Bananização

O filho da rainha Isabel II visitou os estúdios da BBC, aceitando o convite para apresentar o boletim meteorológico. Normal, trata do ambiente, o clima está relacionado.
“Graças a Deus que amanhã não é feriado”, exclamou o príncipe Charles,
quando antecipava a ocorrência de aguaceiros, no dia seguinte, em
algumas regiões. “Afinal, ninguém gosta de passear à chuva”,
acrescentou.
Quem diria? O homem não é estúpido, revela uma mente fina.

Entretanto o homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista, anunciou a
compra de 50 por cento da empresa Rock World S.A., responsável pela
realização do “Rock in Rio”, um dos maiores festivais de música do
mundo, de Roberto Medina.
Na sua conta oficial no “twitter”, Eike Batista afirmou que a parceria
surgiu na sequência de uma “admiração mútua” entre os dois
empreendedores.
É bom saber da admiração mútua entre Batista e Medina, aliás, estava um pouco preocupado neste aspecto por causa de algumas vozes contrárias e sei que muitos entre os Leitores perderam noites de sono por isso. Mas não, tudo bem felizmente.

Voltando para Inglaterra, os adeptos do Blackburn Rovers, insatisfeitos com a equipa, largaram uma galinha no relvado na derrota frente ao Wigan, que valeu a despromoção do histórico do futebol inglês.
No estádio Ewood Park o Wigan era decisivo e aos 7 minutos de jogo, invasão de campo: uma galinha entra no relvado, ao pé da baliza do guardião visitante.
A galinha foi logo recuperada, tendo depois declarado “Que jogo de m…a, nunca tinha visto o Blackburn tão em baixo, a saber nem teria saído do poleiro”. Pois pode não parecer, mas a galinha é um animal sensível.

Na França Hollande já participou nas reuniões do Grupo Bilderberg.

O Príncipe Carlos, a meteorologia, Rock in Rio, a galinha, o Bilderberg. Tudo no mesmo diário.

Na verdade, encontrar o nome do clube Bilderberg nos diários mais lidos em Portugal, ou nas suas versões online, misturado entre meninas em bikini e receitas da avó, é um sinal dos tempos. Tempos de banalização. Ou “bananização”, tanto faz.

Depois das fofocas cor de rosa, depois das novelas, há a Nova Ordem Mundial como tema de discussão até em programas de televisão transmitidos em horário nobre. Talvez não em Portugal, mas em outros Países sim (é o caso da Italia). É cada vez mais claro que as questões uma vez de domínio exclusivo dos ‘teóricos da conspiração” mais atrevidos, já fazem parte da cultura pop do nosso tempo.

Dez anos atrás, para falar da existência de um clube privado chamado Bilderberg, com a participação de pessoas influentes, como reis, rainhas, primeiros-ministros e presidentes de vários tipos, era obrigatório aceitar o facto de ser acusado, na melhor das hipóteses, de imaginação excessiva.

Já havia internet, e havia um monte de pessoas estranhas lá dentro que acreditavam nas coisas mais improváveis. Terreno fértil para as teorias conspiratórias mais ousadas.

Hoje, dez anos mais tarde, podemos ler estas notícias num diário qualquer ou assistir a um programa dedicado ao assunto numa rede televisiva nacional. E não estranha ver a cara do Bilderberg Hollande ao lado da foto de Charlize Theron (que os pais dela sejam abençoados).

Curioso, eventualmente, é observar como esta transição foi particularmente rápida: das teorias conspiratórias para o gossip, como um dado adquirido.
A etapa intermédia, aquela do “então os gajos das conspirações afinal estavam certos” foi completamente perdida.
De invenção das mentes mais alienadas até banalidade assumida.
Quem hoje pode atrever-se a perguntar “Bildbergquê?”.

O tempo das pesquisas alternativas acabou.
A penetração da Internet reuniu todas estas análises, misturou tudo e criou novas criaturas que deambulam entre galinhas desiludidas, previsões do tempo e foto de Scarlett Johansson (cujos pais deveriam ser feitos santos já). Tudo junto, tudo misturado, como uma mega-fofoca.

E aqueles que uma vez eram chamados de “poderes fortes” já não têm razão para esconder-se, porque agora não assustam, podem aparecer em plena luz do dia: o domínio está a assumir uma das formas mais visíveis que já teve.

É a banalização. Ou bananização, tanto faz.
É o fim do jogo.

Ipse dixit.

Fonte: Tra Cielo e Terra

9 Replies to “Bananização”

  1. Resumindo, eles ganharam o jogo.
    Estes tais frequentadores bilderbergues. Simplesmente ganharam, foram mais inteligentes e usaram a conspiração a favor deles e estão a banalizar tudo isso. Tenho medo do que virá depois em um futuro próximo.
    As pessoas lendo notícias impactantes como se não fizesse nenhum sentido para elas, como se não as afetasse. Estão anestesiando a manada cada dia mais.

  2. Olá Anónimo!

    Sim, acho que este jogo está acabado. Mas não é o único jogo, há outros.

    Aliás, este era o mais simples: controlar as pessoas com o fornecimento duma realidade bastante "cómoda", com o mítico "crescimento".

    Agora inicia um jogo bem mais complicado: fazer que as mesmas pessoas continuem a ficar adormecidas sem o bem estar de antes. Com menos dinheiro, em alguns casos com o estômago vazio.

    Na Europa, por exemplo, este jogo já começou. E, como todos os jogos, vai ser divertido.

    Aqui já começamos a rir.

    Abraçooo!

  3. Atenção: a fase do "os conspiranóicos afinal estavam certos" aconteceu, que já houve quem disse coisas dessas em televisão. Mas conta-se pelos dedos as vezes em que isso se passou.

  4. Olá Max: e eu que pensava que o mundo vinha abaixo na Europa, se os europeus fossem submetidos ao "mal estar social"! Acho que os poderosos também achavam, porque até uma polícia globalizada inventaram, e dela nem precisaram fazer uso. Estou de boca aberta, pensei que isso era comportamento de gente do lugar onde nasci, e a maior parte da vida estive – o terceiro mundo.Enfim, sinal dos tempos!
    E já que tudo está sacramentado e aceito, que tal incursionar pelo que ainda está no âmbito das conspirações: discos voadores, bela cortina de fumaça, que conoto aos desdobramentos de pesquisa/ação militares dos EUA, mas também é por pura intuição, porque nada sei a respeito. Abraços

  5. maria,
    ha anos venho pesquisando o assunto OVNI e tenho que lhe dizer:

    90% de chance de que existem e de que estão a nos observar.

    80% dos OVNIS que são vistos são projetos militares baseados em tecnologia extraterrena.

    Já foi tudo exposto por agentes do governo, ex-militares e cientistas nesta conferência:

    O nome do projeto é The Disclosure Project e existe ha anos, porém a mídia convencional não mostra nada disso.

  6. pois é … gostaria de destacar que o mérito da vitória deles é nossa (?) . a estupidificação geral da população , excluindo alguns poucos , é que permite tal bizarrice . somos masoquistas , trouxas e loucos de pedra . passamos fome enquanto ouvimos Lady Gaga em nossos iPods . dizemos obrigado ao ladrão por nos roubarem . é , realmente o jogo está quase a acabar . estamos em xeque .

  7. Eu tambem já lí sobre muita coisa.

    Por enquanto ainda não arrisco entrar em alguns campos. Mera precaução e algum cepticismo à mistura.

    Deixo aqui um video, ou melhor uma fabula de um françês chamado Seb Janiak: The Orion Conspiracy.

    abraço
    Krowler

  8. Max, "O filho da rainha Isabel II visitou os estúdios da BBC, aceitando o convite para apresentar o boletim meteorológico." O sistema milenar É ESCRAVAGISTA, ALIENÍGENA, INUMANO E ANTROPOFÁGICO, absorve tudo enquanto se alimenta do lixo que produz fazendo saltar morféticas bananas (em pencas) de sua caixa de Pandora. Sinto muito. Segue o jogo.

  9. Está tudo tão banalizado que os bilderbergs até vão lançar um site:

    É triste, mas agora já podem fazer isso sem receio algum. Pois a manada está anestesiada.

    Outra prova de banalização são as sociedades secretas, outro dia mesmo estava a passar por uma banca e vi uma das revistas mais destacadas do lugar. O nome da revista era Sociedades Secretas e na capa dizia assim: Saiba os segredos das sociedades secretas, tudo sobre maçonaria, Opus Dei, Yakuza, etc. Na capa estava a tão famigerada e difundida pirâmide com o olho que tudo vê. Estava lá para todo mundo olhar e comprar. Estão ridicularizando o assunto, deixando cada vez mais pop, está virando lucro tudo isso.

    Cheguei a conclusão de que se o assunto é algo que as pessoas não conhecem, ou melhor, não se interessam, ele vai passar despercebido por elas, como se não existisse. E quanto aquelas que se interessam, bem, eles vão conseguir ganhar dinheiro com isso. Ou seja, eles ganham do mesmo jeito, conseguiram a vitória.

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