Quem ganha com os atentados de Boston

Assim, a caça ao homem acabou: um terrorista morto, outro preso e ferido.
Dois rapazes tchetchenos, islâmicos, que viviam nos Estados Unidos.

São eles os responsáveis? Parece.
Foi um false flag, um ataque organizado pelos EUA contra os EUA? Não sabemos, mas até agora Washington não ganha com esta hipótese.

  • Os atentadores não parecem estar relacionados com a mítica Al-Qaeda, nem com um dos Países do “Eixo do Mal”: são originários duma república no território russo.
  • O atentado não foi perpetrado com armas convencionais: panelas de pressão, pedaços de metais, pólvora. Desfrutar isto numa cruzada contra a venda de arma vai ser complicado.
  • Nem no fronte da imigração as coisas estão melhores: os tchetchenos representam uma minoria entre aqueles que desejam entrar nos Estados Unidos, o verdadeiro problema são os hispânicos, principalmente do México.

Como se não fosse suficiente, o FBI fez uma péssima figura no meio de tudo isso: conhecia os irmãos, um dele tinha já sido investigado em 2011 após uma comunicação dos serviços secretos da Rússia.

Será que temos de admitir um coisa tão óbvia: que o terrorismo existe além dos false flags? Que os Estados Unidos recolhem o fruto daquilo que semearam ao longo das últimas décadas?
Assim parece.

No entanto há alguém que ganhou com o atentado de Boston. Este alguém tem pelo menos dois nomes: vídeo-vigilância e redes sociais.

Poucas horas depois das explosões, internet estava repleta de imagens: antes do público no geral, depois cada vez mais específicas, centradas em poucos indivíduos. Dois destes eram de facto os atentadores. A partir de hoje será mais complicado contrastar a presença de câmaras nas ruas, haverá sempre um agente do FBI, um jornalista ou um político para lembrar como em poucas horas “justiça foi feita” graças às imagens gravadas.

Mas também as redes sociais ganham: Facebook teve um papel preponderante e até ultrapassou em velocidade os principais órgãos de informação, seja mainstream que alternativos. As fotografias com as setas, as ampliações, as suspeitas: antes apareceram no Facebook, só depois foram rapidamente ré-utilizadas pelos media.

As redes sociais, em primeiro lugar aquela de Mark Zuckenberg, guardam agora o crédito. Chegará a altura para utiliza-lo.

Ipse dixit.

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12 Replies to “Quem ganha com os atentados de Boston”

  1. Não é muito difícil associar os dois rapazes a al-Qaeda. Na Chechênia operou o grupo 'Brigada Islâmica Internacional' cujo líder, al-Khattab, de origem Saudita, havia lutado no Afeganistão para deter o avanço Soviético assim como Bin Laden.

    A CIA apoiou a al-Qaeda de Bin Laden na época e também a 'Brigada Islâmica Internacional' visando desestabilizar a Rússia. Ambos treinados e financiados pela CIA.

    Com a morte de Bin Laden e a aliança dos EUA com a al-Qaeda na Síria, os Terroristas da Chechênia seriam a al-Qaeda 2.0, o novo inimigo dos EUA?

    Esse atentado também serviu para testes de Lei Marcial, e o deslocamento de grande aparato militar, tudo isso para prender dois perigosos jovens de aparente origem Chechena.

    A pólvora das bombas poderia muito bem ser utilizada para fins da Campanha Desarmamentista, o que de fato seria uma jogada inteligente, armas de fogo sem munição tornam-se inválidas. Como ocorreu na tomada da Bastilha na Revolução Francesa, o povo tinha em mãos os mosquetes, mas não a pólvora.

  2. Olá Max: já que a postagem dos comentários voltou ao normal, vamos então…
    Sobre este caso de Boston a minha impressão é que mais uma vez o sistema funciona…e bem.Uma sociedade de representação, ou seja, passa a ser o que parece ser, os episódios se apresentam como espetáculo, e como tal são apreciados.Numa sociedade de controle, a vontade de segurança da população é uma constante exacerbada pelas representações: mais vigilância, mais polícia, mais denúncia, e consequentemente mais medo, o que aumenta o teor da dominação invisível. Numa sociedade aterrorizada, o ser perde espaço para o ter e vale tudo para mais aquinhoar dinheiro e poder, logo tudo vira negócio e fonte de renda para os espertos de plantão que populam na internet e dominam os meios de comunicação. Portanto mais um episódio para azeitar o sistema da estupidificação humana…sinal dos tempos. Abraços

  3. @ Marcelo:

    Obrigado!

    @ Anónimo:
    Não sei. Al-Qaeda, o retiro das armas…isso contrasta com a atitude da Administração, bastante "low profile".

    As autoridades insistem na ideia de que os dois actuaram sozinhos. Pelo que, pode existir uma "inspiração" islâmica, mas nada de cruzada.

    Uma Al-Qaida 2.0 na Tchetchênia não daria jeito nenhum: a região é território russo, nada de invasões. E os EUA nem podem acusar a Rússia de albergar terroristas anti-americanos: todos sabemos das lutas que os Russos travam na pequena república.

    Também ainda ninguém levantou a questão das armas ou da pólvora. Mas como ligação é fraca: teria sido mais "espectacular" matar alguns estudantes com um M14. Aliás, a coisa até é contraproducente: o que explodiu foram panelas de pressão, perante um retiro das armas alguém poderia provocatoriamente pedir o retiro das panelas de pressão.

    Eu fico com a minha ideia: ou este foi um acto isolado, lógica consequência do ódio semeado pelo EUA ao longo das décadas (pois andam por aí alguns biliões de pessoas zangadas com Washington), ou estamos perante algo cujo fim por enquanto não é claro.

    É uma possibilidade.
    Não é que decidi tornar-me advogado do diabo, só que nos atentados observados até hoje as coisas costumavam processar-se duma forma mais "clara", com objectivos que não era difícil individuar. Este é esquisito, quase "fora de tempo" e substancialmente "inútil". Pode bem ser um acto de terrorismo autentico. Que existe, não esquecemos isto…

    Abraço!!!

  4. Olá Maria!

    Esta é uma da raras vezes em que discordo das tuas ideias.

    Sabemos que muitas vezes os EUA utilizaram o terrorismo como álibi e as acções false flag não são apenas uma hipótese mas fazem parte dos manuais de qualquer serviço secreto.

    Mas sei também que o terrorismo existe, basicamente foram os anárquicos os primeiros a utiliza-lo.
    Acho que há muitas pessoas no mundo zangadas com os EUA.
    Acho que dois rapazes aparentemente integrados mas na realidade frustrados pelo funcionamento dum sistema podre, possam pensar de fazer alguma coisa.

    Não sei se é isso que se passou em Boston, mas pode ser.

    Aproveito para uma observação que não tem a ver directamente contigo.
    No mundo da informação alternativa passamos os dias a contar as coisas más desta sociedade e a esperar que algo mude, que alguém tome uma iniciativa.

    Mas quando de facto algo acontecer, logo é encarado como false flag, como acto do sistema, nem são tomadas em conta outras possibilidades. Até quem pensa o contrário é insultado.

    Acho isto muito curioso: provavelmente, no imaginário conspiracionista, um "algo sério" só pode ser uma revolta maciça, com barricadas e caçadeiras.

    Mas isso não irá acontecer tão facilmente. A não ser que chegue um Messias. E aqui o discurso torna-se muito complexo…

    Grande abraço!!!

  5. Olá, é importante não esquecer que para o poder governamental é extremamanete fácil colocar a culpa nesses jovens. Já fomentar de maneira "politicamente correta" o preconceito contra imigrantes é um assunto explosivo.

  6. Sobre os atentados de Boston, sei o que vi na comunicação social. Logo, é muito pouco.
    Os dois rapazes são ainda hoje, apontados como suspeitos e não como culpados.
    Um já não vai dizer nada e o outro pelo que parece só por escrito, pois não pode falar devido aos ferimentos.
    Por isso, e porque o interrogatório continua em curso, vale a pena esperar um pouco mais e deixar as bruxas sossegadas no seu canto.

    abraço
    Krowler

  7. É claro que esses atentados foram de Falsa Bandeira, a bomba na biblioteca não se fala nada e ainda dizem "A Grande Mídia Manipuladora" falou que não tinha nada haver com as bombas da maratona? Horas antes o Grupo Anti-Bombas receberam a mensagem que iria ter Exercicios de Bombas? Fotos mostram Mercenários nos locais dos atentados, cães farejadores para todos os lados, o numero da rua do atentado é 666, anos atrás foi escrito um livro de Terror que narrava um atentado na maratona de boston, a fábrica explodida de fertilizante processava a monsanto, Prenderam suspeitos que numa hora tinha um nome e depois o nome mudou, Zorra será que tudo isso é coincidência? Tenho uma prima que é Americana do Norte e mora em Boston e relatei esses fatos para ela. Ela me respondeu para eu não postar essa "Politic shit" no face dela, pode uma coisa dessa? Só fiz mostrar o outro lado da moeda e fui repreendido por uma Cidadã Manipulada Cega que acredita nas informações da grande mídia. Parece aqui no Brasil com a cegueira social da politicagem, kkkkk

Obrigado por participar na discussão!

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