

Doença Óbitos
1 Cardiopatia isquémica 9.433.000
2 Acidente vascular cerebral (AVC) 5.781.000
3 Doença pulmonar obstrutiva crónica 3.041.000
4 Infecções das vias respiratórias inferiores 2.957.000
5 Alzheimer e outras demências 1.992.000
6 Câncer de pulmão, traqueia e brônquios 1.708.000
7 Diabetes mellitus 1.599.000
8 Acidentes de trânsito 1.402.000
9 Doenças diarreicas 1.383.000
10 Tuberculose 1.293.000

Como é possível observar, estas doenças sozinhas matam mais de 30 milhões de pessoas a cada ano. E são apenas as primeiras 10 causas de mortes, não todas. Mas o que interessa aqui é uma doença infecciosa em particular: a Tuberculose, a última da lista, que pertence ao grupo das doenças infecciosas, aquelas susceptíveis de provocar uma pandemia (como diz Wikipedia: “uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica“).

A Tuberculose provoca 1 milhão e 293.000 mortos a cada ano, o que significa a 107.750, mortos a cada mês, 3.542 a cada dia.

Pelo que: Tuberculose = 107.750 mortos/mês

Isso é: a Tuberculose é mais de 4 vezes mais mortífera do que a COVID-19. E, enquanto a COVID-19 é um episódio único, a Tuberculose é algo que se repete, ano após ano.

A Tuberculose tem algo em comum com a COVID-19: é transmitida por via aérea (embora na Tuberculose o responsável seja uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, e não um vírus), ataca as vias respiratórias (principalmente os pulmões), mata maioritariamente pessoas idosas com um sistema imunitário enfraquecido, a maioria do contagiados é assintomática.

Contrariamente ao vírus da COVID-19, aquela da Tuberculose é uma bactéria que costuma reproduzir-se com uma velocidade extremamente lenta (cada 16-20 horas). Além disso, é uma doença antiga (está entre nós há pelo menos 20.000 anos) e temos uma vacina.

Como é que existe uma vacina e ainda assim a Tuberculose não ficou erradicada? O discurso é complexo: a vacina foi criada em 1908 mas não é eficaz no 100% dos casos. Explica Wikipedia:

A imunização com vacina BCG dá entre 50% a 80% de resistência à doença. Em áreas tropicais onde a incidência de micobactérias atípicas é elevada (a exposição a algumas “micobactérias” não transmissoras de tuberculose dá alguma proteção contra a Tuberculose), a eficácia da BCG é bem menor.

A vacina BCG protege parcialmente contra algumas formas graves de tuberculose pediátrica, mas revelou-se ineficaz contra a tuberculose pulmonar adulta, que constitui a maioria dos casos a nível mundial.

É possível falar de pandemia de Tuberculose? Bom, se a COVID-19 é considerada uma pandemia ao provocar 24.112 mortos por cada mês, o que dizer duma doença que mata mais de 4 vezes mais? Então porquê não concentrar os esforços contra a Tuberculose?

A resposta pode ser encontrada na imagem a seguir:

fonte: Wikipedia

A Tuberculose afecta maioritariamente o continente africano e o Sul-Este asiático. Pessoas simpáticas, sem dúvida, mas basicamente mortos de fome. E ninguém vai sentir falta deles.

Mais:

fonte: Wikipedia

Lamentamos mas é mais do mesmo: pobres desgraçados que vivem longe de nós. Descartáveis.

É verdade: a Organização Mundial de Saúde declarou a Tuberculose uma “emergência sanitária global” em 1993, mas alguém ouviu falar de “isolamento”, “máscaras” ou “luvas”? A Tuberculose pode ser transmitida apenas por via aerossol (excepção é a Tuberculose renal, que é um caso diferente), portanto ao entrar em contacto com uma pessoa portadora da bactéria: a cadeia de transmissão pode ser interrompida com o isolamento e com equipamento de protecção individual (as tais máscaras e luvas).

Reparem que um dos Países mais afectados do Mundo é a África do Sul, com uma economia próxima daquelas ocidentais: uma estratégia como aquela indicada não teria sido impossível e, de facto, o governo de Pretória está a equacionar o isolamento agora que os casos de COVID-19 ultrapassaram as 2.000 unidades. No mesmo País há 2.5 milhões de novos casos de Tubeculose e 417.000 óbitos a cada ano, mas nada de isolamento.

Coronavirus em Sul África: 2.173 casos – 25 mortos – isolamento = sim

Tuberculose em Sul África: 2.5 milhões casos – 417.000 mortos – isolamento = não

Por qual razão é possível com a COVID-19 e é impossível com a Tuberculose?

Depois, em 2006, a Stop TB Partnership desenvolveu um plano global para travar a Tuberculose, mas isso não conta pois do grupo fazem parte a Melinda e Gates Foundation, o Banco Mundial e a ONU, pelo que é provável que o número de óbitos aumente de forma exponencial.

Agora, imaginem por um momento que a situação esteja invertida, imaginem que o Ocidente e não a África seja a zona mais afectada pela Tuberculose: acham mesmo que a indiferença seria a mesma?

Por qual razão ainda hoje estamos a subministrar uma vacina velha de 99 anos (a primeira aplicação prática foi em 1921) e apenas parcialmente eficaz no caso de uma doença que mata mais de 1.200.000 pessoa a cada ano, quando para a COVID-19 os laboratórios de todo o mundo estão ao rubro para contrastar algo que nem conseguem chegar aos calcanhares duma gripe qualquer?

Segundo a OMS, dois biliões de pessoas no mundo já foram expostas à bactéria da Tuberculose, 8 milhões desenvolvem anualmente a doença e, como afirmado, mais de 1.200.000 morrem. Não é esta uma pandemia? Sem dúvida é mais pandemia do que a COVID-19.

No meu entender, a resposta fica ainda nas duas imagens de acima: a Tuberculose tem pouca ou nenhuma relevância no Primeiro Mundo, no Ocidente; e o mesmo acontece com as outras doenças infecciosas. Um par de exemplos: Malária = 710.000 mortos/ano; Shigelose = 700.000 mortos/ano.

Mas quanto poderiam ganhar Big Pharma e a lobby das vacinas com um remédio que tratasse de doenças que matam no Terceiro Mundo? Quanto, pelo contrário, com algo que possa ser repetidamente subministrado no Ocidente? Se os mortos do Terceiro Mundo pouco interessam, é verdade também que algo tem que mudar: o Ocidente tem que precisar duma sua pandemia e da consequente nova vacina.

 

Ipse dixit.

6 Replies to “Pandemias: Coronavirus vs. Tuberculose”

  1. Max, em minha opinião de morto esquecido já está confirmado que covid-19 é uma gripe comum semelhante ao magico de oz que grita alto mas atrás da cortina é um “velhinho indefeso”.
    Meu palpite é que devemos procurar saber o porque disso e suas consequências.

  2. Oh Defunto: o Max acabou de explicar o porque com mapinha e tudo. E o alemão do vídeo que o Anônimo postou previu as consequências.
    Eu peço, além de destrinchar a economia na época de corona virus e o que virá (nisso também o Max é ótimo, e trabalha com extrema clareza ), responda ao poema : “E agora Jose? A festa acabou….”

  3. Mesmo apresentando estatísticas e as opiniões dos especialistas para as pessoas que acreditam nessa pandemia, elas continuam ecoando os seus mantras: “Se não fossem as medidas restritivas, o número de mortes seria muito maior que numa gripe sazonal”

  4. O que a OMS não divulga é o total de mortos por inanição/ano, que levaria, fácil, o título de “campeã”…

  5. Alguém está a acompanhar o canal do YouTube londonreal, e o que se está a passar depois da entrevista com David Icke?
    Recomendo. Brian rose, que costuma ter milhoes de views foi censurado pelo YouTube, LinkedIn, etc. e milhões de viewers estão
    a ser incentivados a partilhar toda a informação sobre esta história do covid.

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