Quem atrás de Gladio?

Muitas vezes, quando se fala de anos de terrorismo em Italia (e na Europa no geral), fala-se de Gládio qual meio que a CIA utilizou para perpetrar atentados e culpar os extremistas de Esquerda.

Encontrei muitas vezes esta afirmação em site não-italianos mas nunca dei-me o trabalho de corrigi-la porque o discurso não pode ser liquidado em poucas linhas.

“Corrigi-la”seria necessário, pois fechando o discurso com a palavra “Gládio” arriscamos não entender quem estava (e provavelmente ainda está) no topo duma organização muito mais complexa daquela apresentada como responsável. Até a equação Gládio = CIA arrisca ser demasiado limitada.

Começamos com o entender o que era Gládio e quais os fins dela.

A organização Gládio era paramilitar e clandestina, do tipo stay behind (literalmente: “ficar atrás”), lançada pela Nato e organizada pela CIA para combater uma eventual invasão da Europa Ocidental por parte dos Países do Pacto de Varsóvia. Nunca poderia ter sido um exército, mas poderia ter actuado com sabotagem, guerra psicológica e guerrilha atrás das linhas inimigas, em cooperação com os serviços secretos.

Gladio não foi uma especialidade italiana: a maioria dos Países da Europa Ocidental tinham uma rede análoga, sempre sob o controle da Nato mas com denominações diferentes.

Em particular:

  • Alemanha: TD BJD
  • Áustria: OWSGV
  • Bélgica : SDRA8
  • Dinamarca: Absalon
  • Grécia: LOK
  • Holanda: I&O
  • Luxemburgo: Stay Behind
  • Noruega: ROC
  • Portugal: Aginter
  • Suíça: P26

Os nomes em código em Espanha, França, Finlândia e Suécia permanecem desconhecidos.
O ex-Presidente da República Francesco Cossiga confirmou a existência de Gládio (tal como o então Primeiro Ministro Giulio Andreotti em 1990) e também revelou como Gládio tinha nascido.
“Pai” de Gládio tinha sido Aldo Moro (mais tarde assassinado pelas Brigate Rosse) com outros políticos de Centro (Paolo Emilio Taviani, Gaetano Martino, o mesmo Cossiga) mais dois generais, Musco e De Lorenzo.

Para ser parte de Gládio era proibido ser monárquico, fascista ou mesmo parente de fascistas: um oficial da reserva foi expulso depois do seu casamento com a filha de um executivo do MSI (o partido Fascista após o final da guerra). Quase todos os participantes eram ex-resistentes, democristianos (do Centro) e socialistas.

Quando a lista com os nomes dos membros de Gládio foi publicada (nos anos Noventa), a surpresa foi grande: a maior parte das pessoas era absolutamente “normal”. Nada de soldados ou tropas de elites, mas donas de casa, tranquilos reformados, depósitos com armas e munições muitas vezes já não utilizáveis porque enferrujadas. O máximo da tecnologia eram alguns aviões de transporte Dakota fornecidos pelos americanos.

Como era possível? A resposta é simples: Gládio era verdadeiramente uma organização secundária que tinha como único objectivo intervir no caso duma invasão do Leste. Para isso tinha sido criada e para isso tinha existido.

Ainda hoje, falta qualquer tipo de prova que possa ligar directamente Gládio ao terrorismo. E não apenas em Italia: a mesma coisa se passa na Alemanha, na Bélgica ou na França.

Mas então, como é que nasceu a ligação Gládio-terrorismo? E sobretudo: Gládio foi ou não envolvida na estratégia da tensão?

Acho que para responder temos que voltar a ler a lista dos membros da estrutura Gládio: como já afirmado, na maior parte dos casos estamos perante inócuas pessoas convencidas de “defender a Pátria” em caso de perigo. De certeza que daí nada ligado ao terrorismo saiu e imaginar que a CIA possa ter utilizado aquelas.pessoas para desestabilizar inteiros Países não tem cabimento.

Todavia esta é apenas uma parte da história. Gládio (a italiana e as estrangeiras também) era uma estrutura dotada de vértices e em muitos casos estes confluíam nos serviços secretos. É aqui que começam os problemas: porque, contrariamente ao caso de Gládio, as ligações entre serviços secretos e terrorismo foi muito bem demonstrada.

Os serviços secretos ocidentais colaboraram activamente com a CIA na estratégia da tensão dos anos ’70 e ’80: explorando um clima sobreaquecido, era suficiente uma faísca para dar início a um incêndio. E foi isso que se passou com os primeiros atentados em Italia, por exemplo: os serviços secretos actuaram para favorecer (ou até planear) as acções depois executadas pelos extremistas de Direita.

É possível supor que estes serviços secretos desviados utilizassem partes da estrutura de Gládio para estes fins? Sim, é possível, aliás, é provável. Mas é melhor reflectir acerca de quais partes: não os recursos humanos, como vimos; e nem as armas. O financiamento? Não, nem isso (o último financiamento da CIA para Gládio é de 1975). As comunicações? Excluído, demasiado primitivas e facilmente interceptáveis.

Aqui fica a dúvida: como é que Gládio pode caber na estratégia da tensão?
A resposta reside provavelmente nos mesmos serviços secretos. Eram estes que a CIA utilizava para ajudar os extremistas de Direita e, mais tarde, para infiltrar-se entre os terroristas extremistas de Esquerda. Aqueles serviços secretos que tinham um pé no Gládio eram a ponte de ligação com a contra-parte americana. Não só: mas, no caso da Italia, eram os mesmos serviços secretos envolvidos no escândalo da loja Maçónica P2 ou nos relacionamentos entre Máfia e CIA.

A conexão Gládio e terrorismo não é absolutamente linear. Pensar em alguns elementos desviados dos serviços secretos que a partir de Gládio planeavam atentados é demasiado simples e simplicista.

A realidade (que arriscamos nunca conhecer) deve ter sido muito mais complexa e, sobretudo, deve ter envolvido figuras que nada tinham a ver com Gládio. Esta foi sacrificada no imaginário colectivo (doutro lado já era inútil) como elo de ligação entre CIA e terrorismo europeu, mas é evidente que a estratégia da tensão envolveu elementos e instituições muito mais proeminentes tanto da política quanto das forças armadas, nacionais e internacionais. Elementos que com o “sacrifício” de Gládio foram poupados.

Um par de exemplos podem ajudar a esclarecer.

Vielsalm

Na Bélgica, em 1984, teve lugar uma operação muito estranha perto de Houffalize, na região das Ardennes. Uma equipe de fuzileiros navais norte-americanos foram lançados com pára-quedas e recebidos por um membro do exército local. Eles se esconderam durante uma quinzena de dias antes de atacar a esquadra da polícia de Vielsalm, matando um oficial belga. Um fuzileiro foi ferido durante a operação, perdendo um olho. 

Inicialmente, o ataque foi apresentado como um acto de terrorismo, mas mais tarde foi provado ter sido um trabalho do exército americano e do belga, coisa mais tarde confirmada pelas investigações do Senado em 1991. Outros ataques ocorreram quando, como aconteceu em Vielsalm, foram roubadas armas e munições, que mais tarde acabaram nas mãos de grupos extremistas.

Neste exemplo temos alguns dados interessantes.
Em primeiro lugar, a presença de unidades do exército dos Estados Unidos empenhadas numa operação ilegal (terrorismo) em território belga. Se a equação Gládio = terrorismo estivesse correcta, esta presença não faria sentido: seria a mesma Gládio a actuar, pois já sabemos que também na Bélgica existia uma stay behind, denominada SDRA8. Mas não é Gládio que actua, são os soldados de Washington.

Aqui, eventualmente (e muito provavelmente), Gládio pode ter oferecido apoio logístico (o
recebimento, o esconderijo), mas é evidente a participação de outras figuras de nível superior. Por exemplo: como foi possível manter secreto o voo? Como é que este não foi interceptado? De qual aeroporto tinha partido?

Mais interessante ainda é a questão das armas. Não são utilizadas as armas à disposição de Gládio mas é preparada uma específica (e particularmente arriscada) operação ilegal no território dum aliado para proporcionar armas às formações extremistas internacionais. Mais uma vez: se a equação Gládio = terrorismo estivesse correcta, tudo isso não faria sentido.

Vice-versa: faz sentido na altura em que reconhecemos Gládio apenas como parte secundária duma estrutura e dum plano bem maiores.

O Brabante

Por um período de dois anos, houve um grupo de ataque que operava numa área em torno de Bruxelas, sempre na Bélgica, conhecida como Brabante. Lojas de preciosos, restaurantes e em alguns casos supermercados foram atacados por um bando de homens cruéis e fortemente armados. Em todos os ataques foram roubadas pequenas quantias de dinheiro, mas ao mesmo tempo foi utilizada brutalidade e profissionalismo.

Por exemplo, em 9 de Novembro de 1985, um Sábado, três homens encapuçados e armados entraram num supermercado e começaram a disparar. 8 pessoas foram mortas, algumas enquanto tentavam escapar. O dinheiro obtido no ataque totalizava um par de milhares de libras e foi encontrado atirado para um canal num saco fechado. Uma coisa era certa: não tinham atacado por causa do dinheiro.

A investigação do Senado não consegui encontrar ligações à rede Gladio da Bélgica, mas observou preocupada o silêncio dos não cooperativos oficiais dos serviços secretos, que não revelaram a identidade dos envolvidos. Um relatório oficial sobre o massacre do Brabante, publicado em 1990, concluiu que os assassinos tinham ligações com a rede, mas era mais do que evidente a pesada participação de sectores dos serviços secretos. De acordo com o relatório, os assassinos eram membros ou ex-membros das forças de segurança, extremistas de Direita que exploraram um elevado nível de protecção e indivíduos que, alegadamente, estavam a preparar um golpe de Direita.

Estamos muito longe, portanto, da Gládio “original”. Na Bélgica, nos anos do terrorismo, operava um conjunto de forças e Gládio era apenas uma entre elas.

Oktoberfest

Um episódio-chave aconteceu em 1980, quanto uma bomba explodiu na Oktoberfest em Munich,
matando 13 pessoas.

O ataque foi inicialmente ligado a Gundholf Köhler, que morreu na explosão, um extremista de Direita e membro do Wehrsportgruppe Hoffmann (grupo neo-nazi). No entanto, especialistas afirmaram desde logo que a bomba era demasiado complexa para ter sido construída por um rapaz de apenas 21 anos.

Um ano depois, em 1981, foi descoberto pela polícia um armazém cheio de armas, perto de Uelzen. A explicação oficial foi que as armas estavam escondidas por terroristas de Direita, sob o comando de um certo Heinz Lembke, mas o volume e o tipo de armas faziam nascer dúvidas.

Armas automáticas, armas químicas, 50 armas anti-tanque, 156 kg de explosivos, 230 artefactos explosivos e 258 granadas de mão. Era um verdadeiro arsenal. Os jornalistas tentaram ligar Lembke à Gládio alemã, a BND, mas as investigações oficiais negaram qualquer ligação entre Lembke e o massacre de Munich. Heinz Lembke foi encontrado morto, enforcado em 1981, enquanto se encontrava sob custódia da polícia.

Aqui também há vários pontos que merecem ser realçados.

Em primeiro lugar, o tipo e a quantidade de armas encontradas pela polícia alemã ficam muito longe do nível dos achados italianos. Era realmente um deposito da BND, como avançado por alguns jornalistas na altura, ou era algo mais do que isso? Na Bélgica fazem-se intervir os fuzileiros americanos para proporcionar armas aos terroristas de Direita enquanto na Alemanha estes têm à disposição o necessário para uma pequena guerra?

Como se não fosse suficiente, Lembke foi morto enquanto se encontrava sob custódia da polícia: quantas organizações têm este poder de actuação? De certeza não um grupo “rústico” como a Gládio oficial.

Em Outubro de 2011, o semanal Der Spiegel revelou a existência de nada menos de que 46.000 páginas dum relatório de investigação segundo o qual os funcionários da segurança já estavam cientes antes do ataque do facto de Köhler pertencer ao ambiente neo-nazista.

Der Spiegel também especula que a causa do ataque fosse ajudar o candidato Franz Josef Strauss a ganhar as eleições, acusando a Esquerda do atentado. E o mesmo Köhler tinha também relacionamentos com alguém do CSU, o partido de Strauss (hoje o CSU está no governo de Angela Merkel). 

Muito mais do que Gládio

Note-se também que o processo acerca do atentado de Munich nunca foi reaberto, apesar da Gládio alemã (tal como as outras) ter sido desmantelada há muito.

Como é possível observar, há muito mais de que Gládio nesta história. Há incongruências e silêncios atrás do quais parece possível vislumbrar outros elementos pesadamente envolvidos no projecto do terror. Pessoalmente estou convencido de que Gládio, como já afirmado, fosse apenas uma das organizações envolvidas na estratégia do terror, envolvida de forma parcial e sem um papel de absoluto protagonismo. Bem mais relevante parece ter sido a obra dos serviços secretos, com evidentes conexões políticas e, provavelmente, sectores das forças armadas nacionais. Outras figuras ainda permanecem nos bastidores e pode ser que os nomes delas nunca serão conhecidos.

A impressão é que tenha existido uma estrutura de nível superior, coordenada e utilizada pela CIA para implementar a tal estratégia do terror. Podemos chama-la “Gládio 2” por enquanto.

Gládio 2 não podia ter sido composta por ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial, mas tinha que ser algo mais moderno, actualizado em termos tácticos, logísticos e de recursos humanos para seguir convenientemente os desenvolvimentos em tempo real e actuar de forma atempada.

Tinha que ter acesso a financiamentos constantes (lembramos que o último financiamento da Gládio italiana foi em 1975), sólidas ligações não apenas com os serviços secretos mas também com os ambientes militares e políticos dos respectivos Países.

Gládio 2 tinha também que ter à disposição especialistas que pudessem mexer-se à vontade no ambiente da estrema Direita como naquele da extrema Esquerda, em ambos os casos profundos conhecedores das várias realidades nacionais para poder atingir os pontos mais sensíveis das sociedades e obter os melhores resultados com as acções terroristas.

Não esquecemos que a acção mais importante (e fracturante) das Brigate Rosse em Italia foi o rapto do então Primeiro Ministro, Aldo Moro. Uma acção começada no centro de Roma com uma intervenção digna das melhores tropas de elite (isso enquanto a versão oficial fala de um grupo de terroristas sem formação específica).

Segundo a equação Gládio = terrorismo, a organização stay behind italiana nada teve a ver com o rapto, sendo este o fruto dos radicais de Esquerda (e não ha´dúvidas de que so executores materiais foram de Esquerda). Mas, na verdade, o caso de Aldo Moro ainda hoje está longe de poder ser definido como “esclarecido”, pois apresenta uma complexidade absolutamente anormal, tal como anormais são as conexões entre os vários protagonistas (políticos, terroristas, serviços secretos, CIA, jornalistas, etc.).

E nem podemos esquecer que a eliminação de Aldo Moro foi uma autêntica “prenda” feita pelos terroristas de Esquerda à CIA: impediu que o Partito Comunista alcançasse, pela primeira vez na história, o governo. Paradoxalmente, esta poderia ter sido uma acção digna da “velha Gládio”, mas todas as evidências apontam para o terrorismo de Esquerda, além de qualquer dúvida. A não ser que a acção dos terrorista de Esquerda estivesse condicionada por elementos infiltrados não de Gládio, mas duma organização superior e bem mais potente.

Para explicar as ingerências da CIA no Velho Continente durante a estratégia do terror, eu não ficaria a olhar para uma organização hoje defunta, tal como é Gládio: eu continuaria a seguir o fio vermelho que liga os “anos de chumbo” com o “novo” terrorismo, com a nova estratégia da tensão, com banqueiros enforcados (Calvi), com lojas maçónicas (P2), que aparece nas alturas em que a Europa tem na sua frente opções de escolha.

Porque Gládio já não existe, mas existem os atentados de Madrid (2004), Londres (2005), Anders Behring Breivik na Noruega (2011), Liegi (2011), Tolosa (2012), Charlie Hebdo (2014), Copenhagen (2015)…

Mais do que uma organização defunta, isso parece obra de algo que segue com atenção os desenvolvimentos da sociedade, sabe adaptar-se às novas condições, tem assinaláveis capacidades de financiamento, dispõe de recursos humanos notáveis. Provavelmente tem campos de treino, conhece bem as forças armadas dos respectivos Países (e tem a capacidade para intervir nelas quando necessário), os serviço secretos, figuras-chave no panorama político, dispõe de armas sofisticadas, meios rápidos para deslocar homens e materiais e possibilidade de coordenação internacional.

Esta não é Gládio. Este é algo maior, que sempre operou e continua a operar no Velho Continente com o completo suporte da CIA. Desde o dia 4 de Abril de 1949.

Ipse dixit.

Nota: provavelmente o melhor trabalho publicado até a data acerca de Gládio, CIA e NATO é Nato’s Secret Armies (2005, Ed. Paperback, ISBN-13: 978-0714685007, caro como tudo: 55.98 Dólares)
do historiador suíço Daniele Ganser. O mérito de Ganser é aquele de ir além de Gládio, até a origem principal da organização, que o autor identifica na Aliança Atlântica.

16 Replies to “Quem atrás de Gladio?”

  1. Depois de ter lido a primeira sensação que fica:
    Mais uma black op para esconder outras black op's.
    Sinistro no mínimo.

    Nuno

    1. Agradeço EXP e Max mas a matriosca embora seja a melhor resposta, tem um inconveniente como exemplo é uma cópia de uma cópia de uma cópia.
      Embora explique e bem (não tem culpa de eu ser chato), tem dois inconvenientes cópia de cópia (neste caso não será bem assim, digamos) e vai diminuindo de tamanho. Se o tamanho for uma operação/experiência a coisa até pode aumentar conforme os resultados.
      Percebi perfeitamente o conceito e agradeço a ajuda, realmente é que melhor se adequa no caso.(um chato quando quer ser chato é chato, eu mesmo lol)

      Nuno chato(eado) … vai para o trabalho lol 🙂

  2. Max muito obrigado por este excelente artigo.
    Já tinha visto um documentério onde referiam os casos ocorridos em varios paises mas não abordou o assunto com a extensão deste artigo.

    Nuno isto a mim fez-me foi lembrar uma boneca Russa.

    EXP001

    1. Ora essa, não há nada para agradecer.

      Aliás, lamento porque não sei se consegui transmitir a ideia de base que é a seguinte: sim, Gládio foi envolvida no terrorismo, isso está fora de questão. Todavia, Gládio era um mero instrumento nas mãos dum outro instrumento (a Nato) nas mãos dum outro instrumento ainda (a CIA).

      Não gosto de falar de Gládio porque, como dizes, isso parece mais uma boneca russa e arriscamos perder de vista a boneca principal. Todo o terrorismo europeu dos anos '70 e '80 foi utilizado pela CIA qual instrumento de subversão: a Gladio original, como escrito no artigo, era bem pouca coisa e duvido que tenha tido um papel sério no fenómeno do terrorismo. O que acho mais provável é que a Nato (e a CIA, portanto) tenham partido do esquema Gladio para criar algo mais moderno e mais adapto perante a nova missão, que já não era proteger duma invasão soviética mas condicionar opinião pública e governos.

      Abraço!!!

  3. Max peço desculpa, talvez aqui não seja o sitio indicado mas, gostava de deixar uma sugestão.

    Bitcoins. O que é, para que serve, qual o seu poder. O interesse não para de aumentar e existem países, como a China, que estão a investir milhões nesta moeda virtual.

    Penso que seria interessante para quem ainda não sabe o que é ou para quem é como eu, tentar entender melhor o que é.

  4. Excelente artigo, como sempre.

    O Informação Incorrecta tornou-se visita diária obrigatória e pessoalmente recomendo-o aos meus conhecidos.

    Obrigado Max.

  5. Ainda observo um equívoco de premissa em suas matérias, muito boas por sinal. Divides o poder entre direita e esquerda, quando isso não existe. Os grupos dominantes são indiferentes sobre quem estará no poder político pois sabem que os sistemas existentes, ou seja, a imposição do estabelecimento da ordem constituída não possibilita brechas significativas para verdadeiros opositores. E é dessa forma que sequer conseguimos identificar opositores de "opositores". Ideologia, mercenarismo, inteligência e a própria diplomacia são componentes do sistema de dominação em esfera global. A Gladio seria uma facilitadora em algumas etapas dos processos, assim como o são organizações como a Otan (Nato), a CIA e a própria ONU, entre tantas. Isso chama-se DOMINAÇÃO.

    1. Olá Chaplin!

      A divisão Direita/Esquerda foi uma das chaves do movimento terrorista dos anos '80 e '70. Acho que sem especificar quais as duas partes em jogo seria mais complicado entender a evolução dos factos.

      A CIA e a Nato têm demonstrado utilizar os dois lados com desenvoltura, "empurrando" antes as organizações terroristas da Direita (o que passou em parte a ser conhecido como "terrorismo de Estado") e a seguir as de Esquerda.

      Há um excelente livro dum jornalista italiano, Sergio Zavoli, que para mim é uma espécie de Bíblia. Chama-se "A Noite da República" e contem muitas conversas com ex-terroristas. Sobretudo naqueles de Esquerda é visível a amargura, não por causa da actividade terrorista em si, quanto pelo facto de terem sido manipulados: neste aspecto, o terrorismo estava condenado desde o surgimento, pois está cada vez mais clara a acção nos bastidores por parte de forças que exploraram o fenómeno terrorista.

      Mas toda a dialéctica do terror dos anos '70 se baseia na dicotomia Direita/Esquerda.

      Abraço!!!

    2. Entendo Max. Mas podemos tentar mudar a própria dialética, desmitificando alguns conceitos elaborados com os propósitos de sempre. Não achas? Abraço.

    1. Não conhecia mas logo dei de cara com uma entrevista do juiz Imposimato, uma das poucas pessoas sérias em circulação, que fala do Bilderberg. Sem dúvida vou pô-lo nos Favoritos.

      Muito obrigado!!!

      Grande abraço!!!

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