Egipto: 683 penas capitais

O Egipto é um dos Países sortudos que foram livrados da opressão e conseguiram abraçar a
Democracia. E os resultados estão à vista.

Um tribunal do Cairo condenou à morte 683 seguidores do ex-presidente egípcio Morsi, deposto após um golpe de Estado. Todos os acusados fazem parte da Irmandade Muçulmana, por isso no Ocidente ninguém encontrou nada para dizer.

Fazem-se manifestações, artigos de jornais, programas televisivos quando o Irão condena à morte uma mulher que matou o marido (a propósito: a mulher está livre, sabiam?), mas se os condenados forem muçulmanos, e num País recentemente “democraticizado”, está tudo bem.

As 683 pessoas foram condenadas com a acusação de terrorismo para o ataque contra uma esquadra da polícia em Minya, em 14 de Agosto de 2013. Seizento oitenta três pessoas numa acção “terrorista” contra uma esquadra da polícia? E quais medidas tomou o tribunal contra os responsáveis da polícia que ordenaram o ataque contra os manifestantes? Nenhuma medida: é normal que no “democrático” Egipto a polícia abra o fogo contra os manifestantes (pois isso eram os “terroristas” agora condenados), deixando no terreno mais de 40 mortos (dos quais só 6 eram polícias).

O mesmo tribunal também sentenciou 492 prisões perpétuas contra igual número de “terroristas”, todos apoiantes do movimento em favor de Morsi.

O Chefe das Forças Armadas egípcias, Abdel Fattah as-Sisi, um dos autores do golpe contra Morsi, é agora candidato a presidente na próxima eleição. A Irmandade Muçulmana tornou público um convite ao boicote total perante as votações, previstas para Maio. A desafiar as-Sisi apresentou-se apenas outro candidato, o moderado Habdin Sabahi: mas este já foi preso 17 vezes pelas suas ideias, por isso está habituado à prisão.

Independentemente dos pontos de vista políticos dos “irmãos” islâmicos, aquele que derrubou o Morsi foi um autêntico golpe, pois o presidente tinha sido eleito após consultação popular. E paciência se Morsi era uma “marioneta” dos Estados Unidos: a verdade é que houve eleições e os cidadãos tinham decidido.

A actual repressão, as centenas de sentenças de morte, são um insulto contra o direito dos povos à autodeterminação.

Mas do Ocidente nem um pio ou pouco mais.
As únicas reacções foram aquela do inútil secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon:

(As condenações à morte) parecem claramente não respeitar as regras básicas de um julgamento justo

…e da Casa Branca, com as palavras de Jay Carmey, porta-voz da Presidência americana:

O veredicto de hoje, assim como o do mês passado, constitui um desafio às regras mais elementares da justiça internacional.

Carney afirmou também que os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a contínua utilização dos processos e das condenações em massa no Egipto.

Muito interessante: mas que fazer do ponto de vista prático, e não só com as palavras, perante os 15.000 que estão a apodrecer nas prisões egípcias só pelo facto de ser apoiantes de Morsi?

Ipse dixit.

Fontes: Zero Hora, Reuters, AFP via Yahoo Notícias, Rinascita

2 Replies to “Egipto: 683 penas capitais”

  1. o Egito chegou à idade média.
    vive agora seus dias de inquisição.
    o povo nem se abala, nada sente quando mais de 683 pessoas são penduradas em uma corda.
    realmente não evoluímos muito depois que deixamos? de ser macacos.
    emerson57

  2. Como diria um falecido dono de concessão de rede de televisão aqui no Brasil: O QUE NÃO É NOTICIADO NÃO EXISTE…A propaganda, o endividamento coletivo e a informação privilegiada, eis o triunvirato histórico do poder hebreu, judeu e sionista. Enquanto se mantiverem camuflados e exercendo seu imperialismo econômico sob bandeiras de países como Reino Unido e Estados Unidos, continuaremos sendo meros goins(animais)serviçais…

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