Ecomáfias: os custos ocultos das renováveis

Eu sei, eu sei: não é um prazer ler certas coisas.
Mas a verdade é que também na área “verde” existem lobbies, verdadeiras máfias que operam com um único objectivo: lucro.

A falta de conhecimento específico que temos em determinadas áreas cria vulnerabilidade e confusão: se houver também a intenção de confundir, o cocktail é perfeito.
Quem entre nós sabe como funciona um gerador de energia eólica ou um painel fotovoltaico? Não apenas o princípio geral (este é óbvio: o gerador de energia eólica funciona com o vento, o painel com a luz), mas a técnica também.

Falamos acerca da energia renovável, da sua excelência, do facto de ser limpa, inesgotável, livre, verde, verde, verde… a maioria dessas suposições está correta, mas não é tudo: uma coisa é a energia em si mesmo, outra coisa é a recolha, o processamento, o transporte, a distribuição, a manutenção.

Os custos

No caso da energia eólica, a recolha implica obras de engenharia muito complicadas, caras e multi-disciplinares, que incluem a fabricação do moinho, o estudo da localização, a limpeza da floresta local, a construção de estradas com curvas de amplo raio, movimentos da terra, o cimento, montagem, instalação, transporte de todos os componentes, instalação de alta tensão, as rendas ou a compra do terreno, os estudos de impacto ambiental, os custos de administração: todos trabalhos que envolvem um elevado esforço em termos económicos, ambientais e energéticos.

Depois de todo o material ter sido instalado, precisamos de um vento forte e constante, mas, para nossa desgraça, é geralmente intermitente e variável, passa de ténues brisas para violentos vendavais, com mudanças de temperatura até 50 graus, chuva, neve, geada, queimaduras solares, radiação…
Isso nas instalação da Europa continental, pois naquelas offshore e marinhas a situação fica ainda mais complicada, com todas as desvantagens da localização anterior mais o elemento marinho (corrosão, força das ondas…).

Tudo isso requer intervenções, as quais têm como base…adivinhem? Pois, principalmente o petróleo, em concreto as máquinas diesel, as fibras sintéticas e os caros materiais do sector petroquímico, metais de terras raras, ligas metálicas, cobre e aço.

Tudo bem, podemos pensar, mas é um esforço que compensa.

De facto, uma turbina eólica retorna um valor de 50 a 60 vezes a energia do investimento para a sua construção em terra (o valor desce para metade no caso das turbinas localizados no mar), e tudo isso ao longo duma vida útil de 20 ou 25 anos.
Nada mal.

Claro, se depois os cabos de cobre forem roubados (um fenómeno cada vez mais popular em Portugal, por exemplo), todo o discurso cai por terra, mas não vamos por aí agora.

Uma vez posto em funcionamento o sistema para gerar a energia, temos de gerir o sistema de distribuição. O transporte, a sincronização, custam a metade da energia produzida: e ao considerar as perdas fisiológicas e os inevitáveis desperdícios, é possível afirmar que menos da metade da energia produzida é efectivamente utilizável.

E ainda não falámos da manutenção. Porque o que sobrar da energia estraga o resto. Calor, fadiga, degradação, deterioração, quebra dos componentes … O quê? Pinhões, rolamentos, lubrificantes, hardware, instalações, materiais de montagem, estacas, transformadores, circuitos semicondutores, e assim por diante.

Tudo isso é manutenção, palavrinha mágica que no caso das energias renováveis tem um peso determinante mas muitas vezes ignorado ou deliberadamente ocultado. Não é apenas plantar o moinho e gozar da energia de graça, não é assim que funciona.

Patagónia: manutenção e mortes

Um participante de um fórum sobre questões energéticas, na Argentina, resumiu os acontecimentos da sua profissão como técnico de manutenção num parque eólico na Patagónia, e descreveu a ocorrência de falhas, especialmente no caso de condições meteorológicas extremas, e a morte de colegas em acidentes em torres de 80 metros de altura, tendo as pessoas de trabalhar com escadas geladas, pouca luz e vento forte.

O técnico relatou que, no parque onde trabalhava, os moinhos gigantes não davam benefícios por causa dos altos custos de manutenção; foram portanto abandonados para concentrar-se em turbinas eólicas de médio e pequeno porte, mais fácil de manter e de alto desempenho.

O que podemos aprender com tudo isso? Apenas a evidência: o vento é renovável, os geradores eólicos não.
O equipamento para produzir a energia proveniente de fontes renováveis ​​não é auto-suficiente e a sua construção, instalação e manutenção são completamente dependentes da disponibilidade do petróleo e de outros combustíveis fósseis.

E mais: precisam dos combustíveis fósseis para continuarem a ser muito rentáveis.

Paradoxo: é preciso que as energias fósseis sejam abundantes e baratas para que as energias renováveis (neste caso a eólica) compensem. Estamos num vórtice onde consumimos combustíveis fósseis para gerar energia “verde” e não há nenhuma maneira para evitar isso.

Subsídios

Responsabilidades? Sim, há.
Este problema é descrito e bem conhecido nos estudos sobre a crise energética, quando as fontes de energia renováveis ​​são usadas ​​como um ” extensor dos combustíveis fósseis “: uma disciplina legal absurda, subsídios do governo desastrosos, nenhuma real acção tomada acerca da verdadeira sustentabilidade energética, uma política “verde” que tem como objectivo recolher votos.

Devido à presença de uma série simultânea de situações, como a necessidade de aumentar o fornecimento de energia, limitar as emissões poluentes, a existência de abundante capital público e privado, a falta de rigor no estudo de retorno real, um claro apoio dos governos e a capacidade de negociação de grandes empresas agora tornadas “verdes”, é possível entender a recente proliferação das instalações de energia eólica em todo o mundo.

Alta rentabilidade energética? Não, subsídios. No caso de Espanha, por exemplo, 250 Euros por cada megawatt produzido. E as acções da empresa Gamesa avaliadas 35 Euros (agora nem uma décima parte valem).

Sem os auxílios estatais, a energia renovável tem baixo retorno e, quando não devidamente calculado, a rentabilidade rapidamente se torna um poço sem fundo. Eis porque, por exemplo, os parques eólicos dos Estados Unidos são abandonados na assim chamada “debacle verde”.

Estados Unidos: milhares de abandonos

Biliões de Dólares dos contribuintes americanos gastos pelo governo dos Estados Unidos, dezenas de milhares de turbinas eólicas construídas em todo o País. Mas altos custos de manutenção, altos índices de fracasso e condições meteorológicas flutuantes que afectam a produção de energia tornaram tudo isso muito caro e ineficiente: razão pela qual mais de 14.000 delas já foram abandonadas.

Antes dos subsídios governamentais serem cortados ou eliminados, os parques eólicos eram um bom negócio. Mas na era pós-subsídio fiscal, os custos de manutenção e de operacionalidade das turbinas eólicas supera em muito o mínimo de energia que conseguem gerar em muitas áreas.

Andrew Walden, de American Thinker:

Milhares de turbinas abandonadas enchem o panorama da energia eólica em três grandes locais da Califórnia: Altamont Pass, Tehachapin e San Gorgonio, considerados entre os sítios do mundo com o melhor vento. Aqui, mais de 14.000 turbinas foram simplesmente abandonadas. Lixo pós-industrial que gera nada e mata pássaros.

Walden fala, é claro, de pássaros, morcegos e outras criaturas do ar que costumam ser mortos pelas hélices das turbinas eólicas. E “lixo pós-industrial” que custou muito na fase de implementação, e definitivamente muito mais caro para ser desmantelado.

Essa confusão de energia eólica só ilustra ainda mais a forma como o povo americano tem sido manipulado pelos funcionários eleitos que compraram a histeria do “aquecimento global” para torna-lo o impulso que gerou a energia eólica. E agora que os subsídios fiscais para as energias renováveis ​​estão gradualmente chegando ao fim, a realidade fica à vista.

Don Surber, Charleston Daily Mail:

É tudo acerca dos subsídios fiscais. O moinho roda até quando o dinheiro correr. Uma história honesta acerca da viragem do século deverá incluir um grande capítulo sobre os medos do aquecimento global, exagerados para o lucro das corporações.

Até aqui falámos da energia eólica. E as outras? Fotovoltáica? Biocombustível? Pior: a taxa de retorno energético destas fontes é ainda menor. Por isso: mais umas longas histórias de ajudas estatais, de custos, de “verde” que de “verde” tem bem pouco.

A energia eólica, entre as outras, não deixa de ser renovável e “verde”.
A sua exploração, nos moldes actuais, não.

Ipse dixit:

Fontes: The Oil Crash, NaturalNews, Tory Aardwark, Don Surber, Alma de Herrero

8 Replies to “Ecomáfias: os custos ocultos das renováveis”

  1. Max
    As eólicas darem um retorno energético de 60 acho que é optimista demais, o EROEI das eólica custa a chegar aos 20:1 na melhor das hipóteses, só se percebi mal o ponto de vista.

    E a eólica é a única "renovável"(de renovável não tem nada, só o vento), que tem pés para andar nos próximos anos, o solar é falências atrás de falências.

    saudações

  2. ja ouvi falar q os mais poderosos paineis fotovoltaicos nao podem ser utilizados por questoes de patente, será q isso procede?

  3. Olá Rafael: concordando com tudo que o Voz noticiou no seu blog em 27 de outubro, posso te dizer os seguinte:
    Eu só não tenho energia elétrica aqui em casa através de painéis fotovoltaicos porque no momento eles são ainda bastante caros. Sabemos quem os instala e já instalou no centro tecnológico da universidade onde trabalhei, e também na escola técnica federal em Florianópolis/BR. O pessoal do centro tecnológico desenvolve estudos a respeito e já existe empresas particulares operando no setor. Meu vizinho mais próximo instalou algumas placas pequenas para lâmpadas apenas, e tudo bem. Estamos por aqui esperando resolver alguns trâmites para construirmos uma pequena hidroelétrica no rio encachoeirado que atravessa nossas terras para obtermos a autonomia energética que desejamos com melhor custo benefício. Abraços

  4. Ao anónimo!

    E?

    Estamos a falar de eficiência… E basta ler o texto do link que deixaste… nem é preciso ler, basta ver as fotos para se verificar o facto de que a eficiência energética dos painéis solares é tanga!

  5. O que é tanga?????????????????

    O segredo na verdade está na energia magnética. Na manipulação e conhecimento da geometria associada ao magnetismo e engenharia reversa. Alguns dizem que os antigos Egípcios descobriram este princípio e usaram a seu favor na construção das últimas pirâmides.
    Além disso, não podemos descartar o grande feito de Edward Leedskalnin com o Castelo de Coral:

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