Os serviços secretos

Após a publicação do artigo Espionagem: Portugal na vanguarda, nasceu uma troca de opiniões que
julgo ser de interesse geral. Portanto, permito-me utilizar um comentário de P. Lopes (que agradeço desde já) como ponto de partida:

Ou tem condições para trabalhar ou mais vale serem abolidos [fala-se aqui dos serviços secretos, nda],
se querem partilhar o trabalho da policias e tal como estas submeter o
seu trabalho ao poder judicial, que são um órgão de soberania autónomo, então onde esta a mossa para os valores liberdade e privacidade?

Valores que não são absolutos por vezes tem de se sacrificados
parcialmente para proteger outros valores como o direito a
vida. Fazemos assim, lanço-lhe um desafio: Deve ou não haver serviços
de informação e em que moldes? Quer me explicar a sua visão?

Depois segue uma breve nota acerca duma comparação que eu tinha feito anteriormente para mostrar o que pode significar um serviço secreto sem limites (PIDE, OVRA, Gestapo):

Para
terminar a famigerada PIDE é um bicho papão em 95% para legitimar o fim
da ditadura por uma suposta democracia que a falta de melhor apenas
assim se tenta legitimar. Curioso que após o 25 de abril os bons
rapazes do PC usaram sistemas de escutas da PIDE claro que ai já era
legitimo… A Pide combatia essencialmente a propaganda da URSS , e
diga-se de passagem comparados com a STASI ou o KGB, os pides eram uns
meninos de coro.

Bom, vamos com ordem.

Eu nunca disse que os serviços secretos (S.S. para encurtar) não deveriam existir. São parte
integrante da estrutura dum qualquer Estado, parece-me óbvio, e não desde hoje. Pensar num País, um qualquer País, sem S.S. é uma romântica ingenuidade.
Todavia aqui surge o problema dos tais “moldes”, porque os S.S. devem sim recolher dados, operar de forma “encoberta”, espreitar lá onde outros não podem/conseguem, antecipar (sobretudo isso), tudo em prol da nossa segurança. Mas sem esquecer que fazem parte dum Estado regido (em teoria…) por regras democráticas.

Os S.S. devem poder ir além destas regras? Não, nunca. Uma organização que opere fora dos limites da legalidade é uma organização ilegal e, como tal, não pode ser parte do Estado. Devem ser as leis a definir os moldes nos quais os S.S. podem operar. É lógico que, em nome da segurança do Estado (e de todos os cidadãos), podem existir situações nas quais os S.S. devem ser autorizados a praticar acções que podem quebrar determinados valores (por exemplo: a privacidade), mas tudo deve ser sempre:

  1. previsto pelas leis (excepções, encarregados, modalidades, duração, etc.)
  2. expressamente autorizado por parte dum órgão de controle

Portanto, os S.S. não seguem as pessoas
quebrando as leis: fazem isso porque as leis preveem situações nas quais
a privacidade dum cidadão deve ser ultrapassada, sempre em favor do
bem comum.

Todavia há um pormenor: no sistema judicial ocidental (pelo menos na maior parte dos casos), parte-se da ideia de que um indivíduo é inocente até prova contrária (julgamento em tribunal). Portanto: a privacidade dele deve ser “quebrada” só se existirem fortes indícios da sua culpa. E isso deve valer também no caso da vigilância executada por parte dos S.S..

O diploma proposto pelo governo de Portugal (com o apoio do Partido Socialista, os meus parabéns) inverte totalmente este conceito: antes escutam-se os telefonemas, é invadido o correio electrónico, as contas bancárias (quebra-se o direito do cidadão), depois analisa-se o conteúdo destes dados pessoais para ver se o indivíduo for ou não culpado. Tudo sem que haja razões fundamentadas para essa vigilância. Ou seja: espia-se um tal sujeito “porque sim”.

Eu concordo com a ideia de que haja um conjunto de juízes que autorizem a recolha de dados sensíveis (e este facto é parte do diploma),
mas a recolha só pode ser autorizada:

  1. quando sejam especificados quais os alvos da investigação (contrariamente ao que estabelece o diploma)
  2. quando existirem
    razões fundamentadas.

Sem que exista sobretudo o segundo ponto, entramos no âmbito da ilegalidade (ver um tal livrinho chamado entre nós “Constituição” e direitos previstos), portanto o Estado estaria a utilizar um instrumento ilegal contra os seus próprios cidadãos. E que seja ilegal é óbvio: a privacidade também como a inocência até julgamento são direitos fundamentais defendidos pelas Constituição, a “mãe” de todas as leis. Nenhuma lei pode sobrepor-se à Constituição sem tornar-se ilegal.

Por esta razão, será suficiente um pedido de análise por parte dum outro partido da oposição (Partido Comunista ou Bloco de Esquerda) para que esta proposta seja chumbada. Entretanto, a Assembleia terá ocupado o seu tempo em algo que já desde o início não tinha pernas para andar.

As leis, dependentes da Constituição, são os moldes e não podem existir outros. A não ser que seja decidido deitar no lixo Constituição, valores, direitos e gerir o Estado como se do nosso quintalzinho se tratasse. Pode ser uma escolha, lícita até: mas para isso são precisos alguns passos, todos dados no interior da Assembleia da República. E o primeiro passo é: modificar (ou eliminar) a Constituição.

A frase: “Valores que não são absolutos por vezes têm de ser
sacrificados para proteger outros valores como o direito a
vida”, pelo contrário, exprime o conceito segundo o qual deve valer
tudo porque o mal pode esconder-se em qualquer lugar. Pelo que, os S.S.
devem poder ter acesso a tudo, sem limitações.

É uma frase bonita, dum certo efeito até, e é por isso que foi repetidamente utilizada pelos vários Bush ou Obama. É com esta frase que foi justificada a adopção do Patriot Act, que limita as liberdades dos cidadãos, permite a violação da
privacidade, amplia os poderes das instituições (S.S.incluídos) até
torna-las independentes da autoridade judiciária “para proteger outros
valores como o direito a
vida”.

Os resultados estão debaixo dos olhos de todos.
Paradoxalmente, a maior liberdade concedida aos S.S. americanos (a
CIA em particular) está na base do maior escândalo que alguma vez
investiu os mesmos S.S. (após o Watergate da década dos anos ’70):
Guantanamo e as torturas dos presos. E aqui não falamos de criminalidade
da rua, de crimes financeiros ou de droga, falamos do bicho papão da
nossa sociedade: o terrorismo. A comissão de inquérito
do Senado foi obrigada a reconhecer que estes métodos foram totalmente
inúteis. Pelo que: maiores poderes, menos limites, resultado zero.

Isso não deveria fazer reflectir?

Mas há mais material acerca do qual é bom parar e pensar.

Os EUA, País com provavelmente os melhores S.S. do planeta (internos e externos), estão na parte alta da classificação dos Países com o maior número de delitos cometidos com armas de fogo (13º lugar no mundo, primeiro entre os Países ocidentais), entre México e Argentina.
Também ocupam uma posição pouco invejável na classificação dos Países com o maior número de homicídios voluntários, depois da Ucrânia e antes da Tailândia. Doutro lado, são o segundo País por número de pessoas presas.
Espantosamente,
Portugal, um País onde as más leis impedem uma livre e saudável
actuação dos S.S., ocupa as últimas posições em todas estas classificações. Deve ser pura sorte.
     
Mas abandonemos os crimes das ruas (que afinal ficam no âmbito de intervenção das forças policiais) e passemos para algo mais sofisticado: os crimes financeiros.
Eu não tenho paciência para isso, mas os mais curiosos podem consultar esta lista
e contar qual País aparece com mais frequência entre aqueles onde houve
escândalos financeiros de grandes proporções (só uma dica: é o mesmo
País com os melhores S.S. do mundo). E da lista faltam corporações
responsáveis de delitos graves no território dos EUA: Archer Daniels
Midland, BAE,
Bankers Trust,
BP, British Airways, Daiwa Bank, F. Hoffmann-La Roche, General
Electric, Hoechst AG, International Paper, Louisiana Pacific, Samsung,
Sears, Roebuck & Company, Tyson Foods, Waste Management Inc.

A lista dos cyber-criminais? Dos maiores ladrões? A circulação de substâncias estupefacientes nos EUA? Ou as acusações contra a CIA sempre no âmbito do mercado ilegal das drogas?

Nos EUA, um dia sim e outro também há alguém que entra numa escola ou
igreja e começa a disparar. E a coisa divertida é que muitas vezes estes
ataques são amplamente “anunciados” em páginas internet ou vídeo no
Youtube. Nem seriam precisos os S. S., uma boa polícia deveria ser suficiente. Mas, mesmo assim, os massacres
acontecem. CIA, FBI, United States Secret Service… nada, tudo
inútil. Será que estas instituições estão demasiado “presas” por laços
burocráticos? Por favor, não brinquemos…

Por último, uma observação.
Mas realmente acreditemos que os S. S. trabalhem duma forma tão primitiva? Do tipo “Vamos interceptar os e-mail do Sr. Barbosa, nunca se sabe o que pode esconder…”. Se os S. S. trabalhassem desta forma, seria bem melhor fecha-los desde já. Esta ideia, segundo a qual os direitos dos cidadãos deveriam ser constantemente quebrados para garantir a funcionalidade dos S. S., apresenta estes como um bando de puros incompetentes, sem experiência, sem metodologia, sem a mínima ideia do que se passa fora dos seus escritórios.


Os S.S. de qualquer País ocidental têm hoje suficiente experiência para saber antes de se mexerem quais os possíveis alvos das investigações, quais os possíveis canais utilizados pelos ambientes criminosos de qualquer tipo. Nenhum S. S. digno deste nome pediria a um juiz a autorização para investigar “um grupo de pessoas, assim, tanto para ver o que acontece”. Seria o máximo da incompetência. Os S. S. sabem como, onde e quando mexer-se.

Vice-versa, a proposta anti-constitucional do governo (com o apoio do Partido Socialista, mais uma vez: os meus sinceros parabéns) abre caminhos extremamente perigosos. Porque se a função dum juiz for apenas aquela de assinar uma autorização de vigilância, sem saber contra quem e sem conhecer os fundamentos, isso significa que os S. S. podem receber disposições directamente do governo (do qual parcialmente dependem), eliminando a função de garantia hoje desenvolvida pelo sistema judicial. Fica totalmente aberta a porta da espionagem utilizada por um governo qualquer para fins exclusivamente políticos e não “para proteger outros valores como o direito a
vida”.

Claro, se depois o Leitor considera a PIDE como um grupo de escuteiros ou a Gestapo como uma espécie de Cruz Vermelha, então pode ser que concorde também com isso.

Ipse dixit.

16 Replies to “Os serviços secretos”

  1. Para os anjinhos que defendem o vaale tudo recordem-se deste caso passado ainda a poucco tempo. Se com leis e regras ja é assim imaginem como sera com carta livre para fazerem o que lhes apetecer.

    O ex-espião Jorge Silva Carvalho e os restantes arguidos do "caso das secretas" vão a julgamento por violação do segredo de Estado, abuso de poder e corrupção.

    O chamado "Caso das Secretas", que tem como principal arguido Jorge Silva Carvalho, antigo diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), vai a julgamento, decidiu hoje o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa (TIC).

    O caso teve origem em suspeitas de acesso ilegal à faturação detalhada do telefone do jornalista Nuno Simas e, além de Jorge Silva Carvalho, o Ministério Público (MP) tinha deduzido acusação contra o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos e um funcionário do SIED, João Luís, por violação do segredo de Estado, corrupção e abuso de poder.

    1. Quem foi o anjinho, quando e onde é que ele disse que VALE TUDO ? E tudo é exactamente o quê? Situe-me no texto que estou um pouco perdido. Quer por cotesia anunciar-se ou escolher um pseudonimo, caso não sinta inclinação para isso permite-me que o trate por anjinho? é um nome ternurento….
      Obrigado
      P.Lopes

    2. HHummmm tão activo que esta neste tema. Não é habitual termos por aqui alguém tão empenhado em defender um ponto de vista e responder a todos os comentarios que são colocados. sinto que voçe é muito sensivel e que fica melindrado com facilidade, não me passa pela cabeça que seja um dos controleiros que existem por ai ao serviço, apenas que é sensivel.
      Já agora visto que se mostra bem informado poderia dar-nos o seu contributo esclacrecer-nos e se possivel mostrar-nos a versão da proposta de lei ou indicar um sitio onde a encontrar?

  2. Max, excelente resposta.

    Gostava de saber se alguém fica descansado com leis desta natureza, podendo o acesso á informação pessoal de qualquer cidadão, ficar facilmente nas mãos de algum Jorge Silva Carvalho deste país.

    Krowler

    1. Leis de que natureza? Qual foi a versão da proposta de lei que leu? Meu caro, neste momento esta a pagar do seu bolso a PPPs cujas clausulas são SECRETAS ate para o Tribunal de Contas e que foram armadilhadas para aumentarem progressivamente e recairem nos orçamentos de estado seguintes ao de quem tomou a decisão…importamos 80% do que comemos, em 10 anos abandoram-se 500.000 hectares de terra produtiva, a unica exportação que aumenta é a da mão de obra… se isso não lhe tira o sono, porque uma mera possibilidade da qual esta a ter conhecimento antecipado, e sobre a qual pode actuar civicamente lho tira? O futuro dos seus filhos e netos ESTA hipotecado, os seus netos terão talvez como 2.ª lingua o chinês ou o alemão … mas nada disto lhe tira o sono fique descansado que qualquer alteracao a lei dos SS tambem o não vai tirar. Confie em mim, não deixe de dormir por causa disto. Os Jorges Silvas Carvalhos, os Marios Soares, os Guterres, os Durões Barrosos, tem todos um denominador comum e são apenas tentaculos.

      P.Lopes

      P.Lopes

    2. "Leis de que natureza?"
      "neste momento esta a pagar do seu bolso a PPPs cujas clausulas são SECRETAS"

      Esta a ver o que dá quando as coisas são SECRETAS e feitas sem lei nem controlo? é o VALE TUDO

      Ja agora esta das clausulas secretas das ppp resolvia-se bem, se sao secretas e nao as mostraram nem ao tribunal nao servem para nada é como se nao existissem. Se por ventura as mostrarem quando entenderem , quem as fez ia bater com os costados ao Tarrafal pq se tem de estar assim tao escondidas não foi coisa boa que armaram

  3. Caro Max: Os meus parabéns pelo tema, os meus sentidos pêsames pelo artigo.
    Gostaria que apresentasse a versão da proposta de lei a que se refere, a proposta! E não uma das interpretações que andam á solta na internet, que teria muito mais valor que o link para crimes americanos, além disso vai haver aqui leitores que vão ter acesso á sua interpretação e até vão exprimir opinião sem NUNCA terem lido a versão original…o que respeito mas lamento.
    Contrariamente ao que diz ,não só muitas leis se sobrepõem á constituição como são completamente legais, como o são TODOS os tratados internacionais ! E que não são poucos.
    E todos os tratados internacionais no âmbito de troca de informações passam por cima da constituição ( nem sequer passam ao lado)
    Existe aqui um terreno imenso a explorar antes de fazer comparações com Bushes, Patriot Act,…CIA, watergate….. Aliás não é uma comparação é um “enxerto” no texto, às tantas não sei se estou a discutir a realidade Portuguesa, americana… mundial…
    Do seu excerto:

    Espantosamente, Portugal, um País onde as más leis impedem uma livre e saudável actuação dos S.S., ocupa as últimas posições em todas estas classificas( 1). Deve ser pura sorte.
    (1)Crimes com armas de fogo, homicídios, presos.

    Percebo que há ali uma certa ironia…mas: Quer relacionar assim a legislação restritiva dos SS em Portugal como benéfica para reduzir o número de crimes graves (A) ou quer dizer que outra legislação mais liberal para os SS é assim desnecessária (B)?
    Se for a opção A é tão absurdo que me abstenho de comentar. Se for a opção B concordo consigo, com restrições, como lhe explicarei no fim.
    Não tem nada a ver com o assunto mas classificar o ranking dos serviços secretos é um exercício de perca de tempo, não há melhores nem piores há mais ou menos adequados á realidade de cada pais, mais uma razão pela qual qualquer comparação com o estrangeiro não só é redutora como nos leva para caminhos irrelevantes para a discussão. É quase como conversa de café, do tipo… a minha é maior que a tua…
    Extremamente relevante seria a separação de interesses privados de serviço publico, sim porque como cancro que é a maçonaria esta profundamente enraizada nos SS como alias o está em tudo o que interessa e isso sim contrariamente as comparações Hollywoodescas este assunto é de capital importância para os SS portugueses e politica em geral, alias o denominador comum entre todas as tragedias recentes de Portugal…desde o regicídio , tem o mesmo denominador comum!!!! Ma ço na ri a !
    Por fim ( apesar de haver muito mais) nunca se esqueça que não existem vazios de poder se não tiver uns SS capazes e eficazes, vão proliferar SS privados que espiam, compram e vendem informações, minhas suas e de todos sem qualquer controlo.…porque simplesmente da parte do estado não há ninguém para lhes fazer frente… nunca se esqueça, não há vazios de poder!
    Portanto, com toda a frontalidade mas com todo o respeito acho o artigo fraco pelas razões supracitadas. Mas o saldo do que tenho visto do seu blog continua a ser francamente positivo, se assim não fosse nem lhe comentava nada .
    Abração
    P. Lopes

    1. Senhor P. Lopes reconheço a sua determinação em defender as suas ideias mas, quando li no post "Espionagem: Portugal na vanguarda" em um dos seus comentários o senhor dizer "…por vezes tem de se sacrificar parcialmente esses valores para proteger outros valores como o direito á vida", ou foi você que fez a lei ( numca se sabe 🙂 ) , e por isso tanto a defende aqui no blog ou vive no pais das maravilhas se pensa que as SS são usadas para proteger a nossa vida.

      D.M.

    2. Olá P. Lopes!

      E obrigado pelas boas palavras em relação ao blog.
      Agora, não pode pretender seriamente que eu publique:
      1. a proposta do governo (147 páginas em versão Pdf)
      2. o parecer sobre a proposta do governo (outras 24 páginas)

      não é?

      Para os Leitores interessados, é suficiente aceder ao portal da Assembleia da Republica (http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=39613) e ler:

      – a Proposta de Lei 345/XII (http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c336470626d6c7561574e7059585270646d467a4c31684a535339305a58683062334d76634842734d7a51314c56684a5353356b62324d3d&fich=ppl345-XII.doc&Inline=true)

      – o Parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados (http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c324679626d56304c334e706447567a4c31684a5355786c5a793944543030764d554e425130524d5279394562324e31625756756447397a5357357059326c6864476c3259554e7662576c7a633246764c32466c4d6d59344d4441774c5445354d5755744e444d774e533168597a55774c5751794d7a51314f47466a5a5756694d6935775a47593d&fich=ae2f8000-191e-4305-ac50-d23458aceeb2.pdf&Inline=true)

      Também, na mesma página, estão disponíveis:
      – Parecer da Comissão de Fiscalização de Dados do Sistema de Informações da República Portuguesa
      – Parecer do Conselho Superior do Ministério Público
      – Parecer do Secretário-Geral do Sistema de Informações da República Portuguesa
      – Parecer do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa
      – Parecer do Conselho Superior da Magistratura

      No total umas 200 páginas que de forma nenhuma irão encontrar espaço neste blog.

      Algumas observações:
      "Contrariamente ao que diz ,não só muitas leis se sobrepõem á constituição como são completamente legais, como o são TODOS os tratados internacionais ! E que não são poucos.
      E todos os tratados internacionais no âmbito de troca de informações passam por cima da constituição ( nem sequer passam ao lado) "

      Sim, verdade. Isso significa que temos que adoptar definitivamente este modus operandi? O facto de existirem meus concidadãos que roubam me autoriza a roubar também ou posso eu ficar coerentes aos meus princípios?

      (continua)

    3. (continua)

      "Quer relacionar assim a legislação restritiva dos SS em Portugal como benéfica para reduzir o número de crimes graves (A) ou quer dizer que outra legislação mais liberal para os SS é assim desnecessária (B)?"

      Obviamente é a opção B.

      "Não tem nada a ver com o assunto mas classificar o ranking dos serviços secretos é um exercício de perca de tempo, não há melhores nem piores há mais ou menos adequados á realidade de cada pais, mais uma razão pela qual qualquer comparação com o estrangeiro não só é redutora como nos leva para caminhos irrelevantes para a discussão. É quase como conversa de café, do tipo… a minha é maior que a tua… "

      Lopes, mas não foi Você que tinha definido a PIDE como "meninos do coro" quando comparados com outras organizações de secretas? Então, como é? Você pode fazer comparação e eu não?

      Além disso, a comparação não é um ranking mas tende a demonstrar como maiores âmbitos de intervenções por parte dos S.S. e até uma capacidade técnica mais avançada não significam automaticamente uma melhoria no desempenho das funções. Se a equação S.S. com mais poderes = maior eficiência, os EUA deveriam ser um Paraíso. Mas não só eles, pois há não poucos S.S. superiores, pelo menos em termos de recursos (pensamos nos S.S. britânicos, no novo KGB russo, etc.). Evidentemente não é esta a estrada.

      Maçonaria? Lopes, a resposta que dei foi de carácter puramente teórico. Se depois desejamos falar de S.S. desviados então a coisa muda, e muito. Como italiano, poderia fornecer-Lhe umas história realmente divertidas, feitas não apenas de Maçonaria como também de S.S. estrangeiros (italianos e não) que utilizaram os S.S. europeus para implementar a dita "estratégia da tensão" ao longo dum par de décadas, com não poucos cadáveres deixados para trás. Mas aqui abandonamos o teórico para entrar na realidade, na História recente e até no porque hoje estamos como estamos, não concorda?

      "Portanto, com toda a frontalidade mas com todo o respeito acho o artigo fraco pelas razões supracitadas"

      Aprecio sobremaneira a frontalidade, sobretudo quando apresentada de forma civil e bem fundamentada como no Seu caso. A discussão é o sal do blog. Isso apesar de eu saber que tenho sempre razão lolololololol

      Abraçoooooo!!!!!!

    4. Meu caro Max era exactamente assim que deveria ter começado o tema, pela indicação das fontes, no vai do comentario vai entender porque. Relativamente ás comparações tudo pode ser feito desde que dentro do seu devido contexto a comparação que fiz da PIDE/DGS com as congeneres do seu tempo é uma comparação historica que ajuda a compreender um contexto historico e IMUTAVEL como o é o passado , comparar os SS com a CIA é uma comparação politica e demagogica se o objectivo e compararmo-nos a alguem… a mesma parvoice de alguem querer comprar um carro novo so porque o vizinho tambem o comprou…. quando as realidades de ambos são diferentes.E tudo isto nos afasta do nosso tema, Como deveriam afinal actuar os SS portugueses ?
      Ser comentador aqui é muito facil, comparado com gerir um blog…. numa proporção infinitamente maior, gerir um estado que necessita de SS que a maioria das pessoas critica… mas nada sabem sobre ele, nada querem saber… a excepção de criticar pelo prazer de criticar. A critica só seria valida acompanhada de uma alternativa…. aqui entre os criticos ainda não ouvi nada.
      Regozijo-me com a sua auto estima em termos de razão, gosto de pessoas orgulhosas.
      Mas olhe, é facil ter razão quando só respondemos aquilo que queremos… , no que toca a necessidade dos SS do ponto de vista da teoria politica dos vazios de poder e da sua ocupação disse… nada !!!
      Por fim, um piropo para os criticos de café que me acusam de viver no pais das maravilhas e de outras merdas sem sentido, não me digno a responder, excepto com a frase do saudoso (porque comico) ministro relvas : VAI ESTUDAR!
      Abraço
      P.Lopes

    5. Puxa… voce e mesmo muito sensivel. Não fique assim melindrado. Olhe que não lhe az nada bem nem ai sistema nervoso nem ao coração.

  4. O secretismo se faz presente, e de forma intensa, na própria diplomacia. Pergunta certa para resposta certa… E a quem interessa manter essa condição? Aos povos é que não é. Pequenos grupos, sob pretextos de proteção aos países historicamente colonizados e/ou dominados, se escondem inseridos nos respectivos Estados nacionais, e que servem como dispositivos para manterem seu poder. Então paremos de achar tratar-se de ingenuidade ou pensamento romântico. É realidade que precisa ser mostrada e combatida pelos eternos servos…

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