BRICS!

Brics. O que é o Brics? Todos sabem: Brics é o acrónimo constituído pelas iniciais de cinco Países: Brasil, Rússia, Índia, China e Sul África.

Agora, eis dois comentários.
O primeiro de Maria:

Só para completar, acabo de ler na coluna do Mauro Santayana: “Nesta
semana, em Tóquio, os ministros das finanças do BRICS voltarão a
reunir-se, à margem do encontro do FMI. Da pauta deverá constar a troca
de reservas, em caso de eventual necessidade de financiamento externo, e
a criação do Banco do BRICS, cujo capital inicial, segundo anuncia a
imprensa internacional, poderá chegar a 50 bilhões de dólares.”
Estes parece que já não importa o que diga ou que faça o FMI.

O segundo do Anónimo:

Eu diria que o BRICS não é o que parece. Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul estão todos “controladinhos”. Mais uma manobra de
apresentação de falsas alternativas pelos “titereiros”, muito
provavelmente…

Então, onde fica a verdade? O Brics representa uma organização que pretende mudar os destinos económicos do mundo ou é apenas uma operação de fachada?
Antes de mais, vamos conhecer melhor este Brics.

O Brics em síntese

A história pormenorizada do Brics pode ser encontrada comodamente na Wikipedia, por isso vamos resumir.

O termo Brics aparece pela primeira vez num relatório da Goldman Sachs, fruto duma análise que indicava quatro Países em via de desenvolvimento como os donos da economia mundial ao longo dos próximo 50 anos: estes Países era, o Brasil, a China, a Índia e a Rússia. O mesmo relatório apontava um rápido crescimento do PIB (o Produto Interno Bruto), ao ponto de alcançar em 2050 o nível dos Países do grupo conhecido como G6, os Países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Italia).

A primeira reunião dos Brics teve lugar na Rússia, em Ekaterinburg (para os amantes do simbolismo e das conspirações “Eκάτη”, Deusa dos mortos: é a localidade onde foi assassinato o último czar com toda a família) no ano 2009, e o resumo pode ser visto na declaração final: “Cremos ser necessário ter um sistema de moedas mais estável, mais facilmente previsível e mais diferenciados”.

As reuniões sucessivas tiveram lugar no Brasil (2
010), na China (2011) e na Índia (2012), enquanto a próxima será na África do Sul, em 2013.
Para esquematizar, os Países do grupo Brics apresentam algumas diferenças significativas faces aos Países definidos como “mais desenvolvidos”:

  • o PIB encontra-se numa fase de crescimento, maior do que o homólogos dos Países industrializados;
  • a inflação é superior (1.89% no G6, 7.12% no Brics);
  • a dívida pública é controlada, ficando no geral abaixo de 50% (única excepção é a Índia, com 59%);
  • nos Países do Brics é , no geral, significativo o crescimento demográfico (que faz aumentar a procura interna).

Outros factores em comum podem ser considerados os mercados económicos que encontraram uma estabilização em tempos recentes, uma situação política bastante estável, a presença de mão-de-obra em grande quantidade e barata (apesar de existirem diferenças neste aspecto entre os Brics), boas reservas de recursos minerais (mas falta de outros recursos como no caso da China ou da Índia), indicadores sociais em processo de melhorias (um processo lento em alguns casos), o rápido acesso de parte da população aos sistemas de comunicação como
celulares e internet, as Bolsas de Valores que recebem grandes investimentos
estrangeiros.

De seguida, o suposto andamento do PIB até o ano 2043:

Ao longo deste último ano, o Brics parece ter decidido a criação dum banco dos Brics, que deveria tornar-e operativo no prazo de três anos, em evidente “concorrência” com o Fundo Monetário Internacional.

Então, que opinião é possível ter acerca do Brics?
Uma opinião positiva, sem dúvida: a hegemonia do Dólar já demonstrou todos os seus limites, com consequências que vão muito além dos meros aspectos económicos. É bom, por exemplo, que possa existir uma outra estrutura tipo FMI/Banco Mundial.
Todavia…

Todavia, e sem desejar menosprezar as intenções da organização, é difícil ver algo de “novo”.
Vamos explicar.

Três Países

Além das boas palavras, o que é possível observar é a mesma receita oferecida pelo sistema que já existe. Mudam as cores, mas os objectivos parecem os mesmos. Esta impressão pode estar tranquilamente errada e até pode ser desmentida em qualquer altura. Mas é interessante neste aspecto analisar as características de três membros do Brics, nomeadamente os “pesos pesados” do grupo: China, Rússia e Índia.

Da China falemos muitas vezes. Um economia que funciona, alguns riscos que, todavia, parecem não assustar em demasia, uma política sólida, um projecto com pontos fortes e perseguido com extrema decisão.

Mas não podemos esquecer o outro lado da moeda.
O PIB da China é obtido com o trabalho de centenas de milhões de Chineses muitos dos quais operam em condições sub-humanas, com turnos de trabalho particularmente duros, ordenados miseráveis e escolhas do governo que incidem profundamente nas liberdades pessoais.
Não podemos esquecer que a China mantém o valor da própria moeda artificialmente baixo, para poder vender os próprios produtos em todo o mundo, numa prática comercial que não prima pela simpatia (e pela honestidade, diga-se).

De liberdade política nem a sombra e é presente a censura.
Além disso, há também a prática de adquirir grandes extensão de terras em outros continentes (principalmente África), cujos frutos não vão eliminar as deficiências alimentares locais mas servem para alimentar o cada vez mais numeroso povo chinês.

Último problema: os recursos energéticos. Na China não há petróleo e as consequências já são visíveis, como a falta de gasóleo em algumas regiões. 

Portanto, ficam algumas perguntas no ar:

  • ao longo de quanto tempo o colosso chinês poderá continuar com a exploração de centenas de milhões de trabalhadores/cidadãos antes destes tomarem consciência da própria condição e avancem com reivindicações para uma melhor qualidade de vida? Isso teria óbvios impactos na questão da mão de obra barata, por exemplo.
  • ao longo de quanto tempo a China poderá manter o valor da própria moeda artificialmente baixo antes de “chocar” com as moedas dos outros Brics?
  • ao longo de quanto tempo a China poderá manter o próprio ritmo de desenvolvimento antes que a escassez dos recursos energéticos se torne um entrave na óptica do crescimento?

Isso para não falar de assuntos já tratados no blog, tal como a bolha imobiliária ou a bolha do crédito.

Este, lembramos, por número de habitantes e resultado económicos é o primeiro entre os Países do Brics.
Neste aspecto, o segundo é a Índia.

Apesar da disparidade dos rendimentos ser baixa, a distribuição da riqueza é assunto bem diferente: 10% da população detém 33% de toda a riqueza do País. Melhor que os Estado Unidos, pode-se pensar. O facto é que um quarto de todos os indianos vivem abaixo do limiar da pobreza (isso é, ganham menos de que 0.40 Dólares por dia). Isso enquanto 85.7% de todos os cidadãos ganha menos de 2.50 Dólares por dia: tanto para fazer uma comparação, na África subsariana esta percentagem é de 80.5%.

Isso poder ser visto como normal num País ainda em fase de desenvolvimento. E pode ser.
Mas, do ponto de vista político, não pode ser escondida a preocupante aproximação entre Índia e israel, que não faz bem esperar quando o assunto for a paz regional (e não só). Uma aproximação “esquisita” tendo em conta a contemporânea participação da Índia no sistema Brics.

A Índia fica como ponto de interrogação, não estando ainda clara qual a derradeira direcção que tomará no futuro do ponto de vista geopolítico e como tenciona resolver os tremendos problemas internos, entre os quais não podemos esquecer as guerras de religião, e os externos (o infinito conflito com o Paquistão) .

A Rússia, por fim, parece-me o mais interessante deste três Países. Após ter encontrado estabilidade com Putin (grande amigo pessoal de Silvio Berlusconi, diga-se), a Rússia é agora um laboratório no qual podemos encontrar várias forças e perspectivas.

Dona de recursos naturais enormes, a economia da Rússia aposta no desenvolvimento de pequenas e médias empresas, isso apesar dum sistema bancário jovem e de propriedade de indivíduos pouco simpáticos. Com um nível de escolarização entre os mais elevados do mundo, os 145 milhões de cidadãos da Rússia são conduzidos por um sistema político presidencial que não descarta uma acção directa nos mercados (caso da Gazprom).

Elevada mobilidade interna, ausência de barreiras religiosas, aumento da procura no mercado do interior e, no caso das metrópoles, um nível de vida não tão afastado daquele que pode ser experimentado em qualquer cidade europeia, a Rússia tenta cada vez mais desenvolver um papel de atracção no Velho Continente, sem esquecer o importante papel internacional.

Difícil fazer uma previsão, mas sem dúvida a Rússia está à procura da própria nova dimensão, após ter abraçado a economia de mercado mas sem por isso ter abdicado dum certo “dirigismo” estatal.

Dúvidas?

Dito isso, chegamos ao comentário do Anónimo: será o Brics uma operação de fachada?
É possível. Mas, que fique claro, não passa duma hipótese.

O facto é que em teoria o Brics parece ser o ideal complemento das acções de deslocação económica que as elites ocidentais têm vindo a efectuar ao longo dos últimos anos. No mundo da informação alternativa as teorias não faltam: desde Dilma “illuminata” até Putin maçónico.

Mas julgo ser impossível ir além das suspeitas: a realidade é aquela dum sistema-Dólar em crise e neste sentido parece natural o surgimento dum sistema alternativo. O que, todavia, não elimina os problemas: como afirmado, até agora o Brics não propõe soluções inovadoras mas apresenta-se como alternativa no âmbito dum sistema já testado.

Os relacionamentos com o Terceiro Mundo, só para fazer um exemplo, parecem ditados por uma nova forma de colonialismo económico, com as empresas chinesas que adquirem amplos territórios por uso próprio ou entram de forma “pesada” nas economias nacionais com grandes empréstimos que implicam importantes concessões.

Há um problema que parece envolver todos os Países do Brics e este problema é a explosão da dívida privada: + 20% na Rússia ou na Turquia, outro País emergente. O que pode ser visto como “positivo” (mais crédito significa mais dinheiro para os privados), na realidade é a base para uma futura “bolha” (mais crédito significa mais dívida!).

Pára acabar, as previsões do crescimento do PIB foram revistas nos últimos tempos pois a crise mundial afecta também o desempenho dos Brics: o FMI, o mesmo que previa um crescimento explosivo e sempre em crescendo até 2043, agora é obrigado a refazer as contas tendo como base os últimos dados (gráfico à direita).  
  
Dito isso, a melhor coisa será continuar a observar as escolhas e o desempenho dos Brics ao longo dos próximos tempos.

O que realmente interessa seria a construção dum sistema verdadeiramente alternativo e se a intenção for esta, o Brics terá só o embaraço da escolha.
Se, vice-versa, estamos perante duma simples “guerras entre bandas”, então o Brics será apenas uma grande ocasião perdida.

E os Leitor, o que acham do Brics?

Ipse dixit.

Fontes: Wikipedia (versão portuguesa), BBC Brasil, Financial Times, The Economist 

17 Replies to “BRICS!”

  1. Dou meu voto ao anônimo do 2º comentário. Penso que não carece de explicações. Arre! Tô rouco de gritar casa grande e senzala. Se ficar sem voz vou passar a publicar um símbolo visual que exprima esta fala. O amor é o meu país, já disse o Ivan Lins, o do coração incomensurável. O resto é escravidão das "bocas inúteis", do Kissinger e demais reptilianos ao desserviço da humanidade.Sinto muito, sou grato.

  2. Aqui este leitor considera que, em vez da África do Sul devia lá estar a Coreia (Korea) que era para dar BRICK, e então sim, sem qualquer dúvida acharia que o brick é pesado (mas também se podia deixar lá a Africa do Sul; dava BRICKS, que muitos ainda são mais pesados).

  3. Olá Max, e todos:consideremos que
    1.Os chamados Brics são países emergentes, ou seja,que emergem muito lentamente de uma submersão recente na mais absoluta miséria e exploração humana, para a maioria de sua população.Sempre me refiro ao Brasil como subdesenvolvido, e o faço na sua extensão quantitativa, mas especialmente qualitativa.
    2.Nesse quadro,o surgimento de dispositivos de enfrentamento, ou de "concorrência" a uma moeda única para os negócios internacionais,a uma dependência inequívoca de um único "financiador" internacional, seus correlatos e suas regras, por si só, me parece uma medida auspiciosa. Tomara que o tal banco dos Brics vingue.
    3.Que se pretenda que uma instituição bancária internacional formada pelos Brics venha a se constituir num modelo de negócios bancários no mundo, duvido. Muito já é operar com uma cesta de moedas.
    4. Pessoalmente, diria que sou "profundamente muçulmana", quanto a questões bancárias. Quando eu inventar um banco,não haverá juros, porque o meu banco existirá para servir aos negócios de todos, e não para extorquir dos menos aquinhoados nos negócios. Mas…por agora, me conformo com as cooperativas de crédito bancário que andam aparecendo por aqui.Abraços

  4. Olá Aldo: como tu gostas de me ouvir, me ouve um pouquinho mais:
    1. Primeiramente, respeito o teu desespero. Moras no centro das manifestações contemporâneas mais cruéis da herança brasileira da cultura de casa grande e senzala, e tens olhos de ver e de olhar.
    2.Sabes que o povo brasileiro (todos) se constituiu a partir de uma empreitada agro mercantil caracterizada pela dominação extrema, pela expropriação extrema,pelo absoluto desprezo pelo outro, e carrega (esta sim herança maldita)até hoje. Daí tua insistência na "eterna" casa grande e senzala.
    3. Deves admitir que as senzalas sempre se rebelaram, e sempre foram afogadas em suor e sangue, graças a uma compleição única na história humana:o complexo da casa grande(latifúndio, grande empresa,bancos,clero,burocracia jurídica, fiscal e política) assombrando todas as instâncias do público e do privado, incluídas as instituições mal chamadas de democráticas contemporâneas no Brasil.
    4.Se tu afirmas que segue o jogo, segue sim, e é preciso sempre muita atenção da nossa parte para não nos deixar tombar, ludibriar ou enganar, quando nos movimentamos-somos movimentados como peões no tabuleiro,porque nada é eterno, nem mesmo a casa grande e senzala que existe dentro de cada um de nós, brasileiros. Abraços

  5. Esta leitora achou este post mesmo muito interessante.

    Perante as "movimentações" dos BRICS, o PIB de 2012… se calhar ainda vamos ter surpresas…

    A união entre eles não parece muito provável porque cada um tem os seus interesses e recursos, já para não falar em características muito próprias em termos sociais e políticos, mas o PIB para 2012 dá que pensar…

    Abraço
    Rita M.

  6. Maria Maria… Milênios de solidão num jogo de morde e sopra nos parecem tão normais que não nos causam mais estranheza… Mas, Maria falou e disse. Te amo Maria. Sou grato.

  7. ULTIMA HORA – O Prémio Nobel da Paz de 2012 foi atribuído á União Europeia ??????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Temos portanto aqui a piada do ano.

    Depois de Obama parece que as coisas estão a melhorar.
    No entanto é sempre de louvar o sentido de humor da rapariada do Comité Nobel.

    Vou enxugar as lágrimas que já não aguento mais de tanto rir.

    bom dia a todos e viva a boa disposição

    Krowler

  8. Lolololol…está é demais, pelo visto todos podem ganhar o Nobel da Paz, é só enviar um pedido, uma história engraçada e um cheque.

    A UE ganhou com a seguinte motivação:
    "Europa continente de paz, 60 anos garantidos de direitos e democracia".

    Deveriam juntar os Mundiais de Futebol com a entrega do Nobel, pena os Mundiais serem só de 4 em 4 anos:
    "E agora, no intervalo de Brasil-Alemanha, o momento do humor: eis o próximo Prémio Nobel da Paz. Os candidatos 2013 são: Adolf Hitler, Mao Tse Tung, a Coca-Cola e o senhor Andrade de Vila Real, que agradecemos pela Feijoada à Transmontana".

    Começa a faltar até o sentido do ridículo…acho que vou candidatar Leonardo para o Nobel da Economia.

    Abraço!!!

  9. Olá Krowler e Max: eu não sei do que vocês estão achando graça! Foi bom, não foi!A Europa viveu bem, não viveu!Os europeus foram felizes, não foram!. Vamos esquecer essa bobagem de união européia, e pensar só em Europa.E agora me dou conta que quando pensam na premiação do Nobel, consideram o que teria sido, se tivesse condições de desenvolver potencial. Tal é o caso Obama, tal qual é o caso da União Européia. Não está dando certo, mas convenhamos,poderia ter dado.Abraços

  10. Prêmio Nobel da Paz? Uma senha? Um sinal? Estão ironicamente nos anunciando o fim do "jogo"?
    São muitas as maneiras solertes para seus fins inconfessos de exploração e escravização permanente da estupidificada massa humana que agora vão chipar e exterminar para manutenção e controle das senzalas. É poder da casa grande ditando nossos pensamentos, escolhas e destino enquanto escarnecem.
    Sinto muito, sou grato.

  11. ó maria:

    sim, vivemos bem, mas isso não foi um objectivo em si mesmo, isso foi feito para nos convencer disso…o verdadeiro objectivo é fazer com que todos estejam a ver a UE como uma coisa boa para, nas costas, formarem a prisão e nos puxarem o tapete debaixo dos pés

  12. Primeiro, os BRICS não vivem de trabalho barato, mas sim de seus mercados internos. O Brasil, por exemplo, tem um comércio externo que não chega a 12% do PIB.

    Segundo, os BRICS tem tecnologia própria e não vivem às custas de "deslocação" de empresas ocidentais.

    De um automóvel, a um porta aviões, os chineses hoje fabricam de tudo, com suas próprias empresas, estão formando mais engenheiros por ano que o Ocidente inteiro e o mesmo vale para os indianos. Não é o ocidente que manda na ìndia, mas sim a ìndia que manda no Ocidente. Basta ver o caso da Arcelor MIttal, por exemplo, ou da Tata Motors, que é dona da Land Rover e da Jaguar, ou da Volvo que foi vendida a um outro BRICS, a China.

    Terceiro não esperem "bolhas" nos BRICS. Eles partem de um patamar de consumo muito baixo, e sabem adminbistrar muito bem as saus economias, comparando, por exemplo, o Brasil com a Espanha, o Brasil tem uma dívida externa de 13% do PIB, contra 165% do PIB da Espanha, tem uma dívida liquida de 35% do PIB, contra 80% da Espanha, não deve um centavo ao FMI, do qual é credor em 20 bilhõe de dólares, e com mais de 378 bilhões de dólare em reservas internacionais (mais que o PIB de Portugal) é o terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, depois da China e do Japão, como se pode ver pelo link abaixo:

    http://www.treasury.gov/resource-center/data-chart-center/tic/Documents/mfh.txt

    Enquanto que a ESpanha tem menos de 30 bilhões de euros no banco. Não subestimem os BRICS. Eles tem reuniõies presidenciais todos os anos, não são mais uma sigla económica, e sim uma alçiança estratégica de alcance mundial. O Brasil tem há vários anos um programa conjunto de satélites com a China, o CBERS, a Embraer vende aviões-radares Awacs para a ìndia, compra helicópteros russo, e a MECTRON, brasileira desenvolve mísseis A-Darter com A DENEL sul-africana. É uma graça ver a mistura de desinformação e preconceito que existe sobre os BRICS nos meios de comunicação ocidentais, o que só ajuda o BRICS. Qdo o Ocidente perceber o que está acontecendo, será tarde demais para pará-los.

  13. Olá Anónimo!

    E obrigado por sugerir links.

    "Primeiro, os BRICS não vivem de trabalho barato, mas sim de seus mercados internos. O Brasil, por exemplo, tem um comércio externo que não chega a 12% do PIB".

    O maior dos Brics é a China, sob vários pontos de vista. Negar que a China viva de exportação parece-me um bocado atrevido…

    "Segundo, os BRICS tem tecnologia própria e não vivem às custas de "deslocação" de empresas ocidentais".

    Nunca afirmei tal coisa que, sem dúvida, é muito importante.

    "Não é o ocidente que manda na ìndia, mas sim a ìndia que manda no Ocidente. Basta ver o caso da Arcelor MIttal, por exemplo, ou da Tata Motors, que é dona da Land Rover e da Jaguar, ou da Volvo que foi vendida a um outro BRICS, a China."

    Acho não ser um caso o facto de todas estas empresas terem sido adquiridas uma vez falidas ou muito próximas da falência.

    "Terceiro não esperem "bolhas" nos BRICS".

    Pode não concordar, mas fico com a ideia de que a bolha do crédito privado seja um risco real. Pontos de vista.

    Mas além disso, não me parece o post ter subestimado os Brics: o que fiz foi realçar alguns aspectos que podem representar perigos na estrada dos Brics.
    O facto do Pib destes Países estar em queda acho ser um indicador importante: imaginar os Brics como uma ilha feliz no meio dum oceano em plena tempestade pode não ser a melhor das imagens.

    Mais importante ainda: a principal pergunta que sobra do post é saber se os Brics representam uma alternativa ao sistema ou se são apenas um outro "bando" que pretende tomar o lugar do "bando" ocidental.

    Conseguir entender isso é fundamental, porque se os Brics forem só o Novo Ocidente, terão que enfrentar os mesmos problemas que o Ocidente enfrenta agora: só em tempos muito mais rápido.

    Abraço!!!

  14. Meu caro Max, os BRICS são diferentes do Ocidente, e um contraponto a ele, por isso, talvez, jamais venham a enfrentar osa mesmos problemas do Ocidente. A orientação da economia européia e norte-americana é de neoliberalismo e "laissez-faire" – não por outra razão chegaram as coisas ao ponto que chegasram com relação aos bancos e à crise económica – enquanto nos BRICS, a presença do Estado na economia é muito mais forte – basta ver o BNDES no Brasil, ou os bancos chineses, todos estatais – e a fiscalização em cima do sistema financeiro também. Geopolticamente, económicamente, os BRICS são o oposto do Ocidente. A forma com que vêem suas finanças é diferente. Sua economia está em ascensão porque são países em desenvolvimento, têm uma população jovem e crescente, ao contrário da Europa. A sua visão de mundo é diferente. O Ocidentye vai continuar a ser um bando, e o BRICS será outro, mas os BRICS não querem dominar o Ocidente como o Ocidente já nteve tantas vezes a ilusão de dominar os BRICS. Os BRICS queremn ser respeitados por sua dimensão estratégica, territorial e populacional, e pelo peso económico e financeiro que tem no planeta. Querem o poder relativo a suas condições, nada mais.

  15. Também não podem,os afirmar que "o PIB desses países estar emq ueda". Países que vão crescer 8% ou 6% este ano não estão com o PIB em queda. Nem mesmo no Brasil que vai crescer 1,6% não está com o PIB em queda. A velocidade de crescimento do PIB pode estar em queda, mas eles não estão com o PIB em queda, como é o caso da zona do euro que terá evolução negativa do PIB, este sim em queda. Obrigado pelo agradecimento pelos links e um abraço.

  16. Meu sincero medo desses paises subdesenvolvidos ditarem o futuro do mercado…

    Nao conheco bem a Russia, porem, Brasil, China e India nao sao absolutamente nada diferente da africa, oriente medio ou outras regioes mantidas na completa miseria para se usufruir dos recursos, naturais ou humanos.

    E a tendencia, pelo que vejo, eh eles virarem parametro: o Europeu e o Americano vivem acima das possibilidades… no futuro querem nos transformar em… nada… pessoas sem desejos ou necessidades… sem qualquer tipo de qualidade de vida… salve algo como 1% da populacao a qual gerencia os recursos.

    Triste…

    PS: desculpe, estou no PC do trabalho ingles que nao posso configurar para fazer acentos! 🙂

    PS2: aqui tambem trabalha um russo… vou descobrir sobre o pais dele! 🙂

Obrigado por participar na discussão!

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