Santo já: o Cardeal e a Rainha da Cozinha

Manuel Monteiro de Castro é um dos 22 novos cardeais aos quais Bento XVI vai entregar, neste sábado, os anéis e os barretes cardinalícios. Hoje o novo Cardeal surge em duas entrevistas em ambas as quais defende uma ideia interessante. Vamos ver com algumas das frases proferidas.

Manuel Monteiro de Castro

A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos.
Portugal tem de dar mais força às famílias, pôr os nossos portugueses a produzir em Portugal e não fora. Devíamos dar muito mais valor à família e ao valor da mulher em casa.

O trabalho da mulher a tempo completo, creio que não é útil ao país. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de trabalhar de manhã até à noite, creio que para um país é negativo. A melhor formadora é a mãe, e se a mãe não tem tempo para respirar como vai ter tempo para formar.

A mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido mas noutro… Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe.

Mas se a mãe tem de trabalhar pela manhã e pela noite e depois chega a casa e o marido quer falar com ela e não tem com quem falar… Isto é, uma família bem organizada é uma base fundamental para um país.


Ohhhh, finalmente uma pessoa com o mesmo meu ponto de vista!
Porque é assim: a mulher é a rainha da cozinha. Fora de casa, pelo contrário, rouba o trabalho aos homens.

A mulher ideal não é aquela que trabalha, mas sim aquela que fica em casa, cozinha, remenda as meias, faz as compras, limpa a casa, educa os filhos, espera que o marido volte uma vez acabado o trabalho. A mulher nem precisa de conduzir: as lojas estão perto de casa, quem conduz é o marido.

E nem precisa de votar: uma pessoa que pense em casa é mais do que suficiente: e, claro está, quem pensa é quem trabalha fora de casa, pois tem mais contactos com a sociedade. Estudar? A bem ver, a mulher nem precisa de aprender a ler e escrever, só se for para educar os filhos. Uma pessoa instruída é mais do que suficiente em casa. E reparem: se o filho for um macho, as pessoas inteligentes e instruídas da família já serão duas.

Além disso há evidentes questões genéticas: em média, o homem é maior do ponto de vista físico. Corpo maior = cérebro maior, não é preciso ser génio para entender. E a propósito de génio: Albert Einstein era um homem ou uma mulher? Pois…

O cérebro da mulher, mais levezinho, não pode ser sobrecarregado com tarefas complicadas, para as quais não foi concebido: se Deus tivesse desejado uma mulher inteligente teria criado um cérebro maior para elas. Assim não foi e é simples perceber qual a razão: a mulher deve ter como objectivo primário a procriação, depois educar os filhos e satisfazer o marido. Tudo o resto é secundário.

Agora, tentamos ser sérios: uma mulher em política? Mas já viram o que dá? Considerem Angela Merkel, por exemplo: é este o modelo? Dilma Rousseff? Mas estamos a brincar? Porque é assim que as mulheres se tornam quando saem de casa, as provas são conclusivas.

Sinceramente acho que, com este novo cardeal, a Santa Romana Igreja dá um salto para a frente no caminho duma sociedade mais justa e mais evoluída. E fico excepcionalmente satisfeito com a leitura de alguns comentários que aparecem nos diários que relatam a notícia: a sociedade portuguesa está pronta para esta evolução.

Anónimo , Lisboa, Portugal. 14:33

acho que ele tem toda a razão. mas primeiro que se chegue a isto… ainda vai demorar… mas tem toda a razão.

joao , lisboa. 15:44

O problema é que embora não aceitemos, todos sabemos que o homem tem razão…

Anónimo , Benedita. 15:52
Ainda bem que a Igreja é retrograda! Serà que esta mania de sermos um pais evoluído desacerbadamente levará a algum sítio? Ao menos alguém que defenda as crianças de amanhã já que as de hoje já estão como estão. Eu tive a minha mãe a cuidar de mim, ela que deixou de trabalhar para cuidar dos filhos, acho que foi um acto heróico! Cuidado para que as igualdades não desvirtuem a missão de cada um. Obrigado mãe!

Ana Costa , Setúbal. 16:16
Não sou católica praticante, não tenho simpatia nenhuma pelas cúpulas da igreja, mas só não percebe que o cardeal tem razão quem não é mãe. Claro que o ideal seria as mulheres poderem trabalhar a tempo parcial e poder acompanhar o filhos. É o que se faz no norte da europa – vejam lá que retrógrados que eles são… Claro que a sociedade só teria a ganhar se as crianças fossem mais acompanhadas. Claro que as mulheres só teriam a ganhar se pudessem escolher por um horário reduzido e não ter de chegar a casa às 20h e ainda ter de tratar da casa e dos filhos. O discurso é por de mais sensato e pacífico. Só não o entende quem acha que os filhos são para depositar num infantário e não compreende o papel da mulher na família e na sociedade…

Duarte, 10h03
Quando as mulheres podiam ficar em casa não havia tanta miséria. As crianças tinham mãe. Agora trabalham dois fora de casa para ganharem o que antes ganhava um.

Não sou católico. 12h36
A vossa ‘igualdade’ (das feministas) manda as crianças para as creches, gera desemprego entre os homens e destrói casamentos. As mulheres devem PODER ser donas de casa. Não é obrigatório!

Anónimo, 13h08
Grande Cardeal! Um homem do bem e da verdade! Que os ateus aprendem alguma coisa com ele!

Muito bem, muito bem, Portugal está pronto, o futuro é nosso!
Também mulheres que apoiam esta visão revolucionária e progressista. Tinha que ser, admitir a própria inferioridade (e culpa: quem foi a ceder perante as tentações da cobra no Eden, eh?) é meio caminho andado para poder melhorar.
“Melhorar” mas não muito, pois não é preciso como já vimos.

FAQ: melhoramos a sociedade

Dúvida: mas o marido não tem direito de participar na formação do filho?
Resposta: não, o homem é caçador, transmite a instrução com o exemplo, com os próprios actos, não é precisa a presença física.

Dúvida: mas uma mulher em casa não representa uma tentação?
Resposta: sim, por isso existe o cinto de castidade.

Dúvida: e se for o marido a trair?
Resposta: como vimos, o homem é caçador por natureza, é uma questão de instinto. Nem sempre é possível resistir à vontade da Natureza. Neste caso a esposa tem que entender e perdoar.

Dúvida: mas a mulher não poderia trabalhar e desfrutar das licenças de maternidade?
Resposta: isso é o que infelizmente acontece, mas desta forma a mulher subtrai trabalho aos homens (é por isso que há desemprego).

Dúvida: então as creches são más?
Resposta: sim, sempre. Eu sei bem disso, pois Guida é educadora. São lugares horríveis, onde as crianças são misturadas sem ter em conta o sexo e onde são difundidos ideias horripilantes como “uma menina tem a mesma importância dum menino”. Deveriam ser considerados ao nível dos campos de extermínio nazistas, mas mais perversos.

Dúvida: mas um ordenado só em casa chega?
Resposta: se a mulher ficar em casa com o dinheiro justo para as compras (duas ou três vezes por semana, não todos os dias), a resposta é sim, chega perfeitamente. 

Dúvida: a mulher tem permissão para ir à missa?
Resposta: sim, mas só se for acompanhada pela sogra.

Dúvida: mas com ideias como estas, como é que a Igreja perde fiéis?
Resposta: de facto é esquisito. Deve ser obra do diabo. Com a cumplicidade das mulheres, óbvio.

Desculpem os eventuais erros: é que publico depressa, pois se Guida vir isso vai partir-me algo na cabeça…

Ipse dixit.

Fontes: Público, Correio da Manhã, Jornal de Notícias

15 Replies to “Santo já: o Cardeal e a Rainha da Cozinha”

  1. Olá Max: puxa vida! Eu morro e não vejo tudo!! Que o corvo da foto no post diga isto eu não me admiro,afinal ele está tratando da instituição igreja, que o sustenta para ele viver de papo pro ar sem fazer nada, a não ser tratar de interesses superiores,tal e qual os executivos das corporações, os "intelectuais" dos centros de pesquisa e universidades de ponta etc, etc. O que me estarrece é até que ponto uma certa moralidade e bons costumes, é capaz de impedir que muitas mulheres pensem além da viseira que medrosamente teimam em usar. Abraços

  2. Ahem…eu não queria "acudir" por ninguém, nem sou machista, mas o certo é que se virem esta entrevista:

    , algures no meio dela hão de encontrar algo que é como um murro no estômago: o papel emancipado da mulher na sociedade como o conhecemos hoje só existe devido à manipulação a que foi sujeito por parte da elite.

    Há uma parte em que A. Russo narra explicitamente que Rockefeller lhe disse que tinha sido a elite a financiar e a provocar a revolução feminina, e lhe perguntou porque achava que o tinham feito.

    Russo respondeu que achava que era por ser certo, que as mulheres tinham direito a isso, e tudo o mais…ao que Rockefeller se riu e lhe disse que Russo era um idiota e passou a explicar o veradeiro porquê da revolução.

    Havia 2 objectivos de poder e controlo com essa emancipação, e foi apenas por causa disso que ela foi feita: o primeiro, era fazer a mulher também trabalhar, pois, quando não trabalhava, era metade da população a quem não se podia cobrar impostos; o segundo era fazer com que fosse o Estado a educar os filhos, e assim fazer o "endoutrinamento", a "lavagem cerebral" ao filhos…fazê-los identificarem-se com os valores que a elite, através das escolas, lhes transmitia, e não com os valores familiares.

    Eu diria que existe um terceiro: para que seja impossível criar uma família se houver apenas um emprego por lar.

    eu sei que é desagradável ouvir isto. eu sei. Mas a realidade é por vezes mais estranha e mais dura que a ficção.

  3. Como é que um representante de uma instituição que proíbe os seus membros de constituir família se acha apto a dar conselhos sobre a educação dos filhos? Será baseado na sua grande experiencia? As mulheres foram perseguidas por centenas de anos por esta instituição e ainda hoje, descaradamente e avista de todos a instituição Igreja Católica viola a constituição da Republica Portuguesa ao não respeitar a igualdade entre sexos na Igreja onde a mulher esta proibida de ascender na hierarquia…E declaram-se os representantes de deus na terra… As mulheres devem ter motivos para não querer ir para esse céu …O que acredito é que a igreja católica e o mundo em geral deveriam ser governados por mulheres, deixo-vos apenas o exemplo da Escandinávia…

    Perdoai-lhes Senhor que não sabem o que dizem.

  4. Esta é mais uma das discussões infrutíferas, pois há os que entendem ser uma aberração o que o padre disse, já que estão condicionados a viver da forma que vivem e outros preferem a educação a moda antiga e quando digo educação me refiro aos valores familiares o que por conseguinte não significa que também não estivessem eivados dos valores do "status quo" de então. Quero crer que é impossível traçar uma linha onde o homem e a mulher possam ser "iguais", pois a igualdade preconizada pelo nosso sistema de direito somente cria uma aberração no mundo natural, perverte a lógica das coisas. O homem e a mulher devem desempenhar os papéis para os quais foram dotados pela natureza, nenhum é melhor do que o outro, apenas são diferentes. Entrementes, a "sociedade" contemporânea delineou esta disputa que ocorre todos os dias, criou-se uma guerra dos sexos e quem com certeza ganha, não é a família, esta já esta corrompida a muito tempo. Hoje em dia por tudo que vemos pode-se perceber que os pais são simplesmente reprodutores de filhos para o negócio do consumismo imediato, para gerar lucros e os que não podem caem para o outro lado do sistema, também lucrativo que é a criminalidade.

  5. Estou completamente de acordo com o comentário do Bruno António. Aliás a grande culpada de muitos males do mundo é a igreja católica. Sou mulher, mãe e trabalhadora e sinto-me enojada com certos comentários machistas e retrógrados.Os valores familiares transmitem-se independentemente de ambos os pais trabalharem. A educação vem de casa! Porque há de ser só a mãe a educar e o pai? Acham que é um ser inferior que não tem capacidades para educar os seus filhos. Quando falam da educação de antigamente esquecem-se que muitos homens engravidavam as mulheres e não queriam saber delas nem dos filhos. Já para não falar dos que espancam e matam a mulher e os filhos. Também já percebi o que muitos homens com h pequeno têm é medo das mulheres.
    Alma

  6. Meu caro Tibiriça: Permita-me partilhar uma das máximas que norteia a minha vida “ impossível é ressuscitar os mortos, e mesmo assim consta que nos últimos 2000 anos já ressuscitaram 2…” Quanto á questão da igualdade, em direito define-se como “tratar igual o que é igual e tratar desigual o que é desigual” o que significara mais ou menos, tratar de igual modo respeitando as naturais divergências, como compreende não há 2 seres humanos iguais.
    Os valores tradicionais depois de filtrados podem ser muito bons mas pelo meio, como disse a comentadora anónima, há muita perversidade, alcoolismo violência doméstica … Se o Bispo tivesse dito que as mulheres que querem ser mães deveriam ter o direito á segurança social do norte da Europa, diria bem alto: Grande Bispo! Mas a linguagem dele naquele contexto parece-me querer condicionar e limitar a vocação das mulheres, “é gato escondido com o rabo de fora”. Os Portugueses estão em vias de extinção e nesta sociedade actual ser pai ou mãe é um autentico acto de heroísmo que mereceria uma condecoração ( e uma pensão social)

    P.S. Não há discussões infrutíferas, as discussões “civilizadas” são uma forma de compreensão do mundo e evolução espiritual.

    Tibiriça; grande abraço!

  7. Max e amigos,

    O anônimo levantou o vídeo do Aaron Russo, onde realmente o assunto é tratado da forma descrita. Também me veio à mente um capítulo dos Protocolos dos Sábios de Sião, onde a coisa é vista da mesma forma. Outro dia lendo Tibiriça no seu blog, havia um artigo chamado: Hierarquia dos Conspiradores, nele uma menção a manipulação, ou melhor, a apropriação que a plutocracia toma das aspirações humanas, as mais legítimas. Tocou-me de maneira mais direta o capítulo em que é narrada a manipulação das manifestações culturais, ou, contra-culturais dos anos 60. Do doutrinamento executado por baluartes daquela geração – inclusive cita-se os Rolling Stones diretamente e outros -, levando a cabo o programa das elites. A única conclusão que chego, é que, as mais genuínas aspirações por mudanças comportamentais, políticas, religiosas, artísticas, são identificadas e cooptadas, mas nunca criadas por aqueles senhores ocultos. No meu entender assim foi com a revolução francesa, a de 1917 na Rússia, com o movimento hippie e quase tudo que é gerado de forma espontânea na sociedade. Há uma banda da terra da Maria, lá das áreas do Rio Grande, e que gosto muito, chamada Engenheiros do Hawaii que em duas músicas fala sobre o assunto. Uma delas é "3a. do Plural" e a outra é "Terra de Gigantes", onde a letra diz:
    "A juventude é uma banda
    Numa propaganda de refrigerantes."
    No que me diz respeito, não me passa pela cabeça jogar meus álbuns dos Rolling Stones fora. Este é o tipo de boicote que nunca conseguirei executar. Penso que quanto às mulheres, a igualdade entre os seres humanos é um desejo mais do que legítimo, mas que ninguém procure encontrar palavra semelhante no livro do cardeal. Nele consta que o homem pediu a criação da mulher, por deus bá-bau. Isto entre muitas outras atrocidades chauvinistas do altíssimo.

    Abraços.
    Walner.

  8. Eu discordo…para quem não sabe, os rolling stones (e outros desde então) têm muito ocultismo na sua base, que é coisa que as elites também querem "implantar" subtilmente…

    Os movimentos de revolução também foram todos orquestrados pelas elites, através de agentes provocadores e de circunstâncias sociais que levavam as massas a um ponto de saturação, de não-regresso, de explosão…

    O povo nunca "cria" nem "decide" nada, o que é, é sempre levado a pensar que sim…

  9. Anônimo,

    Eu não disse que os Rolling Stones, não têm culpa no cartório, pra mim e pra muitos tá claro que sim, pelo menos no que tange a manipulação. Acho que aqui mesmo, se não me engano, já tivemos um artigo em que Mick Jagger foi citado como um líder financiado pela Fabian Society. Tampouco, disse que os movimentos que eu citei tenham seguido seus cursos por decisão do povo. Apenas disse que o intento, o inconformismo, talvez as primeiras vozes, tenham surgido do meio do povo e que as elites sempre captam estes anseios e trabalham nele em proveito próprio. O movimento Occupy Wall Street é um movimento doutrinado, mas quantos de nós não verbalizou seu ódio ao sistema financeiro, a jogatina desenfreada do mercado? Este sentimento vem de muito antes de Occupy Wall Street. Talvez a intenção tenha sido esta mesmo, de tramar para acender este sentimento, mas aí a coisa toda fica muito subjetiva. Se era esta intenção, aqui no Brasil os orgãos de informação demoraram muito a entrar no esquema. Passou-se um bom período, talvez mais de mês, para começarem as primeiras notas sobre o movimento. De princípio, muito tímidas.

    Quanto aos Stones… o que fazer? Houve o caso de um compositor, que executou uma sinfonia soprada pelo cramunhão sentado a beira de sua cama, enquanto aquele dormia. Não recordo seu nome, era ainda criança quando ouvi sobre esta história. Como não sou um cara religioso e sendo descrente desta bondade e malevolência espiritual, apenas me restrinjo ao que é subserviente e ao que não é subserviente ao esquemão. O difícil aí é saber quem não é capacho globalista. Se cada um fizesse uma lista dos artistas "globalistas endiabrados", haveria nomes constantes nelas, os Stones com certeza estariam em todas, mas poucos escapariam. Sobraria quem? Aline Barros (?), Sandy (?), Roberto Leal (?), Odair José (?), Padre Marcelo Rossi (?)? Sei não…, prefiro escutar algumas coisas dos Stones, não muitas, algumas. Ao menos estes sei do que são capazes e não me sinto traído. São o que são. Não usam máscaras, tal qual Bono. Talvez ainda melhor fosse escutar a sinfonia do capeta, se soubesse qual.

    Walner.

  10. Como digo sempre (mas eu sou machista e misógino assumido, excepto quando a minha namorada está por perto):

    "A guerra dos sexos antecede em milhares de anos a luta de classes e, meus amigos, estamos a perder".

    Concordo com o homem quase à letra, mas nem todas as mulheres se sentem realizadas sendo mães.

    A mulher 'libertou-se' apenas no Ocidente, por consequência somos também a única cultura mundial com a natalidade mais desastrosa de sempre da humanidade.

    Defendo um ordenado estatal para as mulheres que queiram ser mães a tempo inteiro, creio que a emancipação das mulheres está mais relacionada com a autonomia financeira destas que com qualquer outra coisa, é diferente é estar em casa a educar os filhos refém do ordenado e boa vontade do homem, ou ESCOLHER estar em casa educando os filhos e RECEBER UM ORDENADO por isso.

    Afinal, se pagamos ordenado a amas, educadores de jardim infância e professores do ensino primário para cuidarem e educarem dos nossos filhos, será uma coisa tão anormal pagar a uma mãe para que esta, querendo, possa educar os seus filhos?

    Devia existir pelo menos o direito de escolha, e já agora também aberto aos homens: pode sair de casa todos os dias para trabalhar e entregar a educação dos seus filhos ao Estado ou a alguma empresa privada… ou pode ficar em casa educando-os você mesmo, e recebe um ordenado por isso.

  11. Olá,

    também terei de aqui deixar a minha contribuição, que engloba um pouco das várias opiniões já aqui faladas.

    Homem e Mulher – diferentes? Sim, mas apenas em fisionomia.
    É apenas aqui que deveremos ver diferenças.

    Antes de mais, devemos separar duas coisas relativamente às palavras do 'Manel' Monteiro de Castro:
    1 – a mulher como ser responsável pela educação em casa e gestão da mesma;
    2 – a educação dos filhos – quem a deve fazer?;

    Os comentários:
    1 – resposta muito simples homem e mulher devem fazer o que lhes dá mais prazer, seguir a sua vocação, não existem papeis pré-definidos nos nossos genes, o condicionamento social é que os cria. Uma coisa é a mulher ter mais aptidão emocional para lidar com as coisas da casa, outra coisa é esse "ser o dever dela". O dever é de todos os que fazem parte da família, principalmente os adultos que partilham o mesmo tecto, independentemente do género.

    2 – E aqui a 'porca torce o rabo'. A meu ver, deveriam existir oportunidades/possibilidades para que, caso um dos pais queira ficar em casa, possa educar os seus filhos, estar com eles, cimentar os valores da família. Ou, por exemplo, existirem ajudas no sentido de quem queira desenvolver projectos pessoais (empresas unipessoais) ou queira trabalhar em part-time, mas isto deve ser indiferente do género.
    Quanto aos berçários, creches, jardins de infância e afins, sempre fui contra. Até à pouco tempo as minhas razões prendiam-se ao facto de ter vivido sempre junto dos meus pais e ter sido educado por eles. Mas hoje, tenho muitas mais razões, principalmente o facto de existir muitas pessoas sem vocação nenhuma para estar a cuidar dos nossos filhos, e falo com conhecimento de causa. A minha mulher é professora do 1º Ciclo e ela vê imensas "atrocidades" no seu local de trabalho, "atrocidades" realizadas pelas próprias chefias, pessoas que só querem dinheiro e não se preocupam com a educação das crianças.
    Outra razão prende-se com o condicionamento feito às crianças (e aqui admito as minhas influências da literatura de Aldous Huxley). O ensino, tal como o conhecemos, é um modelo ultrapassado. A escola é essencial, o ensino é essencial…mas o ensino tem de se adaptar às vocações das crianças – não são as crianças que se têm de adaptar ao que lhes ensinam: isto é um claro condicionamento.
    Enquanto se continuar a ensinar às crianças que têm de estudar,que têm de ter uma profissão, que têm de trabalhar para ganhar dinheiro para comprar coisas, não estamos a ir na direcção certa. Não estamos mesmo…
    Não podemos continuar a modelar robôs para os modelos citadinos do imediatismo, do consumismo, dos prazeres carnais e efémeros; não podemos continuar a pactuar com quem criou este modelo.

    Já tomei conhecimento de já existem escolas com modelos diferentes de ensino, modelos holísticos. Em que a criança é vista como um ser integrante da natureza, que deve respeitá-la e cuidá-la; e esta deveria ser a base de qualquer educação – compreender o nosso papel como cidadãos do Mundo.

    Sei que estou a correr o risco de ser mal-interpretado, mas nem eu próprio consigo explicar bem o meu ponto de vista.

    Quanto ao Cardeal, é um sujeito que pertence à igreja dos homens, logo, está tudo dito.

    Grande abraço,

    R. Saraiva

  12. olá Walner: concordo, concordo muito contigo. Sabes a primeira ideia que me vem na cabeça quando ouço a expressão Rolling Stones? Ta-tarará-ta-tá. Ta-ta-rará-tatá…(metralhadoras)no Vietnan!! Foi isso que ficou na minha cabeça: a denúncia de um genocídio, quando pouquíssima gente sabia que o império lá no Vietnan, Laus e Cambodja, praticava o seu genocideozinho da vez, para equilibrar sua "influência" na Ásia. Afinal tinham perdido a China, e precisavam rapinar as riquezas da indochina. Mas, no mundo zumbi, ecoavam as palavras do "grande líder Kenedi" de impedir que o comunismo se alastrasse no mundo, pondo em risco a democracia.
    Por outro lado, o que fica na cabeça da gente, quando ouve o padre Marcelo, os sertanejos de todas as cores e matizes, hoje? Coisa tão útil quanto a que ficava nas cabeças, quando época de ditadura militar no Brasil, Roberto Carlos olhava meloso para Wanderléia e cantava: Quero que vocêee me aqueça neste inveeerno…E que tudo mais vá pro inferno!! (Estávamos mesmo indo para o inferno os brasileiros conscientes…)Abraços

  13. Olá Saraiva: interessante a tua opinião, muito interessante! Seria muito bom para as mulheres, para as famílias em geral, se pensassem tal qual expões.
    Por falar em educação escolarizada, já viram, tu e a Felipa, algo sobre escolas anarquistas? Existe experiências muito bem pensadas/vividas, com farta literatura. E também escolas antroposóficas, outras com idéias interessantes, que creio que gostarão. Por sinal, aí bem perto, em Mérida/Espanha, funcionou até recentemente um coletivo Paideia, que mantinha uma escola de tempo integral dos 3 aos 18 anos de idade. Estes eu conheci muito de perto, seus limites e possibilidades. Abraços

  14. Esse post, quero dizer, este cardeal, é uma piada! A igreja só fala besteiras a respeito de família, sexo e preservativos! Se a mulher na maioria das vezes é quem comanda a casa trabalhando, mantendo funcionando um lar pois não tem a contribuição do macho garboso… me faz o favor de enviar a pergunta ao cardeal, se no caso da mulher ser o sustento da família e ela não tiver outra opção, ela vai para o inferno por trabalhar e cuidar de filhos?!?! sugiro então que a santa madre igreja ampare esta mãe que precisa ficar em casa para educar os filhos.. pagando as contas, fornecendo a comida, escola e médico, etc etc…. que achas Max, das mães trabalhadoras convidadem a igreja para fazer a vez do cavalheiro que não está presente???

Obrigado por participar na discussão!

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