A sociopata

O quê? Um outro post? Mas que raio de blog é este? E a bexiga de Voz?
Calma, calma…é o último post de hoje; e à Voz já aconselhei um balde perto do ecrã, em caso de emergências…

É só para realçar as palavras da peruca de Christine Lagarde, fascinante directora do Fundo Monetário Internacional.
A simpática Christine era entrevistada pelo britânico The Guardian quando, numa rara altura de sinceridade, afirmava:

É preciso que os Gregos comecem a ajudar-se reciprocamente, pagando as taxas.

Porque é verdade: a melhor forma de ajudar é pagar as taxas. Doutro lado, mesmo neste blog, aparecem muitas pessoas que não querem destinar para os desempregados as sobras dos restaurantes, melhor que fiquem no lixo. Pois este tipo de ajuda humilha, a solidariedade mata a alma das pessoas.

Pagar as taxas, pelo contrário, é vida. Não a vida de todos, mas no caso dos bancos privados sim, sem dúvida. Eu mesmo não consigo imaginar uma ajuda melhor.

Os pais gregos têm que pagar as taxas.

Repetiu mais logo, caso não tivesse ficado claro da primeira vez.
É importante repetir. Desta forma um grego que se levante de manhã não pode ter dúvidas. “O que tenho que fazer hoje? Ah, pois, tenho que pagar as taxas, óbvio. Mas já paguei ontem…não faz mal, pago outra vez, já que perdi o trabalho e não tenho mais nada para fazer…”.

É justo. Os gregos viveram acima das possibilidades nas décadas passadas, tal como Portugal.
Hoje nas ruas de Atenas e Lisboa é só topos de gama, o que é normal dado que os ordenados são os maiores do Velho Continente. É por isso que há milhões de Portugueses emigrados: fartos de ganhar muito, preferem trabalhar no estrangeiro, como no Luxemburgo, onde podem juntar apenas o mínimo para sobreviver.

Penso mais nas crianças duma pequena aldeia do Níger que vão para escola duas horas por dia, com uma cadeira para três e que sonham ter uma boa instrução. Penso neles sempre. Porque precisam de mais apoio do que as pessoas de Atenas.

Meus senhores, o raciocínio não tem pontos fracos.
Até quando as crianças de Atenas não tiverem duas horas de escola e uma cadeira partilhada, não pode existir piedade. É para isso que trabalha o FMI e os resultados começam a aparecer.

No Níger, por exemplo, o FMI aprovou empréstimos (não ajudas, que humilham, mas empréstimos mesmo) que hoje constituem a maior fonte de dívida do País: e o País está mergulhado na dívida e na corrupção. Não acaso entre os principais “amigos” do Níger há também o Banco Mundial.
Resultado: 79% do Produto Interno Bruto do País desaparece para pagar as dívidas externas. E isto num País com uma dívida pública particularmente baixa, que nem atinge 20% do PIB.

Não admira que a simpática Lagarde pense nas crianças do Níger: são estes pequenos parasitas que obrigam o governo local a desviar fundos que poderiam ser utilizados de formas bem mais lucrativas, como, por exemplo, numa mais eficiente extracção do urânio, do qual o País é rico.

É tempo de escolher. Não é correcto que alguns sejam obrigados a viver na miséria quando outros nem a fome passam: a miséria deve ser global.

O FMI já começou o trabalho, com uma série de empréstimos para a Grécia (e Portugal, sempre na vanguarda). Mas não chega, é a nossa mentalidade que tem de mudar.
O Leitor acha que o seu ordenado é demasiado baixo? Mas sabe quanto ganham no Bangladesh? Não tem um mínimo de vergonha? É este tipo de pensamento que arruína a sociedade: temos que comparar com quem vive abaixo do nosso nível e tentar alcança-los. Esta chama-se solidariedade.

Na Grécia podem dar-se fogo, podem enfiar-se uma bala no cérebro em frente do parlamento, podem atirar-se dos telhados, mas não adianta: não merecem nenhuma piedade.

A simpática Christine tem todo o meu apoio. E paciência se não passa duma sociopata.

Ipse dixit.

Fontes: The Guardian

22 Replies to “A sociopata”

  1. "Até quando as crianças de Atenas não tiverem duas horas de escola e uma cadeira partilhada, não pode existir piedade. É por isso que trabalha o FMI e os resultados começam a aparecer."
    Olá Max: frase lapidar a tua, que define toda a pretensão dos institutos mundiais de controle do ocidente de nivelar por baixo, até deixar, inclusive os povos que viviam bem, numa condição de terceiro mundo, para cada vez mais facilitar a subida desenfreada de uma cúpula.Já tinha lido esta "pérola", e não me surpreendi, porque são pessoas capazes de dizer isso, as preferidas para assumir tais cargos de destaque.
    Abraços

  2. Olá Max: quero tentar esclarecer o ponto de vista sobre doações. Penso que existem ajudas que humilham e outras não, dependendo como a ajuda/doação é encaminhada. Porque penso assim? Quando me lembro dos meus (apenas 3) anos de miséria material, recordo que não me sentia humilhada quando:
    1 – Recolhia os pés de verdura murchos, e as frutas meio estragadas, e os legumes deixados para traz, da feira de alimentos que semanalmente surtia o consumo do bairro. Por sinal, foi assim que aprendi a fazer sopas "imbatíveis", e a recuperar verduras para consumo.
    2 – Caminhava 30 quadras até a zona portuária, onde havia uma fábrica de massas e bolachas, que dispensava bolachas e massas picadas ou quebradas. Foi assim que aprendi a conversar com o dono, um chines que fugira do comunismo, e obter gratuitamente sacos e sacos desses alimentos que me permitiam alimentar a mim, pai e mãe, e meus cães.
    3 – Aceitava de bom grado o litro de leite diário que a minha ex professora do geografia do ginásio me oferecia, pois o irmão dela tinha uma dúzia de vacas holandesas num sítio nos arredores da cidade, e vendia leite.Aprendi a fazer uns docinhos com leite, farelo e cobertura de merengue, com os quais retribuía a oferta, e os quais faço até hoje.
    Foram iniciativas minhas, aos 17 anos de idade, depois de ser a menina "de ouro" da cidade, que estudava música erudita, sonhava em ser prima dona, e cantar no Scalla de Milão, filha única do velho construtor francês pacifista, que tinha transformado a cidade que fora um pântano, num ótimo lugar para se viver, e até construir edifícios, e produzir arroz, porque conseguira construindo uma represa reclusa, impedir que as águas salgadas do mar invadissem as lagoas costeiras, e destruíssem as plantações de arroz.Mas…

  3. Pois é, O SISTEMA É ESCRAVAGISTA, ALIENÍGENA , INUMANO E ANTROPOFÁGICO. Eis um belo exemplo de um escravo(a) reptiliano(a), representante da velhíssima NOVA ORDEM MUNDIAL, absolutamente sem a menor dose de afeto, repetindo do alto de sua gelada reptilianidade "o programa milenar" com as OBRIGAÇÕES e DEVERES dos seres e humanos de suas incontáveis senzalas.
    Sinto muito, sou grato. Segue o jogo…

  4. Continuando…
    Certas ajudas, que não aceitei, ter-me-iam humilhado muito, se as tivesse aceito. Exemplifico:
    1- Um "amigo" ofereceu ao meu pai um servicinho como pintor de paredes, quando ele, aos 80 anos de idade, depois de ter sofrido a dor de ser enganado por um sócio, de ter visto o outro sócio se suicidar,decaía física e moralmente, até a morte.
    2- Uma vizinha "gentil" sugeriu que até pagaria um curso de datilografia para mim, se eu consentisse em fazer os trabalhos de escola da filha dela, e também compraria o rádio do meu pai para eu continuar a ouvir a BBC de Paris (anos 60, no extremo sul do Brasil)para que ela se atualizasse.
    3- Para fechar com chave de ouro, não faltaram os oferecimentos de restos de comida, que os empregados das casas próximas me fariam chegar às mãos.
    Mas vê, Max, cada pessoa é uma individualidade, reage com sentimentos e atitudes diferentes perante as situações que se depara na vida.Resta saber como as pessoas empobrecidas que recebem sobras encaram essa oferta, o que me parece bastante difícil. Faz séculos que conto minha vida para muitas pessoas, até como estímulo no sentido de se darem conta que a vida da gente tem muitos ciclos (a minha pelo menos já teve uns cinco)e,com uma mentalidade forte, sem se deixar abater, a gente faz alguns "milagres". Mas, no momento em que as coisas estão acontecendo, se sofre bastante. Abraços

  5. Acredito que caminhamos a passos largos para uma caos total. Quem tem dinheiro tem poder, isso é fato, e em minha humilde opinião sempre será assim, e quem pagará o preço? Quem não tem condições financeiras é claro!

  6. E a bexiga de Voz?

    Já comprei… Infelizmente só o comprei hoje, pois como no fim-de-semana que acabou estava a decorrer uma Campanha de Liquidação de Stocks da Grandes Superfícies, decidi não meter lá os pés, apenas para não ser desagradável para dona da mão estendida com um saco plástico!

    Mas… estava eu satisfeito da vida, agora que já não tenho que desperdiçar energia, uns 10 passos, para ir fazer xixi à sanita mais próxima… quando leio a mensagem do MAX com o título "A economia "inútil""

    Às pás das tantas até cuspi o Danacol que estava a bebericar e borrei o monitor todo… Então o Danacol é inútil?!? Quando me cruz com aquela parva que aparece na TV vou dar-lhe uma sova!

    aaaaaaahhhhhhhhhhhh, desculpem! Estava a experimentar o balde… Assim sim… Isto é que é qualidade de vida!

    Mas voltando ao tema…
    A Pulquérrima Lagarde… Como a compreendo… Ela tem que olhar pelas crianças Africanas pois são elas que lhe proporciona o raro prazer de comprar roupa de alta costura e malas “topo de gama” e jóias com pedras preciosas extraídas da zona! Se as crianças estiverem a ser maltratadas (comer menos de um prato de arroz dia sim, dia não), é natural que não consigam trabalhar ao mesmo ritmo… A Senhora sabe-la toda! E é fina!…

    Quanto aos restos… ups… SOBRAS, SOBRAS… já nem escrevo mais nada! Faço das letras da maria as minhas (abusado que sou…)

  7. Olá Anonymous ou anónimo que fez um comentário recente no post do Deus enervado:
    Me permite um adendo, retirando o deus da história, que é como consigo refletir.
    A privacidade, como tudo na vida, tem uma história. Fazer cocô era um hábito social no império romano, pois já deves ter visto, que as privadas na época eram uma ao lado da outra, para as pessoas sentarem, e conversarem, enquanto defecavam tranquilamente.As banheiras, públicas,nas festas aproveitava-se o tempo também para desfrutar o prazer sexual, fosse entre parceiros do mesmo sexo ou não.
    O cristianismo institucionalizado e padronizado pelos interesses da Igreja Católica Apostólica Romana, modificou os hábitos da vida privada, pela força da culpa e do pecado. O ato sexual foi reduzido a sombra e ao silêncio,à alcova, mudando inclusive a maneira de dispor as peças das casas e suas funções, porque o coito passou a ser considerado pecaminoso, e para dar filhos, não mais ato de prazer para os fiéis de uma concepção de vida ocidental, que se quer universal, como se quer universal as concepções dessa Igreja, e as dela oriundas.
    Logo, eu vejo desgraça, não na naturalização do que é natural, mas na exposição da intimidade, que se tornou buscada atualmente, em função de torná-la mercadoria, espetáculo. O ranço da culpa e do pecado permanecem, infelizmente. Junto com ele, as bundas expostas tem preço e são cobiçadas, enquanto orgia.O big broter televisivo é muito pior que as supostas orgias romanas. E não é por contrariar a bíblia, ou pelas predições fantasmagóricas que ela possa conter. Desculpa a sinceridade.Abraços

  8. Olá Max: mas voltando à sociopata (desculpem o exagero de comentário, hoje eu estou com tempo), não teria um jeito de se enviar uma moção de repúdio ao dito por essa ilustre senhora? Não que fosse mudar alguma coisa com relação a tal figura,mas quem sabe, alertar alguns espíritos desavisados…Abraços

  9. Olá maria.

    Gostei muito da sua resposta depois do meu comentário. Realmente me faz enxergar com outros olhos algumas coisas. É muito bom ter estas conversas para conseguirmos ver o outro lado. Agradeço e respeito tua opinião. No fundo todos nós queremos apenas um mundo melhor para as futuras gerações.

  10. Coitada da mulher, todos contra a simpática Christina…

    Vocês têm que perceber: esta mulher sempre pertenceu à elite, não sabe o que pode ser a fome, nem sabe o que é a vida. De manhã acorda, põe na cabeça os cabelos que ao longo da noite tinham respondido aos e-mails, e a seguir começa a dar ordens.

    Nasceu numa família de académicos, logo após a licenciatura entrou no mundo da economia e da política do qual não voltou a sair. Praticamente nunca trabalhou. O que pode saber uma mulher assim? Qual a experiência dela?

    E nem sabe do que fala: diz admirar as teorias de Adam Smith mas depois aplica o Capitalismo-parasitário que faz revoltar Smith na tumba.

    Pode parecer exagerado, mas eu tenho pena desta pessoa: vive num planeta distante do nosso, não tem contactos com a realidade.

    Quando vai em visita na África chega com o helicóptero no meio das aldeias, protegida por guardas armadas, com o chapéu de palha para evitar o sol (e também para evitar que os cabelos fiquem ainda mais enervados) e quando tem sede abre uma garrafa de água Perrier. Meia hora, as fotos com as crianças famintas e logo a seguir de volta na capital para falar dos juros do próximo empréstimo.

    Criámos uma elite assim, eles são o fruto das nossas escolhas (ou da falta delas). É por isso que quando abrirem boca saem disparates: paradoxalmente, são vítimas também.

  11. "As banheiras, públicas,nas festas aproveitava-se o tempo também para desfrutar o prazer sexual, fosse entre parceiros do mesmo sexo ou não" diz Maria.

    Aconselho, para quem puder, uma visita em Pompei, a cidade perto do Vesúvio enterrada pelas cinzas do vulcão.

    Além de representar um testemunho único no género (uma cidade parada no tempo, tal e qual como era no dia da erupção, no 79 d.C.) do ponto de vista arquitectónico, fornece uma janela única para perceber quais os hábitos daquele período.

    O sexo era vivido com muita mais naturalidade, ao ponto que pinturas "obscenas" adornavam as paredes das casas ou das termas.

    Mais, existia, como em todas as cidades, o foro, o coração da cidade; não um palácio fechado mas um lugar aberto onde era construída pelo menos parte da vida pública dos cidadãos.

    Depois chegou o Cristianismo, com a "culpa" que domina qualquer acção humana. Chegou a escuridão, o sentimento de vergonha, a dor como glória, o sofrimento como forma de espiar pecados ancestrais.

    E o mundo nunca mais voltou a ser o que era. Aliás, houve uma diferença: as guerras passaram a ser feitas em nome de Deus.

    Para acabar: se o Leitor tiver tempo e recursos, não apenas Pompei mas também Ercolano, Stabia, Oplonti: todas localidades que sofreram o mesmo destino da mais celebre entre as cidades soterradas.

  12. Maria disse: 'Resta saber como as pessoas empobrecidas que recebem sobras encaram essa oferta, o que me parece bastante difícil'

    Aqui está o motivo pelo qual não comentei o post Re-Food.

    Quando a dignidade de alguem está em jogo há que ter algum cuidado.

    Diz o proverbio chinês: Se te baterem à porta a pedir comida, não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar. Embora em muitos casos temos mesmo de dar um peixe, pois hoje em dia saber pescar já não chega.

    O Re-Food e o Banco Alimentar têm mérito, mas tambem têm um lado que não me agrada muito.

    A Lagarde por sua vez, tem a 'penosa' missão de exterminar os peixes em todo o lado onde consegue tocar. É um camafeu.

    Krowler

  13. Basicamente, a Lagarde esta a usar uma variação daquela frase que os ladrões usam quando assaltam uma pessoa na rua "passa o dinheiro", em termos económicos esta frase transforma-se para, "paguem as taxas".

    Não sei se é má vontade dos Gregos mas eles não estão a colaborar.
    È que eu realmente eu não percebo o que vai na cabeça de um Grego que pode escolher entre, usar a fortuna que ganha para se poder alimentar, ou para pagar ao pobres banqueiros intencionais, só pode ser má vontade dos Gregos.

    Saudações
    Carlos Janeiro

  14. Esse teu post está contundente, Max eu cá no Brasil sabia que o que ocorreu aqui sob o jugo do FMI, quando esse jugo era maior, se recaisse sobre o velho mundo ele seria sugado como fomos! Já sentimos no couro essa situação, trocamos a moeda, cortamos zeros nas contas, os cruzeiros viraram cruzados depois real…

    Uns poucos dentro de um governo decidem que um país pode ser vendido… não, desculpe! decidem que o banco nacional pode ser vendido… e as divisas do país deixam de existir para circular as divisas de um banco mundial… Estamos num filme do 007 onde há um super vilão a querer destruir o mundo? Não! Todos ae na Europa ou Eurásia, sei lá, estão a viver o jugo financeiro!… que se for ver bem precisam de um agente com permissão para matar… desculpe de novo! ele, o agente, tem que ter poder de pagar as contas!

    E estamos em 2012…!Ou mudamos ou nos destruímos, bem simples e profético!

  15. @Fadinha… Não te digo que temos que abrir a "Lâmina e Pira, S.A.C.P."… A seguir vamos emitindo quotas iguais para os que quiserem investir… e não tarda nada temos dimensão global para tratar do problema! temos é que ter atenção à malta do Movimento GREEN! Temos que arranjar um material que "eles" gostem que é para não virem para a porta do escritório reclamar (em cartazes feitos de madeira) por causa das Piras!

  16. Os diálogos sob teu post são incríveis…rsrsrs…

    Maria, aqui no Brasil fui criada com as sobras do fundo do mercado municipal, as frutas amassadas, os retalhos de peixe, feijão das sacas que rompiam na rua às portas dos armazens. Quando tinha algum trocado podíamos comer bofe, que é pulmão de boi, ou fígado, do frando os pés ou pescoço.
    Mas esse tempo passou e cresci, trabalhei e prosperei. Se precisar por alguma razão sei onde buscar fruta amassada e verduras meio desfolhadas. Mas sabe, na fome real, só o que a pessoa se preocupa é em brigar por uma batata caída no chão e uma maçã meio apodrecida e a esperteza de chegar primeiro nos escolhos é o move o faminto. Orgulho? Humilhação? Se tiveres um filho has de querer que ele não chore de fome. É simples assim!

    Há um mes atrás fui comprar pão e vi a padeira recolher os pães da vitrine que já estavam ali a 3 horas e jogar num latão de lixo. Surpresa perguntei: -"Mas não fazem farinha de rosca ou torradas com isso?" ela replicou: -"Não, nem podemos levar para casa ou dar lá fora. Regras do patrão."
    E os pães da manhã são encontrados à noite no lixo por um mendigo qualquer… Naquele momento uma média de 50 pães, ou mais, foram disperdiçados e poderiam ter sido entregues num abrigo para velhos ou crianças. Eu levei pão fresco, da fornada nova, afinal sempre gostamos dele assim.

    SE UM RESTAURANTE CEDE AS REFEIÇÕES A UMA INSTITUIÇÃO NÃO É HUMILHAÇÃO COISA NENHUMA! HUMILHAÇÃO É AQUELA COMIDA SER COMIDA DIRETO DO LIXO.

    E por que desviaram o assunto para os sodomitas calcinados pelo Vesúvio…???? Não entendi a relação com o post sobre a sociopata do FMI.

  17. Gl.Cves.

    O desvio não foi propositado, aconteceu porque alguém escreveu um comentário noutra msg mas a maria respondeu aqui nesta… Mas afinal de contas na tasca II conversas cruzadas é o que mais existe e até é engraçado!

    E porque raio é que o restaurante tem que ceder a uma Instituição e não directamente às pessoas?

  18. meu caro Voz a 0 db: espero que o "Burgos" não olhe para o meu lado….hahahaha… quando soube recentemente dessa possibilidade me persignei!

    Quando o pessoal aqui nas Américas pensou em uma moeda comum gelei de trincar…! O pouco que entendo de economia, se um banco federal é vendido para o banco mundial… Passamos a não ter moeda nem divisas e nem identidade real! quem passa a mandar na economia não é mais o país! Afinal é este banco entrante que passa a saber dos valores que circulam naquele território…!
    Max, se estou errada me esclareça! o___O

  19. mais uma vez ao Voz a 0 db:
    Tanto faz, dá-se a comida, ou o pães, directamente às pessoas pelos fundos do estabelecimento ou se leva a um orfanato ou a um albergue.
    Isso só depende das decisões locais.

    Aqui no Brasil há restaurantes que para não jogarem foram os alimentos ou servi-los no dia seguinte, doam as sobras para orfanatos. Tudo muito certo e higiênico. São doações de tempos sossegados e sem pressões como as que vivem alguns países europeus hoje.

    É a politica da redução de desperdícios e que todos podem copiar e praticar sem pensar se estão em anos necessitados ou abastados.

  20. Olá Gl.Cves: claro que há situações na vida em que qualquer um de nós somos levados a engolir qualquer coisa: fruta amassada, indignação, revolta, feijão que caiu do pacote do transeunte, orgulho, tudo incluído.E nessas circunstâncias, eu respeito, e admiro todo/a aquele/a que, em na m.tenha sido jogado, dela consiga sair ileso. Apenas advogo que se pode escolher/apoiar formas de ajudar que preservem o orgulho, a dignidade das pessoas, porque me parece que essas coisas uma vez quebradas, traz consequências nefastas, mesmo que propiciem encher a barriga eventualmente.É difícil, muito difícil para mim discutir coisas dessa natureza, assim, num comentário. Quero só deixar registrado que admito, compreendo e respeito tua postura.Mas,de quem caiu na m., sem ter nascido nela, e saiu, para quem parece (pela tua descrição), nasceu na m. e também dela saiu, tenho a te confessar que sentimos de forma um pouco diferente. O que também, me parece, é admissível e aceitável. Abraços

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