Obama, Osama e o carpete.

A América atingida pelas revelações de Edward Snowden tenta bloquear os seus segredos mais embaraçosos.

Como por exemplo? Como por exemplo a operação na qual supostamente foi liquidado o Senhor de Todos Os Males, Osama Bin Laden., no ano 2011.

O que é um pouco esquisito: a operação Delta Force em Abbottabad foi um dos mais significativos sucessos da Administração Obama (e pensando bem, até pode ter sido o único), o ponto mais alto da Guerra ao Terrorismo, a vitória do Bem contra o Mal. Proteger o quê?

De certeza, não os membros da Delta Force: os soldados envolvidos no ataque morreram quase todos dentro de dois anos (e principalmente depois de alguns meses ). Também da operação e da vivenda-bunker onde alegadamente vivia o Senhor do Mal sabemos tudo ou quase.

Mas por vezes os segredos encontram estranhos caminhos. Então, melhor não arriscar, sobretudo se o nosso nome for William McRaven, o almirante que comanda as operações especiais das forças armadas mais poderosas do planeta. Assim, McRaven ordenou que os arquivos relativos à intervenção no alegado esconderijo de Bin Laden fossem removidos dos computadores do Pentágono e transferidos para as máquinas mais seguras da CIA.

Mais seguras não tanto contra hipotéticos ataques de hackers, quanto contra os intrometidos que poderiam obter os documentos com base no FOIA (o Freedom of Information Act, a lei sobre o acesso a informações ainda não divulgadas pelo governo). Isso sim que preocupa.

Também sobre o segredo existia um segredo: o metasegreto. De facto, ninguém tinha de saber algo acerca da transferência dos documentos. Só que “escapou” uma breve referência contida num relatório do inspector-geral do Pentágono, o que revelou a movimentação: a viagem dos arquivos, a partir do Pentágono para a CIA, iludiu a maioria das leis federais, incluindo o FOIA.

Preocupados? Não, fiquem descansados: a Administração Obama não tem nada para dizer. Sim, as leis são desrespeitadas, até o FOIA, mas está tudo bem. São coisas que acontecem. E depois não vale a pena: o simpático Barack está no segundo mandado, ainda um punhado de meses e poderá gozar da tranquila reforma. Será lembrado como “o Presidente que derrotou Bin Laden”. Chega e sobra.

Os presidentes passam, mas o núcleo central, aquele “Estado profundo” que não aceita limites, continua no seu lugar. Este é o núcleo de poder que não aceita nenhum procedimento de investigação normal, muito menos nas formas processuais do direito ocidental. É o núcleo que determina as escolhas do País, que “orienta” os eleitores, que faz eleger os presidentes. É o mesmo núcleo que criou o mito de Bin Laden, a Guerra ao Terror, Abbottabad.

O que aconteceria se a pública opinião descobrisse que na “vivenda de Osama” nada se passou? Se os cidadãos começassem a comparar as dezenas de Bin Laden diferentes apresentados nos vídeos ao longo dos anos? Se os eleitores descobrissem qual o papel da tal empresa israelita que difundia os vídeos? Se os americanos pudessem apenas vislumbrar o que realmente se passa atrás do grande ecrã a que chama de “realidade”?

Temos que admitir: seria mau. Até alguém poderia ficar um pouco enervado.
Melhor ignorar e continuar a esconder o pó debaixo do carpete.

Ipse dixit.

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3 Replies to “Obama, Osama e o carpete.”

  1. A encenação da morte de Bin Laden foi no mínimo grotesca.
    Tudo aquilo cheirou mal desde o inicio.
    Uns Bin Ladens mal disfarçados nuns videos de 3.º categoria.
    A pressa em fazer desaparecer o corpo no mar.
    A morte dos operacionais que supostamente participaram no ataque.
    E a delicia das delicias: Os comentários esclarecidos que se multiplicaram na TV , pela voz de grandes 'especialistas em comentários'.
    Foi um circo, entretanto suplantado pelo circo do funeral do Mandela.

    Krowler

  2. Essa é a versão "matrix" da história contemporanea. Já na época do atentado de Boston, os Seals a que te referes já estavam mortos em sua maioria… durante a minha leitura do que publicaram sobres os mercenários da Craft, uma nota sobre Chris Kyle, assassinado por nada menos que um amigo bem próximo. Foi ele que apareceu na TV falando de Abuttabad? ( http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/mercenarios-estavam-infiltrados-entre-populares-na-maratona-de-boston.html )

    Outra faceta da nossa Matrix é a história do Ratzinger que não engulo facilmente. O alemão foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé entre os anos 1981 a 2005. Cuidava dos assuntos do papa anterior a ele como seu secretário e não vão confirmar isso, mas com certeza assinou por João Paulo que tinha mal de Parkinson e se tratava com ortomolecular para manter pelo menos uma presença em público decente. Ele tinha controle sobre muita coisa antes de ser papa, desistir desse poder estando com mais saúde que seu predecessor?Desistir do pontificado?!?

    Enfim, o que realmente quero saber não é porque um amigo mata um especialista em técnicas militares de guerrilha e que o papa senil se tratava com ortomolecular, se que me entendes… daqui a pouco esse carpete explode de tanta tranqueira debaixo dele!
    Aliás, já notaste que esse carpete se estende por todos os cantos e em todos os países e encobre as ações dos poderosos? Sei que notou.

    ps: cansei de falar do Bin Laden! Estamos deixando os irmãos Tsarnaev esquecidos.

  3. E se eles não morreram e passaram a identidades ocultas… 🙂
    É muito mais a esse genero de coisa que se presta estas "False Flag" do que propriamente "matá-los".
    Isto para já não dizêr que desconfio e MUITO que eles alguma vez lá tenham estado… Pois é, nesse sentido faz muito mais sentido terem sido escolhidos a dedo por já estarem mortos, ou impossiveis de "!localizar"…
    Que foi "false FLAG" não há duvidas disso, até porque a história BIN LADEN estava mais do que "clara" antes mesmo dessa "cortina de fumo", aliás essa "cortina de fumo" aparece exactamente pela dificuldade que os USA tem de explicar, das ligações entre "BIL LADEN", CIA, AL-QUAEDA ( que não existe a não sêr como uma sigla na CIA… )e George Bush… Bin Laden morreu 2 anos depois do ataque ao WTC de insuficiencia renal, algo que está contemplado já no inicio da Guerra ao Terrôr… Aliás, Bin Laden é o "bode expiatório" perfeito para não deixar rasto, e não deixou… 🙂

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