O simpático Obama e o caso do fracasso de liderança alheio

Entremos no Obama-pensamento.
Tentamos esta arriscada missão com uma recente declaração do simpático Presidente.

Esta declaração:

Now, this debt ceiling — I just want to remind people in case you haven’t been keeping up — raising the debt ceiling, which has been done over a hundred times, does not increase our debt; it does not somehow promote profligacy. All it does is it says you got to pay the bills that you’ve already racked up, Congress. It’s a basic function of making sure that the full faith and credit of the United States is preserved.

Traduzimos:

Agora, este tecto da dívida – eu só quero lembrar às pessoas caso vocês não se tenham mantido actualizados – que o aumento do tecto da dívida, que foi feito mais de uma centena de vezes, não aumenta a nossa dívida; não promove de alguma forma a licenciosidade. Tudo o que faz é dizer que vocês têm que pagar as vossas contas que já acumularam, Congresso. É uma função básica para garantir que a plena confiança e o crédito dos Estados Unidos estejam preservados.

Isto significa, segundo o Presidente Obama, que aumentar o limite da dívida pública não aumenta a dívida. Pelo contrário, é um incentivo para pagar as dívidas já contraídas.

O que é verdade, pois do ponto de vista lógico é mesmo assim: aumenta só o limite, não a dívida em si.
Portanto, as palavras do Presidente devem ser interpretadas duma nova forma.
Esta forma:

Sim, aumentámos o limite mas nem pensem que vamos criar ainda mais dívida. Simplesmente alguém ligou para a Casa Branca e disse “Olhem, porque não aumentamos o limite da dívida?” e nós, que não tínhamos mais nada para fazer, pensámos: “Caramba, mas que ideia maravilhosa! Vamos aumenta-lo, mesmo que depois não seja criada nova dívida, porque nós não queremos cria-la, aumentar o tecto fica sempre bem”.

Dito assim faz um certo sentido. Só que isso é um pouco ligeiramente diferente daquilo que o mesmo Presidente afirmou nos mesmos dias:

Até mesmo a ideia de não elevar o tecto da dívida, dos EUA não pagarem as suas contas, é irresponsável. É um absurdo.

Que podemos razoavelmente traduzir desta forma:

Rapazes, temos que aumentar o limite da dívida porque aqui já não há dinheiro para pagar as contas e depois cortam a luz.

E uma Casa Branca sem electricidade é embaraçoso. Mas isso implica que o limite deve ser aumentado para poder pagar os credores; isso é, será preciso criar nova dívida pois aquela que já existe não chega para as encomendas. O que é um pouco aborrecido.

Não para o Leitor, que provavelmente nem nos Estados Unidos mora, mas para o próprio Obama. O qual, no longínquo ano de 2006, tinha afirmado o seguinte:

O facto de que estamos aqui hoje para debater elevar o limite da dívida dos Estados Unidos é um sinal de fracasso da liderança. É um sinal de que o governo dos EUA não pode pagar as suas próprias contas.

Duas perguntas:

  • mas quem lhe escreve os discursos a este?
  • mas como podemos ser governados por pessoas assim?

Ipse dixit.

Fontes: CNSNews, The Washington Post, CBSNews

3 Replies to “O simpático Obama e o caso do fracasso de liderança alheio”

  1. Max, respondendo à questão colocada no final, quem escreveu aquele discurso de 2006 do Obama, deve ser o mesmo iuiminado que escreveu o discurso de 2011 do Passos Coelho, quando este se candidatou a primeiro ministro.

    Para concluir, penso que os portugueses deviam criar um Agência de 'Ratingue', 'Estandard e Pobres' para colocar a divida americana sobre vigilância.

    abraço
    Krowler

  2. É um jogo muito injusto, aqui vendemos Minérios variados, Carne e Vegetais diversos que a natureza e o homem demoram tanto a criar/cultivar em troca de dólares que eles imprimem gastanto apenas papel e tinta.

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