O Verdadeiro Poder – Parte VI

O ISGP termina a análise dos quatros grandes ramos do Poder com o Sionismo.

O movimento sionista tem origem antigas: foi criado principalmente em volta de radicais judeus sionistas, não apenas daqueles que é possível encontrar entre os neoconservadores americanos, mas também entre os liberais e os que ficaram em pátria (como já realçado muitas vezes: estas divisões internas ao Poder não são estanques mas algo muito mais fluído e transversal).

Basicamente, o movimento consiste em boa parte na elite presente no estado de israel, nas comunidades judaicas espalhadas pelo mundo e na potente lobby judaica nos Estados Unidos. É uma comunidade muito unida, altamente organizada também dos pontos de vista político e económico.

Quem

A lista dos que pertencem ao movimento sionista é muito comprida, aqui apenas alguns dos nomes mais importantes que trabalham em estreita colaboração com israel e/ou Mossad (o serviço secreto do estado israelita):

Família Bronfman

Os Bronfam são uma família judaico-canadiana, com origens russas e romenas, provavelmente a maior força entre aqueles que actuam no mundo da caridade israelita. Originada sobre a fortuna de Samuel Bronfman (em particular com a produção de alcoólicos baratos durante a Proibição) com a empresa Seagram, o império Bronfam tem ligações com a Coca-Cola, a Daego (Guinness, Johnnie Walker, Smirnoff, etc.) e a Pernod (Abdoltu, Chivas Regal, Havana Club, Ballantines, etc,). Com o passar do tempo, os Bronfam diversificaram os seus interesses, variando desde o petróleo (Texas Pacific Coal and Oil Company) até a Finança.

Família Rothschild

Podia faltar?

Família Oppenheimer

Outra família histórica. Teve origem com Samuel Oppenheimer (séc. XVII), um banqueiro hebreu da Alemanha que fornecia produtos militares ao Sacro Império Romano-Germânico. Hoje a família é mais conhecida para controlar a empresa de diamantes De Beers, fundada por Cecil Rhodes, financiada pelos Rothischils e sucessivamente controlada pela família Oppenheimer com a ajuda do banco J.P. Morgan.

Menos conhecido é o papel dos Oppenheimer no seio da Apple: Peter Oppenheimer foi vice-presidente sénior da Apple Inc. até o ano passado e com este cargo supervisionou a tesouraria, as relações com os investidores, os sistemas de informação, as auditorias internas, as instalações, o desenvolvimento corporativo e os recursos humanos.

Maurice Tempelsman

Ex-companheiro de Jacqueline Kennedy Onassis, Tempelsman opera também no ramo dos diamantes, colaborando com a De Beers. Apoia o Partido Democrata nos EUA (tem financiado Bill Clinton e é amigo de Hillary).

É membro de várias ONGs e think tank: Eurasia Foundation, National Democratic Institute for International Affairs (do qual é director), Center for National Policy, the Business Council for International Understanding, U.S.-Russia Business Council, Council on Foreign Relations.

Bruce Rappaport

Morto em 2010, era banqueiro. Detinha 7.5 % do Bank of New York e neste papel foi acusado em 1999 de reciclagem de dinheiro e cumplicidade com a máfia russa.

Edmond Safra

Banqueiro libanês-brasileiro, foi o fundador da Edmond J. Safra Philanthropic Foundation que opera actualmente em 50 Países na área da educação, ciência e medicina. A morte dele está envolvida no mistério: Safra foi morto por um fogo posto na casa dele, em Monte Carlo, tendo sido o autor do crime o enfermeiro americano Ted Maher. Este confessou para depois retirar as suas afirmações. Há suspeitas de que possa ter havido a intervenção da máfia russa no homicídio.

Michael Cherney

Cherney é um judeu de origem Uzbeka, um empreendedor que desenvolve um papel importante no  sector do alumínio da Rússia: é também o fundador da Michael Cherney Foundation (que, entre as várias actividades, apoia uma escola hebraica em Moscovo) e principal patrocinador do The Intelligence Summit (que de inteligência nada tem: é a reunião de neo-conservadores que beneficiam economicamente da guerra contra o terrorismo).

Cherney tem uma vida complicada: acusações de utilizar documentos ilegais, financiamentos ilegais ao partidos israelitas, tentativa (ilegal) de comprar a empresa de telecomunicações de Estado israelita, lavagem de dinheiro, relacionamentos com a máfia russa. No meio, enfrentou também uma tentativa de assassinato por parte de dois atiradores israelitas pagos pelo cartel do alumínio russo.

Mas esta é uma lista amplamente incompleta: doutro lado, listar todos os membros importantes da comunidade sionista global seria tarefa monumental.

Seria preciso falar das muitas figuras públicas ligadas a operações clandestinas: Begin, Sharon, Isser Harel, Shaul Eisenberg, Al Schwimmer, Yaakov Nimrodi, Rafi Eitan, Efraim Poran, Abrahim Shavit, Yair Klein, David Kimche, Micha Harari.

Seria também preciso fala das figuras públicas que operam fora de israel:

  • os mafiosos norte-americanos (como Meyer Lansky e Jimmy Hoffa);
  • os elementos ligados à máfia russa Solntsevskaya Bratva (como Sergei Mikhailov, os irmãos Averin, Semion Mogilevich);
  • os oligarcas russos (como Pyotr Aven, Mikhail Fridman);
  • os oligarcas norte-americanos (como o patrocinador de Barack e Michelle Obama, Lester Crown);
  • o Mossad, o serviço de inteligência israelita (parte do Mossad é o Kidon, responsável pelas mortes dos oponentes), o Shin Bet (serviço de segurança interna), Aman (serviço de inteligência militar);
  • e, obviamente, a potente lobby sionista que trabalha em Washington.

Para ter uma ideia de como funcione o Sionismo, o ISGP publica a rede das ligações existentes em volta do ramo russo da organização. Trata-se dum esquema interessante (aqui ligeiramente simplificado), pois:

  • mostra apenas as ligações entre o Sionismo da era post-União Soviética, excluíndo os outros ramos; não é difícil imaginar a amplitude do movimento numa escala global;
  • o esquema apresentado é um bom modelo que, substituindo os nomes, pode bem ser adaptado às vertentes antes analisadas: a Liberal, a Conservadora, a Vaticã-Europeista.

 

 

Até aqui as primeiras grandes divisões do Poder.
Trata-se duma divisão empírica, pois cada vertente poderia ser ulteriormente fracionada: mas estes quatro ramos principais ajudam a ter uma visão geral.

Podemos considera-los como “pontos de referência”; depois, é claro que cada actor persegue os seus objectivos particulares, o que pode implicar lutas internas para conquistar posições privilegiadas de poder.

Lembramos, por exemplo, a histórica inimizade entre os Opus Dei e os Jesuítas, apesar de ambos pertencerem ao ramo do Vaticano.

Uma vez estabelecidas estas quatro vertentes, vamos observar mais de perto os protagonistas que operam nelas. Isso será também ocasião para observar mais de perto os nomes até aqui relatados de forma superficial. Não são apenas pessoas mas também organizações.

E começamos mesmo com estas últimas: na maioria dos casos são conhecidas ONGs, organizações sem fins lucrativos que, mesmo quando desconhecidas, exercem uma grande influência na nossa sociedade.

 

Ipse dixit.

Relacionados:
O Verdadeiro Poder – Parte I
O Verdadeiro Poder – Parte II
O Verdadeiro Poder – Parte III
O Verdadeiro Poder – Parte IV
O Verdadeiro Poder – Parte V
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O Verdadeiro Poder – Parte VII

3 Replies to “O Verdadeiro Poder – Parte VI”

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