Ufo: o caso é arquivado

Um tweet da CIA?
Interessante! Vamos ler:

Tradução:

Lembram-se dos relatórios de actividade anormal nos céus dos anos ’50? Fomos nós.

Não percebi: é para rir? É evidente que a CIA não tem uma grande opinião da espécie humana, e talvez nem esteja errada neste aspecto: mas isso é demais.

Em primeiro lugar: esta mensagem já tinha sido transmitida através do FOIA (Freedom of Information Act) nas páginas internet da CIA já no longínquo 1998. Portanto, nada de novo debaixo do o sol: é uma sopa aquecida, mas isso não impediu que os principais órgãos de informação mundiais repetissem a história até que todos os cantos do planeta estiverem alcançados.

Meus Senhores, o fenómeno Ufo está assim explicado.
Ponto final, parágrafo.

Mas vamos em frente, porque alegado ao tweet está uma vista parcial dum documento, no qual é explicado que os “Ufo’s” na realidade não passavam de aviões-espia U2 da Lockheed.

Problema: o U2 Lockheed, conhecido também como Lady Dragon, voou pela primeira vez em 1955 e entrou em serviço só no final de 1957.

Então, as vagas de observações feitas em 1952? Aquelas de 1954? Os Ufo’s fotografados por cima da Casa Branca, sempre em 1954, eram U2? Estavam a espiar o Presidente? Ou andavam perdidos?

Continuemos. De acordo com as explicações fornecidas pela CIA, os EUA estavam a testar novos aviões de espionagem que voavam muito acima dos aviões comerciais. Nomeadamente, os aviões para o transporte de passageiros voavam entre 10.000 e 20.000 pés, enquanto os U2 voavam acima de 60.000 pés. Que significa: mais de 18 quilómetros de altitude. Wow, que vista que têm estes americanos, melhor do que uma águia. Deve ser dos hot-dogs.

Explicação: o sol, na altura de pôr-se, baixa-se no horizonte e deixa de iluminar os aviões comerciais; mas não os que ficam mais acima, como os U2, que são iluminados a partir de baixo, tornando-se assim brilhantes e visíveis até por parte das pessoas que ficam em terra.

1870, Mt. Washington, New Hampshire (EUA): afinal era um U2

Este é um pensamento particularmente interessante, com o qual a CIA reconhece (por assim dizer) que é capaz de encontrar uma explicação “válida” para todas as observações de Ufo’s efectuadas pouco depois do pôr do sol (mais ou menos uns 20-30 minutos após o sol ter desaparecido da linha do horizonte). Ficam de fora todas as observações efectuadas em outras alturas do dia e da noite.
Notável.

1927, Cave Junction, Oregon, (EUA): outro U2

Alguém tem que ter reparado nisso na CIA (provavelmente o mais inteligente do grupo) e eis que surge outra linha:

Até nas horas diurnas, o corpo prateado do U2 podia ter apanhado o sol e ter produzido reflexos e brilhos que poderiam ter sido observados […] até do terreno. 

Ah, tudo bem então. Falta só resolver o problema da noite: posso sugerir um reflexo luar que iluminava as asas prateadas dos U2?
Fica a ideia.

2014: Também este é um U2

Haveria depois um pormenorezinho…nada de importante, que fique claro: mas os U2 não eram prateados.

A razão? O facto é que um avião-espia que se ilumina no céu em pleno dia como se fosse um fogo de artifício, não é destinado a ter muito sucesso.
Os Russos podiam não ser raposas, mas ver um avião prateado que brilhava e emanava reflexos poderia ter feito surgir algumas dúvidas até no cerebrinho deles. Por isso os U2 eram pretos, de tinta mate.

Outro problema: o U2 não era um avião supersónico, a sua velocidade máxima era de 805 km/h. Que não é pouco, mas continua a não ser supersónica e, sobretudo, observada a 18 quilómetros de distância faz todo outro efeito. Nada a ver, portanto, com as fantásticas velocidades testemunhadas até por militares da USAF.

Bom, mas tudo isso agora é secundário: o que conta é que o problema Ufo’s foi resolvido duma vez por todas. Podemos deixar de falar destas coisas, boas só para quem tiver a cabeça nas nuvens.

O caso Ufo fica arquivado, pelo menos até a próxima anedota publicada pela CIA.

Ipse dixit.

Fontes: Rai News, La Stampa, Daily Mail

2 Replies to “Ufo: o caso é arquivado”

  1. O que é particularmente inquietante é como qualquer farsa que a autoridade opte por apresentar é tão simplesmente assimilada pela maioria das pessoas. O medo de ser apanhado a pensar, cada vez mais o crime maior, leva a factos inverosímeis. Esta história parece-se com a versão oficial de 9/11 ou do assasinato de Kennedy, histórias da carochinha provavelmente escritas por pessoas diferentes mas a gerência é de certeza a mesma.

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